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NUTRIÇÃO ANIMAL FISIOLOGIA DO RÚMEN Fenômenos físicos, químicos e biológicos. Ingestão – digestão – absorção – metabolização. A nutrição animal é a base para o sucesso financeiro. A produtividade animal depende em parte do aproveitamento dos nutrientes ingeridos através da alimentação. O sistema digestivo dos animais está relacionado com o seu regime alimentar. Funções do sistema digestivo: fornecer nutrientes ao organismo animal, armazenar os alimentos por um determinado período de tempo e liberá-los para sofrerem digestão, digerir os alimentos, absorção das substâncias pela parede intestinal e eliminar os resíduos alimentares (produtos não digeridos). O Estômago armazena os alimentos. Em ruminantes: surgimento do rúmen – fruto de adaptação evolutiva da espécie. Os primórdios dos ruminantes – presas fáceis, se alimentavam de pastagens em pradarias. A necessidade de consumo rápido e em grande quantidade para evitar ataque de predadores em descampados favoreceu essa evolução. Os animais em geral não são capazes de fazer o uso adequado de alimentos fibrosos, mas os ruminantes, cavalos e coelho por meio de fermentação utilizam esses alimentos de modo satisfatório. Os ruminantes não produzem as enzimas necessárias para o processo da digestão, mas sim, permitem o desenvolvimento de microrganismos que realizam essa função. Há uma simbiose entre o animal e esses microrganismos. Estes utilizam os alimentos que ali chegam como substrato alimentar, tirando os nutrientes necessários para sua multiplicação e crescimento e em troca liberam energia em forma de ácidos graxos voláteis que são absorvidos em grande quantidade pela parede ruminal. Estômago verdadeiro – abomaso (secreção de suco gástrico). Pré-estômagos – retículo, rúmen e omaso. Possuem estruturas anatômicas próprias para o processo de fermentação, permitindo ao animal o aproveitamento das plantas fibrosas. Retículo ou barrete participa dos processos de regurgitação na ruminação e eructação. Rúmen ou pança atua na digestão, fermentação e absorção dos nutrientes. Omaso ou folhoso tem a função de absorver água e AGV’s. Abomaso ou coagulador é o estômago químico, com secreção de suco gástrico. Rúmen como câmara de fermentação: Ambiente favorável ao desenvolvimento da população microbiana, temperatura entre 39-42°C, teor de umidade variando de 85-95%, ausência de O2 (ambiente anaeróbico), ph entre 6-7 (influenciado pelo alimento ingerido). Saliva atua como substância tampão, mantendo o ph estável. Presença de substrato, 10 bilhões de bactérias por grama de ingesta, 10 milhões de protozoários por g de ingesta (maioria ciliados). 70-80% da matéria seca é digerida pelos microrganismos ruminais com a consequente produção de AGV, proteínas microbianas, dióxido de carbono e gás metano. Rúmen apresenta porção sólida, líquida e gasosa. É o local onde ocorre a fermentação microbiana, alimento permanentemente misturado. Seres anaeróbicos (estrito ou facultativo). Populações de microrganismos são modificadas de acordo com a dieta do animal. Bactérias: 80% do metabolismo ruminal, protozoários 20% e fungos em menor quantidade. Produtos da fermentação: AGV’s acético, propiônico e butírico, gases C02 e CH4, proteína microbiana e calor. Ruminação – regurgitação – engole de novo Saliva – manutenção do ph ruminal CARBOIDRATOS, GORDURAS E PROTEÍNAS CARBOIDRATOS São utilizados pelo organismo animal como principal fonte de energia. Formam 80% da Matéria seca dos grãos e 75% da MS dos volumosos. É a fonte mais abundante e barata de energia para os animais. ALIMENTO – ÁGUA E MATÉRIA SECA MATÉRIA SECA – MATÉRIA INORGÂNICA (MINERAIS) E ORGÂNICA (N, Fibra bruta, Gordura, ENN) N proteína FB, Gordura, ENN energia. Principais componentes gerados são os AGV’s. Função energética: 4kcal de Energia bruta por grama de matéria seca de alimento. Reserva alimentar e lastro intestinal. Celulose e hemicelulose com aproveitamentos um pouco mais baixos. Taxa de degradação da pectina para liberar energia é muito mais