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aula 4 FATO TIPICO - CONDUTA E RESULTADO 1

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DIREITO PENAL 
ALEXANDRE ZAMBONI
FATO TÍPICO (1º elemento do crime): 
No que tange aos crimes materiais, para que 
exista o fato típico é necessário atestar a 
existência de todos estes quatro elementos: 
Conduta penalmente relevante; 
Resultado; 
Nexo causal; 
Tipicidade. 
No que tange aos crimes formais e crimes de 
mera conduta, para que exista o fato típico é 
necessário atestar a existência destes dois 
elementos: 
Conduta penalmente relevante; 
Tipicidade. 
Observação: estudaremos os conceitos de 
crimes materiais, formais e de mera conduta 
quando chegarmos ao estudo do RESULTADO.
CONDUTA PENALMENTE RELEVANTE (1º 
elemento do fato típico). 
A conduta penalmente relevante necessita ser 
(em ordem de aferição): 
1) Humana (análise objetiva de conduta); 
2) Voluntária (análise objetiva de conduta); 
3) Dolosa ou culposa (análise subjetiva de 
conduta).
A conduta penalmente relevante precisa, portanto, ser 
HUMANA e VOLUNTÁRIA (as duas coisas ao mesmo tempo) na 
análise objetiva e precisa ser DOLOSA OU CULPOSA (uma 
coisa ou outra) na análise subjetiva. 
Assim, podemos ter uma conduta penalmente relevante 
HUMANA, VOLUNTÁRIA e DOLOSA e podemos ter uma 
conduta penalmente relevante HUMANA, VOLUNTÁRIA e 
CULPOSA. 
Perceba: não é possível uma conduta penalmente relevante ser, ao 
mesmo tempo, dolosa e culposa; 
Perceba, também: a conduta penalmente relevante, seja dolosa ou 
culposa, SEMPRE terá que ser humana e voluntária. 
.
.
Conduta Humana: no que tange à conduta necessitar ser 
humana, temos isso como regra. Existe, contudo, uma exceção 
na qual prevista está a possibilidade de pessoa jurídica cometer 
crime ambiental (artigo 225, § 3º, CF/88). 
Fundamento: a Constituição Federal estabelece que as condutas 
e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e 
administrativas, independentemente da obrigação de reparar o 
dano (art. 225, § 3º). Esse dispositivo foi regulamentado pela Lei 
n. 9.605/98, que concretizou a possibilidade de responsabilização 
penal da pessoa jurídica que cometa crime contra o meio 
ambiente. As penas, evidentemente, são aquelas compatíveis 
com a sua condição: multa, proibição de contratar com o Poder 
Público etc.
Pergunta: para se investigar/processar/julgar/condenar/
absolver uma pessoa jurídica pela prática de crime ambiental é 
necessário que na investigação/processo/julgamento/
condenação/absolvição haja, junto a ela, uma pessoa física? 
Reposta: não. 
Motivo: houve um tempo em que isso era necessário, época 
esta na qual a jurisprudência adotava uma teoria chamada de 
dupla imputação. Isto mudou, entretanto. Hoje vigora o que se 
chama, quanto a isso, de responsabilidade apartada.
Pergunta: pessoa jurídica pode cometer 
contra a ordem econômica e financeira ou 
contra a economia popular? 
Resposta: não. 
Motivo: apesar de a CF/88 prever, no artigo 173, § 5º, a possibilidade de 
punição de pessoa jurídica em prática de atos de tal natureza (“a lei, sem 
prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, 
estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições 
compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem 
econômica e financeira e contra a economia popular”) ela não fala em 
SANÇÃO PENAL. 
A título comparativo, veja que a CF/88, no que tange à possibilidade de 
Pessoa Jurídica sofrer sanção em caso de cometimento de condutas 
lesivas ao meio ambiente, especificou a natureza da sanção: 
Art. 225, § 3º: as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio 
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções 
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os 
danos causados.
Conduta voluntária: ocorre quando o movimento 
corporal (ação) ou a inação corporal (omissão) 
acontecem tendo o agente total controle sobre a 
ação ou omissão realizada. 
Existe, portanto, possibilidade de uma ação ou 
omissão humana ocorrer em situações nas 
quais o agente não tem controle sobre o 
movimento ou inação: ainda que o agente não 
quisesse realizar o movimento ou a inação 
estes aconteceriam. Nestes casos se diz que a 
conduta humana foi involuntária. 
Exemplos de situações onde a conduta 
( a ç ã o o u o m i s s ã o ) n ã o p o s s u i 
v o l u n t a r i e d a d e : a t o s d e r e f l e x o , 
sonambulismo, hipnose e coação FÍSICA 
irresistível. 
Perceba: caso uma conduta humana 
aconteça de forma involuntária, ainda que 
esta ocasione determinado resultado lesivo a 
alguém, é impossível haver responsabilização 
penal para o agente desta conduta. 
