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DIREITO PENAL ALEXANDRE ZAMBONI FATO TÍPICO (1º elemento do crime): No que tange aos crimes materiais, para que exista o fato típico é necessário atestar a existência de todos estes quatro elementos: Conduta penalmente relevante; Resultado; Nexo causal; Tipicidade. No que tange aos crimes formais e crimes de mera conduta, para que exista o fato típico é necessário atestar a existência destes dois elementos: Conduta penalmente relevante; Tipicidade. Observação: estudaremos os conceitos de crimes materiais, formais e de mera conduta quando chegarmos ao estudo do RESULTADO. CONDUTA PENALMENTE RELEVANTE (1º elemento do fato típico). A conduta penalmente relevante necessita ser (em ordem de aferição): 1) Humana (análise objetiva de conduta); 2) Voluntária (análise objetiva de conduta); 3) Dolosa ou culposa (análise subjetiva de conduta). A conduta penalmente relevante precisa, portanto, ser HUMANA e VOLUNTÁRIA (as duas coisas ao mesmo tempo) na análise objetiva e precisa ser DOLOSA OU CULPOSA (uma coisa ou outra) na análise subjetiva. Assim, podemos ter uma conduta penalmente relevante HUMANA, VOLUNTÁRIA e DOLOSA e podemos ter uma conduta penalmente relevante HUMANA, VOLUNTÁRIA e CULPOSA. Perceba: não é possível uma conduta penalmente relevante ser, ao mesmo tempo, dolosa e culposa; Perceba, também: a conduta penalmente relevante, seja dolosa ou culposa, SEMPRE terá que ser humana e voluntária. . . Conduta Humana: no que tange à conduta necessitar ser humana, temos isso como regra. Existe, contudo, uma exceção na qual prevista está a possibilidade de pessoa jurídica cometer crime ambiental (artigo 225, § 3º, CF/88). Fundamento: a Constituição Federal estabelece que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar o dano (art. 225, § 3º). Esse dispositivo foi regulamentado pela Lei n. 9.605/98, que concretizou a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica que cometa crime contra o meio ambiente. As penas, evidentemente, são aquelas compatíveis com a sua condição: multa, proibição de contratar com o Poder Público etc. Pergunta: para se investigar/processar/julgar/condenar/ absolver uma pessoa jurídica pela prática de crime ambiental é necessário que na investigação/processo/julgamento/ condenação/absolvição haja, junto a ela, uma pessoa física? Reposta: não. Motivo: houve um tempo em que isso era necessário, época esta na qual a jurisprudência adotava uma teoria chamada de dupla imputação. Isto mudou, entretanto. Hoje vigora o que se chama, quanto a isso, de responsabilidade apartada. Pergunta: pessoa jurídica pode cometer contra a ordem econômica e financeira ou contra a economia popular? Resposta: não. Motivo: apesar de a CF/88 prever, no artigo 173, § 5º, a possibilidade de punição de pessoa jurídica em prática de atos de tal natureza (“a lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular”) ela não fala em SANÇÃO PENAL. A título comparativo, veja que a CF/88, no que tange à possibilidade de Pessoa Jurídica sofrer sanção em caso de cometimento de condutas lesivas ao meio ambiente, especificou a natureza da sanção: Art. 225, § 3º: as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Conduta voluntária: ocorre quando o movimento corporal (ação) ou a inação corporal (omissão) acontecem tendo o agente total controle sobre a ação ou omissão realizada. Existe, portanto, possibilidade de uma ação ou omissão humana ocorrer em situações nas quais o agente não tem controle sobre o movimento ou inação: ainda que o agente não quisesse realizar o movimento ou a inação estes aconteceriam. Nestes casos se diz que a conduta humana foi involuntária. Exemplos de situações onde a conduta ( a ç ã o o u o m i s s ã o ) n ã o p o s s u i v o l u n t a r i e d a d e : a t o s d e r e f l e x o , sonambulismo, hipnose e coação FÍSICA irresistível. Perceba: caso uma conduta humana aconteça de forma involuntária, ainda que esta ocasione determinado resultado lesivo a alguém, é impossível haver responsabilização penal para o agente desta conduta. Por quê? Porque se a conduta, apesar de humana, não é voluntária, não existe conduta penalmente relevante já no aspecto objetivo e, portanto, nem mesmo existe possibilidade de analisar o aspecto subjetivo; sem conduta penalmente relevante, sem fato típico (1º elemento do crime) e sem fato típico é impossível haver crime. Atenção: ato reflexo é diferente de ato em curto-circuito. Como isto já foi cobrado em concursos públicos? (FUNCAB - PC-ES - Escrivão de Polícia) Manoel estava cortando uma laranja com um canivete em seu sítio, distraído, quando seu primo, Paulo, por mera brincadeira, veio por trás e deu um grito. Em razão do susto, Manoel virou subitamente, ferindo Paulo no pescoço, provocando uma lesão que o levou a óbito. Logo, Manoel praticou o crime de homicídio culposo. GABARITO: ERRADO (MPE-GO - MPE-GO - Promotor de Justiça Substituto) Nas ações em curto-circuito e nos atos reflexos inexiste conduta por ausência de voluntariedade. GABARITO: ERRADO (TJ-PR - TJ-PR - Assessor Jurídico) Mévio sofre de sonambulismo e seus ataques são frequentes. Em determinada noite, durante um desses ataques, Mévio se levanta, dirige-se ao exterior de sua casa e, tendo um espasmo, acaba empurrando Adolfo de um penhasco, que é vizinho às residências de ambos. Adolfo falece em virtude de lesões decorrentes da queda. Ao acordar, sem ter nenhuma consciência nem lembrança do que ocorreu, Mévio é informado do episódio e fica bastante feliz com a brutal morte de Adolfo, seu desafeto. Mévio deverá ser condenado por homicídio culposo. GABARITO: ERRADO (FAURGS - TJ-RS - Assessor Judiciário) A coação irresistível, desde que física, exclui o fato típico em relação ao coagido. GABARITO: CERTO (CESPE - POL ÍC IA C IENT ÍF ICA - PE - Conhecimentos Gerais) A coação física e a coação moral irresistível excluem a conduta do agente, pois eliminam totalmente a vontade pelo emprego da força, de modo que o fato passa a ser atípico. GABARITO: ERRADO DOLO. Conceito legal (art. 18, I, CPB): “quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo” Da redação legal extrai-se que o Código Penal adotou duas teorias referentes ao dolo: teoria da vontade (“quando o agente quis o resultado”) e teoria do assentimento (“assumiu o risco de produzi-lo’’). A teoria da vontade está ligada ao DOLO DIRETO: nele, o agente QUER causar determinado resultado e, para isso, pratica conduta descrita em lei como crime. A teoria do assentimento está ligada ao DOLO EVENTUAL: nele, o agente NÃO QUER (porque se quisesse seria dolo direto) causar determinado resultado, não buscou isso, mas o causou por ter sido indiferente à ocorrência dele (assumiu o risco de o produzir). Como isto já foi cobrado em Concurso Público? (IBFC - TJ-PR - Titular de Serviços de Notas e de Registros) Em relação ao dolo o Código Penal adota as teorias: a) Da vontade e do assentimento. b) Da vontade e da cognição. c) Da representação e do assentimento. d) Da probabilidade e da cognição. (CESPE - STJ - Oficial de justiça) Em relação ao crime doloso, o Código Penal adota a teoria da vontade para o dolo direto e a teoria do assentimento para o dolo eventual. GABARITO: CERTO (PUC/PR - TJ/MS - Analista judiciário) O Código Penal Brasileiro, ao dispor que o crime é doloso quando o agentequis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, está adotando as teorias da vontade e do assentimento, respectivamente. GABARITO: CERTO DOLO DIRETO: pode ser de 1º grau ou de 2º grau. Dolo direto de 1º grau: o agente quer causar determinado resultado e age em busca disso. Exemplo: FULANO, querendo matar SICRANO, atira nele e causa sua morte (homicídio doloso, sendo o dolo de 1º grau). Dolo direto de 2º grau: o agente, para causar determinado resultado, possuindo quanto a ocorrência deste um dolo de 1º grau, escolhe um meio. Deste meio escolhido para alcançar este resultado decorrem outros resultados a título de efeitos colaterais, sendo consequências tidas como necessárias do meio escolhido, imanentes a ele. Exemplo: FULANO, com intenção de matar apenas BELTRANA, que está grávida, esfaqueia-a até a morte. Com a morte de BELTRANA o feto, por óbvio, morre (homicídio doloso, sendo o dolo de 1º grau, com relação à BELTRANA e aborto provocado sem consentimento da gente, sendo o dolo de 2º grau, com relação ao feto). Como isto já foi cobrado em Concurso Público? (VUNESP - PC-SP - Técnico de Laboratório) Condutor dirige seu veículo e vê seu maior desafeto atravessando a rua na faixa de pedestres. Estando próximo à faixa, o condutor, consciente, deliberada e intencionalmente, acelera seu veículo e o coloca