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INFECÇÕES VIRAIS

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Julia Paris Malaco – UCT14 
SP2 – Infecções virais 
 
 
O vírus é classificado de acordo com: 
 Genoma de ácido nucleico (DNA ou RNA) 
 Formato do capsídeo (icosaédrico ou 
helicoidal) 
 Presença ou ausência de um envelope lipídico 
 Modo de replicação 
 Tipo celular preferido para replicação 
(tropismo) 
 Tipo de condição patológica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vírus podem causar 
 Infecções agudas transitórias: infecção cuja 
resposta imune montada contra o vírus é 
eficaz na eliminação do vírus. Pode-se ou não 
adquirir memoria imunológica. 
 Infecções crônicas produtivas: quando o vírus 
se replica e o sistema imune não é efetivo em 
eliminar esse vírus, então a longo prazo leva a 
um quadro de inflamação crônica e pode 
ocorrer danos no tecido tanto pela 
degradação das células infectadas quanto 
pela própria ação das células imunes que 
tentam eliminar esse vírus mas não 
conseguem. 
 Infecções crônicas latentes: vírus se replica, 
causa a doença, sistema imune age, 
consegue controlar a replicação e o quadro 
de infecção diminui, mas o vírus não é 
eliminado, apenas controlado, portanto esse 
vírus permanece dentro do corpo de forma 
latente, e então quando o sistema imune se 
altera de alguma forma ou ocorre uma 
mudança no perfil replicativo do vírus ele se 
reativa e volta a agir. 
 Infecções transformantes: causada 
principalmente por vírus de DNA que precisam 
implantar seu material genético dentro do 
núcleo da célula hospedeira para começar a 
replicar, e nesse momento, o vírus acaba 
incorporando algumas porções de DNA da 
célula hospedeira modificando seu próprio 
DNA, o que pode levar a formação de 
oncogênes virais na célula do hospedeiro e 
isso se prolifera. 
 
 
 
 Mecanismos de injuria viral 
 
Vírus é um microrganismo intracelular obrigatório. 
O mecanismo de injuria viral se dá pela 
penetração do vírus na célula e pela replicação 
viral. 
A predileção dos vírus em infectar determinadas 
células e não outras é denominada tropismo, e é 
determinada por diversos fatores 
 Expressão de receptores para o vírus nas 
células do hospedeiro. 
 Presença de fatores de transcrição celulares 
que reconhecem sequências virais 
amplificadoras e promotoras. 
 Barreiras anatômicas. 
 Temperatura, pH e defesas locais do 
hospedeiro. 
 
Mecanismos que direcionam o tropismo: 
 Um grande determinante de tropismo tecidual 
é a presença de receptores virais nas células 
hospedeiras. Os vírus possuem proteínas de 
superfície celular específicas que se ligam a 
proteínas de superfície celular particulares das 
células hospedeiras. 
Determinado vírus possui proteínas expressas 
na sua membrana/envelope, que vão 
interagir com receptores específicos de 
células do hospedeiro, direcionando o 
tropismo desse determinado vírus. 
 
 Quando o vírus entra na célula são necessários 
vetores de transcrição que vão reconhecer e 
iniciar tanto a amplificação do material 
genético, quanto promover a montagem de 
novas proteínas virais e novas partículas virais. 
Alguns vírus se utilizam de barreiras anatômicas 
encontradas no organismo para conseguirem 
se ancorarem. 
 
 Quando se ancoram na célula, geralmente 
fazem a infusão do seu envelope na 
membrana plasmática da célula hospedeira e 
liberam seu capsídeo no citoplasma. Quando 
o capsídeo entra, ele se desencapsula para 
liberar o material genético e quando esse 
genoma viral é liberado, inicia uma síntese de 
novas proteínas virais. Essas proteínas virais são 
as principais responsáveis pela injuria viral. 
 
A injuria viral pode acontecer de algumas 
maneiras: 
 Alguns vírus destroem as células por impedir a 
síntese de macromoléculas/proteínas pelo 
G
Julia Paris Malaco – UCT14 
hospedeiro através da produção de enzimas 
degradativas e proteínas tóxicas, ou pela 
indução da apoptose. 
O vírus consegue fazer com que a célula 
hospedeira pare de produzir o que é 
necessário pra ela, e passe a produzir somente 
o que é necessário para o próprio vírus, isso 
acaba desestabilizando a célula podendo 
levar a célula hospedeira a morte. 
 
 Para montar uma nova partícula viral, alguns 
vírus precisam do reticulo endoplasmático que 
tem como função “empacotar” tudo e formar 
o envelope. Se tem muita coisa sendo feita 
pelo reticulo endoplasmático e ele não 
consegue dar conta de tudo, e isso acaba 
levando a um estado de stress do mesmo, 
causando liberação de proteínas sinalizadoras 
do stress, essas proteínas culminam na 
clivagem de caspase - enzima que atua 
ativando a via de morte por apoptose. 
 