Por quê? Porque se a conduta, apesar de 
humana, não é voluntária, não existe conduta 
penalmente relevante já no aspecto objetivo 
e, portanto, nem mesmo existe possibilidade 
de analisar o aspecto subjetivo; sem conduta 
penalmente relevante, sem fato típico (1º 
elemento do crime) e sem fato típico é 
impossível haver crime. 
Atenção: ato reflexo é diferente de ato em 
curto-circuito.
Como isto já foi cobrado em concursos públicos? 
(FUNCAB - PC-ES - Escrivão de Polícia) Manoel estava cortando uma laranja com um 
canivete em seu sítio, distraído, quando seu primo, Paulo, por mera brincadeira, veio por 
trás e deu um grito. Em razão do susto, Manoel virou subitamente, ferindo Paulo no 
pescoço, provocando uma lesão que o levou a óbito. Logo, Manoel praticou o crime de 
homicídio culposo. 
GABARITO: ERRADO 
(MPE-GO - MPE-GO - Promotor de Justiça Substituto) Nas ações em 
curto-circuito e nos atos reflexos inexiste conduta por ausência de 
voluntariedade. 
GABARITO: ERRADO
(TJ-PR - TJ-PR - Assessor Jurídico) Mévio sofre de sonambulismo e seus ataques são 
frequentes. Em determinada noite, durante um desses ataques, Mévio se levanta, dirige-se 
ao exterior de sua casa e, tendo um espasmo, acaba empurrando Adolfo de um penhasco, 
que é vizinho às residências de ambos. Adolfo falece em virtude de lesões decorrentes da 
queda. Ao acordar, sem ter nenhuma consciência nem lembrança do que ocorreu, Mévio é 
informado do episódio e fica bastante feliz com a brutal morte de Adolfo, seu desafeto. 
Mévio deverá ser condenado por homicídio culposo. 
GABARITO: ERRADO 
 
(FAURGS - TJ-RS - Assessor Judiciário) A coação 
irresistível, desde que física, exclui o fato típico em 
relação ao coagido. 
GABARITO: CERTO 
(CESPE - POL ÍC IA C IENT ÍF ICA - PE - 
Conhecimentos Gerais) A coação física e a coação 
moral irresistível excluem a conduta do agente, pois 
eliminam totalmente a vontade pelo emprego da 
força, de modo que o fato passa a ser atípico. 
GABARITO: ERRADO
DOLO. 
Conceito legal (art. 18, I, CPB): 
“quando o agente quis o resultado ou 
assumiu o risco de produzi-lo”
Da redação legal extrai-se que o Código Penal adotou 
duas teorias referentes ao dolo: teoria da vontade 
(“quando o agente quis o resultado”) e teoria do 
assentimento (“assumiu o risco de produzi-lo’’). 
A teoria da vontade está ligada ao DOLO DIRETO: nele, o 
agente QUER causar determinado resultado e, para 
isso, pratica conduta descrita em lei como crime. 
A teoria do assentimento está ligada ao DOLO EVENTUAL: 
nele, o agente NÃO QUER (porque se quisesse seria dolo 
direto) causar determinado resultado, não buscou isso, 
mas o causou por ter sido indiferente à ocorrência dele 
(assumiu o risco de o produzir).
Como isto já foi cobrado em Concurso Público? 
(IBFC - TJ-PR - Titular de Serviços de Notas e de Registros) Em relação ao dolo o Código Penal 
adota as teorias: 
 a) Da vontade e do assentimento. 
 b) Da vontade e da cognição. 
 c) Da representação e do assentimento. 
 d) Da probabilidade e da cognição. 
(CESPE - STJ - Oficial de justiça) Em relação ao crime doloso, o Código Penal adota a teoria da 
vontade para o dolo direto e a teoria do assentimento para o dolo eventual. 
GABARITO: CERTO
(PUC/PR - TJ/MS - Analista judiciário) O Código Penal Brasileiro, ao dispor que o crime é doloso 
quando o agentequis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, está adotando as teorias da 
vontade e do assentimento, respectivamente. 
GABARITO: CERTO
DOLO DIRETO: pode ser de 1º grau ou de 2º 
grau. 
Dolo direto de 1º grau: o agente quer causar 
determinado resultado e age em busca disso. 
Exemplo: FULANO, querendo matar 
SICRANO, atira nele e causa sua morte 
(homicídio doloso, sendo o dolo de 1º grau).
Dolo direto de 2º grau: o agente, para causar 
determinado resultado, possuindo quanto a ocorrência 
deste um dolo de 1º grau, escolhe um meio. Deste meio 
escolhido para alcançar este resultado decorrem outros 
resultados a título de efeitos colaterais, sendo 
consequências tidas como necessárias do meio escolhido, 
imanentes a ele. 
Exemplo: FULANO, com intenção de matar apenas 
BELTRANA, que está grávida, esfaqueia-a até a morte. 
