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Aula 1 - Noções de cirurgia asséptica

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1. Conceito 
A cirurgia é a integração da propedêutica médica, diagnóstico, 
indicação e conveniência e cuidados pré e pós-operatórios. 
Para realizar uma cirurgia é importante ter o ensinamento dos 
fundamentos técnicos básicos necessários para a realização do 
ato cirúrgico e de todos os enfoques necessários para o 
entendimento das peculiaridades que existem no paciente 
candidato ao procedimento cirúrgico. 
2. Evolução histórica 
• Tempos remotos 
Demônios e espíritos malignos eram a explicação de pestes e 
infecções, pessoas que sobreviviam eram iluminadas. 
• Era pré-cristã 
Hipócrates utilizava vinho ou água para lavar feridas. 
• Século II 
Galeno introduziu a prática de ferver instrumentos para tratar 
dos ferimentos. 
• Século XIX 
Phillip Semmelweiss adotou medidas simples como escovação 
e água morna, o que reduziu a incidência da febre puerperal. 
3. Assepsia e antissepsia 
A assepsia é um conceito ligado ao objetivo de evitar 
infecções, tentativa de eliminar fontes potenciais de infecção 
no ambiente cirúrgico, instrumental, campo operatório, 
processo mecânico, físico e químico. A antissepsia é o ato 
(método, medida, meio) de eliminar os microrganismos e a 
ação que se exerce sobre o paciente e profissionais de saúde, 
compreendendo um processo mecânico e químico. 
Desinfecção é a realização da antissepsia dos seres 
inanimados, é feito com uso de desinfetantes. Esterilização é a 
destruição de toda forma viável de vida microbiana, mas não 
ocorre nos seres vivos, apenas nos inanimados. A lavagem da 
equipe e do paciente deve ser feito com o mesmo antisséptico. 
• Antisséptico ideal 
É a substancia de ação letal ou inibitória da reprodução de 
microrganismos. O uso dos antissépticos é de largo espectro e 
grande quantidade. 
✓ Ativo em baixa concentração 
✓ Estável por um logo período 
✓ Não manchar vestes e pele 
✓ Solúvel em água 
✓ Eficaz a temperatura ambiente 
✓ Ação bactericida imediata 
✓ Ação bacteriostática adicional 
✓ Efeito residual prolongado 
✓ Ausência de toxicidade 
✓ Baixo custo e fácil manuseio 
✓ Amplo espectro de ação 
Os álcoois atuam através da desnaturação proteica da parede 
celular, com ótima ação bactericida nas bactérias, mas ação 
reduzida para fundos e vírus. Ação rápida, em média, de 10 a 
15 segundos. Como desvantagem apresenta a baixa 
persistência, ou seja, ação residual nula; volatilidade e 
inflamabilidade – o que reduz a sua ação na presença de 
matéria orgânica e uso em cirurgias, respectivamente. A 
concentração de 70% tem sido a mais indicada por causar 
menor ressecamento à pele. 
Iodofórmios são antissépticos que atuam oxidando e 
substituindo os conteúdos celulares por meio do iodo livre. 
Mas sua ação, para ser realizada, depende da presença de um 
veículo, que é um polímero plástico, o polivinil pirrolidona 
(PVP-I), e que ajuda na redução de sua toxicidade. Início de 
ação média – 2 minutos – e ação bactericida sobre bactérias, 
vírus e fungos. Apresentam ação residual mínima e como 
desvantagem a toxicidade do iodo em pele e mucosas, além da 
ação interrompida na presença de matéria orgânica. Ainda, o 
iodo pode apresentar irritação de pele e mucosas, bem como 
queimaduras. Para haver carreamento dessas substâncias há 
necessidade de uma terceira substância, formando alguns tipos 
de PVP-I, o que maximiza a ação antisséptica: alcóolico (+ 
álcool) é o mais efetivo em pele íntegra, aquoso (+água) pode 
ser teoricamente utilizado em feridas abertas e mucosas, 
degermante (+sabão) que atua reduzindo grosseiramente a 
quantidade de microrganismos. 
Gluconato de clorexidina é um antisséptico que tem ação por 
meio da ruptura da parede celular devido à precipitação de seu 
conteúdo, de modo a depender do pH e sendo preparado em 
soluções alcalinas. Boa ação sobre bactérias, mas nem tanto 
em vírus e fungos. Início de ação médio – 2 a 5 minutos – e 
com ação de até 6 horas após seu uso. Possui absorção mínima 
pela pele e pelas mucosas e apresenta-se estável na presença 
de matéria orgânica. Induz ototoxicidade quando instilada em 
conduto auditivo, pode manchar roupas e é de alto custo de 
aquisição. Também precisa de uma substância carreadora, 
podendo ser com base alcoólica, aquosa ou degermante. 
O paraclorometaxilenol ou cloroxilenol atua pela destruição 
da parede celular e inativação de enzimas. Boa ação contra 
gram-positivas, mas baixa contra gram-negativas e demais 
microrganismos. Não agride a pele e tem efeito residual de 
algumas horas. Utilizados em soluções degermantes para lavar 
as mãos. 
O triclosan ou irgasan é um bifenol sintético, sua ação é lenta 
com boa ação para gram-positivas e para a maioria das gram-
negativas, baixa atividade fungicida. Utilizado na composição 
de produtos degermantes para lavar as mãos em concentrações 
que variam entre 0,3% e 2%. 
 
Noções de cirurgia asséptica 
Bases Técnicas de Cirurgia e Anestesiologia – aula 1 
Nicole Sarmento Queiroga 
 Figura 1. Tabela de antissépticos

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