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Soniely Melo INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL Visa a colocação de uma cânula no interior da traqueia para assegurar um suporte ventilatório eficiente e seguro. O tamanho do tudo deve ser o maior possível. Em geral, utilizam-se tubos de 7,5 a 8,0 para mulheres e 8,0 a 8,5 para homens. O paciente deve ter um acesso venoso de bom calibre e estar monitorizado com todo o equipamento disponível: • Monitor de pressão arterial • Oxímetro de pulso • Cardioscópio • Capnometria VIA AÉREA DEFINITIVA – Definição Tubo alocado na traqueia com cuff e balão insuflado MATERIAIS → LARINGOSCÓPIO: Lâmina de Miller, que são retas; Lâminas de Macintosh, que são curvas; O tamanho da lâmina é escolhido considerando-se o tamanho da via aérea. Geralmente, a lâmina curva n°3 é recomendada para adultos. Para crianças, são preferíveis as retas. → TUBOS TRAQUEAIS: Tamanho p/ crianças: diâmetro do dedo mínimo do paciente. INDICAÇÕES → PROTEÇÃO DA VIA AÉREA: ▪ Alterações do estado de consciência (ECG <9) ▪ Comprometimento anatômico da via aérea ▪ Diminuição dos reflexos ▪ Sedação em locais de difícil acesso ▪ Aspiração de secreções ▪ Falência respiratória ▪ Transporte do doente em risco de deterioração → CAUSAS VENTILATÓRIAS: ▪ Hipercapnia ▪ Hipoventilação ▪ Doença neuromuscular ▪ “overdose” de droga ▪ Hiperventilação por aumento da PIC ▪ Hipoxemia: síndrome do desconforto respiratório agudo; edema agudo de pulmão; atelectasia. → CAUSAS CIRCULATÓRIAS: ▪ Parada cardiorrespiratória ▪ Choque ▪ Sepse ALERTA À PRESENÇA DE OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS Estridor laríngeo Gorgolejo Cianose Rouquidão Enfisema subcutâneo Crepitação à palpação das cartilagens cervicais Soniely Melo ABCDEG via aérea: A- AR/ VIA AÉREA: há obstrução de via aérea? Estática ou dinâmica? B- B-BRETHING (RESPIRAÇÃO; há falha na ventilação ou oxigenação? C- CIRCULAÇÃO: o paciente dá indícios de fadiga da musculatura respiratória por estar no limite de sua resposta metabólica ou hemodinâmica? D- DEFICIÊNCIA: Contraindicações: Previsão de intubação difícil: Pescoço curto; macroglossia; deformidade na mandíbula ou maxila; barba; mal formações faciais; ESCALA DE WILSON: 1. Peso 2. Abertura da boca TESTE DE MALLAMPATI Monitor cardíaco e oxímetro Soniely Melo Obeso: lamina reta; posição de cheirador! até 3 minutos; aumenta o reservatório de oxigênio nos alvéolos e nos tecidos; Drogas: succinilcolina, rocurônio, propofol (ruim para pct hemodinamicamente instáveis); Soniely Melo Manobra de Selling: cricoide; facilita vômitos Lamina em movimento da direita para esquerda, abaixando a língua. CONSEQUÊNCIAS DO PROCESSO DE INTUBAÇÃO TÉCNICA DA INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL Definição de “Tentativa Ótima de intubação”: Profissional com experiência (>3 anos) Tônus muscular insignificante Pressão laríngea externa ótima B.U.R.P: back – up – right – position (cartilagem cricóide) Adequar tamanho da lâmina Adequar tipo da lâmina Ótima posição da cabeça “Sniff position” ou posição olfativa ▪ Posicionamento correto do paciente: colocar um coxim embaixo de sua cabeça para alinhar os eixos faríngeo, laríngeo e oral, com hiperextensão da cabeça. ▪ Se possível, Nesse momento, tendo uma boa visualização, pede-se ao auxiliar para abrir a boca pelo lado direito. ▪ O emergencista deve segurar o laringoscópio com a mão esquerda. ▪ A mão direita deve ser colocada na região occipital para segurar a cabeça e abrir a boca. Soniely Melo ▪ Introduz-se a lâmina do laringoscópio ao longo da borda direita da língua até que ela se insira na valécula, quando a lâmina é curva, ou ultrapasse-a e se sobreponha à epiglote, quando se usar lâmina reta. ▪ O cabo do laringoscópio deve ser tracionado para cima e para a frente em um plano perpendicular à mandíbula. Nesse momento, deve-se evitar o movimento de alavanca, que leva a traumatismo dentário. A elevação da língua desloca a epiglote e expõe as cordas vocais. ▪ Quando visualizar as cordas vocais, o assistente deve passar o tubo endotraqueal e segurar a cabeça com sua mão