 Pode também ocorrer um acumulo de 
partículas virais dentro do citoplasma que não 
conseguem sair de maneira efetiva até que 
chega um momento que se tem lise da célula. 
Caso contrário, se houver muita saída de 
partículas virais ao mesmo tempo através da 
membrana plasmática pode causar lise 
celular por conta de um excesso de fusão da 
membrana. 
 
 O sistema imune contribui através do linfócito T 
citotóxico que leva a morte da célula. 
Proteínas virais na superfície das células 
hospedeiras podem ser reconhecidas pelo 
sistema imune, e os linfócitos do hospedeiro 
podem atacar as células infectadas pelo vírus. 
Os linfócitos T citotóxicos (CTL) são importantes 
para a defesa contra infecções virais, mas os 
CTL também podem ser responsáveis pela 
injúria tecidual. 
 
 Pode acontecer uma transformação de 
células infectadas em células tumorais 
benignas ou malignas. Diferentes vírus 
oncogênicos podem estimular o crescimento 
e a sobrevivência celulares por uma 
variedade de mecanismos, incluindo a 
expressão de oncogênes codificados por vírus, 
estratégias antiapoptóticas, ou mutagêneses 
insercionais (nas quais a função dos genes do 
hospedeiro é alterada por genes virais 
inseridos no genoma do hospedeiro). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rubéola 
 
Caso clinico 
Criança de 4 anos de idade, gênero masculino, 
apresentando febre, exantema maculopapular 
generalizado, acompanhado de linfadenopatia 
occipital e retroauricular há 3 dias. História de 
vacina completa. 
Diante deste caso, responda: 
 
1. Qual a hipótese diagnóstica e quais 
características clínicas sugerem essa hipótese? 
 Rubéola, por conta do exantema e da 
linfadenopatia occipital e retroauricular 
 
2. Qual a diferença clínica com o Sarampo? 
 As principais diferenças são que o 
sarampo apresenta sinal de koplik, tosse e 
fotofobia 
 
3. Qual meio de tratamento e medidas de 
prevenção? 
 Tratamento aplicado conforme os 
sintomas 
 Prevenção: vacina tríplice viral 
 
 Sobre a rubéola 
A rubéola é causada pelo vírus da rubéola – RNA 
vírus. 
É uma infecção aguda. 
 
 Clinica 
Fase prodômica 
 Dura de 2 a 3 dias 
 Febre baixa 
 Conjuntivite discreta, 
Julia Paris Malaco – UCT14 
 Coriza 
 Enantema discreto 
 Linfadenopatia retroauricular, cervical 
posterior e occipital (importante) 
 
Fase exantemática 
 Dura em torno de 3 dias 
 Exantema maculopapular rubeoliforme 
o Por ser rubeoliforme é mais claro, mais 
rosado, pápulas são mais isoladas, não 
formam placas 
o Progressão rápida crânio caudal 
o Descamação é mínima ou ausente 
 2/3 dos casos de rubéola são subclinicos 
 Pode causar artralgia e artrite, principalmente 
em meninas 
 
 Complicações 
 Purpura trombocitopênica: reação 
autoimune com destruição de plaquetas 
(1/3000 pacientes) 
 Encefalite (1/6000) 
 Síndrome da rubéola congênita 
o Caracterizada pela tríade: catarata, 
surdez e cardiomiopatia congênita 
(maior incidência é PCA e estenose 
da artéria pulmonar) 
 
 Tratamento 
 Sintomático 
 
 Prevenção 
 Vacina tríplice viral 
o Em relação a vacinação: segundo o 
ministério da saúde “caso suspeito de 
rubéola é todo paciente que 
apresente febre e exantema 
maculopapular,acompanhado de 
linfadenopatia retroauricular occipital 
e cervical, independentemente da 
idade e situação vacinal” – nesses 
casos dar a vacina novamente. 
 
 
Sarampo 
 
Causado por paramixovirus RNA, é da mesma 
família do vírus sincicial respiratório. 
É uma infecção aguda. 
Pico de incidência: 5 a 10 anos de idade 
Agente etiológico: Measles morbillivirus 
Transmissão: gotículas respiratórias/aerossóis 
Gênero: Morbillivirus 
o Vírus de RNA com capsídeo helicoidal, 
ancorado ao capsídeo encontra-se a RNA 
polimerase – que faz a 
amplificação/cópia da sequência de 
nucleotídeos. 
o Além disso também encontram-se 
algumas proteínas de superfície (M, H, F) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Patogenia 
A proteína H (presente na superfície do virus) 
interage com dois receptores de membrana 
específicos 
 CD46: envolvido no sistema complemento, é 
expresso em todas as células do corpo 
 SLAM: proteína que atua na via de ativação 
do linfócito T, é expresso em células imunes 
(preferência do vírus) 
Quando a proteína H se liga na molécula 
receptora, tem-se a ancoragem da proteína F 
(proteína de fusão) na membrana plasmática 
para que ocorra a fusão do envelope viral com a 
membrana plasmática da célula hospedeira. 
Após a fusão, é liberado o núcleo capsídeo dentro 
do citoplasma contendo o genoma viral. 
Esse núcleo capsídeo se desfaz, e então os RNA 
mensageiros começam a ser amplificados e 
traduzidos gerando a formação de proteínas de 
membrana, proteínas genômicas e proteínas do 
capsídeo. 
Quando se fala em sarampo, as proteínas de 
membrana se ligam na membrana plasmática da 
própria célula, o núcleo capsídeo se ancora nessa 
membrana plasmática e sai levando parte da 
membrana, levando a formação de um novo vírus 
 
