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Populações O que são populações biológicas? ● Populações biológicas são conjuntos de indivíduos ou elementos biológicos, que compartilham genes entre si. ● Em biologia, a população é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que habitam numa determinada área, num espaço de tempo. ● Populações biológicas são grupos de organismos de uma mesma espécie que vivem em uma determinada comunidade. ● Populações biológicas podem abranger um conjunto de organismos unitários, como macacos ou borboletas, mas também podem ser um conjunto de módulos, como folhas, corais ou ramos. O que são indivíduos? Organismos unitários: ● Crescimento limitado → desenvolvimento ontogenético determinado → A partir da fertilização já se pode definir a forma que o organismo se desenvolverá. ○ Em uma população de pinguins, cada pinguim representa um indivíduo unitário. 1 Organismos modulares: ● Crescimento ilimitado → desenvolvimento ontogenético indeterminado. → O desenvolvimento do embrião não será de possível definição e levará em conta diversos fatores, como por exemplo o ambiente. ○ Em uma população de coral trata-se de indivíduos modelares pois existe o crescimento de uma unidade que se acumula e forma, por exemplo, recifes. ○ Em uma população de cupins, abelhas, formigas, há a formação de colônias, estes podem ser classificados como indivíduos modulares. Existem operários e o organismo reprodutor, que é representado pela fêmea rainha, formando uma unidade genética. ○ O gramado pode ser formado por uma única ou poucas sementes que sequencialmente se reproduzem de forma assexuada. ● Pode se definir genetes (genótipos) e vários rametes (módulos): ○ Genetes: são organismos que possuem genótipos diferentes, resultantes de sementes distintas. ○ Rametes: são módulos resultantes do mesmo genótipo, muitas vezes a partir da reprodução assexuada como brotamento. Padrões de distribuições espaciais: Regular: ● A distância entre os indivíduos, podem ser eles modulares ou unitários, é aproximadamente a mesma. ● Competição intraespecífica. ● Há uma distância mínima entre vizinhos mais próximos. 2 Aleatória: ● Habitat homogêneo. ● A probabilidade de encontrar indivíduos próximos ou isolados é a mesma. Agregado: ● Gregarismos. ● Recursos não estão homogêneamente distribuídos. ● Proteção contra a predação. ● A probabilidade de encontrar indivíduos próximos a outros é maior do que encontrá-los isolados. Como detectar o tipo de dispersão espacial? ① ② ③ ● ① → Seis amostras, com um a quatro indivíduos por amostra. ● ② → Seis amostras, com zero a quatro indivíduos/amostra. ● ③ → Seis amostras, com um a cinco indivíduos/amostra. 3 ● Índice de dispersão: ○ Menor que 1 → Distribuição regular. ○ Igual a 1 → Distribuição aleatória. ○ Maior que 1 → Distribuição agregada. Distribuição espacial X Escala espacial: Distribuição no espaço dependente da escala espacial: 4 ● Nas escalas 10 km, 3 km e 1 km percebe-se uma distribuição agregada → A distribuição ocorre em função da ocorrência de rios ● Na escala (100 m) limestone glade ( clareira de calcário) observamos uma distribuição regular → Ocorre em função da deposição de solos onde antes passava o rio tornando esses locais mais ricos em nutrientes. ● Quando analisa-se a distribuição individual de plantas ( 10 m) percebe-se um padrão de distribuição aleatória → Ao aproximar mais a área de análise a distribuição torna-se aleatória em função da homogeneidade de recursos disponíveis. Densidade X Adensamento: ● Densidade é o número de indivíduos por área: 100/ 30 = 33,33 m² ● Adensamento é menor quantidade de indivíduos por quadro à maior quantidade: 2 a 17 m² Equilíbrio dinâmico: ● Equilíbrio dinâmico diz em função de processos que simultaneamente aumentam o número de indivíduos e diminuem este número. ● O número de indivíduos presente em uma população