esquerda. ▪ O tubo é introduzido na traqueia, e a borda proximal do balonete deve ultrapassar as cordas vocais. ▪ a. Lembre-se de que a visão direta da passagem do tubo pelas cordas vocais é um ponto importante de comprovação da IOT. ▪ b. O tubo endotraqueal deve estar com sua extremidade distal de 5 a 7 cm da carina; a posição da cabeça é indiferente, já que é possível uma movimentação de 3 a 5 cm com a extensão e flexão da cabeça. ▪ Não encher o balonete com pressão maior do que 20 mmHg e confirmar a IOT e a fixação do tubo. ▪ Confirmar se o tubo orotraqueal está mesmo na via aérea (e não no esôfago): a. Durante a IOT: ver que o tubo passou mesmo pelas cordas vocais. b. Presença de vapor de água pelo tubo, embora possa, isoladamente, ser enganosa (o ar pode vir do estômago após uma intubação esofágica). c. Expansão torácica bilateral, embora possa, isoladamente, ser enganosa (p. ex., no paciente muito obeso). d. Auscultar os cinco pontos: primeiro no epigástrio, depois nas bases pulmonares esquerda e direita e nos campos médios axilares pulmonares esquerdo e direito. e. Confirmação com a capnometria, que aliás, deve ser obrigatória. ▪ É importante, nesse momento, a realização de uma radiografia de tórax: a. Verificar a adequação do posicionamento do tubo (3 a 5 cm acima da carina). b. Diagnosticar eventuais complicações (p. ex., pneumotórax). COMPLICAÇÕES DA INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL INTUBAÇÃO DE SEQUÊNCIA RÁPIDA (ISR) Não há contraindicação absoluta, mas deve ser evitada em pacientes com anormalidade laringotraqueal causada por tumores, infecção, edema ou história de radiação na região cervical. Sua característica básica é a administração de um líquido e um bloqueador neuromuscular, após uma pré-oxigenação, sem precisar realizar ventilação pulmonar (“ambuzar”). Dessa maneira, tenta-se evitar a hiperdistensão gástrica, uma vez que, assume-se que o paciente está com o estômago cheio, com alta possibilidade de regurgitação e aspiração pulmonar. 7 Ps 1. Preparação 2. Pré-oxigenação 3. Pré-tratamento 4. Paralisia com indução 5. Posicionamento 6. Placement (colocação do tubo com confirmação) 7. Pós-intubação PREPARAÇÃO: Monitorização do paciente: oxímetro de pulso, monitor de pressão arterial e monitorização cardíaca; 02 acessos venosos; Organização do material a ser usado: drogas em seringas identificadas com seus nomes; verificar o funcionamento do laringoscópio (luz sempre branca); o tubo deve ser testado e colocadoem posição de fácil acesso; aspirador preparado com sonda estéril; POSICIONAMENTO: posição olfativa Soniely Melo Envolve a colocação de coxim occipital associado à hiperextensão da cabeça para que seja possível o alinhamento dos eixos oral, laríngeo e faríngeo. PRÉ-OXIGENAÇÃO: Ofertar ao paciente oxigênio a 100%, sem realizar ventilação, para estabelecer uma reserva de oxigênio. Pacientes obesos, crianças e gestantes tendem a dessaturar mais rápido. PRÉ-TRATAMENTO: Essas drogas devem ser administradas 03 minutos antes da intubação. → ANALGÉSICOS (Fentanil/ Lidocaína): Fentanil: age reduzindo os efeitos simpáticos da laringoscopia. Indicações: síndromes coronarianas agudas, dissecção aguda de aorta e pacientes com hipertensão intracraniana ou com sangramento do SNC. Lidocaína: atenua a resposta reativa das vias aéreas ao procedimento. Indicações: pacientes com hipertensão intracraniana, intubação no paciente em broncoespasmo (asma). PARALISIA COM INDUÇÃO: A Sequência é: ▪ Primeiro o hipnótico; ▪ Em seguida, o bloqueador neuromuscular;Sedativos (Midazolam, Propofol, Quetamina, Etomidato). Bloqueador neuromuscular (Succinilcolina, Rocurônio, Cisatracúria). Midazolam: dose segura, mas deprime drive respiratório. Propofol: o efeito passa mais rápido, mas deprime drive respiratório; Etomidato: dá hipotensão Quetamina: não deprime, segura. Sequência rápida: reduz a regurgitação, aumenta a chance de hipoxemia se não ventilar corretamente. PLACEMENT - COLOCAÇÃO DO TUBO COM CONFIRMAÇÃO PÓS-INTUBAÇÃO: Confirmada a intubação, o tubo deve ser fixado. Realizar uma radiografia de tórax é necessária para verificar a