na direção de seu desafeto, acabando por atropelá-lo e matá-lo. De acordo com o Código Penal, o crime cometido deve ser considerado doloso porque o agente tinha intenção de matar seu desafeto. GABARITO: CERTO (FCC - DPE/SC - Defensor Público) O aspecto cognitivo do dolo antepõe-se sempre ao volitivo. GABARITO: CERTO (FGV - MPE-RJ) Jorge pretende matar seu desafeto Marcos. Para tanto, coloca uma bomba no jato particular que o levará para a cidade de Brasília. Com 45 minutos de voo, a aeronave executiva explode no ar em decorrência da detonação do artefato, vindo a falecer, além de Marcos, seu assessor Paulo e os dois pilotos que conduziam a aeronave. Considerando que, ao eleger esse meio para realizar o seu intento, Jorge sabia perfeitamente que as demais pessoas envolvidas também viriam a perder a vida, o elemento subjetivo de sua atuação em relação à morte de Paulo e dos dois pilotos é o dolo direto de 2º grau ou de consequências necessárias. GABARITO: CERTO (CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo) Ricardo, com o objetivo de matar Maurício, detonou, por mecanismo remoto, uma bomba por ele instalada em um avião comercial a bordo do qual sabia que Maurício se encontrara, e, devido à explosão, todos os passageiros a bordo da aeronave morreram. Nessa situação hipotética, Ricardo agiu com dolo direto de primeiro grau no cometimento do delito contra Maurício e dolo direto de segundo grau no do delito contra todos os demais passageiros do avião. GABARITO: CERTO (FGV - MPE-RJ - Analista do Ministério Público - Processual) O dolo direto de segundo grau também é conhecido como dolo de consequências necessárias. GABARITO: CERTO (FGV - TCE-RJ - Auditor Substituto) Preocupado com as notícias divulgadas por jornal da cidade acerca de irregularidades ocorridas na administração municipal, o prefeito decide eliminar a vida do jornalista responsável pelas matérias. Dessa forma, ainda que ciente de que o jornalista alvo sempre estava acompanhado de um segurança que dirigia o seu automóvel, coloca uma bomba dentro do veículo, certo de que o explosivo seria acionado à distância. No momento em que o jornalista alvo e seu motorista ingressaram no carro, foi acionado o explosivo, que destruiu o veículo e causou a morte do jornalista, alvo principal, e do motorista. Com relação à morte deste último, o agente atuou com dolo direto de segundo grau. GABARITO: CERTO (FGV - TJ/SC - Analista administrativo) O agente que pretende causar determinado resultado e tem conhecimento de que, com sua conduta, causará, necessariamente, um segundo resultado e, ainda assim, atua, responderá por dolo eventual em relação ao segundo resultado. GABARITO: ERRADO DOLO EVENTUAL: o agente não quer causar o resultado. Contudo, pratica uma conduta de risco, percebe (tem previsão) o que ela pode causar e, diante desta previsão, não se importa com a ocorrência do resultado (assume o risco).” Diante um caso concreto, para verificar se houve dolo eventual, as seguintes perguntas hão de ser feitas, juntamente com as respostas correspondentes a cada uma delas: “O agente quis o resultado? Não; Praticou uma conduta de risco, contudo? Sim; Percebeu (previu), no caso concreto, que esta conduta de risco poderia causar um resultado lesivo? Sim; A postura do agente diante a possibilidade prevista de este resultado lesivo acontecer foi de não se importar com sua ocorrência ou foi de acreditar, de forma sincera, em sua não ocorrência? Não se importar com sua ocorrência.” O encaixe deste questionário, com as respectivas respostas, em determinado caso concreto, atestará a existência, por parte do agente, de dolo eventual. Consequência: responde pelo resultado causado a título de crime doloso. Exemplo: FULANO ingeriu algumas latas de cerveja em uma festa e, apesar disso, resolveu voltar para sua casa dirigindo, mesmo alcoolizado, veículo automotor. Ao entrar no carro, FULANO foi alertado pela sua namorada de que existiria a possibilidade de ele, por conta de seus reflexos estarem alterados, atropelar e matar algum pedestre. Ciente da possibilidade de isso acontecer, mas acreditando, sinceramente, que estava bem o suficiente para voltar em paz, sem atropelar alguém, começou a dirigir. Durante o trajeto, FULANO acaba por atropelar BELTRANO, que morre instantaneamente. Pergunta: respeitando a narrativa, sem