se dá pela equação: N ₒ ₑ = Nₒ ₑ + Natalidade – Mortalidade + Imigração - Emigração 5 ○ N ₒ ₑ = Nₒ ₑ → Populações tem continuidade no tempo. ○ +Natalidade – Mortalidade → O tamanho populacional (N) resulta de um equilíbrio dinâmico entre natalidade (+) e mortalidade (-). ○ + Imigração - Emigração → A população se integra no espaço pela chegada (imigração) e saída (emigração) de indivíduos. ● O tamanho populacional (número de indivíduos, Nt ) resulta de um equilíbrio dinâmico: ○ Entre natalidade + imigração, que aumenta o número de indivíduos, ○ E a mortalidade + emigração, que reduzem o número de indivíduos. ○ Caso natalidade + imigração = mortalidade + emigração, a população permanece constante ○ Na falta de igualdade dessas taxas, a população cresce ou diminui Censo, amostragem e incerteza: ● Para contabilizar cada indivíduo da população é ideal que se faça um censo porém isso nem sempre é viável, por isto nós fazemos a amostragem da população. Estimativa do tamanho populacional de organismos móveis: ● Técnica de marcação e recaptura: ○ Há a captura de organismos e a marcação dos mesmos seguida por sua liberação. ○ Ocorre uma nova captura e estima-se a proporção dos organismos marcados nesta recaptura. ○ Faz-se a estimativa da amostra. Amostragem e variação: ● Censo: contar todos os indivíduos de um universo (população biológica) ● Amostragem: contar partes do universo, e extrapolar para o restante do universo amostral ● Incerteza: na amostragem, tenho um grau de incerteza: não tenho acesso à “verdade” Medidas de incerteza: 6 ● No primeiro gráfico observa-se um grande grau de incerteza, por isso não se pode afirmar que a população A é maior que a B. ● No segundo gráfico temos um grau de incerteza pequeno, podendo-se afirmar que a população A é significativamente maior que a B. Ciclo de vida, semelparidade e iteroparidade Ciclo de vida e reprodução: ● Eixo Y: Valor reprodutivo. ● Eixo X; Temo ( nascimento → início da reprodução → final da reprodução → morte). ○ nascimento → início da reprodução: fase juvenil, caracterizada pelo crescimento, fase pré-reprodutiva. ○ início da reprodução → final da reprodução: fase reprodutiva. ○ final da reprodução → morte: fase pós-reprodutiva. Semelparidade: 7 ● Indivíduo apresenta um único evento reprodutivo, não há investimento de energia para a sobrevivência após a reprodução e eventos reprodutivos futuros. Iteroparidade: ● Indivíduo apresenta mais de um evento reprodutivo, “guardando” energia para sobrevivência e eventos reprodutivos futuros. Ciclo de vidas anuais: ● Organismos que começam e terminam seu ciclo de vida dentro de um ano. ● Ciclos de vida curta: Clima temperado. ● Espécies anuais iteróparas. ● Espécies anuais semélparas. Ciclo e vidas longas: ● Ciclos de vidas longas: zonas equatoriais. ● Fotoperiodismo, temperatura e pluviosidade. ● Espécies iteróparas. ● Espécies semélparas. Geração sobrepostas: 8 ● Podemos ter espécies com sobreposição de geração em que existe uma coexistência de várias fases de vida do organismo. Dinâmica espacial ● Em populações abertas (com imigração e emigração), temos que levar em conta a dinâmica espacial dos indivíduos. Dispersão: ● Os organismos se dispersam a partir de um ponto central. ● Exemplo é a dispersão anemocórica do dente de leão Migração: ● A maior migração da Terra, em termos de biomassa, é a planctônica. Ela foi descoberta durante a II Guerra Mundial por um sonar da marinha dos EUA, que percebeu um falso fundo marinho pois zooplânctons e fitoplânctons migravam para a superfície diariamente. ● A migração de gafanhoto é outro exemplo de grandes migrações. Ela se dá pela formação de nuvens pelo inseto e pode trazer prejuízos para a população. ● Como a migração pode afetar a taxa de crescimento de uma população: 9 Metapopulação ● Metapopulação é uma população de populações. ● Há uma dinâmica espacial de troca de