posição do tubo. Coloca-se o paciente em ventilação mecânica e se mantém toda a monitoração. Soniely Melo Hipotensão é comum após a intubação, seja pelos efeitos das drogas usadas na indução, seja após o início da ventilação mecânica, por conta da diminuição do retorno venoso. Essa hipotensão geralmente responde bem à infusão de líquidos. VIA AÉREA DIFICIL Situação clínica em que um profissional treinado tem dificuldade em intubar o paciente, manter ventilação manual sob máscara facial ou ambos. Ventilação por mascara difícil: a inabilidade de um médico treinado manter a saturação de oxigênio >90% usando ventilação por máscara facial e 100% fio2, desde que a saturação de O2 pré-ventilação estivesse no valor normal. Intubação difícil: impossibilidade de visualizar qualquer porção das cordas vocais com laringoscopia convencional. A intubação necessita de mais de uma tentativa, mudança de lâmina, uso de adjunto para auxiliar a laringoscopia ou uso de equipamentos alternativos. << Em uma situação ótima de procedimento >> Importância: manter a via aérea do paciente pérvia e ventila-lo adequadamente são prioridades em situações de urgência e emergência. Muitas vezes, a intubação ocorre em um ambiente estressante -> desafio maior << checagem diária, conhecer o material>> Complicações de várias tentativas de intubação: Hipoxemia, intubação esofágica, regurgitação, aspiração, bradicardia, parada cardíaca. COMO MINIMIZAR IATROGENIAS COM VAs: • Conhecer bem a anatomia das vias aéreas • Anamnese e exame físico bem feitos • Reconhecer situações de potenciais dificuldades • Conhecer e saber manipular os instrumentos e técnicas para manejo das vias aéreas • Adequado posicionamento do paciente • Treinamento ANMNESE: • Já foi submetido a procedimentos anestésicos/ intubação previamente? Houve alguma complicação? • História de roncos ou SAOS? • Uso de próteses dentarias? Problemas na mandíbula/ ATM? • Cirurgias, infecções ou queimaduras previas em vias aéreas? • Tumores de cabeça e pescoço e/ou radioterapia? • Patologias endocrinológicas e/ou reumatológicas associadas? EXAME FÍSICO: • Obesidade • Dentes ausentes ou protusos • Barba • Mandíbula larga • Hipertrofia de masseter • Macroglossia • Pescoço curto • Retrognatismo ou prognatismo • Síndromes congênitas • Adornos faciais • Traumas faciais DISTÂNCIAS • Distancia interincisivos >=3cm • Distancia tireomentoniana >= 6cm • Regra 3-3-2 (o idela é usar a mão do próprio paciente – abertura da boca- tireomentoniana – cartilagem cricotireoidiana) MOBILIDADE CERVICAL: • Flexão • Extensão AVALIAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR: protusão voluntária da mandíbula – é preditor de via aérea fácil; VIA AÉREA FALHA: ocorre quando um profissional experiente não consegue intubar após 03 tentativas ou não consegue manter uma saturação aceitável com bolsa-válvula-máscara durante essas tentativas (não ventila, não intuba). VIA AÉREA CRASH: situação em que o paciente chega ao pronto-socorro com quadro de morte iminente ou arresponsivo. CLASSIFICAÇÃO DE MALLAMPATTI Classes I e II: significado anatômico de uma língua pequena em relação a orofaringe. Classes III e IV: preditores de VAD. Soniely Melo Paciente sentado, em posição neutra, com a boca em abertura máxima e com a língua com a maior protrusão possível, sem falar. ▪ Classe I: observam-se palato mole, úvula e pilares das tonsilas. ▪ Classe II: observam-se palato mole e úvula. ▪ Classe III: observam-se palato mole e base da úvula. ▪ Classe IV: não se observam nem o palato mole nem os pilares das tonsilas. ÍNDICE DE CORMACK-LEHANE ▪ Grau I: visualizam-se as cordas vocais e a epiglote. ▪ Grau II: visualiza-se somente a parte posterior da glote. ▪ Grau III: só há visualização da glote ou da epiglote. ▪ Grau IV: não há visualização da glote ou da epiglote. MNEMÔNICOS DISPONÍVEIS – resumo de tudo VENTILAÇÃO BOLSA-VÁLVULA- MÁSCARA A máscara deve ter tamanho e conformação compatíveis com a anatomia do paciente. O paciente deve ser colocado em posição olfativa, exceto na suspeita de trauma cervical. Soniely Melo
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