 Curso da doença 
 Nos primeiros dias após infecção observa-se a 
presença de vírus nos linfonodos 
 A partir do 5º dia, saem do linfonodo e 
alcançam a corrente sanguínea podendo 
acometer vários órgãos e tecidos 
 A partir do 10 ao 15º dia de infecção, a pele 
começa a ser infectada, é a partir daí que o 
sistema imune começa a montar uma resposta 
efetiva contra esse virus 
 No 20º dia geralmente, o quadro é resolvido 
Julia Paris Malaco – UCT14 
 Em casos de pacientes imunossuprimidos, a 
infecção do sarampo pode levar a um quadro 
de: 
o Crupe (IVAS 
o Pneumonia 
o Diarreia 
o Diarreia com enteropatia perdedora de 
proteína 
o Ceratite com cicatrização e cegueira 
o Encefalite 
o Exantemas hemorrágicos (“sarampo 
negro”). 
 
 Sistema imune 
 Resposta imune adaptativa – começa depois 
da primeira semana de infecção 
 A partir do 9º dia observa-se: 
o Uma imunossupressão transitória, que 
pode levar ao surgimento de uma 
infecção bacteriana oportunista. 
o Aumento de linfócitos TCD4, que são 
responsáveis por estimular a produção de 
anticorpos 
 A partir do 12º, 13º dia: 
o Aumento de linfócito TCD8 – citotóxico 
(principal para a destruição do vírus) 
o Começam a aparecer as erupções na 
pele 
o IgM começa a ser produzido, 
neutralizando as partículas virais 
 Depois do 15º dia: 
o Aumento abrupto De IgG, que contribui 
para a memória imunológica a longo 
prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Clinica 
Fase prodômica 
 Fase pré exantemática: criança está doente 
mas ainda não apresenta exantema – dura de 
3 a 5 dias 
 Febre alta 
 Tosse 
 Coriza 
 Conjuntivite (com característica de fotofobia), 
 Enantema – manifestação da doença na 
mucosa - sinal de koplik 
o Sinal de koplik: é patognômico de 
sarampo. São manchas esbranquiçadas 
no revestimento interno da bochecha - 
geralmente aparece nas últimas 24 horas 
da fase prodômica 
o Se dá por necrose, exsudato neutrofílico e 
neovascularização - vírus leva a abertura 
do ducto da glândula parótida, esse 
ducto de abre na frente dos pré molares. 
Como ocorre morte das células naquele 
local, forma-se um centro de necrose que 
leva a formação de manchas e de 
inflamação que resultam nesse sinal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fase exantemática 
 Dura em torno de 3 a 5 dias 
 Exantema maculopapular morbiliforme 
o Maculopapular – manchas com 
pequenas elevações (pápula é menor 
que 5 mm) 
o Morbiliforme – coloração mais escura, 
avermelhada, acastanhada. 
o Esse exantema tem um lenta progressão 
crânio caudal - geralmente começa na 
região posterior do pescoço, face 
retroauricular  tórax, abdome, raízes da 
coxa  restante do corpo, extremidades 
o Pápulas se concluem e começam a formar 
placas 
o No final da doença, as placas começam a 
descamar, como se a pele esfarelasse 
 Não existe sarampo subclínico 
 
 Alterações morfológicas 
 O exantema macular marrom-avermelhado 
da infecção pelo vírus do sarampo na face, 
tronco e extremidades proximais é produzido 
por vasos dilatados da pele, edema, e um 
infiltrado perivascular mononuclear não 
especifico e moderado. 
 Lesões mucosas ulceradas na cavidade oral, 
próximas a abertura dos ductos de Stensen (os 
pontos patognomônicos de Koplik), são 
marcadas por necrose, exsudato neutrofílico e 
neovascularização. 
Julia Paris Malaco – UCT14 
 Os órgãos linfoides tipicamente possuem 
marcada hiperplasia folicular, grandes centros 
germinativos, e células gigantes 
multinucleadas randomicamente distribuídas, 
denominadas de células Warthin-Finkeldey, as 
quais possuem corpos de inclusão eosinofílicos 
nucleares e citoplasmáticos. 
 
Linfonodos aumentados, causando hiperplasia folicular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Células Warthin-Finkeldey 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Complicações 
 Otite media aguda (mais comum) 
 Pneumonia (mais grave) 
 Encefalite (1 a 3 casos/1000) 
 
 Tratamento 
 Sintomáticos: hidratação, analgésicos, 
antipiréticos 
 Vitamina A: fundamental para a 
integridade da mucosa, importante na 
melhora do prognostico da doença 
o É prescrita para pacientes com menos 
de 2 anos ou com casos graves da 
doença 
 
 Prevenção 
 Vacina tríplice viral 
 
 
 
 
Caxumba 
 
É uma infecção aguda, caracterizada por edema 
autolimitado e doloroso unilateral ou bilateral das 
glândulas parótidas ou de outras glândulas 
salivares que dura pelo menos dois dias e que não 
tem outra causa aparente. 
 
