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AULA 5 - PARTES e AÇÃO TRABALHISTA

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AÇÃO TRABALHISTA
PARTES e PETIÇÃO INCIAL - I.
AÇÃO:
É um direito constitucionalmente assegurado a qualquer pessoa física, jurídica ou ente despersonalizado, objetivando provocar a prestação da tutela jurisdicional pelo Estado.
O Direito da Ação não se esgota com a propositura da peça vestibular, mas estende-se ao direito de tramitação regular do processo, com a observância dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
CONDIÇÕES DA AÇÃO:
Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade:
CPC:  Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
a) Interesse de agir:
O interesse de agir representa a utilidade, a necessidade e a adequação em se provocar a jurisdição para a obtenção do bem da vida pretendido.
b) Legitimidade Ad Causam:
É a pertinência lógica entre aquilo que está pedindo, quem pede e em face de quem se pede.
ELEMENTOS DA AÇÃO:
Os elementos da ação são: 
1 – Partes;
2 - Causa de Pedir; e 
3 - Pedido.
1 – PARTES: 
São os sujeitos da ação que figuram no polo ativo e passivo da demanda.
Sujeito Ativo: Aquele que promove a ação - O Reclamante.
Sujeito Passivo: A pessoa em face do qual foi promovida a ação – Reclamada.
No processo do trabalho as partes têm a seguinte denominação:
a) Nas ações individuais (dissídios individuais) o autor (legitimado ativo) é chamado de reclamante e o réu (legitimado passivo) é chamado de reclamado.
b) Nas ações coletivas (dissídios coletivos) o autor é chamado de suscitante e o réu de suscitado. 
CAPACIDADE:
Existe diferença entre a capacidade de ser parte e a capacidade processual.
a) Capacidade de ser parte:
É a possibilidade de ser sujeito de uma relação processual – Artigo 2º do CC.
b) Capacidade processual:
É a possibilidade que uma pessoa tem para participar da relação processual, em nome próprio ou alheio. – Art. 70 do CPC
c) Capacidade Postulatória: JUS POSTULANDI (art. 791, 839, da CLT)
JUS POSTULANDI na CLT:
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
Art. 839 - A reclamação poderá ser apresentada:
a) pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e pelos sindicatos de classe;
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
Representação processual:
Na Justiça do Trabalho as partes devem comparecer pessoalmente, acompanhadas ou não por seus advogados.
A parte pode ou deve ser representada, de acordo com a lei.
menor de 18 anos;
Empregado impossibilitado de comparecer em audiência; e
Empregador.
Representação do incapaz:
CLT. Art. 793. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo.
AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. MENOR REPRESENTADO POR SUA GENITORA. Consoante preceitua o artigo 793 da CLT, "A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo". Assim, estando o menor assistido por sua genitora, não se há cogitar a nulidade do processo em virtude da não intervenção do MPT como fiscal de lei.
(TRT-3 - AIAP: 00101742520145030178 MG 0010174-25.2014.5.03.0178, Relator: Manoel Barbosa da Silva, Data de Julgamento: 26/02/2021, Quinta Turma, Data de Publicação: 01/03/2021.)
Representação por sindicato ou colega de profissão:
REPRESENTAÇÃO POR SINDICATO EM AUDIÊNCIA. ART. 843, § 2º DA CLT. ARQUIVAMENTO MANTIDO. A possibilidade de o trabalhador se fazer representar em audiência pelo Sindicato de sua categoria, nos termos do art. 843, § 2º da CLT, via de regra, tem o efeito de evitar o arquivamento da ação, não conferindo ao trabalhador a prerrogativa de não comparecer em nova audiência designada.
(TRT-4 - ROT: 00206778420165040121, 2ª Turma, Data de Publicação: 24/03/2017).
Representação do empregador:
CLT. Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. 
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
§ 3o O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada.
Representação processual dos entes de direito público:
A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação. 
Para os efeitos do disposto anteriormente, é essencial que o signatário ao menos se declare exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (Súmula 436, I e II, Tribunal Superior do Trabalho).
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL:
É feita pelo sindicato, que é o responsável pela defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas (artigo 8.º, III, Constituição Federal).
Art.195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.  
§ 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho. 
Art. 872 - Celebrado o acordo, ou transitada em julgado a decisão, seguir-se-á o seu cumprimento, sob as penas estabelecidas neste Título.
Parágrafo único - Quando os empregadores deixarem de satisfazer o pagamento de salários, na conformidade da decisão proferida, poderão os empregados ou seus sindicatos, independentes de outorga de poderes de seus associados, juntando certidão de tal decisão, apresentar reclamação à Junta ou Juízo competente, observado o processo previsto no Capítulo II deste Título, sendo vedado, porém, questionar sobre a matéria de fato e de direito já apreciada na decisão.
