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Resposta Inflamatória Tecidual e Sistêmica

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Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
Resposta inata 
 
Figura 2.1, pág. 37, Imunobiologia de Janeway, 8ed. 
Imagem com um resumo da resposta imunológica. 
• Começa pela resposta inata imediata, que ocorre 
de 0 a 4 horas após o início do ano ou da infecção. 
Essa resposta é baseada em dois componentes, 
que é o componente das barreiras físicas – que 
envolvem os tecidos epiteliais, e as barreiras 
químicas – que envolve o sistema complemento, 
as defensinas e as enzimas. As barreiras físicas e 
químicas da resposta imediata inata são baseadas 
em reconhecimento de moléculas efetoras não-
específicas, as quais são amplamente ativas em 
diferentes situações em que o sistema inato 
precisa responder. Esse tipo de resposta é 
eficiente para a remoção de boa parte dos agentes 
infecciosos – em torno de 90% dos 
microrganismos do ambiente. 
• Caso esse microrganismo consiga invadir o 
tecido – rompendo ou ultrapassando as barreiras 
físicas e químicas, esse microrganismo vai ser 
contido pela resposta inata inicial, que ocorre de 
4 a 96 horas depois da infecção/dano. A ativação 
dessa resposta é dependente do recrutamento de 
células efetoras e do reconhecimento de PAMPS 
– padrões moleculares associados a patógenos, 
levando à ativação da produção de moléculas 
efetoras inflamatórias ou de células efetoras da 
resposta inflamatória. Esse mecanismo é eficiente 
para a remoção de agentes infecciosos – em torno 
de 95% dos microrganismos que entram em 
contato com nosso organismo são eliminados ou 
impedidos de estabelecer uma infecção pela 
resposta imune imediata ou pela resposta. Imune 
inata inicial. 
• Caso esses mecanismos não sejam suficientes, o 
microrganismo deverá ser eliminado pela 
resposta imune adaptativa que vai começar a ser 
ativada após 96 horas do contato com o 
microrganismo ou com agente danoso. 
Primeira linha de defesa química 
Enzimas antimicrobianas 
• Produzidas por diferentes tecidos do corpo, 
principalmente glândulas exócrinas. 
• Uma boa parte das enzimas que nós produzimos, 
incluindo enzimas digestivas, são consideradas 
enzimas com capacidade de proteção contra 
infecções, pois são capazes de digerir boa parte 
dos microrganismos. 
• Exemplo de enzima: A enzima proteolítica 
lisozima. É uma enzima produzida pelo epitélio 
glandular das glândulas salivares, glândulas 
lacrimai, sudoríparas e por macrófagos. 
• Ela é uma enzima capaz de clivar as ligações 
peptídicas entre os polímeros de N-
acetilglicosamina e N-ácido acetilmurâmico que 
compõem a peptideoglicana de bactérias gram-
positiva e gram-negativa. 
 
Figura 2.7, pág. 45, Imunobiologia de Janeway, 8ed. 
• É possível ver a lisozima clivando as ligações 
entre esses polímeros expondo a bicamada 
lipídica. Ela é mais eficiente em gram-positivas. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
• Ao expor a bicamada lipídica, a membrana 
plasmática da bactéria fica a disposição e se torna 
sensível à ação de outras enzimas que estão 
nesses mesmos produtos das glândulas, como por 
exemplo a fosfolipase A2 secretória. 
Exemplo de enzimas produzidas por glândulas exócrinas: 
a fosfolipase A2 separada tem efeito bacteriostático, pois 
possui dificuldade de chegar na bicamada lipídica quando 
a parede bacteriana está integra. A lisozima sozinha 
também terá efeito bacteriostático, pois degrada o 
peptideoglicano mas não causa a morte direta da bactéria. 
As duas enzimas em conjunto possuem efeito bactericida. 
Defensinas 
• Relacionadas com defesa imediata do sistema 
imune inato, na categoria de defensas químicas. 
• Em mamíferos elas são produzidas por células 
epiteliais diferenciadas, como enterócitos, 
queratinócitos principalmente e células 
hematopoiéticas da imunidade inata, 
principalmente neutrófilos, sendo que os 
macrófagos também são capazes de produzi-las. 
• Divididas e 3 famílias, alfa, beta e teta defensinas. 
 