Agente etiológico: Mumps rubulavirus 
Família: Paramixovírus 
Gênero: Rubulavirus 
Vírus de RNA com capsídeo helicoidal, envelope e 
proteínas de membrana (M, HN, F, SH) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Patogenia 
Infecta a mucosa oral pela ligação da proteína 
HN na célula, proteína H se liga ao receptor, 
ocorre a fusão da membrana e entrada de 
material genético do vírus dentro da célula 
infectada. 
Depois da mucosa oral, observa-se o vírus nos 
linfonodos acometendo tonsilas palatinas, linguais 
e faríngeas. 
Depois de passar pelas tonsilas o vírus consegue 
chegar a corrente sanguínea a vai fazer um 
tropismo para as glândulas salivares – 
principalmente a parótida – chegando na 
parótida começa a fazer lise das células 
causando descamação e inflamação no local. 
 
Tempo de incubação até o aparecimento na 
parotidea é de mais ou menos 19 dias 
 
Paciente apresenta edema, inchado e dor no 
local de acometimento. 
 
Além da glândula salivar, esse vírus pode infectar 
qualquer célula epitelial: 
 Pode acometer os testículos, levando a orquite 
por caxumba – pode cursar com a parada de 
irrigação sanguiena do local causando 
esterilidade 
 Pode acometer o pâncreas que causa 
pancreatite 
 Pode acometer o tecido encefálico levando a 
encefalite 
Julia Paris Malaco – UCT14 
 Morfologia 
 Na parotite por caxumba, que é bilateral em 
70% dos casos, as glândulas afetadas estão 
aumentadas, possuem uma consistência 
pastosa, e são úmidas, brilhosas, e marrom-
avermelhadas em cortes transversais. 
 Ao exame microscópico,o interstício da 
glândula se encontra edematoso e 
difusamente infiltrado por macrófagos, 
linfócitos e plasmócitos, o que comprime os 
ácinos e ductos. Neutrófilos e debris necróticos 
podem preencher o lúmen ductal e causar 
dano focal ao epitélio ductal. 
 Na orquite por caxumba, o inchaço testicular 
pode ser evidente, causado por edema, 
infiltrado de células mononucleares e 
hemorragias focais. Devido ao testículo ser 
firmemente contido pela túnica albugínea, o 
edema parenquimatoso pode comprometer o 
suprimento sanguíneo e causar áreas de 
infarto. A esterilidade, quando ocorre, é 
causada por cicatrizes e atrofia do testículo 
após resolução da infecção viral. 
 No pâncreas rico em enzimas, as lesões 
podem ser destrutivas, causando necrose 
parenquimatosa e gordurosa e inflamação 
rica em neutrófilos. 
 A encefalite por caxumba causa 
desmielinização perivenosa e formação de 
uma borda circundante mononuclear 
perivascular. 
 
Herpes vírus 
 
Caso clinico 
Mulher de 21 anos, da entrada no pronto socorro, 
com queixa, há 2 dias, de feridas dolorosas na 
vulva, com dificuldade para sentar, referiu 
também queimação e ardência nos grandes 
lábios. 
Data da última menstruarão há 15 dias, método 
anticoncepcional: contraceptivo oral; 
Antecedentes obstétricos: nuligesta. 
Ao exame dos órgãos genitais externos, são 
identificadas pequenas úlceras rasas, presença 
de vesículas, agrupadas, na face interna do 
pequeno lábio direito, dolorosas. 
 
1. Qual a principal hipótese diagnóstica? 
 Herpes tipo 2 
 
2. Qual são os sorotipos? 
 Ginecológico mais comum: tipo 2 
 Labial: tipo 1 
 
3. Quais as características das lesões? 
 Vesículas doloridas, com ardência, sem 
exsudato 
 
4. Tratamento? 
 Aciclovir 
 
 Sobre o herpes vírus 
Vírus de DNA de fita dupla encapsulados por 
núcleo capsídeo icosaédrico, com envelope e 
proteínas de envelope. 
É uma infecção crônica latente 
 
Divididos em 3 grupos 
 Grupo alfa 
o HSV-1 e HSV-2 – responsáveis pela 
formação de vesículas nas mucosas da 
boca e das genitália. 
o Vírus varicela zoster (VZV) – herpes zoster 
 Grupo beta 
o Citomegalovírus, herpes humano 6 e 7 – 
infecção principalmente em linfócitos 
 Grupo gama 
o Epstein-barr 
 