SUCESSÃO PROCESSUAL:
Seguirá as seguintes regras:
a) Empregador. No caso de sucessão de pessoa jurídica ou morte da pessoa física titular da empresa, mas havendo continuidade na empresa, o sucessor assumirá as relações já existentes (artigos 10 e 448, Consolidação das Leis do Trabalho).
b) Empregado. No caso de morte do empregado haverá a substituição por seu espólio ou por seus sucessores (artigo 110, Código de Processo Civil).
2 - CAUSA DE PEDIR:
O artigo 319, III do CPC, estabelece que a petição inicial indicará os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido.
Na CLT temos ainda a regra de que a reclamação trabalhista deve ser simplificada.
CLT. Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
 § 1o  Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido.
Jurisprudência sobre ausência de formalidade na peça trabalhista:
INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. O Processo do Trabalho, orientado pelos princípios da oralidadee informalidade, é desapegado dos rigores formais exigidos no Processo Comum. A petição inicial, segundo o comando inserto no § 1ºdo art . 840/CLT, deve conter uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, de modo que possa ser extraído de tal peça o teor da pretensão deduzida, assim como possibilitada a produção de defesa útil. Presentes os requisitos legais, não há falar em inépcia, pois no corpo da petição inicial constou expressamente o pedido de responsabilização solidária da recorrente.
(TRT-3 - RO: 00109496420195030178 MG 0010949-64.2019.5.03.0178, Relator: Paulo Mauricio R. Pires, Data de Julgamento: 29/08/2020, Quinta Turma, Data de Publicação: 01/09/2020).
Jurisprudência sobre ausência de formalidade na peça trabalhista:
NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE PRODUÇÃO DE PROVA. O art. 840, CLT, exige a simples narração dos fatos em que se fundamenta o litígio, demonstrando que eventual equívoco no enquadramento jurídico da pretensão não impede a apreciação da pretensão trazida à apreciação do judiciário. Por decorrência, a parte tem direito à produção da prova apta a demonstrar os fatos por ela alegados, ainda que o enquadramento jurídico realizado pela parte esteja equivocado. Nesse sentido, forçoso o reconhecimento da nulidade processual, devendo os autos retornar à Vara de Origem para reabertura de instrução processual e produção da prova oral atinente ao pedido de diferenças salariais, observados os limites fáticos do contraditório formado nos autos.
(TRT-2 - ROT: 10020130220185020241 SP, Relator: WILMA GOMES DA SILVA HERNANDES, 11ª Turma - Cadeira 1, Data de Publicação: 21/10/2020)
3 - DO PEDIDO:
CLT. Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
 § 1o  Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor.
Pedido certo e determinado: O autor deverá explicitar o que pretende, e em que quantidade, impondo-se a determinação e a certeza do pedido.
Liquidez:
O Reclamante deve indicar o valor correspondente a cada pedido no processo do trabalho, nos procedimentos Sumário, Sumaríssimo e Ordinário. Entretanto, não se pode confundir o requisito legal de quantificação do pedido com obrigação de apresentação da cálculo de liquidação acostado à petição inicial.
Pedidos Implícitos:
SÚMULA 211 DO TST - JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.
Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação.
Posição do TST sobre liquidação de pedidos:
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO COATOR CONSUBSTANCIADO EM DETERMINAÇÃO DE EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL PARA JUNTADA DE PLANILHA CONTÁBIL. ÓBICE INJUSTIFICADO AO ACESSO À JUSTIÇA. LEI Nº 13.467, DE 2017. EXIGÊNCIA QUE NÃO CONSTA DO ART. 840, § 1º, DA CLT TAMPOUCO DO ART. 319 A 324 DO CPC DE 2015. ATO TERATOLÓGICO. AFASTAMENTO DA APLICAÇÃO DA OJ Nº 92 DA SBDI-2 DO TST. SEGURANÇA CONCEDIDA. Cuida-se de mandado de segurança impetrado para impugnar despacho de emenda da petição inicial, em fase de conhecimento de reclamação trabalhista. A autoridade reputada coatora, com base no art. 840, § 1º, da CLT, exigiu que o Reclamante complementasse a petição inicial com planilha contábil, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito. Na sessão de julgamento ocorrida em 6 de novembro de 2018, por ocasião do julgamento dos RO - 406-27.2017.5.10.0000 e RO - 144-28.2011.5.05.0000, a SBDI-2/TST considerou inaplicável o teor da Orientação Jurisprudencial nº 92 da SBDI-2/TST sempre que o ato coator se revestir de ilegalidade ou for divergente da jurisprudência pacífica dessa Corte Superior e não houver meio processual para evitar o prejuízo imediato à parte impetrante. No caso em tela, verifica-se que, na petição inicial do processo subjacente, o Reclamante atribuiu valor a cada um dos pedidos. O pedido é certo e determinado, tal como exigem os arts. 840 e 319 a 324 do CPC de 2015. No âmbito da fase processual de conhecimento, não há a impreterível necessidade de que profissionais da contabilidade apurem, de início, o alegado "quantum" devido. Com isso, o condicionamento do exercício do direito de ação à juntada de planilha contábil é medida manifestamente ilegal. Segurança concedida para assegurar o processamento da reclamatória independentemente da juntada de laudo pericial contábil. Recurso ordinário provido.