Figura 2.8, pág. 46, Imunobiologia de Janeway, 8ed. 
• São proteínas anfipáticas – possuem uma porção 
polar e uma porção apolar, o que permite que se 
insiram nas membranas celulares. Em 
concentrações grandes, formam poros na 
membrana ao repulsar os fosfolipídeos e formam 
um poro proteico na membrana, alterando seu 
equilíbrio osmótico/seletividade e causando a 
morte do patógeno 
• Essas proteínas são ativadas por proteólise. Essa 
ativação está relacionada com a resposta 
inflamatória. 
 
Figura 2.9, pág. 47, Imunobiologia de Janeway, 8ed. 
Exemplos de defensinas. Todas são produzidas na forma 
inativa e ativadas por uma protease, a qual libera as 
porções efetoras que vão se ligar à membrana. 
Linha de defesa física 
Epiderme cutãnea 
• A organização dessas moléculas no tecido está 
relacionada com a organização histológica desses 
tecidos, e a relação que existe entre as proteções 
físicas e as proteções químicas. 
• A proteção física principal é o próprio epitélio. As 
células epiteliais são conectadas por junções 
ocludentes, que impedem que patógenos 
consigam passar por entre as células epiteliais 
sem romper essa junção. Existem patógenos 
capazes de romper essa junção, mas a maior parte 
deles não é capaz. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
 
Figura 2.10, pág. 48, Imunobiologia de Janeway, 8ed. 
• A pele não absorve substratos pois as camadas 
mais superficiais, pertencentes à epiderme, 
possuem células que não estão metabolicamente 
ativas e fazem parte do stratum corneum e 
lucidum. Essas células mantêm as junções entre 
elas, impedindo a entrada dos microrganismos em 
tecidos mais profundos. Além disso, a ausência 
de metabolismo celular também diminui o aporte 
de nutrientes e a disponibilidade de água dessa 
região, caso o patógeno consiga invadir de 
alguma forma. 
• No stratum granulosum há uma quantidade bem 
elevada de células vivas. Essas células epiteliais 
são capazes de produzir defensinas, as quais são 
acumuladas nos corpos lamerales e liberadas no 
fluido intersticial, podendo ser ativadas em 
situações de resposta inflamatória. 
• O patógeno, ao chegar no estratum granulosum, 
gera o reconhecimento de padrões moleculares, a 
resposta inflamatória e consequentemente a 
ativação das defensinas que vão agir localmente. 
• Como há líquido intersticial, o sistema 
complemento também pode ser ativado nessa 
região, produzindo citocinas e ativação celular. 
Epitélio – mucosas (brônquico) 
• No epitélio das mucosas, a estrutura histológica é 
um pouco diferente. 
• Os epitélios de mucosa são absortivos em sua 
maioria. Com isso, grande parte dos patógenos 
são capazes de invadir através dessa mucosa e 
gerar uma infecção. 
 
