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Pediatria Morgana Fernandes Propedêutica neonatal • Lactente: 29 a 2 anos • Período neonatal: 28 dias • Período neonatal precoce: nascimento até 6 dias. Prematuridade, complicações durante o parto e infecções severas são as maiores causas da mortalidade infantil na primeira semana de vida. • Pré-termo: <37 semanas completas; • Termo: 37 semanas aa 41 semanas e 6 dias; • Pós-termo: 42 semanas; • Prematuro tardio: 34-36 semanas e 6 dias; • Moderado: 32-33 semanas e 6dias; • Muito Pré-termo: 28-31 semanas e 6 dias; • Prematura extremo: <28sem. Idade gestacional pelo capurro somático: soma os achados com 204 e divide por 7 A história clínica do RN deverá conter: • Dados sobre antecedentes dos pais; • Histórico de outras gestações • A evolução da gestação atual e a evolução do parto e da criança, do nascimento até o momento atual. É importante que se registre o tipo sanguíneo dos pais e informações relativas a doenças, cirurgias e transfusões anteriores à gestação E consanguinidade entre os pais Antecedentes obstétricos • Gestações • partos (evolução da criança e amamentação) • Abortos. Gestação atual: • Dados do pré-natal: início do acompanhamento, vacinação, intervenções cirúrgicas, medicações utilizadas e hábitos de vida número de consultas e local. Data da última menstruação e idade gestacional por USG. • Dados do parto: expulsão, apresentação, foco fetal, tipo de parto e indicação de operação. Registrar se houve complicações. • Condições de nascimento: Horário de nascimento, sexo, gemelaridade, peso, comprimento, tempo da primeira respiração, do primeiro choro e necessidade de realização de manobra. Ainda na sala de parto se faz um exame físico sumário: • Condições respiratórias, cardiocirculatórias e malformações grosseiras. Classificação ao nascer • PIG: PEQUENO PARA A IDADE GESTACIONAL • AIG: ADEQUADO PARA A IDADE GESTACIONAL Pediatria Morgana Fernandes • GIG: GRANDE PARA A IDADE GESTACIONAL Avaliação na sala de parto APGAR: deve ser realizada no 1min e no 5 minuto. • 7-10: boa vitalidade • 4-6: asfixia moderada • 0-3: asfixia grave. Avalia vitalidade, malformações, trauma obstétrico e distúrbios cardiorrespiratórios. Exame físico: Realizado antes das 12 horas de vida e na presença dos pais. • Sempre lavar mãos e antebraços e ter cuidado com a temperatura! • A indicação é que seja realizado do externo para o interno e no sentido craniocaudal. • O exame físico será feito numa sequência de oportunidades que devem ser aproveitadas à medida que se apresentem. Exame físico geral ➢ Avaliar alterações, angústias respiratórias, postura do RN, a atividade, a intensidade do choro, a movimentação e o estado de hidratação ➢ Pele: avaliar textura, umidade e Cor. ➢ Subcutâneo: prega cutânea ➢ Gânglios: deve-se procurar palpar todas as cadeias ganglionares e descrever os linfonodos palpáveis. ➢ Mucosa: normalmente se analisa a mucosa oral durante o choro. ➢ Musculatura: tônus e trofismo. Normal: hipertonia e flexão dos membros. Tônus do bebê termo é fletido. Considera-se a espessura em torno de 1cm como trofismo adequado. ➢ Esqueleto e articulações: deformidades, dor, fratura de clavícula, atenção especial a articulação coxofemoral devido à displasia do desenvolvimento do quadril. ➢ As manobras de Barlow e de Ortolani. ➢ Neuropraxia. ➢ Exame dos pés: Observar o posicionamento (pé torto congênito). IMPORTANTE: • deve-se apalpar a linha média da coluna vertebral na busca de espinha bífida, meningocele e outros defeitos. Exame craniocaudal: Crânio Avaliar a presença de assimetrias Realização da palpação das suturas e fontanelas (tamanho, tensão, abaulamentos ou depressões e pulsações). Olhos Deve-se observar a distância entre os olhos, entre os cantos internos das pálpebras (distância intercantal interna), a posição da fenda palpebral e a presença de sobrancelhas, cílios e epicanto. Pediatria Morgana Fernandes Teste do olhinho: auxilia na identificação de eventuais “massas” esbranquiçadas intraoculares. Devem ser investigadas a simetria e a reatividade das pupilas. Ouvidos: deve-se