(TST - RO: 3682420185120000, Relator: Maria Helena Mallmann, Data de Julgamento: 01/10/2019, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 22/11/2019).
 Não se pode perder de vista ainda que, em algumas situações não é possível ao reclamante, no momento do ajuizamento da relação trabalhista indicar o valor do pedido nela formulado, sendo o caso de se proceder bom base nas exceções constantes dos incisos II e III do art. a seguir indicado:
CPC. Art. 324. O pedido deve ser determinado.
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção.
PETIÇÃO INICIAL. LIQUIDAÇÃO DOS PEDIDOS. ARTIGO 840, § 1º, DA CLT. LEI 13.467/2017. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE PERÍCIA PARA PROCEDER-SE À LIQUIDAÇÃO. RECURSO PROVIDO. 1. Não se trata de discutir sobre a constitucionalidade ou não do artigo 840, § 1º, da CLT, com a redação conferida pela Lei 13.467/17, mas sim de sua interpretação conforme a legislação processual vigente e aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho, como o art. 324 do CPC, bem como o princípio constitucional de acesso à Justiça e princípios da economia processual, celeridade e efetividade. A hipótese dos presentes autos é de pedido genérico, em que não há a possibilidade de se liquidar, de imediato, não se podendo falar na liquidação prevista no art. 840, § 1º, da CLT, tendo em vista as características do pedido e o disposto no art. 324, do CPC, por se tratar de uma exceção, em que o pedido não há possibilidade de ser liquidado de imediato, o que afasta o requisito da liquidez. Ainda que se defenda a necessidade de liquidar o pedido, impõe-se a observância do contraditório e da aptidão e do amplo acesso à Justiça e à prova, para ser realizada a liquidação dos pleitos autorais. 2. Como advertem UGO MATTEI (professor de direito comparado e internacional da Califórnia, de Hastings e da Universidade de Turim) e LAURA NADER (professora de Antropologia da Universidade da Califórnia, em Berkley), em sua obra Pilhagem, Ed. Martins Fontes, pág 30/31, no Estado de Direito, os subordinados com frequência acreditam (ou acreditavam) nos sistemas judiciais porque garantem (ou garantiam) a confrontação das partes, mediante o direito efetivo material de mandar e provocar a jurisdição, quando, então, poder-se-ia, verdadeiramente, vindicar direitos e alcançar a Justiça. Registram, ainda, que, por esta razão, setores poderosos tentam eliminar a resistência potencial oferecida pelos oprimidos, desfavorecidos, subalternos e excluídos, restringindo (ou tentando restringir) o acesso ao sistema judicial, à Jurisdição dita contenciosa, onde a confrontação das partes, sejam indivíduos ou coletividades (classes, categorias, grupos, sindicatos, associações etc), podem por em risco sua dominação, exploração, opressão e violência. Não é à toa, concluem os eminentes professores e articulistas, que o movimento denominado "resolução alternativa de conflitos" (conciliação, arbitragem, mediação, jurisdição voluntária ou administrativa) é defendido com tanta veemência por entidades patronais, organismos financeiros internacionais,empresas e seus agentes, através de uma retórica que sustenta a necessidade de "mediar" os "excessos" da confrontação judicial "a fim de promover uma sociedade mais harmoniosa e pacifica" (para o mercado, por óbvio). Recurso a que se dá provimento.
(TRT-17 - RO: 00002180720185170161, Relator: CLÁUDIO ARMANDO COUCE DE MENEZES, Data de Julgamento: 11/12/2018, Data de Publicação: 18/12/2018).
Indicação de valor de pedido é diferente de liquidação de pedido:
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. LIQUIDAÇÃO DOS PEDIDOS. RITO ORDINÁRIO. Pela redação do art. 840/CLT, posterior à publicação da Lei 13.467/2017, há obrigatoriedade de indicação de valores aos pedidos formulados pelo reclamante em processo submetido ao rito ordinário, ainda que de forma estimada (art. 12, § 2, da Instrução Normativa 41/2018 do TST), sob pena de indeferimento da inicial. No caso dos autos o requisito foi cumprido satisfatoriamente pelo autor, que apontou o valor do pedido, devendo ser afastada a extinção do processo sem resolução do mérito.