Herpes simples 
HSV-1 e HSV-2 diferem sorologicamente mas são 
geneticamente semelhantes e causam um 
quadro semelhante de infecções primárias e 
recorrentes. Esses vírus produzem infecções 
agudas e latentes. 
Ambos os vírus se replicam na pele e membranas 
mucosas no local de entrada do vírus 
(normalmente orofaringe ou genitália), onde eles 
produzem vírions infecciosos e causam lesões 
vesiculares da epiderme. 
Os vírus se disseminam para os neurônios sensoriais 
que inervam estes locais primários de replicação. 
Nucleocapsídeos virais são transportados ao 
longo de axônios para os corpos celulares 
neuronais, onde os vírus estabelecem infecções 
latentes. 
Durante a latência, o DNA viral permanece no 
interior do núcleo do neurônio, e apenas os 
produtos da transcrição do RNA viral associados à 
latência (LAT) são sintetizados. 
A reativação do HSV-1 e HSV-2 pode ocorrer 
repetidamente com ou sem sintomas, e resulta na 
disseminação do vírus dos neurônios para a pele 
ou membranas mucosas. 
 
Quadros de infecção aguda: lesão do tipo 
vesicular na epiderme, 
Quadros de infecção latente: infecta neurônios 
sensoriais e permanece dormente dentro do 
corpo celular do neurônio sensorial. 
 
Grande quantidade de proteínas que conferem 
viremia ao vírus 
Julia Paris Malaco – UCT14 
 Glicoproteínas C e B: ligam-se a receptores 
semelhantes a heparan sulfato nas células 
endoteliais, auxiliando na ancoragem 
 Glicoproteína D: se liga a correceptores da 
família de proteínas do TNFR ou da família da 
nectina, auxiliando na fusão das membranas 
 Glicoproteínas B, H, I, e L: abrem a membrana 
da célula, para que o núcleo capsídeo possa 
ser inserido. 
 Nucleocapsídeo: penetra no citoplasma e 
diversas proteínas virais são liberadas do virion. 
 Capsídeo: se liga ao núcleo da célula, 
injetando o DNA do vírus no núcleo. 
 Replicação viral/ síntese de proteínas virais/ 
montagem do nucleocapsídeo 
 
 Patogenia 
Algumas proteínas virais interrompem a síntese de 
proteínas do hospedeiro, levando a um acumulo 
de liquido dentro da célula causando lesões 
vesiculares. 
O sistema imune não consegue eliminar o vírus, 
então ele sai da célula infectada e passa a 
infectar neurônios sensoriais. 
No neurônio sensorial, ele migra e fica guardado 
no núcleo do corpo celular do neurônio sensorial. 
Quando o vírus entra no núcleo do neurônio 
sensorial, observa-se grande quantidade de RNA 
viral associado a latência e é ele que é 
responsável pela manutenção desse vírus em 
estado de latência. 
 
Herpes vírus tipo 1: ficam em estado de latência 
nos gânglios do nervo trigêmeo ou nos gânglios 
cervicais inferior e superior do sistema 
parassimpático 
Herpes vírus tipo 2: ficam em estado de latência 
nas raízes dos nervos sacrais (S2 a S5). 
 Herpes genital: causada por herpes vírus 
tipo 2, é caracterizada por vesículas nas 
membranas mucosas genitais, assim como 
na genitália externa, que são rapidamente 
convertidas em ulcerações superficiais, 
margeadas por um infiltrado inflamatório. 
 
Até que o sistema imune consegue, ele contém 
esses vírus, quando ocorre alguma falha, as lesões 
aparecem novamente – vesículas cheias de 
liquido que tendem a se romper e formar crostas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Complicações 
Pacientes imunocomprometidos pode apresentar: 
 Gengivoestomatite 
 Paroníquia herpética 
 Ceratite herpética 
 Herpes ocular 
 Erupção variceliforme de kaposi 
 Eczema herpético. 
 
 Morfologia 
As células infectadas pelo HSV contêm inclusões 
intranucleares (Cowdry tipo A) grandes e rosa a 
arroxeadas, que consistem em vírions intactos e 
rompidos com a cromatina da célula do 
hospedeiro corada e empurrada para as margens 
do núcleo. Devido a fusão celular, o HSV também 
produz sincícios multinucleados contendo 
inclusões. 
 
 Diagnostico diferencial 
 
Herpes Cancro mole 
Múltiplas ulceras Múltiplas ulceras 
Doloroso Doloroso 
Vesículas X 
Fundo limpo 
 
Fundo sujo, exsudato, 
amarelado 
Adenopatia – sem fistula 
 
Adenopatia – com 
fistula 
X Pode ter mal cheiro 
 
 Cancro mole é tratado com antibiótico - pode 
ser: 
o Azitromicina 1g 
o Ciprofloxacina 12 em 12h por dois dias 
o Ceftriaxona intramuscular 
 
Herpes zoster 
Causada pelo vírus varicela zoster 
Disseminação hematogênica do vírus 
O paciente tem varicela (catapora), o sistema 
imune contem a replicação parando os sintomas 
mas não consegue eliminar o vírus do corpo, 
deixando o vírus em estado de latência no gânglio 
da raiz dorsal dos neurônios sensoriais. 
Quando acontece uma reativação da infecção 
viral leva a um quadro de herpes zoster. 
 