Com a morte de BELTRANA o feto, por óbvio, morre 
(homicídio doloso, sendo o dolo de 1º grau, com relação à 
BELTRANA e aborto provocado sem consentimento da 
gente, sendo o dolo de 2º grau, com relação ao feto). 
Como isto já foi cobrado em Concurso Público? 
(VUNESP - PC-SP - Técnico de Laboratório) Condutor dirige seu veículo e vê seu maior desafeto atravessando a rua na 
faixa de pedestres. Estando próximo à faixa, o condutor, consciente, deliberada e intencionalmente, acelera seu veículo e 
o coloca na direção de seu desafeto, acabando por atropelá-lo e matá-lo. De acordo com o Código Penal, o crime 
cometido deve ser considerado doloso porque o agente tinha intenção de matar seu desafeto. 
GABARITO: CERTO 
(FCC - DPE/SC - Defensor Público) O aspecto cognitivo do dolo antepõe-se sempre ao volitivo. 
GABARITO: CERTO
(FGV - MPE-RJ) Jorge pretende matar seu desafeto Marcos. Para tanto, coloca uma bomba no jato particular que 
o levará para a cidade de Brasília. Com 45 minutos de voo, a aeronave executiva explode no ar em decorrência 
da detonação do artefato, vindo a falecer, além de Marcos, seu assessor Paulo e os dois pilotos que conduziam a 
aeronave. Considerando que, ao eleger esse meio para realizar o seu intento, Jorge sabia perfeitamente que as 
demais pessoas envolvidas também viriam a perder a vida, o elemento subjetivo de sua atuação em relação à 
morte de Paulo e dos dois pilotos é o dolo direto de 2º grau ou de consequências necessárias. 
GABARITO: CERTO
(CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo) Ricardo, com 
o objetivo de matar Maurício, detonou, por mecanismo remoto, uma 
bomba por ele instalada em um avião comercial a bordo do qual 
sabia que Maurício se encontrara, e, devido à explosão, todos os 
passageiros a bordo da aeronave morreram. Nessa situação 
hipotética, Ricardo agiu com dolo direto de primeiro grau no 
cometimento do delito contra Maurício e dolo direto de segundo grau 
no do delito contra todos os demais passageiros do avião. 
GABARITO: CERTO
(FGV - MPE-RJ - Analista do Ministério Público - Processual) O dolo 
direto de segundo grau também é conhecido como dolo de 
consequências necessárias. 
GABARITO: CERTO
(FGV - TCE-RJ - Auditor Substituto) Preocupado com as notícias divulgadas 
por jornal da cidade acerca de irregularidades ocorridas na administração 
municipal, o prefeito decide eliminar a vida do jornalista responsável pelas 
matérias. Dessa forma, ainda que ciente de que o jornalista alvo sempre 
estava acompanhado de um segurança que dirigia o seu automóvel, coloca 
uma bomba dentro do veículo, certo de que o explosivo seria acionado à 
distância. No momento em que o jornalista alvo e seu motorista ingressaram 
no carro, foi acionado o explosivo, que destruiu o veículo e causou a morte 
do jornalista, alvo principal, e do motorista. Com relação à morte deste 
último, o agente atuou com dolo direto de segundo grau. 
GABARITO: CERTO
(FGV - TJ/SC - Analista administrativo) O agente que pretende causar 
determinado resultado e tem conhecimento de que, com sua conduta, 
causará, necessariamente, um segundo resultado e, ainda assim, atua, 
responderá por dolo eventual em relação ao segundo resultado. 
GABARITO: ERRADO
DOLO EVENTUAL: o agente não quer causar 
o resultado. Contudo, pratica uma conduta de 
risco, percebe (tem previsão) o que ela pode 
causar e, diante desta previsão, não se 
importa com a ocorrência do resultado 
(assume o risco).”
Diante um caso concreto, para verificar se houve dolo 
eventual, as seguintes perguntas hão de ser feitas, 
juntamente com as respostas correspondentes a cada 
uma delas:
“O agente quis o resultado? Não; 
Praticou uma conduta de risco, contudo? Sim; 
Percebeu (previu), no caso concreto, que esta conduta de 
risco poderia causar um resultado lesivo? Sim; 
A postura do agente diante a possibilidade prevista de este 
resultado lesivo acontecer foi de não se importar com sua 
ocorrência ou foi de acreditar, de forma sincera, em sua não 
ocorrência? Não se importar com sua ocorrência.”
O encaixe deste questionário, com as 
respectivas respostas, em determinado 
caso concreto, atestará a existência, por 
parte do agente, de dolo eventual. 
Consequência: responde pelo resultado 
causado a título de crime doloso.
Exemplo: FULANO ingeriu algumas latas de cerveja em uma 
festa e, apesar disso, resolveu voltar para sua casa 
dirigindo, mesmo alcoolizado, veículo automotor. Ao entrar 
no carro, FULANO foi alertado pela sua namorada de que 
existiria a possibilidade de ele, por conta de seus reflexos 
estarem alterados, atropelar e matar algum pedestre. Ciente 
da possibilidade de isso acontecer, mas acreditando, 
sinceramente, que estava bem o suficiente para voltar em 
paz, sem atropelar alguém, começou a dirigir. Durante o 
trajeto, FULANO acaba por atropelar BELTRANO, que 
morre instantaneamente. 