Figura 2.10, pág. 48, Imunobiologia de Janeway, 8ed. 
• Existem barreiras físicas nessas regiões. As 
próprias células epiteliais, que com as junções 
ocludentes impedem a entrada dos patógenos até 
a lâmina própria. 
• Outra barreira é o muco. As células caliciformes 
produzem o muco, o qual se deposita na 
superfície do epitélio. Para que um patógeno 
consiga infectar a célula, precisa passar através do 
muco e entrar em contato direto com a célula. 
• Em alguns tipos de epitélios especializados, como 
o epitélio ciliar do trato respiratório, também 
existe a presença de cílios e movimentação desses 
– esse movimento serve para expulsar o conteúdo 
presente na superfície do epitélio, constando 
como outra barreira física, importante para 
prevenir infecções. 
Epitélio – Trato gastrointestinal 
• Possui características semelhantes às mucosas. 
• Além da presença de muco e da linha de células 
epiteliais com suas junções, existe também a 
produção de grande quantidade de defensinas e 
enzimas antimicrobianas – por células de Paneth, 
células caliciformes, células epiteliais. Esse 
material se acumula no muco, impedindoe 
combatendo microrganismos que entram em 
contato com essas células. 
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Enfermagem 
Angie Martinez 
 
Figura 2.10, pág. 48, Imunobiologia de Janeway, 8ed. 
• Na lâmina própria – localizada logo abaixo do 
epitélio, existe uma grande quantidade de células 
do sistema imune inato – macrófagos, 
granulócitos, células dendríticas – que caso os 
patógenos consigam ultrapassar as barreiras 
físicas e químicas, conseguem ser ativadas e 
começam a exercer suas funções. 
Inflamação 
• A partir do momento em que o microrganismo 
está causando danos capazes de ultrapassar as 
barreiras físicas e químicas, os PAMPS serão 
reconhecidos pelas células do sistema imune 
inato. Essas células efetoras são ativadas e dão 
início à resposta inflamatória. 
 
