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Demências e parkinsonismo 1 Demências e parkinsonismo Critérios demência: A - desenvolvimento de múltiplos déficifs cognitivos manifestado por: A1 comprometimento da memória; A2 duas outras funções cognitivas prejuticadas B - Prejuízo das atividades de vida diária Investigação: Hemograma completo: excluir quadro infeccioso Ureia, creatinina: aumento da ureia pode causar delirium TSH, T4 livre: investigar crises tireotóxicas ou hipotireoidismo Vitamina B12 Enzimas hepáticas Sorologia para sífilis e HIV Doença de Alzheimer É a causa mais comum de demência, correspondendo a mais de 50% dos casos Fatores de risco: idade avançada 65 anos), história familiar positivo Processo irreversível e insidioso Quadro clínico Demência é a perda de funções cerebrais cognitivas (memória anterógrada, linguagem, reconhecimento, praxis, raciocínio, solução de problemas). A doença de Alzheimer é uma síndrome demencial de evolução insidiosa (vários anos), inicia-se com amnésia anterógrada e perda de senso geográfico Demências e parkinsonismo 2 Segue-se apraxia ideomotora e constitucional, diversos graus de afasia, aculalia e graus variados de agnosia Alguns pacientes podem apresentar agressividade e hipersexualidade Nas fases mais avançadas, o paciente evolui para um déficit cognitivo grave, apatia e incapacidade de deambulação A DA não cursa com distúrbios motores, salvo nas fases finais da doença, assim, ela pode ser diferenciada clinicamente da segunda causa mais comum de demência: a demência vascular! Esta última tem uma evolução mais rápida e manifesta-se com síndrome piramidal e extrapiramidal precoces e graus avançados de afasia, predominantemente motora Fisiopatologia e histopatologia Trata-se de uma demência do tipo cortical A degeneração neuronal é decorrente do acúmulo de placas senis amiloides no interstício e de novelos neurofibrilares no citoplasma dos neurônios Atrofia cortical difusa (a atrofia inicia no hipocampo - acometedendo memória em um primeiro momento), placas senis (acúmulo da proteína amiloide e microtubulina Tau levam a redução da sinapse no neurônico)e novelos neurofibrilares, degenerações granuvacuolares Há redução da acetilcolina Progressão da doença: Pré clínica: fase assintomática Comprometimento cognitivo leve: reconhecer indivíduos sem demência, biomarcadores, fase para abordar o paciente com o tratamento Demência: diagnóstico clínico, tratamento pouco eficaz Diagnóstico O diagnóstico é clínico Demências e parkinsonismo 3 É feito pelo quadro clínico compatível e pela exclusão de outras causas de demência, deve-se solicitar uma TC de crânio e um exame de sangue contendo hormônios tireoidianos, vitamina B12, VDRL A RNM e a TC podem ser normais ou mostrar atrofia cerebral, predominantemente nos lobos parietal, temporal e hipocampo Biomarcadores: RNM com redução do volume do hipocampo (mas nem em todos os pacientes), líquor (redução da proteína Tau e aumento do peptídeo amiloide) Tratamento Objetivo é estabilizar o comprometimento cognitivo, do comportamento e da realização das atividades da vida diária A DA é incurável. O tratamento é baseado no uso de inibidores da colinesterase, sintomáticos e na relação paciente, família e cuidadores. Os anticolinesterásicos são Donezepil, Rivastigmina, Galantamina, Tacrina. Essas 4 drogas aumentam a acetilcolina cerebral e podem melhorar discretamente os sintomas e/ou reduzir a progressão da doença. Outras drogas: antioxidanes: vitamina E e seleginina (inibidor da MAO, Memantina (antagonista do receptor do glutamato, neurotransmissor tóxico para os neurônios, para o tratamento da doença moderada a severa associado a um inibidor da colinesterase) Leve a moderada: inibidores da colinesterase (rivastigmina, galantamina e donazepila) Moderada a grave: associar a memantina (antagonista não competitivo do receptor NMDA Se sintomas de depressão e ansiedade, iniciar ISRS Outras demências Demências tratáveis: Hipotireoidismo Deficiência de vitamina B12 Neurossífilis Demências e parkinsonismo 4 Complexo de demência relacionado à AIDS Tumores cerebrais Hidrocefalia comunicante e normobárica Alcoolismo Uso excessivo de medicamentos do SNC, como benzodiazepínicos Demências não tratáveis: Demência