Pergunta: respeitando a narrativa, sem acrescer ou 
decrescer dados, existe dolo eventual por parte de FULANO 
com relação à morte de BELTRANO? 
Aplicando o questionário: 
FULANO quis o resultado? Não. 
Praticou uma conduta de risco, contudo? Sim. 
Percebeu (previu), no caso concreto, que esta conduta de risco 
poderia causar um resultado lesivo? Sim. 
A postura de FULANO diante a possibilidade prevista de este 
resultado lesivo acontecer foi de não se importar com sua 
ocorrência ou foi de acreditar, de forma sincera, em sua não 
ocorrência? Acreditar, de forma sincera, em sua não ocorrência. 
Conclusão: não houve dolo eventual.
Como isto já foi cobrado em concursos públicos? 
(FCC - MPU - Analista - Processual) João, dirigindo um automóvel, 
com pressa de chegar ao seu destino, avançou com o veículo 
contra uma multidão, consciente do risco de ocasionar a morte de 
um ou mais pedestres, mas sem se importar com essa 
possibilidade. João agiu com dolo eventual. 
GABARITO: CERTO
(CESPE - SEFAZ/RS - Assistente) Um indivíduo agiu prevendo o 
resultado naturalístico adverso de sua ação, mas esperava que 
este não viesse a ocorrer. Nesse caso, a conduta do indivíduo 
corresponde ao conceito jurídico de dolo eventual. 
GABARITO: ERRADO
CULPA. 
Conceito legal (art. 18, II, CPB): 
II - culposo, quando o agente deu causa ao 
resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia.
Elementos do crime culposo (cumulativos e obrigatórios). 
1)Conduta humana voluntária; 
2)Resultado lesivo involuntário; 
3)Violação de um dever objetivo de cuidado (negligência, 
imprudência ou imperícia); 
4)Nexo de causalidade entre conduta e resultado; 
5)Tipicidade (Art. 18, II, p. único, CP); 
6)Previsibilidade.
Observação: perceba que involuntário no crime culposo é o 
resultado, não a conduta! No crime culposo o agente busca um 
fim LÍCITO, mas de FORMA indevida. 
Como isto já foi cobrado em concurso público? 
(FGV - SUSAMP - Advogado) São elementos do crime culposo: conduta voluntária, inobservância de um dever 
objetivo de cuidado; resultado lesivo não querido, tampouco assumido, pelo agente; nexo causal entre a 
conduta descuidada e o resultado; previsibilidade; tipicidade. 
GABARITO: CERTO 
(CESPE- PC-DF - Agente de Polícia) O crime culposo advém de uma conduta involuntária. 
GABARITO: ERRADO 
(CESPE - SEFAZ/RS - Assistente) A conduta culposa é dirigida à prática de um fim ilícito. 
GABARITO: ERRADO 
(FUMARC - PC/MG - Delegado) NÃO é um elemento do tipo culposo de crime a conduta involuntária. 
GABARITO: CERTO
Negligência x imprudência x imperícia: espécies de inobservância de dever objetivo de 
cuidado. 
A negligência é um comportamento negativo, quando o sujeito deixa de fazer o 
que deveria. Em provas, vemos os vocábulos desídia, desleixo, desatenção... 
A imprudência é um comportamento positivo, quando o sujeito faz o que não 
deveria. Em provas, vemos os vocábulos precipitação, afoitez… 
A imperícia é ausência de qualificação técnica necessária e/ou habilidade para o 
exercício de arte, profissão, oficio ou atividade.
Como isto já foi cobrado em concursos públicos? 
(MPDFT - MPDFT - Promotor de Justiça) A imprudência é relacionada com a atitude positiva do 
agente, percebendo-se no seu atuar o desleixo, a desatenção ou a displicência. 
GABARITO: ERRADO 
(VUNESP - DPE-MS - Defensor Público) Imprudência é uma omissão, uma ausência de precaução 
em relação ao ato realizado. 
GABARITO: ERRADO
(CESPE - TRF - 1ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Antônio, renomado cientista, ao 
desenvolver uma atividade habitual, em razão da pressa para entregar determinado produto, foi 
omisso ao não tomar todas as precauções no preparo de uma fase do procedimento laboratorial, o 
que acabou ocasionando dano à integridade física de uma pessoa. Acerca dessa situação hipotética, 
julgue o item a seguir: Embora não tenha desejado o resultado danoso, Antônio poderá ser punido 
devido à imperícia na execução do procedimento laboratorial. 
GABARITO: ERRADO
(CESPE - DPF - Perito Criminal Federal) A imprudência caracteriza-se pela 
omissão daquilo que razoavelmente se faz, ajustadas as condições 
emergentes às considerações que regem a conduta normal dos negócios 
humanos. 