acrescer ou decrescer dados, existe dolo eventual por parte de FULANO com relação à morte de BELTRANO? Aplicando o questionário: FULANO quis o resultado? Não. Praticou uma conduta de risco, contudo? Sim. Percebeu (previu), no caso concreto, que esta conduta de risco poderia causar um resultado lesivo? Sim. A postura de FULANO diante a possibilidade prevista de este resultado lesivo acontecer foi de não se importar com sua ocorrência ou foi de acreditar, de forma sincera, em sua não ocorrência? Acreditar, de forma sincera, em sua não ocorrência. Conclusão: não houve dolo eventual. Como isto já foi cobrado em concursos públicos? (FCC - MPU - Analista - Processual) João, dirigindo um automóvel, com pressa de chegar ao seu destino, avançou com o veículo contra uma multidão, consciente do risco de ocasionar a morte de um ou mais pedestres, mas sem se importar com essa possibilidade. João agiu com dolo eventual. GABARITO: CERTO (CESPE - SEFAZ/RS - Assistente) Um indivíduo agiu prevendo o resultado naturalístico adverso de sua ação, mas esperava que este não viesse a ocorrer. Nesse caso, a conduta do indivíduo corresponde ao conceito jurídico de dolo eventual. GABARITO: ERRADO CULPA. Conceito legal (art. 18, II, CPB): II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Elementos do crime culposo (cumulativos e obrigatórios). 1)Conduta humana voluntária; 2)Resultado lesivo involuntário; 3)Violação de um dever objetivo de cuidado (negligência, imprudência ou imperícia); 4)Nexo de causalidade entre conduta e resultado; 5)Tipicidade (Art. 18, II, p. único, CP); 6)Previsibilidade. Observação: perceba que involuntário no crime culposo é o resultado, não a conduta! No crime culposo o agente busca um fim LÍCITO, mas de FORMA indevida. Como isto já foi cobrado em concurso público? (FGV - SUSAMP - Advogado) São elementos do crime culposo: conduta voluntária, inobservância de um dever objetivo de cuidado; resultado lesivo não querido, tampouco assumido, pelo agente; nexo causal entre a conduta descuidada e o resultado; previsibilidade; tipicidade. GABARITO: CERTO (CESPE- PC-DF - Agente de Polícia) O crime culposo advém de uma conduta involuntária. GABARITO: ERRADO (CESPE - SEFAZ/RS - Assistente) A conduta culposa é dirigida à prática de um fim ilícito. GABARITO: ERRADO (FUMARC - PC/MG - Delegado) NÃO é um elemento do tipo culposo de crime a conduta involuntária. GABARITO: CERTO Negligência x imprudência x imperícia: espécies de inobservância de dever objetivo de cuidado. A negligência é um comportamento negativo, quando o sujeito deixa de fazer o que deveria. Em provas, vemos os vocábulos desídia, desleixo, desatenção... A imprudência é um comportamento positivo, quando o sujeito faz o que não deveria. Em provas, vemos os vocábulos precipitação, afoitez… A imperícia é ausência de qualificação técnica necessária e/ou habilidade para o exercício de arte, profissão, oficio ou atividade. Como isto já foi cobrado em concursos públicos? (MPDFT - MPDFT - Promotor de Justiça) A imprudência é relacionada com a atitude positiva do agente, percebendo-se no seu atuar o desleixo, a desatenção ou a displicência. GABARITO: ERRADO (VUNESP - DPE-MS - Defensor Público) Imprudência é uma omissão, uma ausência de precaução em relação ao ato realizado. GABARITO: ERRADO (CESPE - TRF - 1ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Antônio, renomado cientista, ao desenvolver uma atividade habitual, em razão da pressa para entregar determinado produto, foi omisso ao não tomar todas as precauções no preparo de uma fase do procedimento laboratorial, o que acabou ocasionando dano à integridade física de uma pessoa. Acerca dessa situação hipotética, julgue o item a seguir: Embora não tenha desejado o resultado danoso, Antônio poderá ser punido devido à imperícia na execução do procedimento laboratorial. GABARITO: ERRADO (CESPE - DPF - Perito Criminal Federal) A imprudência caracteriza-se pela omissão daquilo que razoavelmente se faz, ajustadas as condições emergentes às considerações que regem a conduta normal dos negócios humanos. GABARITO: ERRADO (VUNESP - DPE-MS - Defensor Público) O resultado involuntário trata de elemento do fato típico culposo. GABARITO: CERTO (FGV - MPE-RJ - Analista do Ministério Público - Processual) No crime culposo, a imprudência se caracteriza por