(TRT-3 - RO: 00107707520185030143 0010770-75.2018.5.03.0143, Relator: Convocada Angela C.Rogedo Ribeiro, Primeira Turma)
Cumulação de Pedidos - Artigo 327 do CPC E Art. 842 DA CLT:
CLT. Art. 842 - Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento.
CPC: Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
25
Cumulação de pedidos na jurisprudência:
AÇÃO PLÚRIMA - IDENTIDADE DE MATÉRIA - APLICAÇÃO DO ART. 842 DA CLT - POSSIBILIDADE - É possível ao ação plúrima quando há identidade de matéria, nos termos do art. 842 da CLT. O fato de os empregados exercerem diferentes atividades na empresa não elide essa possibilidade, pois há identidade de matéria em relação às parcelas trabalhistas pleiteadas. Recurso de Revista parcialmente e conhecido e provido. 
(Processo: RR - 621872-54.2000.5.06.5555 Data de Julgamento: 18/05/2005, Relatora Ministra: Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, 3ª Turma, Data de Publicação: DJ 10/06/2005).
LITISCONSÓRCIO ATIVO. POSSIBILIDADE. Em se tratando de postulação de direitos individuais homogêneos é admissível o ajuizamento de ação plúrima contra um mesmo empregador nos termos do art. 842 da CLT; não sendo oponível, neste caso, argumento sustentado na falta de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo. Recurso provido.
(TRT-3 - RO: 00101845120155030011 MG 0010184-51.2015.5.03.0011, Relator: Des.Antonio Gomes de Vasconcelos, Data de Julgamento: 04/09/2015, Quinta Turma, Data de Publicação: 10/09/2015).
Pedidos Alternativos – Artigo 325 do CPC
CPC. Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo.
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.
RECURSO ORDINÁRIO. DIFERENÇA ENTRE PEDIDOS ALTERNATIVOS E SUCESSIVOS. ART. 322, § 2º, DO CPC. Cuide-se que a distinção entre pedidos alternativos e sucessivos repousa na circunstância de que, naqueles, um exclui o outro; e, nestes, o posterior só poderá ser apreciado se não puder ser acolhido o anterior. E, do bojo da narrativa da vestibular, resta clara a intenção do reclamante em receber o pagamento de horas extras pelo labor além da jornada de 30 (trinta) horas semanais, de modo que tal pretensão deve ser entendida como sucessiva à declaração de nulidade da cláusula convencional. Assim, considerando que, nos termos do artigo 322, § 2º, do CPC, o magistrado deve interpretar os pedidos apresentados na petição inicial considerando o conjunto da postulação e o princípio da boa-fé, a r. sentença não ultrapassou os limites da exordial quando, malgrado tenha reconhecido a validade da cláusula convencional, condenou o reclamado no pagamento de horas extras assim consideradas aquelas 7ª e 8ª diárias, vez que estas se equivalem, quantitativamente, às horas extras pelo labor além da jornada de 30 (trinta) horas semanais. Recurso do reclamado a que se nega provimento no ponto. (Processo: ROT - 0001677-64.2017.5.06.0006, Redator: Maria do Carmo Varejao Richlin, Data de julgamento: 19/05/2020, Segunda Turma, Data da assinatura: 19/05/2020)
RECURSO DE REVISTA DA PAJ SERVIÇOS LTDA. CARÊNCIA DE AÇÃO. PEDIDO ALTERNATIVO DO RECLAMANTE. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. A carência de ação, suscitada com base no § 2º do art. 193 da CLT, não viabiliza o Recurso. O referido preceito dispõe apenas que o empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. E, na hipótese, o Regional concluiu que a opção por um dos adicionais constituía matéria de mérito. Finalmente, não há tese acerca da prescrição quinquenal no acórdão recorrido. Recurso de Revista não conhecido. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. O Regional, com base no laudo pericial, deferiu o adicional de periculosidade com base na NR 16 - anexo 2 -, item "3", alíneas c, e e q, da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho. Concluir de forma diversa requereria o revolvimento de fatos e provas, o que é defeso nesse momento processual, nos termos da Súmula 126 do TST. Recurso de Revista não conhecido. Recurso de Revista não conhecido.
(TST - RR: 602001119995170001 60200-11.1999.5.17.0001, Relator: José Simpliciano Fontes de F. Fernandes, Data de Julgamento: 05/08/2009, 2ª Turma,, Data de Publicação: 21/08/2009).

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