 São erupções vesiculosas geralmente 
acometendo os queratinócitos presentes em 
um dermatomo especifico do neurônio 
sensorial onde o vírus ficou latente, também 
pode ter mais locais acometido. 
 São frequentemente associadas a prurido 
intenso, queimação, ou dor aguda devido a 
radiculoneurite simultânea 
Julia Paris Malaco – UCT14 
 Herpes zoster é acompanhada de muita dor 
por uma estimulação que ocorre dentro do 
neurônio sensorial que é capaz de ativar as 
vias de dor a partir daquele neurônio. 
 Essa dor é especialmente intensa quando os 
nervos trigêmeos são envolvidos; raramente, o 
núcleo geniculado está envolvido, causando 
paralisia facial (síndrome de Ramsay Hunt). 
 Os gânglios sensoriais contêm um infiltrado 
denso, predominantemente mononuclear, 
com inclusões intranucleares herpéticas no 
interior dos neurônios e suas células de suporte 
 O VZV também pode causar pneumonia 
intersticial, encefalite, mielitetransversa e 
lesões viscerais necrosantes, particularmente 
em pessoas imunossuprimidas. 
 
Varicela 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Herpes zoster 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Citomegalovírus 
Pode induzir defeitos congênitos graves 
Provoca amplo espectro de distúrbios em crianças 
maiores e adultos, variando desde infecção 
subclínica e assintomática, ou síndrome de 
mononucleose em indivíduos sadios, até doença 
disseminada em pacientes 
imunocomprometidos. 
 
 Vírus de DNA, com nucleocapsídeo, envelope 
e proteínas de membrana 
 Infecta uma variedade de células. 
 Fica Latente nos monócitos e seus progenitores 
na medula óssea. 
 
Formas de transmissão: Transplacentária; 
Neonatal; Saliva; Contato sexual; Iatrogênica 
(transfusão de sangue ou transplante de órgãos 
contaminados) 
 
 Patogenia 
Citomegalovírus infecta várias células imunes 
levando a uma imunossupressão transitória. 
Quando o vírus entra na célula, ele a manipula 
para que ela diminua sua expressão de MHC de 
classe 1 e 2 na superfície, para que essa célula não 
recrute outras células imunes fazendo com que 
não seja possível eliminar aquele vírus que está ali. 
Além disso produz homólogos dos receptores de 
TNF e de IL-10 que atuam como citocinas anti-
inflamatórias impedindo a montagem de uma 
resposta citotóxica contra a célula infectada. 
Também produz moléculas homologas ao MHC 
de classe 1, porque se a célula não expressa MHC 
de classe 1 na membrana, a célula natural killer 
entende que ela esta infectada e alguém esta 
fazendo com que ela não expresse isso, então o 
próprio vírus induz a produção de uma molécula 
falsa de MHC de classe 1, para que a célula 
natural killer veja que esta tudo bem com a célula 
infectada e não interfira na atuação do vírus. 
 
Células afetadas 
 Macrófagos e células dendriticas 
 Glândulas: células epiteliais parenquimatosas 
 Cérebro: neurônios 
 Pulmões: macrófagos alveolares e as células 
epiteliais e endoteliais 
 Rins: células epiteliais tubulares e endoteliais 
glomerulares. 
 
 Morfologia 
Inclusões basofílicas intranucleares normalmente 
iniciadas da membrana nuclear por um halo 
claro. 
No interior do citoplasma há inclusões basofílicas 
menores também podem ser vistas. 
O CMV disseminado causa necrose focal com 
inflamação mínima em virtualmente qualquer 
órgão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Infecção congênita: 95% dos casos são 
assintomáticos porque o sistema imune da mãe 
age. 
Julia Paris Malaco – UCT14 
 Mãe com infecção primária (outros 5%): 
Inclusão citomegálica, nesses casos pode 
ocorrer 
o Retardo no crescimento intrauterino 
o Icterícia 
o Hepatoesplenomegalia 
o Anemia 
o Sangramento devido a trombocitopenia 
o Encefalite. 
o Em casos fatais: microcefalia e pode 
apresentar focos de calcificação. 
 
Infecções Perinatais: assintomática na maioria dos 
casos. 
Bebês podem desenvolver: 
 Pneumonite intersticial 
 Falha no desenvolvimento 
 Exantema cutâneo 
 Hepatite 
 
Mononucleose por Citomegalovírus 
 Febre 
 Linfocitose atípica 
 Linfadenopatia 
 Hepatomegalia (anormalidade nos resultados 
de testes de função hepática). 
 
 Indivíduos Imunossuprimidos 
 Pulmões (pneumonite) 
o Caracterizada por: um infiltrado 
intersticial mononuclear com focos de 
necrose. 
o Progressão: síndrome da angústia 
respiratória aguda. Observa-se 
extravasamento de liquido e fribrina 
pro espaço alveolar, dificuldade na 
troca gasosa 
 Trato gastrointestinal (colite) 
o Necrose e ulceração intestinais 
podem ser extensas, levando a 
formação de pseudomembranas e 
diarreia debilitante. 
 