indivíduos entre populações locais. ● Podem haver populações que exportam indivíduos (fonte) e populações em que a mortalidade excede a natalidade local (sumidouro). ● Podem haver populações homogêneas, em que todas aspopulações locais exportam e importam indivíduos. Tipos de metapopulações: ● Ⓐ - Metapopulação clássica: ○ Balanço regional entre extinção e colonização: persistência dependente de conectividade. ○ Na imagem os círculos em azul são populações locais ocupadas, os vazios são populações extintas e as setas migrações. Este fluxo populacional está em equilíbrio. ● Ⓑ - Continente-ilha: ○ Uma única fonte, as demais menores, com extinção local e resgate populacional. ● Ⓒ - População em manchas: ○ Altas taxas de dispersões eliminam a independência das populações locais. ○ Não é uma metapopulação, trata-se de uma distribuição agregada pois a intensidade de troca de indivíduos é grande. ○ Os agregados são dependentes. 10 ○ Caso esta população seja atingida por uma doença, esta se espalhara rapidamente entre os agregados. ● Ⓓ - Desequilíbrio: ○ Resgate insuficiente para compensar extinções. ○ Caminha para a extinção. Tabela de Vida O que é uma tabela de vida: ● Dados que nos permitam acompanhar o destino dos indivíduos ao longo de seu ciclo de vida. ● Do seu nascimento, brotamento ou outra forma de origem, até sua morte. ● É necessário acompanhar o destino de toda a população. ● Tabela de Vida é a ferramenta que utilizamos para estudar populações estruturadas, ou seja, populações em que levamos em conta a proporção de indivíduos em cada classe etária. Construção de uma tabela de vida: ● A forma de coleta de dados que irá definir os dois tipos de tabela, esta tabela pode ser dinâmica ou estática. 11 ○ Figura ilustrando as duas formas de coletar dados para construção de Tabela de vida. A Tabela de Vida dinâmica (assinalada pela palavra “Coorte” é representada pela faixa diagonal) . A Tabela de Vida estática (assinalada pela palavra “Período” é representada pela faixa vertical) . ● A tabela de vida dinâmica, ou coorte: ○ Acompanha todo o grupo de indivíduos que têm a mesma idade, desde o seu nascimento, até a morte de cada um deles. ○ O grupo de indivíduos que nasceram no mesmo intervalo etário é chamado de coorte. ○ A desvantagem é que sua construção é demorada, o que implica em custos elevados em tempo e esforço. ● A tabela de vida estática: ○ Analisa apenas um período. ○ Estima a idade de cada indivíduo. ○ A construção é mais rápida, e portanto mais barata. ○ A desvantagem é que dependemos de uma série de pressupostos que podem ser falsos, que são: ➢ A morfologia dos indivíduos indica precisamente sua classe etária ➢ As proporções no número de indivíduos entre classes etárias não se alteraram desde o nascimento dos indivíduos até a sua morte. Componentes de uma tabela de vida: Tabela de vida de coorte para planta anual Phlox drummondii R0=∑(lₓ . mₓ )=2.41 R0=∑Fₓ /a₀ =2.41 ● Intervalo etários. ● Números de sobreviventes no dia X. 12 ○ O dia X consiste no inicio do intervalo etário. ○ Pode-se constatar que é uma planta anual, pois todos seus indivíduos morrem ao final deste período. ● Proporção de coorte original sobrevivente no dia X. ○ Como trata-se de uma proporção o número inicial é sempre 1 e o final 0. ● Sementes produzidas em cada estágio. ○ O período até o dia 292 trata-se da fase pré-reprodutiva. ○ O período reprodutivo vai de 292 a 362 dias. ○ O pós-reprodutivo não existe, pois a planta morre ao final de seu estágio reprodutivo. ● Sementes produzidas por indivíduos sobreviventes em cada estágio. ● Sementes produzidas por indivíduos da coorte original em cada estágio. ● R0=∑(lₓ . mₓ )= ∑Fₓ /a₀ =2.41→ Esta fórmula representa a taxa de crescimento. ● Ou seja, a tabela de vida é composta por: X: idade ou classe etária Ax: número sobrevivendo até x Ix: proporção da coorte original sobrevivendo