uma conduta negativa, enquanto a negligência, por um comportamento positivo. GABARITO: ERRADO (FCC - MPE-SE - Técnico do Ministério Público – Área Administrativa) O médico que, numa cirurgia, sem intenção de matar, esqueceu uma pinça dentro do abdômen do paciente, ocasionando- lhe infecção e a morte, agiu com a) culpa, por imperícia. b) dolo direto. c) culpa, por negligência. d) culpa, por imprudência. e) dolo eventual. Tipicidade no crime culposo (artigo 18, p. único, CPB): “Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.” Perceba: a possibilidade de que o agente responda culposamente por determinada conduta descrita em lei como crime depende, exclusivamente, de o legislador ter admitido tal possibilidade, porque crime doloso é a regra, crime culposo é a exceção. Exemplos: FULANO lesiona MARIA, culposamente. FULANO responde por crime de lesão corporal culposa, pois este crime admite tal possibilidade; FULANO danifica o carro de MARIA, culposamente. FULANO não responde por crime de dano culposo, pois o crime de dano não admite tal possibilidade. Como isto já foi cobrado em concursos públicos? (CESPE - TJ-DFT - Juiz) A conduta será culposa quando o agente der causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia e só poderá ser considerada crime se houver previsão do tipo penal na modalidade culposa. GABARITO: CERTO Antes de estudarmos as espécies de culpa é preciso que saibamos a diferença entre previsibilidade e previsão. Previsibilidade x previsão: a previsibilidade é um elemento que precisa estar presente em todas as espécies de culpa. A previsão, por sua vez, está presente em apenas uma espécie de culpa. Como isto já foi cobrado em concursos públicos? (CESPE - SEFAZ/RS - Assistente) O agente de crime culposo não tem previsibilidade objetiva do resultado de sua conduta. GABARITO: ERRADO A previsibilidade se analisa com relação AO FATO. “O fato (o que aconteceu) era ou não possível de se imaginar que poderia acontecer?” Exemplo: se tu aplicas um susto em uma pessoa prestes a descer uma escada, caso essa pessoa se assuste, caia e se machuque, esse fato (o que aconteceu) era ou não era previsível (possível de imaginar)? A previsão se analise com relação ao AGENTE que praticou o fato. “O sujeito, no caso concreto, percebeu o que estava para acontecer ou não percebeu? Se percebeu, houve previsão; se não percebeu, não houve previsão.” Exemplo: o sujeito, ao ultrapassar o sinal vermelho, percebeu que poderia atropelar um pedestre que acabara de pisar na faixa de pedestres. ATENÇÃO: é possível que o fato seja previsível (possível de perceber que pode acontecer) e não existir previsão por parte do agente (não percebeu, no caso concreto, o que poderia acontecer); se o agente percebeu, no caso concreto, o que poderia acontecer significa que houve previsão e, assim, já sabemos que o fato possuía previsibilidade. Em suma: pode haver previsibilidade com previsão ou previsibilidade sem previsão. ESPÉCIES DE CULPA. Culpa consciente (ex lascívia): o agente não quer causar o resultado. Contudo, pratica uma conduta de risco, percebe o que essa conduta de risco pode causar mas acredita, sinceramente, que nada vai acontecer. Existe previsibilidade no fato (é possível de perceber que pode acontecer) e o agente teve previsão (percebeu, no caso concreto, o que poderia acontecer em decorrência de sua conduta). Culpa inconsciente (ex ignorantia): o agente não quer causar o resultado. Contudo, pratica uma conduta de risco e causa o resultado sem perceber. Existe previsibilidade no fato (é possível de perceber que pode acontecer), mas o agente não teve previsão (não percebeu, no caso concreto, o que poderia acontecer em decorrência de sua conduta). Culpa consciente x Culpa inconsciente. Culpa consciente: o agente não quer causar o resultado. Contudo, pratica uma conduta de risco, percebe (tem previsão) o que ela pode causar e, diante desta previsão, acredita, sinceramente, que nenhum resultado lesivo vai acontecer. Culpa inconsciente: o agente não quer causar o resultado. Contudo, pratica uma conduta de risco e só percebe o resultado advindo de sua conduta depois de ele já ter ocorrido. Como isto já foi cobrado em concursos públicos? (TJ-AM - Analista Judiciário-Oficial de Justiça Avaliador e Leiloeiro) Os elementos listados a seguir devem estar presentes