 
Hepatite B 
 
Agente etiológico: HBV 
Família: hepadnavírus 
o vírus de DNA fita dupla, com capsídeo, 
envelopado, no núcleo encontra-se DNA 
polimerase e vários antígenos do envelope, 
dentre eles o HBSAG que é o antígeno utilizado 
para a detecção da infecção no paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transmissão: Percutânea; Perinatal; Sexual 
 
 Patogenia 
Esse vírus não leva a lise da célula e não consegue 
se esconder da reposta imune. O dano gerado 
por esse virus se dá mais pela resposta montada 
pelo linfócito T do que pela presença do vírus em 
si. 
O vírus se ancora na célula, entra e começa a se 
proliferar, se a resposta imune é leve e efetiva o 
quadro se resolve sem danos maiores. 
Se a reposta é exacerbada causa muitos danos 
na célula levando ao quadro de inflamação 
crônica e substituição da célula/tecido infectado 
por tecido conjuntivo fibroso. 
 
Nesse quadro, o fígado desenvolve uma hepatite 
crônica, com inflamação linfocítica, hepatócitos 
apoptóticos resultantes de morte mediada por 
linfócitos T citotóxicos, e destruição progressiva do 
parênquima hepático. 
O vírus infecta principalmente hepatócitos, que 
morrem por apoptose causando necrose, que vai 
levando a substituição dos cordões de 
hepatócitos por tecido fibroso e junto com isso um 
amplo infiltrado inflamatório de células 
mononucleares – linfócitos T citotóxicos – a longo 
prazo isso pode evoluir pra cirrose hepática e 
aumento do risco de carcinoma hepatocelular 
 
Epstein-barr 
 
O EBV causa a mononucleose infecciosa, uma 
desordem linfoproliferativa benigna e 
autolimitante. 
A mononucleose infecciosa é caracterizada por 
febre, linfadenopatia generalizada, 
esplenomegalia, dor de garganta, e o 
aparecimento no sangue de linfócitos T ativados 
atípicos (células da mononucleose). 
Algumas pessoas desenvolvem hepatite, 
meningoencefalite e pneumonite. 
A mononucleose infecciosa ocorre 
principalmente em adolescentes ou adultos 
Julia Paris Malaco – UCT14 
jovens de classes socioeconômicas altas em 
nações desenvolvidas. No resto do mundo, a 
infecção primária por EBV ocorre na infância e é 
normalmente assintomática. 
 
 Patogenia 
O EBV é transmitido por contato humano próximo, 
frequentemente pela saliva durante o beijo. 
 
Uma glicoproteína do envelope do EBV se liga ao 
CD21 (CR2), o receptor para o componente C3d 
do complemento, presente nas células B. 
 
A infecção viral se inicia nos tecidos linfoides 
nasofaríngeos e orofaríngeos, particularmente nas 
tonsilas. Tanto por meio de uma infecção 
transitória do epitélio como pela transcitose para 
a submucosa, o EBV ganha acesso aos tecidos 
linfoides submucosos. 
Aqui, a infecção das células B pode tomar uma de 
duas formas. 
 Em uma minoria de células B existe infecção 
produtiva, com lise de células infectadas e 
liberação de vírions, os quais podem infectar 
outras células B. 
 Na maioria das células B, o EBV estabelece 
uma infecção latente. 
Durante a infecção latente, um pequeno número 
de genes do EBV é expresso e eles estão 
envolvidos no estabelecimento da latência. 
Os produtos gênicos incluem EBNA1, o qual liga o 
genoma do EBV aos cromossomos, mediando a 
persistência e manutenção epissomais, e o EBNA2 
e a proteína latente de membrana 1 (LMP1), os 
quais direcionam a ativação e proliferação de 
células B. 
 
A LMP1 parece atuar através da ligação a fatores 
associados ao receptor para TNF, e ativa as vias 
de sinalização que mimetizam a ativação de 
células B pelo CD40, o qual está envolvido em 
respostas normais de células B. 
O EBNA2 estimula a transcrição de muitos genes 
da célula do hospedeiro, incluindo genes que 
direcionam a entrada no ciclo celular. As células B 
ativadas então se disseminam na circulação e 
secretam anticorpos com diversas 
especificidades. Os anticorpos heterófilos se ligam 
a antígenos que diferem dos antígenos que os 
induziram. 
 
Os sintomas da mononucleose infecciosa 
aparecem no início da resposta imune do 
hospedeiro. A imunidade celular mediada por 
células T citotóxicas CD8+ e células NK é o 
componente mais importante dessa resposta. Os 
linfócitos atípicos encontrados no sangue, tão 
característicosdessa doença, são basicamente 
células T citotóxicas CD8+ específicas para o EBV, 
mas também incluem células NK CD16+. 
 
A proliferação reativa de células T está 
largamente centrada nos tecidos linfoides, os 
quais são responsáveis pela linfadenopatia e 
esplenomegalia. 
 
Precocemente no curso da infecção, são 
formados anticorpos IgM contra os antígenos do 
capsídeo viral; mais tarde, são formados 
anticorpos IgG que persistem por toda a vida. 
 