até x Fx: número de prole produzida em x Mx: prole produzida por sobrevivente em x Dinâmica espacial na tabela de vida: Como incluir a dinâmica espacial na tabela de vida? ● Tabela de vida normalmente desconsidera dinâmica espacial: Populações fechadas. ● Isto pode ser uma limitação dessa ferramenta, que pode ser corrigida por inclusão de tabelas específicas para imigração e emigração. ● Ou por inclusão desses dados de forma implícita, na coluna de mortalidade. ● Neste caso, a emigração seria uma das causas de redução de indivíduos entre classes etárias. ● E imigração seria uma mortalidade “negatova”: a chegada de indivíduos gera aumento no número de indivíduos daquela classe etária. 13 Tabela de vida diagramática Curvas de sobrevivência 14 ● A partir dos dados de uma Tabela de Vida podemos desenhar a Curva de Sobrevivência da população, geralmente utilizando escala logarítmica no eixo vertical (dos Y). ● Há três formatos clássicos de curvas de sobrevivência: ○ Curva de sobrevivência do tipo I: É característica de espécies sob seleção K, em que a mortalidade se concentra nas idades mais avançadas, havendo baixa mortalidade de juvenis. ○ Curva do tipo II: A probabilidade de morte é a mesma independente da idade do indivíduo. ○ Curva de sobrevivência do tipo III: É característica de espécies sob seleção R, em que a maior mortalidade ocorre na fase juvenil. ● Todas as curvas de sobrevivência tem dois pontos em comum: (0,1), quando todos os indivíduos da coorte estão vivos, e (1,0), quando todos os indivíduos da coorte estão mortos. ● A figura abaixo mostra como os três tipos de curva de sobrevivência se relacionam às probabilidades de morte: Introdução a leis fundamentais de ecologia de populações: O que são modelos em ecologia? ● Modelos são simplificações, que utilizamos para explicar processos. ● Eles funcionam como hipóteses explicativas. ● Que precisam ser testadas! ● Preferencialmente os modelos são matemáticos. ● De forma a possibilitar que sejam testados quantitativamente. O que é dinâmica populacional? ● É qualquer variação no número de indivíduos ao longo do tempo (=tamanho populacional). 15 Como estudar a dinâmica populacional? ● Para estudar a dinâmica populacional, partimos das Leis Fundamentais da Ecologia de Populações. Leis fundamentais da ecologia de populações: 1. Potencial biótico de crescimento exponencial. 2. Crescimento limitado. 3. População mínima viável ou cooperação. 4. Oscilações acopladas predador-presa. 5. Fatores determinantes e lei do mínimo. 6. Alometrias. 1ª Lei → Potencial biótico de crescimento exponencial : ● Na ausência de fatores dependentes da densidade, todas as populações mantêm sua taxa de crescimento populacional constante. ● Toda população tem um potencial de crescimento em formato de J. ● Toda população tem o potencial de crescimento ilimitado e exponencial. ● A imagem representa uma população de bactéria, tem início com uma célula única que se divide em duas e dá início a um crescimento exponencial. ● Um exemplo de crescimento exponencial é a infecção de COVID 19. Potencial biótico: ● Todas as populações têm o potencial de crescimento ilimitado e exponencial. ● O potencial de crescimento exponencial é considerado a 1a lei da Ecologia de Populações. 16 ● λ ou R0→ Taxa de reposição populacional. ● Potencial biótico com λ > 1: ○ λ > 1 → Quando a taxa de reposição populacional é maior do que 1 o tamanho da população (Nt) aumenta em formato de J ao longo do tempo, ou seja, tem crescimento positivo. ○ Nesse modelo, a taxa de crescimento por indivíduo (λ ou R0) não se altera com a densidade populacional (N). ● Potencial biótico com λ < 1: ○ Populações com λ < 1 tem crescimento negativo, até a sua extinção. ○ Nesse modelo, a taxa de crescimento por indivíduo (λ ou R0) não se altera com a densidade populacional (N) ● Potencial biótico com λ = 1: 17 ○ Populações com λ = 1 tem crescimento nulo, ou seja, permanecem constantes. Analogias da física mecânica com a ecologia de populações ● A primeira lei de Newton, a lei da inércia, é análoga à lei do potencial biótico. Primeira lei de Newton: ● Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou em movimento retilíneo e uniforme caso as forças que atuem sobre ele se anulem. As possíveis analogias a serem feitas são: ● Corpo: população biológica.