necessariamente em qualquer espécie de crime culposo, à exceção de um. Assinale-o. a) Inobservância do dever objetivo de cuidado. b) Previsão pelo agente. c) Tipicidade. d) Resultado lesivo e) Previsibilidade. (FGV - TJ/SC - Analista administrativo) O tipo culposo exige a previsibilidade objetiva, mas se houver efetiva previsão, haverá dolo, ainda que eventual. GABARITO: ERRADO (CESPE - Polícia Federal - Escrivão da Polícia Federal) A culpa inconsciente distingue-se da culpa consciente no que diz respeito à previsão do resultado: na culpa consciente, o agente, embora prevendo o resultado, acredita sinceramente que pode evitá-lo; na culpa inconsciente, o resultado, embora previsível, não foi previsto pelo agente. GABARITO: CERTO (UFMT - DPE/MT - Defensor Público) Existe algum ponto de semelhança entre as condutas praticadas com culpa consciente e com dolo eventual? Sim, pois, tanto na culpa consciente quanto no dolo eventual, o agente prevê o resultado. GABARITO: CERTO (VUNESP - DPE-MS - Defensor Público) Na culpa consciente, o resultado não é previsto pelo agente, embora previsível. GABARITO: ERRADO (FCC - TJ-PE - Oficial de Justiça) Na culpa consciente,o agente a) prevê o resultado, mas não se importa que o mesmo venha a ocorrer. b) não prevê o resultado, mas lhe dá causa por imprudência. c) prevê o resultado, mas espera, sinceramente, que não ocorrerá. d) não prevê o resultado, mas lhe dá causa por negligência. e) não prevê o resultado, mas lhe dá causa por imperícia. (CESPE - TCU - Analista de Controle Externo - Auditoria Governamental) Durante um espetáculo de circo, Andrey, que é atirador de facas, obteve a concordância de Nádia, que estava na platéia, em participar da sua apresentação. Na hipótese de Andrey, embora prevendo que poderia lesionar Nádia, mas acreditando sinceramente que tal resultado não viesse a ocorrer, atingir Nádia com uma das facas, ele terá agido com dolo eventual. GABARITO: ERRADO . Compensação de culpas x concorrência de culpas. Como isto já foi cobrado em Concurso Público? (CESPE - TJ-CE - Analista Judiciário - Execução de Mandados) O direito penal admite a compensação de culpas. GABARITO: ERRADO (VUNESP - DPE-MS - Defensor Público) A compensação de culpa deve ser aplicada para efeito de responsabilização do resultado lesivo causado no direito penal pátrio. GABARITO: ERRADO (CESPE - TJ-BA - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento) Verifica-se o fenômeno da compensação de culpas no caso em que um motorista desatento atropela um pedestre que imprudente e inopinadamente atravessa via pública em local inadequado, estando afastada, portanto, a culpabilidade do motorista. GABARITO: ERRADO (FCC - CÂMARA LEGISLATIVA/DF - Técnico legislativo) É plenamente possível a compensação de culpas quando ambos os agentes agiram com imprudência, negligência ou imperícia na prática do ilícito. GABARITO: ERRADO Preterdolo: ocorre quando a conduta dolosa acarreta a produção de um resultado mais grave do que o desejado pelo agente. O propósito do autor era praticar determinado crime doloso e, por culpa, sobreveio resultado mais gravoso. Exemplos: Lesão corporal seguida de morte. § 3° Se da lesão resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Perceba: a intenção do agente, neste caso, é tão somente lesionar; não existe dolo (seja direto ou eventual) para com a morte da vítima (se houvesse o agente responderia por homicídio). A morte da vítima, contudo, ocorre culposamente. Estupro Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (…) § 2o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos Cuidado: se resultado mais gravoso do que o desejado ocorrer em situação completamente inesperada e imprevisível, o agente responde somente pelo crime doloso que quis praticar, não sendo imputado a ele o resultado agravador. Como isto já foi cobrado em Concurso Público? (FCC - TRE-AL - Analista Judiciário - Área Judiciária) No crime preterdoloso, a conduta inicial é dolosa, mas o resultado dela advindo é culposo. GABARITO: CERTO (CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo) Ocorre crime preterdoloso quando o agente pratica dolosamente um fato do qual decorre um resultado posterior culposo. Para que o agente responda pelo resultado posterior, é necessário que este seja previsível. GABARITO: CERTO (IESES - TJ/SE - Titular