Figura 2-10, pág. 42, Patologia básica, Robbins, 9 ed. 
• A resposta inflamatória, de uma forma geral, está 
bastante associada com alterações vasculares. 
• A partir de algum estímulo que cause alteração no 
tecido: Se o estímulo gera o reconhecimento de 
padrões moleculares associados a danos ou 
patógenos – como infarto, infecção bacteriana, 
toxinas e trauma – leva à ativação da resposta 
inflamatória. 
• A resposta inflamatória aguda que acontece após 
a injúria está associada a mudanças vasculares 
(alterações nos vasos) – aumento do calibre dos 
vasos e aumento da permeabilidade vascular, ao 
recrutamento de neutrófilos, possivelmente 
alguns monócitos e a produção de mediadores 
inflamatórios, sejam eles citocinas ou mediadores 
lipídicos inflamatórios. 
• Esse tipo de resposta, normalmente, é suficiente 
para combater o agente danoso, seja ele um 
microrganismo ou um dano físico/químico. 
Quando essa resposta é suficiente, o tecido volta 
ao estado normal, com a involução das 
modificações vasculares – os vasos voltam ao 
calibre normal, recuperam sua permeabilidade 
normal. O estímulo é eliminado, as células do 
sistema imune recrutadas eliminam as células 
mortas, a cascata de coagulação é ativada, 
fechando a porta de entrada para patógenos ou 
microrganismos que possam estar presentes. 
Ocorre a eliminação dos mediadores e das células 
inflamatórias que migraram para aquela região – 
a maioria morre por apoptose, os macrófagos 
diferenciam para um estado M2 e continuam 
participando dos processos de recuperação do 
tecido. Com a ausência do estímulo inicial, os 
mediados inflamatórios começam a diminuir sua 
concentração, pois deixam de ser produzidos. 
Acontece também a substituição das células 
danificadas e o tecido retorna a sua função 
normal. 
• Outro caminho: uma inflamação aguda pode 
progredir de forma contínua para estados 
inflamatórios mais graves, o que vai gerar no final 
perda de função daquele tecido. 
• Existem alguns tipos de resposta inflamatória 
aguda grave que causam a formação de pus – as 
respostas contra infecções pirogênicas, comuns 
em algumas bactérias, como o Staphylococcus e 
em infecções fúngicas. A formação do pus é uma 
resultante de uma resposta inflamatória aguda 
intensa que gera uma migração intensa de 
granulócitos para a região – especificamente 
neutrófilos. Os neutrófilos vão fagocitar o agente 
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causador da resposta e promovem intensa 
destruição tecidual, resultando em uma grande 
quantidade de células mortas – células que fazem 
parte do tecido. Logo, o pus é um exsudato que 
contêm: plasma sanguíneo – proveniente do 
endotélio permeável que permite a formação do 
edema, grande quantidade de neutrófilos e células 
mortas por armadilhas extracelulares 
neutrofílicas, patógenos e restos de patógenos. O 
acúmulo de pus pode gerar a formação de 
abcessos, o qual pode romper e disseminar os 
organismos. Esse processo de formação de pus 
pode regredir naturalmente ou com a utilização de 
antibióticos. Contudo, é normal que ocorra a 
perda de função na região. 
• A resposta inflamatória aguda pode regredir para 
um segundo caso, de resposta inflamatória 
crônica, a qual está associada com danos 
crônicos, como: infecções crônicas, dano 
persistente/lesões repetitivas e uso de substâncias 
tóxicas e doenças autoimunes. Nesses casos a 
inflamação se torna crônica e muda um pouco 
suas características. Os neutrófilos continuam 
presentes, o infiltrado celular se torna células 
mononucleares – monócitos e linfócitos. Essa 
inflamação crônica tende a progredir para fibrose 
– cicatrização. 
• A diferença entre resolução e cicatrização da 
reposta inflamatória: Na resolução o tecido 
recupera sua estrutura, pois o parênquima é 
reposto por células do próprio tecido, estimuladas 
a proliferar e depor matriz extracelular normal 
àquele tecido. No caso da fibrose, acontece a 
deposição de matriz colágena por fibroblastos, 
por causa da manutenção exacerbada da resposta 
inflamatória. A persistência dessa resposta 
lesiona as células do tecido, tirando a capacidade 
de fazer a recuperação do tecido por proliferação. 
• Durante a resposta crônica, ocorre 
constantemente a tentativa de recomposição do 
tecido, seja por matriz extracelular normal do 
tecido ou por matriz extracelular fibrosa. Essas 
fibras acabam se acumulando no tecido, tomando 
o espaço que antes era das células 
parenquimatosas e da matriz especializada 
original. Como resultado dessa fibrose, o tecido 
perde a função. Ex: resposta inflamatória no 
fígado – Na hepatite os hepatócitos vão sendo 
lesionados ao longo de anos, até que não 
consegue reconstruir o local da inflamação, o 
qual é recomposto com matriz fibrosa. 
• Inflamação asséptica: Mesmo na ausência de 
microrganismos, ocorre a ativação quando há 
alteração de tecidos ou danos/cortes. 
• Com inflamação: os neutrófilos saem do vaso 
sanguíneo e migram em direção aos locais onde 
os parasitas se encontram. 
O processo de migração das células para os tecidos é 
chamado de diapedese ou migração transendotelial 
Mecanismos que regulam e permitem que as células 
saiam do vaso e migrem para o tecido de forma 
organizada e eficiente 
• Exemplo de alteração na pele. 
 
