danças nas condições de exposição dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde, sen- do então necessária capacitação para atender a esta nova condição. b) durante a jornada de trabalho; c) por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos agentes biológicos. 32.2.4.9.1 A capacitação deve ser adaptada à evo- lução do conhecimento e à identificação de novos riscos biológicos e deve incluir: Os principais focos de atenção devem ser o surgimento ou identifica- ção de novos problemas de saúde e novos agentes infecciosos e a mudança no comportamento epidemiológico de doenças já conhecidas, incluindo a introdu- ção de agentes já conhecidos em novas populações de hospedeiros suscetíveis, como, por exemplo, trabalhadores imunodeprimidos. a) os dados disponíveis sobre riscos potenciais para a saúde; b) medidas de controle que minimizem a expo- sição aos agentes; c) normas e procedimentos de higiene; d) utilização de equipamentos de proteção coleti- va, individual e vestimentas de trabalho; 38 e) medidas para a prevenção de acidentes e in- cidentes; f) medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de ocorrência de incidentes e acidentes. Os trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde, devem ser informados do conte- údo do PCMSO (item 32.2.3.3). 32.2.4.9.2 O empregador deve comprovar para a inspeção do trabalho a realização da capacitação atra- vés de documentos que informem a data, o horário, a carga horária, o conteúdo ministrado, o nome e a for- mação ou capacitação profissional do instrutor e dos trabalhadores envolvidos. 32.2.4.10 Em todo local onde exista a possibilida- de de exposição a agentes biológicos, devem ser forneci- das aos trabalhadores instruções escritas, em linguagem acessível, das rotinas realizadas no local de trabalho e medidas de prevenção de acidentes e de doenças relacio- nadas ao trabalho. Procedimentos e instruções escritos de forma clara asseguram uniformi- dade, eficiência e eficácia na coordenação das atividades nos serviços de saúde. 32.2.4.10.1 As instruções devem ser entregues ao trabalhador, mediante recibo, devendo este ficar à dis- posição da inspeção do trabalho. Riscos Biológicos - Guia Técnico 39 As instruções devem ser entregues na forma impressa, constituindo um documento. Outras formas de comunicação dessas instruções não substituem a forma impressa. 32.2.4.11 Os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente ou incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo local de trabalho e, quando houver, ao serviço de segurança e saúde do trabalho e à CIPA. 32.2.4.12 O empregador deve informar, imedia- tamente, aos trabalhadores e aos seus representantes qualquer acidente ou incidente grave que possa provo- car a disseminação de um agente biológico suscetível de causar doenças graves nos seres humanos, as suas causas e as medidas adotadas ou a serem adotadas para corri- gir a situação. Os dois itens são complementares, sendo relativos à comunicação de aci- dentes ou incidentes envolvendo agentes biológicos. Uma comunicação coor- denada é fundamental para o cumprimento de outros itens da norma, a saber: a. item 32.2.2.2, sobre a reavaliação do PPRA quando da ocorrência de acidentes ou incidentes; b. item 32.2.3.3, que estabelece medidas de atendimento e acompanha- mento médicos dos trabalhadores acidentados; c. item 32.2.3.5, que exige a emissão da CAT nesses casos; d. item 32.2.4.1.1, que estabelece que nessas ocasiões devem ser toma- das medidas de proteção imediatas. A comunicação ágil, eficiente e eficaz de ocorrências envolvendo agentes biológicos, tanto por parte dos trabalhadores quanto por parte dos empregado- res, contribui substancialmente para a adoção de medidas de prevenção e pro- teção da saúde das pessoas potencialmente expostas. A comunicação imediata de eventos graves envolvendo agentes biológicos também permite que sejam 40 estruturadas ações para evitar que estes agentes se disseminem para além dos li- mites físicos do serviço de saúde, atingindo populações presentes no entorno. 32.2.4.13 Os colchões, colchonetes e demais almo- fadados devem ser revestidos de material lavável e im- permeável, permitindo desinfecção e fácil higienização. 32.2.4.13.1 O revestimento não pode apresentar furos, rasgos, sulcos ou reentrâncias. 32.2.4.14 Os trabalhadores que utilizarem ob- jetos perfurocortantes devem ser os responsáveis pelo seu descarte. O processo de trabalho, durante a utilização de objetos com caracterís- ticas perfurocortantes, deve ser considerado como finalizado somente após o descarte seguro dos mesmos. Estudos demonstram que 41% dos acidentes ocorrem após o uso e an- tes do descarte, 39% durante o uso do produto e 16% após o descarte. Dessa forma, 80% dos acidentes ocorrem sob a responsabilidade do profissional que está realizando o procedimento. O objetivo do item, portanto, é contribuir para a diminuição dessa taxa, ao exigir que o descarte imediato de perfurocortantes seja realizado exclusiva- mente pelos trabalhadores envolvidos no procedimento. Ressalte-se que o des- carte deve ser feito em recipiente apropriado, situado o mais próximo possível do local onde o procedimento é executado. 32.2.4.15 São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas. Riscos Biológicos - Guia Técnico 41 O objetivo do item é diminuir a ocorrência dos acidentes com agulhas. Estudos nacionais e internacionais relatam que práticas de risco são responsá- veis por parte significativa da ocorrência de acidentes de trabalho com perfuro- cortantes. Nesses estudos, a prática de reencapar agulhas foi responsável por 15 a 35% dos acidentes. Estudo em hospital universitário da cidade de São Paulo evidenciou que o reencape manual de agulhas foi responsável por 13,7% dos acidentes com agulhas. Os ferimentos com perfurocortantes estão primariamente associados à transmissão ocupacional dos vírus da hepatite B (HBV), hepatite C (HCV) e HIV. Após um acidente com agulha contaminada com o agente estima-se que o risco de contaminação com o vírus da hepatite B (HBV) é de 6 a 30%, com o vírus da hepatite C (HCV) é de 0,5 a 2% e, com o vírus da AIDS (HIV), é de 0,3 a 0,4%. 32.2.4.16 Deve ser assegurado o uso de materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança, conforme cronograma a ser estabelecido pela CTPN. Devido a implicações de ordem técnica e econômica, o uso obrigatório de perfurocortantes com dispositivos de segurança obedecerá a um cronograma a ser elaborado pela CTPN. Embora de uso ainda não obrigatório, os serviços de saúde poderão ava- liar os materiais atualmente disponíveis e estabelecer o uso dos perfurocortantes com dispositivos de segurança que melhor atendam às suas especificidades. Até a elaboração e publicação do cronograma pela CTPN, o uso obriga- tório de perfurocortantes com dispositivos de segurança não poderá ser exigido pela inspeção do trabalho. 32.2.4.17 Da Vacinação dos Trabalhadores 32.2.4.17.1 A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO. 42 A maioria das vacinas a serem aplicadas nos trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde, estão disponíveis, de forma gratuita, nas unidades de atendimento do SUS ou em Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) (vide http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/indicacoes_cries.pdf). Quando o programa de imunização for oferecido pelo empregador utili- zando serviços privados, é importante