GABARITO: ERRADO 
(VUNESP - DPE-MS - Defensor Público) O resultado involuntário trata de 
elemento do fato típico culposo. 
GABARITO: CERTO 
(FGV - MPE-RJ - Analista do Ministério Público - Processual) No crime 
culposo, a imprudência se caracteriza por uma conduta negativa, enquanto 
a negligência, por um comportamento positivo. 
GABARITO: ERRADO
(FCC - MPE-SE - Técnico do Ministério Público – 
Área Administrativa) O médico que, numa cirurgia, 
sem intenção de matar, esqueceu uma pinça dentro 
do abdômen do paciente, ocasionando- lhe infecção 
e a morte, agiu com 
 a) culpa, por imperícia. 
 b) dolo direto. 
 c) culpa, por negligência. 
 d) culpa, por imprudência. 
 e) dolo eventual.
Tipicidade no crime culposo (artigo 18, p. único, CPB): 
“Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto 
como crime, senão quando o pratica dolosamente.” 
Perceba: a possibilidade de que o agente responda culposamente por 
determinada conduta descrita em lei como crime depende, exclusivamente, 
de o legislador ter admitido tal possibilidade, porque crime doloso é a 
regra, crime culposo é a exceção.
Exemplos: 
FULANO lesiona MARIA, culposamente. FULANO responde por crime de 
lesão corporal culposa, pois este crime admite tal possibilidade; 
FULANO danifica o carro de MARIA, culposamente. FULANO não responde 
por crime de dano culposo, pois o crime de dano não admite tal 
possibilidade. 
Como isto já foi cobrado em concursos públicos? 
(CESPE - TJ-DFT - Juiz) A conduta será culposa quando o agente 
der causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia e 
só poderá ser considerada crime se houver previsão do tipo penal 
na modalidade culposa. 
GABARITO: CERTO
Antes de estudarmos as espécies de culpa é preciso que 
saibamos a diferença entre previsibilidade e previsão. 
Previsibilidade x previsão: a previsibilidade é um elemento 
que precisa estar presente em todas as espécies de culpa. A 
previsão, por sua vez, está presente em apenas uma espécie 
de culpa.
Como isto já foi cobrado em concursos 
públicos? 
(CESPE - SEFAZ/RS - Assistente) O agente 
de crime culposo não tem previsibilidade 
objetiva do resultado de sua conduta. 
GABARITO: ERRADO
A previsibilidade se analisa com relação AO FATO. 
“O fato (o que aconteceu) era ou não possível de se imaginar que poderia 
acontecer?” 
Exemplo: se tu aplicas um susto em uma pessoa prestes a descer uma 
escada, caso essa pessoa se assuste, caia e se machuque, esse fato (o 
que aconteceu) era ou não era previsível (possível de imaginar)?
A previsão se analise com relação ao AGENTE que praticou o fato. 
“O sujeito, no caso concreto, percebeu o que estava para acontecer ou 
não percebeu? Se percebeu, houve previsão; se não percebeu, não 
houve previsão.” 
Exemplo: o sujeito, ao ultrapassar o sinal vermelho, percebeu que 
poderia atropelar um pedestre que acabara de pisar na faixa de 
pedestres. 
ATENÇÃO: é possível que o fato seja previsível (possível de perceber que 
pode acontecer) e não existir previsão por parte do agente (não percebeu, 
no caso concreto, o que poderia acontecer); se o agente percebeu, no caso 
concreto, o que poderia acontecer significa que houve previsão e, assim, já 
sabemos que o fato possuía previsibilidade. 
Em suma: pode haver previsibilidade com previsão ou previsibilidade sem 
previsão. 
ESPÉCIES DE CULPA. 
Culpa consciente (ex lascívia): o agente não quer causar o resultado. Contudo, pratica uma conduta de risco, 
percebe o que essa conduta de risco pode causar mas acredita, sinceramente, que nada vai acontecer. 
Existe previsibilidade no fato (é possível de perceber que pode acontecer) e o agente teve previsão (percebeu, 
no caso concreto, o que poderia acontecer em decorrência de sua conduta).
Culpa inconsciente (ex ignorantia): o agente não quer causar o resultado. Contudo, pratica uma conduta de risco 
e causa o resultado sem perceber. 
Existe previsibilidade no fato (é possível de perceber que pode acontecer), mas o agente não teve previsão 
(não percebeu, no caso concreto, o que poderia acontecer em decorrência de sua conduta).
Culpa consciente x Culpa inconsciente. 
Culpa consciente: o agente não quer causar o resultado. Contudo, pratica uma 
conduta de risco, percebe (tem previsão) o que ela pode causar e, diante desta 
previsão, acredita, sinceramente, que nenhum resultado lesivo vai acontecer. 
Culpa inconsciente: o agente não quer causar o resultado. Contudo, pratica uma 
conduta de risco e só percebe o resultado advindo de sua conduta depois de ele já ter 
ocorrido. 