Fuller & Smith, 2002. 
• Esses eventos acontecem da mesma forma em 
qualquer tecido lesionado. 
• Todo tipo de lesão causado por danos ou infecção 
gera a resposta inflamatória no tecido. 
• Há um insulto inicial – pode ser de origem 
infecção ou danos, desde que gere o 
reconhecimento de padrões moleculares. Na pele, 
esse insulto vai gerar a ativação de queratinócitos 
e fibroblastos (células que a compõem e possuem 
receptores de PAMPS e DAMPS). Essa ativação 
leva à produção de citocinas, via reconhecimento 
ou danos. 
• Essas citocinas iniciais são as citocinas reguladas 
pelo NFkB – as mais comuns são TNFa, IL-1, IL-
6, entre outras. Caso o insulto inicial seja de u 
patógeno, ocorre também a ativação do sistema 
complemento e começam a ser gerados os 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
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Enfermagem 
Angie Martinez 
fragmentos complementos atuantes na resposta 
inflamatória. 
• As citocinas (IL-1, TNF) e os padrões 
moleculares levam à ativação das células do 
sistema imune residentes desse tecido – 
normalmente os tecidos possuem 4 células: 
macrófagos, células dendríticas e os mastócitos 
(granulócitos teciduais). O mastócito possui mais 
ênfase por ser um granulócito com grânulos 
citoplasmáticos que possuem um grande 
quantidade e variedade de citocinas e mediadores 
inflamatórios pré-formados prontos para serem 
liberados. Ele também possui histamina, um 
potente mediador inflamatório. 
• Ao ser estimulados, o mastócito libera o conteúdo 
dos grânulos imediatamente – principal motivo 
pelo qual a resposta é tão intensa e rápida. Essa 
degranulação amplifica o sinal inflamatório. 
• Até esse momento há: citocinas sendo produzidas 
por diversos tipos celulares, a ativação do sistemacomplemento no caso de agentes patógenos. 
• A amplificação dessa resposta, a medida que 
todos os componentes são ativados, provocam 
que padrões moleculares, citocinas e mediadores 
lipídicos produzidos ativem células endoteliais, 
induzindo a vasodilatação, o aumento da 
permeabilidade vascular – junções entre as 
células epiteliais se desorganizam, permitindo o 
extravasamento de plasma e migração de células 
– e expressão de moléculas de adesão – 
selectinas e moléculas de adesão celular CAM. 
• As células endoteliais ativadas regulam a 
migração de outros leucócitos para a área da 
lesão, atraídos por quimiocinas produzidas desde 
a fase inicial do dano tecidual. Quem permite que 
o leucócito entre no tecido é o endotélio. 
• Os leucócitos que migram nesse momento são os 
monócitos – se transformam em macrófagos e os 
neutrófilos. Quando essas células chegam no 
tecido ocorre uma nova fase de amplificação da 
resposta inflamatória. Pode ser amplificação ou 
regulação: 
– Se a resposta é causada por danos, haverá células mortas 
no local, as quais vão ativar a resposta e começam a ser 
eliminadas pelas células do próprio tecido. Com a 
chegada dos macrófagos e neutrófilos no tecido, boa parte 
das células já foi eliminada e os padrões moleculares 
diminuem a ativação de citocinas. Os macrófagos se 
diferenciam em M2, pois a resposta já está começando a 
ser regulada e contribuem para regular essa inflamação. 
Os neutrófilos vão morrer por apoptose e serão 
fagocitados por macrófagos, pois sua principal função de 
acabar com patógenos não será necessária. Os macrófagos 
residentes dos tecidos e os que migraram vão contribuir 
para a regressão da inflamação, recomposição do tecido e 
da matriz extracelular. 
– No caso de uma infecção, o processo inflamatório ainda 
estará sendo estimulado pelos padrões moleculares 
associados a patógenos, que vão gerar mais citocinas, 
mais mediadores lipídicos inflamatórios, maior ativação 
do complemento. Os macrófagos chegam e são 
estimulados por esse contexto, se diferenciam em M1 e 
contribuem para a exacerbação da resposta inflamatória. 
Vão exercer suas funções de fagocitose e destruição de 
patógenos, além de estimular a produção de mais 
citocinas e mediadores lipídicos. Os neutrófilos vão 
fagocitar, produzir as armadilhas neutrofílicas e exacerbar 
ainda mais essa resposta – participando da formação de 
pus, combate ao patógeno e muitas vezes a morte celular 
das células pertencentes ao tecido, podendo causar dano 
tecidual e perda da função. 
Ativação de células endoteliais 
• A ativação das células endoteliais é o processo 
central na resposta inflamatória tecidual. Sem a 
ativação das células não ocorre a resposta 
inflamatória, pois impossibilita a chegada das 
células do infiltrado celular no tecido, não há o 
extravasamento do plasma sanguíneo nem a 
formação do edema. 
 