Em pessoas de outra forma saudáveis, as respostas 
humorais e celulares totalmente desenvolvidas ao 
EBV atuam como freios para a liberação viral, 
resultando na eliminação de células B 
expressando todo o complemento dos genes 
associados à latência do EBV. 
Entretanto, o EBV persiste ao longo da vida em 
uma pequena população de células B em 
repouso nas quais a expressão de genes do EBV é 
limitada ao EBNA1 e LMP2. 
 
Em hospedeiros com defeitos adquiridos da 
imunidade celular (p. ex., Aids, transplante de 
órgãos), essa proliferação pode progredir através 
de um processo de múltiplos passos para linfomas 
de células B associados ao EBV. O EBV também 
contribui para o desenvolvimento de alguns casos 
de linfoma de Burkitt, no qual uma translocação 
cromossômica (mais comumente uma 
translocação 8:14) envolvendo o oncogene c-
myc é o evento oncogênico crítico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Julia Paris Malaco – UCT14 
 Clinica 
 Febre, dor de garganta, linfadenite e as 
outras características mencionadas 
anteriormente. 
 Apresentações atípicas são comuns, e 
incluem mal-estar, fadiga e 
linfadenopatia, levantando o espectro de 
leucemia ou linfoma; 
 uma febre de origem desconhecida sem 
linfadenopatia significativa ou outros 
achados localizados; 
 hepatite assemelhando-se a uma das 
síndromes virais hepatotrópicas; ou um 
exantema febril se assemelhando a 
rubéola. 
 
 Diagnóstico 
O diagnóstico depende dos seguintes achados 
(em ordem crescente de especificidade): 
 Linfocitose com os linfócitos atípicos 
característicos no sangue periférico 
 Uma reação de anticorpos heterófilos positiva 
(teste por monospot) 
 Anticorpos específicos para antígenos de EBV 
(antígenos do capsídeo viral, antígenos 
precoces, ou antígeno nuclear do Epstein-
Barr). 
 
Na maioria dos pacientes, a mononucleose 
infecciosa se resolve dentro de 4 a 6 semanas, mas 
às vezes a fadiga dura mais tempo. 
 
 Morfologia 
 O sangue periférico apresenta linfocitose 
absoluta; mais de 60% das células brancas 
são linfócitos. Entre 5% e 80% destes são 
linfócitos atípicos grandes, de 12 a 16 μm 
de diâmetro, caracterizados por um 
citoplasma abundante contendo 
múltiplas vacuolizações claras, um núcleo 
oval, entalhado ou dobrado, e grânulos 
citoplasmáticos azurofílicos dispersos. Esses 
linfócitos atípicos, a maioria dos quais 
expressa CD8, são suficientemente 
distintos para sugerir fortemente o 
diagnóstico. 
 
Linfócitos atípicos na mononucleose 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os linfonodos estão tipicamente distintos e 
aumentados por todo o corpo, 
principalmente nas regiões cervical 
posterior, axilar, e da virilha. 
 Ao exame histológico a característica 
mais notável é a expansão das áreas 
paracorticais por células T ativadas 
(imunoblastos). Ocasionalmente, podem 
ser encontradas células B infectadas pelo 
EBV, que se assemelham as células de 
Reed-Sternberg (as células malignas do 
linfoma de Hodgkin). 
 A proliferação de células T é, algumas 
vezes, tão exuberante que é difícil de 
distinguir a morfologia nodular daquela 
vista nos linfomas malignos. 
 O baço está aumentado na maioria dos 
casos, uma expansão dos folículos da 
polpa branca e dos sinusoides da polpa 
vermelha, devido a presença de 
numerosas células T ativadas. 
 No fígado, tem-se hepatomegalia 
moderada 
 
 Complicações 
 Mais comum: disfunção hepática notável 
com icterícia, níveis elevados de enzimas 
hepáticas, distúrbio de apetite, e 
raramente até mesmo insuficiência 
hepática. 
 Outras complicações envolvem o sistema 
nervoso, rins, medula óssea, pulmões, 
olhos, coração e baço. 
 Em imunodeprimidos pode causar linfoma 
de células B. O EBV também causa uma 
outra forma distinta de linfoma, 
denominada de linfoma de Burkitt, 
particularmente em certas localizações 
geográficas. 
 Consequências desafortunadas também 
ocorrem em indivíduos que sofrem de 
síndrome de linfoproliferação ligada ao X 
(também conhecida como doença de 
Duncan), uma desordem causada por um 
defeito em um gene, SH2D1A, que é 
expresso primariamente nas células T 
citotóxicas e células NK. O SH2D1A 
(também denominado de SAP) participa 
de uma via de sinalização crítica para 
uma resposta celular eficaz contra as 
células B infectadas pelo EBV. A falha em 
controlar a infecção pelo EBV 
variadamente leva a mononucleose 
infecciosa crônica, agamaglobulinemia, e 
linfoma de células B, cada um dos quais se 
mostra fatal em cerca de um terço dos 
pacientes.

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