Como isto já foi cobrado em concursos públicos? 
(TJ-AM - Analista Judiciário-Oficial de Justiça Avaliador e Leiloeiro) Os 
elementos listados a seguir devem estar presentes necessariamente em 
qualquer espécie de crime culposo, à exceção de um. Assinale-o. 
 a) Inobservância do dever objetivo de cuidado. 
 b) Previsão pelo agente. 
 c) Tipicidade. 
 d) Resultado lesivo 
 e) Previsibilidade. 
(FGV - TJ/SC - Analista administrativo) O tipo culposo exige a previsibilidade 
objetiva, mas se houver efetiva previsão, haverá dolo, ainda que eventual. 
GABARITO: ERRADO
(CESPE - Polícia Federal - Escrivão da Polícia Federal) A culpa inconsciente 
distingue-se da culpa consciente no que diz respeito à previsão do resultado: na 
culpa consciente, o agente, embora prevendo o resultado, acredita sinceramente 
que pode evitá-lo; na culpa inconsciente, o resultado, embora previsível, não foi 
previsto pelo agente. 
GABARITO: CERTO 
(UFMT - DPE/MT - Defensor Público) Existe algum ponto de semelhança entre as 
condutas praticadas com culpa consciente e com dolo eventual? Sim, pois, tanto 
na culpa consciente quanto no dolo eventual, o agente prevê o resultado. 
GABARITO: CERTO 
(VUNESP - DPE-MS - Defensor Público) Na culpa consciente, o resultado não é 
previsto pelo agente, embora previsível. 
GABARITO: ERRADO
(FCC - TJ-PE - Oficial de Justiça) Na culpa consciente,o 
agente 
 a) prevê o resultado, mas não se importa que o mesmo 
venha a ocorrer. 
 b) não prevê o resultado, mas lhe dá causa por 
imprudência. 
 c) prevê o resultado, mas espera, sinceramente, que não 
ocorrerá. 
 d) não prevê o resultado, mas lhe dá causa por 
negligência. 
 e) não prevê o resultado, mas lhe dá causa por imperícia.
(CESPE - TCU - Analista de Controle Externo - Auditoria Governamental) 
Durante um espetáculo de circo, Andrey, que é atirador de facas, obteve a 
concordância de Nádia, que estava na platéia, em participar da sua 
apresentação. Na hipótese de Andrey, embora prevendo que poderia lesionar 
Nádia, mas acreditando sinceramente que tal resultado não viesse a ocorrer, 
atingir Nádia com uma das facas, ele terá agido com dolo eventual. 
GABARITO: ERRADO
.
Compensação de culpas x concorrência de 
culpas. 
Como isto já foi cobrado em Concurso Público? 
(CESPE - TJ-CE - Analista Judiciário - Execução de Mandados) O direito penal admite a compensação de 
culpas. 
GABARITO: ERRADO 
(VUNESP - DPE-MS - Defensor Público) A compensação de culpa deve ser aplicada para efeito de 
responsabilização do resultado lesivo causado no direito penal pátrio. 
GABARITO: ERRADO 
(CESPE - TJ-BA - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento) Verifica-se o fenômeno da 
compensação de culpas no caso em que um motorista desatento atropela um pedestre que imprudente e 
inopinadamente atravessa via pública em local inadequado, estando afastada, portanto, a culpabilidade do 
motorista. 
GABARITO: ERRADO 
(FCC - CÂMARA LEGISLATIVA/DF - Técnico legislativo) É plenamente possível a compensação de culpas 
quando ambos os agentes agiram com imprudência, negligência ou imperícia na prática do ilícito. 
GABARITO: ERRADO
Preterdolo: ocorre quando a conduta dolosa acarreta a produção de um resultado 
mais grave do que o desejado pelo agente. O propósito do autor era praticar 
determinado crime doloso e, por culpa, sobreveio resultado mais gravoso. 
Exemplos: 
Lesão corporal seguida de morte. 
§ 3° Se da lesão resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não 
quis o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Perceba: a intenção do agente, neste caso, é tão somente lesionar; não existe dolo 
(seja direto ou eventual) para com a morte da vítima (se houvesse o agente 
responderia por homicídio). A morte da vítima, contudo, ocorre culposamente. 
Estupro 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção 
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
(…) 
§ 2o Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
Cuidado: se resultado mais gravoso do que o desejado ocorrer em situação 
completamente inesperada e imprevisível, o agente responde somente pelo crime 
doloso que quis praticar, não sendo imputado a ele o resultado agravador.
Como isto já foi cobrado em Concurso Público? 
(FCC - TRE-AL - Analista Judiciário - Área Judiciária) No crime preterdoloso, a 
conduta inicial é dolosa, mas o resultado dela advindo é culposo. 
GABARITO: CERTO 
(CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo) Ocorre crime preterdoloso 
quando o agente pratica dolosamente um fato do qual decorre um resultado 
posterior culposo. Para que o agente responda pelo resultado posterior, é 
necessário que este seja previsível. 