● Permanecer em repouso: manter a taxa de crescimento per capita constante. ● Se λ = 1 a população permanece constante. ● Se λ < 1 a população diminui até a sua extinção. ● Se λ > 1 a população apresenta crescimento exponencial. ● Movimento retilíneo uniforme: crescimento populacional com taxa reprodutiva (λ) constante. ● Corpo é uma coleção de massas: população é uma coleção de indivíduos, ou módulos (em organismos modulares). Potencial biótico e Tabela de Vida: ● Vimos que podemos estimar se uma população está crescendo ou diminuindo a partir dos dados de uma Tabela de Vida. ● Calculamos a Taxa Reprodutiva Líquida (=Taxa de Reposição). ● Se R0 < 1, a população diminui. ● Se R0 > 1, a população aumenta. ● Se R0 = 1, a população fica constante. Taxa reprodutiva líquida: R0=∑(lₓ . mₓ ) R0= ∑Fₓ /a₀ 18 2ª lei → Crescimento limitado: ● Nenhuma população pode manter seu crescimento ilimitado por tempo indefinido: ● Em algum momento os indivíduos sofrem limitação de recursos, ● O que leva a redução na taxa de crescimento populacional ● Até que a população para de crescer e o número de indivíduos se estabiliza. Potencial biótico x Crescimento limitado: ● Capacidade limite do meio: O local onde ocorre o organismo fornece uma taxa determinada de disponibilização do recurso que sustenta um determinado número de consumidores. ● Resistência ambiental: O ambiente freia o crescimento populacional e diminui sua velocidade, afastando a curva S. cada vez mais, do potencial biótico (curva J). Modelo de crescimento populacional: 19 Potencial biótico: ● Na ausência de limitação ambiental, a taxa de crescimento populacional aumenta. Crescimento limitado: ● Ao se aproximar da limitação ambiental, a taxa de crescimento populacional diminui. População Mínima Viável: ● Há uma densidade mínima, abaixo da qual a população vai à extinção. 20 3ª lei →População Mínima Viável (PMV): ● Também chamado Efeito Allee. ● Diz que ocorrem efeitos de cooperação, em que aumentos de densidade elevam o crescimento populacional. ● Quando a densidade populacional está baixa! ● A consequência é que existe uma População Mínima Viável: • Abaixo dessa densidade, a população diminui até sua extinção. 4ª Lei → Oscilações acopladas presa predador: ● Existe uma tendência natural do acoplamento de ciclos populacionais de presas e predadores. 5ª Lei → Fatores determinantes e lei do mínimo: Lei do mínimo: ● A limitação do crescimento do indivíduo se dá pela disponibilidade mínima de nutrientes, ou seja, o que limita o crescimento são aqueles nutrientes com menor disponibilidade. Lei dos fatores determinantes: ● Apesar de estarem inseridos numa rede trófica complexa, predominam 3 fatores determinantes na variação populacional. 21 6ª Lei → Alometrias ● Taxa de crescimento e densidade populacional DIMINUEM com o tamanho corporal. ● O tempo de geração e o período de ciclos populacionais AUMENTAM com o tamanho corporal. Flutuações populacionais : ● Ⓐ → Neste padrão observamos uma crescimento em formato de J seguido por um desastre ambiental respectivas vezes. ● Ⓑ → Crescimento atenuado regulado pela alta densidade populacional que se intercala por pequenos desastres ambientais. ● Ⓒ → Crescimento atenuado regulado pela baixa densidade populacional que se intercala por pequenos desastres ambientais. ● Ⓓ → Populações que na maior parte do tempo possuem um crescimento exponencial negativo, porém de vez em quando possuem uma rápida colonização. 