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O Diabetes Mellitus (DM) é caracterizado pela elevação da glicose no sangue, conhecida como Hiperglicemia. • Pode ocorrer devido a redução na produção pancreática e inadequada liberação e/ou resistência periférica à insulina, que é um hormônio produzido pelas células beta do pâncreas. • As alterações na secreção ou ação da insulina causam o acumulo de glicose no sangue (hiperglicemia). O DM pode ser classificado como: • DM tipo 1 • DM tipo2 • DM gestacional (DMG) As mulheres com diabetes na gestação podem ser classificadas como: • Já portadoras de Diabetes tipo 1, tipo 2 e outros tipos específicos. • Portadoras de Diabetes gestacional, caracterizada pela intolerância aos carboidratos diagnosticada pela primeira vez durante a gestação e que pode ou não persistir após o parto. Em ambos os casos, se não for tratada adequadamente, pode aumentar o risco de morbimortalidade fetal neonatal e materno. • A dieta individualizada tem papel de destaque no tratamento. • Mulheres com DMG podem gerar um concepto saudável da mesma forma que a população geral. Fatores de risco associados ao DMG: • História familiar de DM • Histórico de macrossomia • Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo na gestação atual. • Obesidade central • Baixa estatura • Pré- eclâmpsia e eclâmpsia • Síndrome de ovários policísticos. • Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal • Antecedentes de DMG Fisiopatologia do DMG: Durante a gestação, as necessidades energéticas maternas são maiores visando permitir os ajustes fisiológicos maternos: • Aumento de tecidos como: placenta, útero, mamas e as reservas para lactação. • Garantir substratos para o desenvolvimento fetal. A primeira metade da gestação, é caracterizada por intenso anabolismo (construção). No 2° trimestre, é modifica o anabolismo para o catabolismo, para atender as necessidades fetais. Os níveis plasmáticos de glicose pós- prandial são mais elevados que nas não- gravidas. Diabetes Mellitus Gestacional Diabetes Mellitus Gestacional Essa hiperglicemia pós-prandial fisiológica visa suportar o aporte nutricional fetal em crescimento. Efeito diabetogênico da gestação: • É a presença ou o aumento da produção de determinados hormônios na gravidez que induzem a hiperglicemia. Hormônio Lactogênio Placentário (HPL): • Produzido pela placenta • Secreção aumentada no 3°T devido velocidade de crescimento fetal. Estrogênio e Progesterona: • Produzidos pela placenta. • Estrogênio é antagônico a insulina. • Progesterona diminui a secreção de insulina nos tecidos periféricos, inibindo sua secreção. Cortisol: • Produzido pelo córtex da supra- renal. • Antagonista da ação da insulina no músculo e no tecido adiposo. Insulina: • Produzida pelo pâncreas • A secreção materna é aumentada no período pós- prandial e diminuída no jejum. • Sofre ação dos hormônios da gestação, diminuindo sua eficácia. Diagnóstico do DMG: O rastreamento da DG, deve ocorrer entre todas as consultas a partir da primeira consulta da assistência pré-natal. (Ministério da Saúde) Terapia Nutricional para DGM: O objetivo é manter os níveis de glicemia adequados. • A educação nutricional é de extrema importância no tratamento da DGM. Avaliação antropométrica: • Calculo de ganho de peso gestacional. • Programação de ganho de peso. Avaliação Dietética: Deve ser muito bem detalhada e incluir: • Numero de refeições • Avaliar a composição das refeições (grupos alimentares) • Avaliar o consumo de refrigerantes, bebidas alcoólicas, alimentos ricos em gorduras, doces e excesso de alimentos nas refeições. • Investigar tabus alimentares, hábitos alimentares, alergia e intolerância alimentar. • Modificações como inclusão e exclusão de alimentos em função da gestação ou se estão relacionados a sinais e sintomas digestivos. • Investigar picamalacia • Questionário de frequência alimentar também pode fornecer uma boa estimativa. Avaliação Clínica: • Avaliar funcionamento intestinal • Sinais e sintomas digestivos • Identificar sinais e sintomas de carência nutricional • Altura uterina • Pressão arterial Avaliação de exames laboratoriais também deve ser realizada. Orientação Nutricional Distribuição do consumo calórico: • 40 a 55% de carboidratos (no mínimo 175 g/dia) Atenção para não oferecer menos de 130g de cho por dia. Devem ser distribuídos: • 10 a 15% no café da manhã, • 30% no almoço e jantar • restante nos lanches Para evitar episódios de hiperglicemia, hipoglicemia ou cetose. O requerimento energético materno é maior nos 2° e 3° trimestres da gestação, fase em que ocorre hiperplasia e hipertrofia celular do feto deposição de reserva materna. • 15 a 20% de proteínas A recomendação de proteína de acordo com a DRI durante o segundo e terceiro trimestre é 1,1 g/kg/dia ou 25g/dia. A recomendação de proteína segundo a OMS é de 1g no 1° trimestre, 9g no 2° trimestre e 31g no 3° trimestre. • 30 a 40% de gorduras. As gorduras saturadas <10% Ômega 6: 13g/dia Ômega 3: 1,4g/dia • Fracionamento de 6 refeições. A ceia tem grande importância, para evitar quadros de hipoglicemia durante a madrugada/ manhã. • O uso de álcool deve ser desencorajado e o de cafeína moderado. • Evitar o uso de alimentos diet e light • Os adoçantes artificiais devem ser consumidos apenas quando necessário e com moderação. • Pratica de exercícios físicos por pelo menos 30 minutos diários, de preferência após as refeições. • O aleitamento materno deve ser estimulado desde a assistência pré- natal. Referências: Nutrição em obstetrícia e pediatria – Accioly Diretriz Brasileira de Diabetes (2019-2020) – Sociedade Brasileira de Diabetes Terapia Nutricional na gestação – Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral Diabetes Mellitus Gestacional- Sanar Med
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