GABARITO: CERTO 
(IESES - TJ/SE - Titular de cartório) Preterdoloso é o crime onde o resultado final é 
mais grave do que o pretendido pelo agente. 
GABARITO: CERTO
Modos de exteriorização da conduta. 
Comissão; 
Omissão (omissão própria). 
Perceba: todos os tipos penais incriminadores, necessariamente, 
serão comissivos OU omissivos próprios; se a conduta descrita no 
tipo exprimir ideia de ação o crime é comissivo; se a conduta 
descrita exprimir ideia de inação o crime é omissivo próprio. 
Crime comissivo: o tipo penal traz conduta que exprime ideia de ação. São 
crimes que, de regra, são praticados através de uma ação. Exemplos: 
 Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar 
documento público verdadeiro: 
 Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
 Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Crime omissivo (omissão própria): o tipo penal traz conduta que exprime 
ideia de inação. São crimes que sempre são praticados através de uma 
omissão. 
Exemplo: 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, 
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o 
socorro da autoridade pública: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Comissão por Omissão (Omissão Imprópria). 
Lembra que te falei que os crimes comissivos são, de regra, praticados através de uma 
ação? Isso se aplica a todas as pessoas. 
Contudo, existe uma categoria especial de pessoas (chamadas pela doutrina de agentes 
garantidores) que pode praticar estes crimes comissivos (violando uma norma proibitiva) 
não através da prática de uma ação, mas através de uma omissão. Isso só é possível 
para eles. 
Quem são estes agentes garantidores?
São as pessoas que tem o DEVER JURÍDICO (causalidade normativa) de evitar 
um resultado (art. 13, § 2º, CP): 
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para 
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
 a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
 b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
 c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado 
(ingerência).
Exemplo: 
Digamos que João é amigo de Maria e estupra a filha desta. Maria 
(garantidora, tem o dever de evitar) pode evitar, mas não evita. Neste 
caso, João praticou estupro (crime comissivo) na forma comissiva 
(praticou ação) e Maria também praticou estupro (crime comissivo), mas 
não por ação e, sim, por ter se omitido e isto só é possível por ela ser 
agente garantidora (tinha o dever de evitar).
Observações: 
1) o garantidor tem o dever de evitar o resultado, mas para responder pelo resultado que 
não evitou há de ser aferido, no caso concreto, se ele tinha possibilidade concreta e 
razoável de agir. Caso não haja essa possibilidade não haverá tipicidade. 
2) o rol das situações de agentes garantidores é taxativo. 
3) é possível que o agente garantidor responda pelo crime comissivo perante o qual se 
omitiu de forma DOLOSA ou CULPOSA; dependerá se a sua omissão foi intencional ou 
não e de se o crime comissivo não evitado admite ou não a forma culposa. 
4) pessoa que não seja agente garantidor NUNCA poderá responder por um crime 
comissivo por ter diante dele se omitido.
Como isto já foi cobrado em Concurso Público? 
(CESPE - TJ-BA - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento) O 
resultado típico dos crimes comissivos por omissão pode ser atribuído a qualquer 
pessoa, e não apenas aos indivíduos que tenham a obrigação jurídica de evitar o 
resultado. 
GABARITO: ERRADO 
(VUNESP - TJM-SP - Juiz de Direito Substituto) Segundo o Código Penal, a 
omissão imprópria somente terá relevância penal se, além do dever de impedir o 
resultado, o omitente tiver possibilidade de evitá-lo. 
GABARITO: CERTO 
(FCC - DPE-AP - Defensor Público) Nos crimes comissivos por omissão, a falta do 
poder de agir gera atipicidade da conduta. 
GABARITO: CERTO
(VUNESP - TJM-SP - Juiz de Direito Substituto) Nos termos do Código Penal, possui posição de garantidor e, portanto, o dever de impedir o resultado, 
apenas quem, por lei, tem a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. 
GABARITO: ERRADO 
(VUNESP - TJM-SP - Juiz de Direito Substituto) A ingerência, denominaçãodada à posição de garantidor decorrente de um comportamento anterior que 
gera risco de resultado, não está positivada no ordenamento brasileiro, tratando-se de uma construção dogmática. 
GABARITO: ERRADO 
(CESPE - TRE-GO - Analista Judiciário - Área Judiciária) A mãe que, apressada para fazer compras, esquecer o filho recém-nascido dentro de um 
veículo responderá pela prática de homicídio doloso no caso de o bebê morrer por sufocamento dentro do veículo fechado, uma vez que ela, na 
qualidade de agente garantidora, possui a obrigação legal de cuidado, proteção e vigilância da criança. 
GABARITO: ERRADO 
(FGV - AL-MA - Técnico de Gestão Administrativa - Advogado) A indicação da figura do garantidor pelo texto legal não pode ser ampliada, eis que o rol 
respectivo é taxativo. 