Figure 7. J Clin Invest. 2003;112(8):1234-1243. https://doi.org/10.1172/JCI18696. 
• Essa ativação pode ocorrer por: 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
- Citocinas – as células endoteliais possuem receptores 
para citocinas. 
- Padrões moleculares: Possuem também receptores para 
padrões moleculares. 
- Leucócitos: Podem ser ativadas diretamente pelos 
leucócitos, a partir de espécies reativas de oxigênio. 
- Moléculas do completo – C3a e C5a. 
- Mediadores lipídicos inflamatórios – prostaglandinas. 
- Histamina – produzida pelos mastócitos. 
Todos esses produtos, alguns com maior ou menor 
capacidade, conseguem ativar as células endoteliais. 
• A ativação delas também depende de NF-kB, 
como acontece na resposta inflamatória em geral. 
O NFkB vai ao núcleo assim que ativado e regula 
a síntese de genes associados à ativação do 
endotélio. 
• As moléculas de adesão expressas, o aumento da 
vasodilatação e a alteração da permeabilidade são 
reguladas pelo NFkB (diretamente ou 
indiretamente, por moléculas reguladas por ele). 
 
Nature 396, 213-216 (19 November 1998). 
- A óxido nítrico sintase – enzima responsável pela 
produção de óxido nítrico a partir de arginina. 
- VEGF, fator estimulador do crescimento do endotélio 
vascular. 
Essas moléculas contribuem para o aumento da 
permeabilidade vascular e da vasodilatação. 
• O NO produzido pela célula endotelial ativada vai 
agir na célula muscular lisa associado ao 
endotélio, promovendo a partir da via de GMP 
cíclico, o relaxamento dessas células. Com o 
relaxamento, ocorre a vasodilatação. 
• O VEGF estimula a desestabilização entre as 
junções das células epiteliais. Contribui com o 
aumento da permeabilidade vascular. 
• O endotélio ativado permite a migração 
leucocitária e a geração do infiltrado celular 
inflamatório – células que saem do vaso e entram 
nos tecidos para exacerbar, controlar, regular e 
promover a resposta inflamatória naquele tecido. 
Fases da migração leucocitária 
• Rolamento: o rolar dos leucócitos no endotélio 
vascular, depende inicialmente apenas de força 
hemodinâmica – os leucócitos estão circulando 
pelo sangue e quando chegam perto do endotélio 
dilatado, a velocidade de circulação diminui, 
fazendo com que eles esbarrem na parede dos 
vasos. Além disos, depende sequencialmente da 
expressão de moléculas de adesão – selectinas – 
o endotélio ativado vai expressar as selectinas, as 
quais permitem que o leucócito bata na parede, se 
liga à selectina presente no endotélio. 
• Ativação: rápida ativação das integrinas 
leucocitárias, induzida pela interação com o 
endotélio com os leucócitos – mecanismo que 
ocorre na presença e com ajuda de fatores 
quimiostáticos – espalhados pelo tecido para 
ajudar na interação. Essas integrinas permitem a 
adesão. 
• Adesão: forte interação das integrinas 
leucocitárias com os seus receptores no endotélio 
– moléculas de adesão celular, permitindo que o 
leucócito fique aderido firmemente. O leucócito é 
atraído pela quimiocina – que se encontra em 
maior concentração no tecido e a adesão permite 
que ele realize a diapedese por entre as células 
epiteliais. 
• Diapedese: dependente do aumento da 
permeabilidade vascular (citocinas e óxido 
nítrico). 
Migração transendotelial 
• As moléculas de adesão: 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
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Figura 3.23, pág. 104, Imunobiologia de Janeway, 8ed 
• As selectinas são expressas pelas células 
endoteliais, responsáveis pelo rolamento dos 
leucócitos. 
• As integrinas são expressas pelos leucócitos, 
serão ativadas durante o rolamento. A principal 
atuante nesse processo é a LFA-1. Elas 
promovem a adesão firme do leucócito ao 
endotélio. São capazes de interagir com os 
receptores de integrinas, moléculas de adesão 
celular CAM’s. 
• As CAM’s são moléculas de adesão, as quais se 
ligam às integrinas. 
 