verificar a forma, a consistência e implantação dos pavilhões auriculares e a função do sistema auditivo. Nariz: batimentos das aletas nasais são visíveis em RN com dificuldade respiratória. Boca: observar as mucosas, o palato, a gengiva, o tamanho e a mobilidade da língua. Pescoço: Mobilidade, presença de torcicolo congênito, fístula de arco braquial e excesso de pelo. • Clavícula fraturada – chora e crepitação a palpação, avaliar mobilidade de membros – fratura de plexo. Aguardar e observar! Tórax: Avaliar forma e perímetro. O processo xifoide é geralmente saliente. Pode ocorrer hipertrofia bilateral das glândulas mamárias decorrente de estímulo estrogênico materno. • Tórax muito abaulado com dificuldade de respirar, deve-se pensar em hérnia diafragmática. Respiratório ➢ Respiração costoabdominal, com frequência de 40-60. A percussão deve revelar o som claro pulmonar característico, exceto na área de projeção do fígado, onde o som pode ser submaciço ou maciço. Estertores finos ou crepitantes são comuns logo após o nascimento, assim como roncos de transmissão, decorrentes de obstrução nasal. Assimetrias detectadas à inspeção, palpação, percussão ou ausculta são importantes indicadores de anormalidades, devendo ser investigadas. Aparelho cardiovascular O ictus cordis em geral não é visível. Precórdio hiperdinâmico pode ser o primeiro sinal de persistência de canal arterial (PCA) em RN pré-termo. A detecção de frêmito é sempre sugestiva de cardiopatia, principalmente se associado a sopro. A frequência cardíaca varia, em média, de 120 a 140bpm. Abdome ➢ Inspeção: o abdome do RN apresenta-se semigloboso, com perímetro abdominal cerca de 2 a 3cm maior que o cefálico. Deve-se, ainda, inspecionar as condições do coto umbilical. Inicialmente gelatinoso, ele seca progressivamente, mumificando-se perto do 3º ou 4º dia de vida, e costuma desprender-se do corpo em torno do 6º ao 15º dia. ➢ Percussão: som timpânico. Submaciço na região hepática. ➢ Palpação - deve ser suave e superficial no início, partindo-se da fossa ilíaca em direção ao rebordo costal. Com manobras cuidadosas e profundas, os rins podem ser palpados, principalmente em RN prematuros. A presença de massas abdominais sugere alguma enfermidade e deve- se então descrever a localização, forma, tamanho, mobilidade, consistência e eventuais irregularidades de superfície. ➢ Ausculta: verifica-se que no RN os ruídos hidroaéreos são bem frequentes. Pediatria Morgana Fernandes Aparelho geniturinário A primeira diurese costuma ocorrer na sala de parto ou nas primeiras 48h. Em mais de 90% ocorrem nas primeiras 24h. Eventualmente observam-se manchas avermelhadas nas fraldas, que se devem à presença de uratos na urina e não tem repercussão clínica. ➢ Inspeção geral ➢ Palpação do canal inguinal para a detecção de massas ou testículo. Descrever: típica feminina ou masculina – testículos tópicos ou não. Sexo masculino: ➢ Criptoquirdia: não descida dos testículos. Não se sabe a localização. Pode ser uni ou bilateral. Unilateral pode ocorrer no bebê termo e descer naturalmente. porém bilateral é sinal de alerta. ➢ Hipospádia: meato uretral com localização posterior. ➢ Epispádia: meato uretral anteriormente. ➢ Hidrocele: aumento de volume por acúmulo de líquido e é diferenciado do aumento por hérnia por meio de incidência luminosa. Sexo feminino: ➢ Pico de estrógeno da mãe: glândula mamaria hipertrofiada, secreção vaginal leitosa.É normal, conduta expectante. Extremidades: ➢ Simetria ➢ Presença de tocotraumatismos, fraturas ou deformidades. ➢ Números de dedos em mãos e pés; ➢ Edema, cianose, perfusão periférica (> 3 segundos), pregas palmares e plantares. Sistema neurológico: ➢ Estado de alerta mental e tônus muscular do recém-nascido. ➢ Avaliar capacidade de mover os braços e as pernas igualmente. Movimentos desiguais podem ser um sinal de anomalia nervosa. ➢ Teste dos reflexos do recém- nascido por meio de diversas manobras. Os reflexos mais importantes em um recém-nascido são o reflexo de Moro, o reflexo de busca e o reflexo de sucção.
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