vascular multinfarto Doença de Binswanger Doença de Pick Doença dos corpúsculos de Lewi digusos; Doença de Huntington. Paralisia supranuclar progressiva Hidrocefalia comunicante normobárica: apraxia de marcha, incontinência urinária, parkinsonismo, demência; Demência vascular multinfarto: é a segunda causa de demência na terceira idade, fatores de risco incluem HAS, tabagismo, diabetes, dislipidemia, obesidade, alcoolismo, aterosclerose. É marcado por pioras súbitas e uma evolução progressiva em degraus, além de estar bastante associada a déficits neurológicos focais do tipo hemiparesias, síndrome piramidal, síndrome extrapiramidal, afasias motoras e sensoriais. O campo mais acometido é na fala, apraxia (planejamento), agnosia. Sintomas n]ao podem ocorrer exclusivamente durante o delirium, exames complementares de neuroimagem Doença de Binswanger: a isquemia difusa da substância branca cerebral, leucoaraiose acentuada na RNM Doença de Pick: acomete indivíduos mais jovens em relação ao Mal de Alzheimer (< 65 anos). O quadro clínico e marcado pela desinibição verbal e sexual e pela irritabilidade, alteração da personalidade, preservando nas fases iniciais a memória de cálculo, e a capacidade de realizar atividades motoras que exigem cognição. No exame de imagem, há atrofia frontotemporal. Demências e parkinsonismo 5 Paralisia supranuclear progressiva: o quadro clínico clássico é de parkinsonismo, demência subcortical progressiva, e desvio superior do olhar conjugado. Quedas repetidas são comuns pela instabilidade postural Demência com corpúsculo de Lewy Pelo menos 6 meses de duração até enxergar os sintomas Tempo de evolução mais curto Período de confusão (não é linear, flutua), alucinações (alucinações com animais, principalmente, ou pessoas, crianças) e quedas frequentes > Estão presentes na fase inicial da doença Sintomas parecidos com doença de Parkinson Parkinsonismo: bradicinesia (lentificação do movimento) e rigidez Sensibilidade aos neurolépticos (piora os sintomas ao prescrever neurolépticos) Progressão rápida Demência frontotemporal Início < 65 anos História familiar mais marcante que nas outras demências Paralisia bulbar, acinesia, fraqueza muscular e fasciculações Alterações comportamentais importantes A memória, as habilidades visuoespaciais e matemáticas são poupadas nas fases iniciais e intermediárias As funções executivas podem estar acometidas já no início Doença de Creutzfeldt-Jakob Mudança na conformação da proteína priônica Causas: espontânea, mutação no gene, ingesta ou inoculação de prion anômala Demências e parkinsonismo 6 Demência rapidamente progressiva, confusão mental, visão alterada, tremores, distúrbios na marcha, rigidez postural e mioclonias Diagnóstico: RNM, EEG, LCR com pesquisa de proteínas 1433 Demência relacionada ao HIV Acometimento primário do vírus no SNC Doença de Parkinson Apresenta-se após os 55 anos, é caracterizada pela tétrade: Tremor de repouso do tipo "contar dinheiro" ou tipo pronação supinação; Bradicinesia Rigidez em roda denteada Instabilidade postural A marcha parkinsoniana pode estar presente, além do congelamento e fáscies em múmia Sinal de Myerson: não esgotamento do reflexo piscar após sucessivos toques na glabela O processo demencial da doença de Parkinson é mais tardio Há degeneração progressiva da substância negra mesencefálica, dos neurônios dopaminérgicos O diagnóstico é feito pela clínica e pela exclusão de outras entidades que cursam com parkinsonismo Tratamento A seleginina é um inibidor da MAOB que atua inibindo a degradação da dopamina na fenda sináptica, é uma droga que tem efeito neuroprotetor na doença de Parkinson, porém, é um fracoantiparkinsoniano Demências e parkinsonismo 7 Os anticolinérgicos devem ser reservados para paciente jovens nos quais o tremor seja o sintoma predominante A amantadina bloqueia a recaptação de serotonina na fenda sináptica, é um fraco antiparkinsoniano, com baixa toxicidade O L-dopa é a droga antiparkinsoniana mais eficaz usada como precursor da dopamina, repondo os estoques da substância negra, o efeito maior é na bradicinesia, rigidez e instabilidade postural Os inibidores da COMT são úteis para prolongar os efeitos da levodopa
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