Figure 4. Hogg, N., Patzak, I., & Willenbrock, F. (2011). The insider's guide to leukocyte 
integrin signalling and function. Nature Reviews Immunology, 11(6), 416-426. 
• A ativação das integrinas ocorre durante o 
rolamento porque a interação da selectina com os 
açucares na superfície dos leucócitos gera uma 
cascata de transdução de sinal que transforma e 
induz a modificação das integrinas de baixa 
afinidade para integrinas de afinidade 
intermediária ou alta pelas moléculas de adesão 
expressas no endotélio. Logo, o rolamento é o 
processo de ativação da integrina. 
 
Figura 3.25, pág. 107, Imunobiologia de Janeway, 8ed 
• Essa imagem é um resumo do processo de 
migração celular. Importante lembrar das 
quimiocinas, as quais atuam no processo de 
ativação: durante o rolamento elas também 
induzem a ativação da integrina. A partir daí, a 
quimiocina é fundamental para promover a 
migração celular. As quimiocinas atraem o 
leucócito para ultrapassar a barreira de células 
endoteliais. 
Resultado do processo inflamatóriono tecido 
• A eliminação do agente inicial que causa a 
resposta inflamatória. 
• Se for uma lesão, a remoção das células mortas 
lesionadas é fundamental para eliminar os 
padrões moleculares associados a danos. 
• Se ocorrer infecção, é importante a eliminação do 
patógeno. 
- Nos dois casos o endotélio é ativado e é importante que 
células migrem para essa região, pois a quantidade de 
células do sistema imune em qualquer tecido é 
significativa, mas não alta. É preciso delas para auxiliar 
na resposta ou para participar da 
cicatrização/reconstrução do tecido. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
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• Se houver esse resultado (remoção da lesão e/ou 
patógeno) a resposta imune inicial será 
responsável pela resolução de 90% das 
ocorrências aos tecidos. 
• Todo esse processo vai gerar uma informação 
importante para a resposta imune adaptativa. 
• Obs: lembrando que a resposta inflamatória 
ocorre de forma cooperativa com a ativação da 
cascata de coagulação – importante para fechar a 
porta de entrada causada pela lesão e impedir a 
disseminação do patógeno. 
Choque: inflamação sistêmica 
• Pode ter duas etapas: 
 
Figura 3.26, pág. 108, Imunobiologia de Janeway, 8ed 
- A primeira etapa seriam os efeitos sistêmicos de uma 
inflamação local: dependendo do nível da inflamação gera 
a produção de uma quantidade exacerbada de citocinas, as 
quais possuem efeito sistêmico e endócrino. Elas 
participam do processo de ativação do endotélio, 
extravasamento de plasma sanguíneo e a remoção da 
infecção ou do estímulo inflamatório. 
- A segunda opção: acontece com a infecção sistêmica 
(sepse), ou seja, na circulação sanguínea. Essa infecção 
gera os processos que normalmente acontecem nos 
tecidos inflamados, só que no corpo todo. Isso produz 
excessiva ativação do endotélio, permeabilidade vascular, 
perda de volume sanguíneo. Pode resultar em choque, 
falência de órgãos e morte. 
• As citocinas envolvidas com esse processo, tanto 
local quanto sistêmico, são a tríade inflamatória: 
IL-1, IL-6 e TNF-a. Elas possuem vários efeitos 
endócrinos, distantes do local da inflamação. 
Conseguem circular no sangue e gerar os efeitos: 
 
Figura 3.27, pág. 110, Imunobiologia de Janeway, 8ed

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