GABARITO: CERTO 
(NUCEPE - PC/PI - Delegado) JOÃO e JOSÉ estão na praia e resolveram entrar no mar. Em determinado momento eles começam a se afogar. Havia 
naquele local um salva-vidas que, ao avistar apenas JOÃO, notou que ele era seu desafeto e se recusou a salvá-lo; próximo a eles havia também um 
surfista, este avistou apenas JOSÉ pedindo socorro, mas, por ser seu inimigo, não atendeu aos pedidos dele, resolvendo sair do local. As duas pessoas 
acabam se afogando e morrendo. Em relação ao caso, qual das alternativas abaixo está CORRETA? 
a) O salva-vidas responde por homicídio doloso por omissão. 
b)O salva-vidas responde por omissão de socorro. 
c)O surfista responde por homicídio doloso por omissão. 
 d)A conduta do surfista é atípica. 
e) O surfista responde por homicídio culposo. 
RESULTADO. 
O resultado pode ser classificado em: a) 
jurídico e b) naturalístico. 
Resultado jurídico é a violação da norma e, 
por isso, todo crime o possui. 
Resultado naturalístico é o que está previsto 
no tipo penal. Nem todo crime o possui. 
Como isto já foi cobrado em concursos públicos? 
(FGV - PROCEMPA - Analista Administrativo - Advogado) Não há crime sem resultado 
jurídico. 
GABARITO: CERTO
Quanto à possibilidade ou necessidade de 
ter resultado naturalístico, os crimes são 
classificados em: a) materiais; b) formais; c) 
de mera conduta.
Crimes Materiais: o tipo penal contém conduta e resultado 
naturalístico, sendo este INDISPENSÁVEL à consumação. 
Exemplos: 
Homicídio simples 
 Art. 121. Matar alguém: 
 Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Lesão corporal 
 Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano.
Crimes Formais: o tipo penal contém conduta e resultado naturalístico, sendo este 
DISPENSÁVEL à consumação. 
Exemplos: 
 Extorsão 
 Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o 
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, 
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: 
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
Corrupção passiva 
 Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Crimes de Mera Conduta: o tipo penal contém somente conduta, sem mencionar 
resultado naturalístico. 
Exemplos: 
 Violação de domicílio 
 Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a 
vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas 
dependências: 
 Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido (Lei 10.826/03) 
 Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, 
de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior 
de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde 
que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: 
 Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
CRIMES MATERIAIS: o tipo penal contém conduta 
e r e s u l t a d o n a t u r a l í s t i c o , s e n d o e s t e 
INDISPENSÁVEL à consumação. 
CRIMES FORMAIS: o tipo penal contém conduta e 
resultado naturalístico, sendo este DISPENSÁVEL 
à consumação. 
CRIMES DE MERA CONDUTA: o tipo penal contém 
somente conduta, sem mencionar resultado 
naturalístico. 
Como isto já foi cobrado em concursos públicos? 
(FGV - TJ-AM - Analista Judiciário - Direito) Nos crimes materiais o tipo descreve uma 
conduta e um resultado, não exigindo que este se produza para sua consumação. 
GABARITO: ERRADO 
(FGV - TJ-AM - Analista Judiciário - Direito) Nos crimes formais o tipo descreve apenas 
uma conduta, não fazendo qualquer referência ao resultado, que não existe no campo 
naturalístico. 
GABARITO: ERRADO 
(CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia) A extorsão é considerada pelo STJ como crime 
material, pois se consuma no momento da obtenção da vantagem indevida. 
GABARITO: ERRADO
(CESPE - TJ-DFT - Juiz de Direito Substituto) Mateus tinha em seu poder fotos íntimas de sua ex-namorada 
Lúcia. Após o fim do namoro, ele exigiu de Lúcia o pagamento de determinada quantia em dinheiro para 
não publicar as fotos na Internet. Mateus não publicou as fotos e, antes de receber o valor exigido, foi 
preso. Nessa situação, deve ser imputado a Mateus o crime de tentativa de extorsão. 
GABARITO: ERRADO 
(FCC - CNMP - Técnico do CNMP - Segurança Institucional) O agente enviou para mulher casada cópias de 
fotografias dela nua, tiradas em encontro amoroso que haviam mantido. Exigiu dela o pagamento de 
importância em dinheiro sob ameaça de, caso não atendido, revelar segredo íntimo de sua vida amorosa, 
enviando as fotos ao seu marido, aos filhos e às pessoas do seu meio social. A partir desse relato, é 
correto afirmar que a situação é tipificada como crime de extorsão na forma consumada, cuja pena é de 
reclusão de 4 a 10 anos e multa, pois o agente constrangeu a vítima com o objetivo de obter vantagem 
econômica. 
GABARITO: CERTO 
(CESPE - PC-GO - Escrivão de Polícia Substituto) Nos crimes materiais, a consumação só ocorre ante a 
produção do resultado naturalístico, enquanto que, nos crimes formais, este resultado é dispensável. 
GABARITO: CERTO

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