22 História do bode dentuço: ● Após um acidente uma cabra prenha foi parar em um ilha deserta, ao colonizar a ilha os recursos e a população teve o seguinte comportamento representado no gráfico: ↓ ↓ 23 ↓ ↓ ↓ 24 ↓ ↓ ↓ 25 ↓ ↓ ↓ 26 ● Porém, nos períodos de fome, aumenta a frequência dos genótipos com o gene que codifica para “dentuço”, na população de bodes: ● Até que a maioria da população de bodes é do genótipo “dentuço”. ● Quando prevalecem os dentes, os bodes levam à extinção local da grama, pois graças aos dentes eles comem até a raiz das gramas. Conclusão: ● A seleção natural pode levar à extinção da espécie selecionada! ● Não existe seleção “para o bem da espécie”. ● Evolução não é “para o melhor”. ● Valor adaptativo (fitness) é uma medida comparativa (relativa) aos outros genótipos na população. ● Mesmo em populações que diminuem, a seleção natural continua atuando ● Interações biológicas levam a pressões seletivas recíprocas. 27 Genes e hereditariedade: ● Genes são porções do material genético que codificam caracteres. ○ Quando esse gene possui características fenotípicas que podem aumentar a sua chance de replicação na próxima geração, ele será selecionado favoravelmente, sendo favorecido pela seleção natural. ● Variabilidade genética: diferentes indivíduos da mesma população têm diferentes genes, estando sujeitos assim a diferentes pressões seletivas. Genótipo x Fenótipo: ● Genótipo é o conjunto de genes de um organismo. ● Fenótipo são características observáveis = interação do genótipo com o ambiente. Plasticidade fenotípica: ● É a capacidade dos organismos de alterar a sua fisiologia ou morfologia de acordo com as condições do ambiente. ● Também pode ser definida como “a habilidade de um genótipo de produzir mais de um fenótipo quando exposto a diferentes ambientes”. ● Essas transformações podem ou não ser permanentes no ciclo de vida do indivíduo. Adaptação: ● Na biologia, a adaptação tem três significados relacionados; ○ Em primeiro lugar, é o processo evolutivo que ajusta os organismos ao ambiente, melhorando seu valor adaptativo (fitness). ○ Em segundo lugar, é o estado atingido pela população durante esse processo. ○ Terceiro, é uma característica fenotípica ou característica adaptativa, com um papel funcional em cada organismo individual, que é mantida e evolui através da seleção natural. Exaptação: ● Uma característica que foi selecionada por determinadas pressões seletivas (p. ex. asas nas aves para voar), que os organismos passam a utilizar para outra função (p.ex. Asas dos pinguins para nadar). Valor adaptativo (aptidão, fitness): ● É a proporção do gene de um indivíduo deixado para o fundo genético da próxima geração. ● A contribuição de um indivíduo perante todo o conjunto de genótipos existentes dentro da população em que está inserido. 28 ● Exemplo: quando os bodes passam fome, ser “dentuço” tem maior valor adaptativo, pois os indivíduos com essa característica deixam mais descendentes. Mutação: ● Mutações são mudanças na sequência dos nucleotídeos do material genético de um organismo. ● Mutações podem ser causadas por erros de cópia do material durante a divisão celular. ● Por exposição a radiação ultravioleta ou ionizante, mutagênicos químicos, ou vírus. Quais os efeitos das mutações? ● Existe forte pressão seletiva para evitar erros no processo de cópia do material genético. ● Existem moléculas como a polimerase que corrige os erros no material genético. ● Geralmente a seleção natural favorece mecanismos que corrigem ou evitam os erros. A maioria das mutações é neutra: ● Hoje sabemos que a maioria das mutações é neutra, ou seja, não se expressa no fenótipo. ● Essa é a base para os “relógios moleculares”: ○ O relógio molecular é uma técnica em evolução molecular para relacionar o tempo de divergência entre duas espécies com o número de diferenças moleculares medidas entre