de cartório) Preterdoloso é o crime onde o resultado final é mais grave do que o pretendido pelo agente. GABARITO: CERTO Modos de exteriorização da conduta. Comissão; Omissão (omissão própria). Perceba: todos os tipos penais incriminadores, necessariamente, serão comissivos OU omissivos próprios; se a conduta descrita no tipo exprimir ideia de ação o crime é comissivo; se a conduta descrita exprimir ideia de inação o crime é omissivo próprio. Crime comissivo: o tipo penal traz conduta que exprime ideia de ação. São crimes que, de regra, são praticados através de uma ação. Exemplos: Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Crime omissivo (omissão própria): o tipo penal traz conduta que exprime ideia de inação. São crimes que sempre são praticados através de uma omissão. Exemplo: Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Comissão por Omissão (Omissão Imprópria). Lembra que te falei que os crimes comissivos são, de regra, praticados através de uma ação? Isso se aplica a todas as pessoas. Contudo, existe uma categoria especial de pessoas (chamadas pela doutrina de agentes garantidores) que pode praticar estes crimes comissivos (violando uma norma proibitiva) não através da prática de uma ação, mas através de uma omissão. Isso só é possível para eles. Quem são estes agentes garantidores? São as pessoas que tem o DEVER JURÍDICO (causalidade normativa) de evitar um resultado (art. 13, § 2º, CP): § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado (ingerência). Exemplo: Digamos que João é amigo de Maria e estupra a filha desta. Maria (garantidora, tem o dever de evitar) pode evitar, mas não evita. Neste caso, João praticou estupro (crime comissivo) na forma comissiva (praticou ação) e Maria também praticou estupro (crime comissivo), mas não por ação e, sim, por ter se omitido e isto só é possível por ela ser agente garantidora (tinha o dever de evitar). Observações: 1) o garantidor tem o dever de evitar o resultado, mas para responder pelo resultado que não evitou há de ser aferido, no caso concreto, se ele tinha possibilidade concreta e razoável de agir. Caso não haja essa possibilidade não haverá tipicidade. 2) o rol das situações de agentes garantidores é taxativo. 3) é possível que o agente garantidor responda pelo crime comissivo perante o qual se omitiu de forma DOLOSA ou CULPOSA; dependerá se a sua omissão foi intencional ou não e de se o crime comissivo não evitado admite ou não a forma culposa. 4) pessoa que não seja agente garantidor NUNCA poderá responder por um crime comissivo por ter diante dele se omitido. Como isto já foi cobrado em Concurso Público? (CESPE - TJ-BA - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento) O resultado típico dos crimes comissivos por omissão pode ser atribuído a qualquer pessoa, e não apenas aos indivíduos que tenham a obrigação jurídica de evitar o resultado. GABARITO: ERRADO (VUNESP - TJM-SP - Juiz de Direito Substituto) Segundo o Código Penal, a omissão imprópria somente terá relevância penal se, além do dever de impedir o resultado, o omitente tiver possibilidade de evitá-lo. GABARITO: CERTO (FCC - DPE-AP - Defensor Público) Nos crimes comissivos por omissão, a falta do poder de agir gera atipicidade da conduta. GABARITO: CERTO (VUNESP - TJM-SP - Juiz de Direito Substituto) Nos termos do Código Penal, possui posição de garantidor e, portanto, o dever de impedir o resultado, apenas quem, por lei, tem a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. GABARITO: ERRADO (VUNESP - TJM-SP - Juiz de Direito Substituto) A ingerência, denominaçãodada à posição de garantidor decorrente de um comportamento anterior que gera risco de resultado, não está positivada no ordenamento brasileiro, tratando-se de uma construção dogmática. GABARITO: ERRADO (CESPE - TRE-GO - Analista Judiciário - Área Judiciária) A mãe que, apressada para fazer compras, esquecer o filho recém-nascido dentro de um veículo responderá pela prática de homicídio doloso no caso de o bebê morrer por sufocamento dentro do veículo fechado, uma vez que ela, na qualidade de agente garantidora, possui a obrigação legal de cuidado, proteção e vigilância da criança. GABARITO: ERRADO (FGV - AL-MA - Técnico de Gestão Administrativa - Advogado) A indicação da figura do garantidor pelo texto legal não pode ser ampliada, eis