próxima ao tempo necessário pro amido e demais açúcares liberarem energia. Casca de soja rica em pectina. Liberação de energia relativamente rápida. Alimentos ricos em pectina atuam com intuito de que não ocorra uma queda brusca de pH do rúmen. Lignina é uma fração que não consegue ser aproveitada. Digestão dos carboidratos nos ruminantes: colonização e degradação de uma partícula de alimento por bactérias ruminais. Ruminantes aproveitam fontes energéticas que os monogástricos não aproveitam. Possuem simbiose com microrganismos. Saliva ajuda como tampão do pH. Deve haver uma dieta equilibrada entre carboidratos fibrosos e não fibrosos. Carboidratos fibrosos possuem degradação lenta e ocupam espaço no rúmen, sendo inibidores do consumo de matéria seca quando em quantidade excessiva na dieta. A presença de fibra na dieta é importante para a saúde ruminal. Carboidratos não fibrosos são frações mais rapidamente degradadas no rúmen. Em quantidade excessiva pode induzir produção exagerada de AGV’s no rúmen ocasionando na queda do pH ruminal – acidose. Resultado da digestão dos carboidratos no rúmen: AGV – ENERGIA, Gás carbônico e gás metano. ÁCIDO GRAXO VOLÁTIL ÁCIDO ACÉTICO: na glândula mamária vai formar a gordura do leite. Responsável pela gordura de reserva. ÁCIDO PROPIÔNICO: ácido graxo gliconeogênico, formador de glicose. Principal função é fornecer energia. ÁCIDO BUTÍRICO: atende as necessidades energéticas mais imediatas dos animais. Rapidamente metabolizado. GORDURA 1g = 9,45 kcal de energia bruta. 2,25x mais energia. As elevadas temperaturas durante o verão levam ao baixo consumo de ração por parte dos animais. Para garantir a ingestão dos nutrientes necessários à boa nutrição, há necessidade de fazer uma ração com elevado teor de energia e alta concentração dos demais nutrientes. - Fornecimento de ácidos graxos essenciais - Necessário menor consumo de MS para cada Kg de ganho de peso. - A inclusão de gordura na dieta melhora a conversão alimentar dos animais. - Ambiente ruminal tem dificuldades em lidar com dietas que tenham alta quantidade de gordura. Importância da biohidrogenação: a função da saturação dos ácidos graxos não está totalmente identificada. Acredita-se que os ácidos graxos insaturados sejam tóxicos para as bactérias ruminais. A principal função deve ser detoxificante. Biohidrogenação é responsável pela carne bovina ser mais saturada do que de animais monogástricos, sendo a principal restrição à sua inclusão na dieta humana. PROTEÍNA Um dos ingredientes de custo mais elevado na formulação de dietas para os animais. A economia na produção é altamente dependente da eficiência de utilziação desse nutriente. Proteína verdadeira – via ingestão de alimento. N não protéico – uréia misturada na dieta (barateira o custo da dieta). Microrganismos mortos seguem pelo trato digestivo, chegam ao intestino delgado onde serão degradados, entrarão em decomposição – componentes dos microrganismos mortos, inclusive aminoácidos, são reaproveitados – proteína microbiana. PROTEÍNA DEGRADÁVEL NO RÚMEN (PDR): fração protéica que é degradável no rúmen. Está inclusa a proteína solúvel. PROTEÍNA NÃO DEGRADÁVEL NO RÚMEN (PNDR): fração proteica que atravessa o rúmen, sem sofrer ataque microbiano BY PASS. Absorvida diretamente no intestino. Espécie em que mais se trabalha isso – gado de leite principalmente. - Fornecimento de aminoácidos pós-rumen. Não basta suplementar os ruminantes com proteína BY PASS ouPNDR, com o intuito de ofertar um plus de aminoácidos no intestino dos animais. É necessário que a composição dessa proteína seja nobre. Para animais de alta produção, não interessa somente a quantidade de proteína, mas sim a qualidade desta. PROTEÍNA BY PASS: exemplo é o farelo de soja que passa por um tratamento com temperatura e pressão controlada. Contém 65% de PNDR e 35% PDR. No caso dos bovinos é essencial sabermos o local de degradação dessa proteína para sabermos exatamente quem estamos suplementando, o animal ou o rúmen.
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