as sequências de DNA ou proteínas. ○ Quanto mais aparentados geneticamente, menor o tempo de separação entre duas espécies. A teoria do relógio molecular é uma excelente ferramenta para a biologia. O papel das mutações na seleção natural: ● As mutações são a única fonte de surgimento de novidades genéticas, ● Embora uma população possa “receber” variabilidade genética pela imigração de indivíduos com genótipos ausentes naquela população. ● Ex: imigração de inseto resistente a inseticida em população que era suscetível. Mutações deletérias: ● Mutações deletérias geram fenótipos mal adaptados, que podem morrer antes deatingir a maturidade, podem ter dificuldades na reprodução, ou podem gerar descendentes inférteis. ● A seleção natural irá eliminar esses mutantes. Pressão seletiva: ● Pressão seletiva é o conjunto de condições ambientais que origina o favorecimento de determinados genes em relação a outros em determinada população. 29 ● Ex.: a escassez de recursos foi a pressão seletiva que favoreceu os gene para “dentuço”. Relógios moleculares e filogenia: ● Relógios moleculares podem ser usados para datar filogenias. Especiação: ● Especiação: é processo pelo qual uma espécie diverge em duas ou mais espécies. ● Especiação envolve alguma forma de interrupção do fluxo gênico + divergência das populações + evolução de barreiras reprodutivas = isolamento reprodutivo. Mecanismos de especiação: Filogenia: ● É o estudo da relação evolutiva entre grupos de organismos (por exemplo, espécies, populações), que é descoberto por meio de sequenciamento de dados moleculares e matrizes de dados morfológicos. Modelos de crescimento populacional O que são modelos em ecologia? ● Modelos são simplificações, que usamos para explicar processos • Eles funcionam como hipóteses explicativas. ● Que precisam ser testadas! 30 ● Preferencialmente os modelos são matemáticos. ● De forma a possibilitar que sejam testados quantitativamente. Modelos matemáticos: ● A taxa de crescimento populacional (dN/dt) é igual ao número de nascidos (B) menos o número de mortos (D) Derivadas: ● A derivada de uma função descreve a taxa de variação instantânea da função em um certo ponto. Taxa de variação: 31 Modelo de crescimento exponencial: ● A taxa de crescimento populacional é igual ao número total de nascimentos (B) menos o número total de mortes (D). ● A taxa de crescimento populacional é igual ao número total de nascimentos (B) menos o número total de mortes (D), ou a diferença entre a taxa de natalidade (b) e de mortalidade (d) per capita vezes o número de indivíduos (N). Crescimento contínuo x discreto: ● Iteróparos (vários períodos de reprodução, levando à sobreposição de gerações): dN/dt=rN ● Semêlparos (reproduz uma única vez e morre, levando a gerações discretas): N(t=1)=λN(t) 32 ● Populações com r > 0 ou λ > 1 (lambda maior que 1) crescem. ● Populações com r = 0 ou λ = 1 (lambda igual a 1) permanecem ● Populações com r < 0 ou 0 < λ < 1 (lambda menor que 1) diminuem ● No modelo exponencial a relação entre o crescimento populacional e a densidade é uma função linear: ○ dN/dt = rN ○ dN/dt = y ○ N = x ○ y = ax 33 Por que “independente da densidade”: ● Porque a taxa de crescimento per capita não varia com a densidade populacional: λ / r são constantes. ○ dN/dt = rN → dN/N . dt = r ○ N(t+1) = λN(t) → N(t+1)/N(t) = λ Modelos de crescimento exponencial: ● Todas as populações têm o potencial de crescimento exponencial. ● Quando r > 0 (λ > 1): crescimento exponencial ilimitado – curva em formato de “J” – natalidade > mortalidade. ● Quando) r = 0 (λ = 1): população constante no tempo – natalidade = mortalidade. ● Quando r < 0 (0< λ < 1): decaimento exponencial até a extinção. ● Nos modelos exponenciais, a taxa de crescimento populacional per capita é INDEPENDENTE da densidade populacional (N). 34
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