que o rol respectivo é taxativo. GABARITO: CERTO (NUCEPE - PC/PI - Delegado) JOÃO e JOSÉ estão na praia e resolveram entrar no mar. Em determinado momento eles começam a se afogar. Havia naquele local um salva-vidas que, ao avistar apenas JOÃO, notou que ele era seu desafeto e se recusou a salvá-lo; próximo a eles havia também um surfista, este avistou apenas JOSÉ pedindo socorro, mas, por ser seu inimigo, não atendeu aos pedidos dele, resolvendo sair do local. As duas pessoas acabam se afogando e morrendo. Em relação ao caso, qual das alternativas abaixo está CORRETA? a) O salva-vidas responde por homicídio doloso por omissão. b)O salva-vidas responde por omissão de socorro. c)O surfista responde por homicídio doloso por omissão. d)A conduta do surfista é atípica. e) O surfista responde por homicídio culposo. RESULTADO. O resultado pode ser classificado em: a) jurídico e b) naturalístico. Resultado jurídico é a violação da norma e, por isso, todo crime o possui. Resultado naturalístico é o que está previsto no tipo penal. Nem todo crime o possui. Como isto já foi cobrado em concursos públicos? (FGV - PROCEMPA - Analista Administrativo - Advogado) Não há crime sem resultado jurídico. GABARITO: CERTO Quanto à possibilidade ou necessidade de ter resultado naturalístico, os crimes são classificados em: a) materiais; b) formais; c) de mera conduta. Crimes Materiais: o tipo penal contém conduta e resultado naturalístico, sendo este INDISPENSÁVEL à consumação. Exemplos: Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Crimes Formais: o tipo penal contém conduta e resultado naturalístico, sendo este DISPENSÁVEL à consumação. Exemplos: Extorsão Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Crimes de Mera Conduta: o tipo penal contém somente conduta, sem mencionar resultado naturalístico. Exemplos: Violação de domicílio Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Posse irregular de arma de fogo de uso permitido (Lei 10.826/03) Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. CRIMES MATERIAIS: o tipo penal contém conduta e r e s u l t a d o n a t u r a l í s t i c o , s e n d o e s t e INDISPENSÁVEL à consumação. CRIMES FORMAIS: o tipo penal contém conduta e resultado naturalístico, sendo este DISPENSÁVEL à consumação. CRIMES DE MERA CONDUTA: o tipo penal contém somente conduta, sem mencionar resultado naturalístico. Como isto já foi cobrado em concursos públicos? (FGV - TJ-AM - Analista Judiciário - Direito) Nos crimes materiais o tipo descreve uma conduta e um resultado, não exigindo que este se produza para sua consumação. GABARITO: ERRADO (FGV - TJ-AM - Analista Judiciário - Direito) Nos crimes formais o tipo descreve apenas uma conduta, não fazendo qualquer referência ao resultado, que não existe no campo naturalístico. GABARITO: ERRADO (CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia) A extorsão é considerada pelo STJ como crime material, pois se consuma no momento da obtenção da vantagem indevida. GABARITO: ERRADO (CESPE - TJ-DFT - Juiz de Direito Substituto) Mateus tinha em seu poder fotos íntimas de sua ex-namorada Lúcia. Após o fim do namoro, ele exigiu de Lúcia o pagamento de determinada quantia em dinheiro para não publicar as fotos na Internet. Mateus não publicou as fotos e, antes de receber o valor exigido, foi preso. Nessa situação, deve ser imputado a Mateus o crime de tentativa de extorsão. GABARITO: ERRADO (FCC - CNMP - Técnico do CNMP - Segurança Institucional) O agente enviou para mulher casada cópias de fotografias dela nua, tiradas em encontro amoroso que haviam mantido. Exigiu dela o pagamento de importância em dinheiro sob ameaça de, caso não atendido, revelar segredo íntimo de sua vida amorosa, enviando as fotos ao seu marido, aos filhos e às pessoas do seu meio social. A partir desse relato, é correto afirmar que a situação é tipificada como crime de extorsão na forma consumada, cuja pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, pois o agente constrangeu a vítima com o objetivo de obter vantagem econômica. GABARITO: CERTO (CESPE - PC-GO - Escrivão de Polícia Substituto) Nos crimes materiais, a consumação só ocorre ante a produção do resultado naturalístico, enquanto que, nos crimes formais, este resultado é dispensável. GABARITO: CERTO
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