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1. Ver duodeno 2. Dd para dor epigástrica 3. Conceituar e descrever síndrome dispéptica 4. Doenças ulcerosas pépticas a. Fisiopatologia b. Manifestação clínica c. Tto 5. H pylori a. Mecanismo de patogenicidade b. Dn (métodos) c. Drogas p tto INTESTINO DELGADO (DUODENO) O intestino delgado é dividido em 3 regiões. A primeira é o duodeno, a mais curta, que é retroperitoneal. Inicia-se no músculo esfíncter do piloro do estômago e tem a forma de um tubo em C. Estende-se por aproximadamente 25cm até que se funde com o jejuno. Duodeno significa 12; é assim chamado porque é quase tão longo quanto 12 dedos. A parede do intestino é composta pelas mesmas quatro camadas, porém, seu epitélio é colunar simples e possui vários tipos de células: 1. Células absortivas: liberam enzimas digestoras e possuem microvilosidades que absorvem nutrientes. 2. Células caliciformes: secretam muco, que ajuda a neutralizar o ácido gástrico. 3. Glândulas intestinais (criptas de Lieberkuhn): fendas profundas revestidas com epitélio glandular. a. Células de Paneth: são capazes de realizar fagocitose e secretam lisozima, bactericida. b. Células enteroendócrinas i. Células S: secretina ii. Células CCK: colecistocinina iii. Células K: polipetídeo inibidor gástrico (PIG) SUCO INTESTINAL. Aproximadamente 1 a 2L de suco intestinal são secretados. Ele é alcalino, pois possui concentração de íons bicarbonato, e, junto ao suco pancreático, cria um meio líquido ideal à absorção de nutrientes do quimo. DIGESTÃO MECÂNICA. Há dois tipos de movimentos no ID: 1. Segmentações: que movimentam o quimo para frente e para trás, misturando-o ao suco digestório e colocando-o em contato com as vilosidades da túnica mucosa para absorção. 2. Complexo mioelétrico migratório: o CMM é o tipo de peristalse que ocorre no ID, iniciando-se na parte inferior do estômago e empurrando o quimo para frente ao longo de um curto trecho de ID antes de cessar. SINDROME DISPÉPTICA A síndrome dispéptica se caracteriza por um grupo de sintomas digestivos e epigástricos, tais como dor torácica e abdominal, eructação, náusea, vômito, plenitude abdominal e gástrica, distensão, flatulência, anorexia etc. e se encontra presente em um quarto da população adulta, sendo uma das queixas mais comuns avaliadas pelos gastroenterologistas e clínicos gerais. Sua etiologia não é bem estabelecida e está geralmente associada a uma interação complexa de fatores de motilidade, psicológicos, funcionais e, até mesmo, ambientais. Em uma grande parte dos casos está relacionada a distúrbios no processo digestivo devido a uma insuficiência ou ausência de enzimas digestivas. DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA As úlceras pépticas constituem soluções de continuidade da mucosa gastrintestinal secundárias ao efeito corrosivo do ácido clorídrico (HCl) e da pepsina. ● Lesões superficiais são definidas como erosões. A UD é a forma predominante da DUP, sendo 5 vezes mais frequente do que a UG; em 95% dos casos incide na primeira porção do duodeno e incide na faixa etária de 30 a 55 anos de idade. ● São mais comuns no sexo masculino (1,5-3x). ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA ● O fator genético é muito importante. ● Teoria cloridropéptica (‘’no acid no ulcer’’) ● A úlcera é uma afecção de origem multifatorial; a infecção pela HP é fundamental. o 95% das UD são portadores de HP; o 70% das UG são portadores de HP. A liberação de citocinas inflamatórias e a resposta imunológica do hospedeiro seriam os moduladores da agressão apresentada. ● Posteriormente ‘’no Helicobacter, no ulcer’’ PTN, Ca++, aminoácidos, H e ACh estimulam célula G→ produção de gastrina → ativa célula parietal via sanguínea → produção de HCl→ queda do pH→ célula D estimulada → produção de Somatostatina→ inibição parácrina da célula G ● A alimentação, o uso de determinados medicamentos, o hábito de fumar e o estado emocional influenciam a produção de ácido. UD: produção de ácido aumentada; UG: produção de ácido normal ou diminuída. O aumenta da secreção pode ser explicado por: 1. Aumento da população de células parietais; 2. Maior sensibilidade das células parietais à gastrina; 3. Menor sensibilidade da célula G aos mecanismos inibitórios. ● Após a infusão de peptídeo liberador de gastrina (GRP), HP+ apresentam níveis de gastrina a ácido 3x maiores que HP-. E entre os HP+, os portadores de UP produzem 2x mais ácido para o mesmo nível de gastrina. As citocinas localmente produzidas e a elevação do pH consequente à produção de amônia pela bactéria são mecanismos lembrados como responsáveis pela diminuição da concentração da Somatostatina. ● Pepsinogênio encontra-se elevados nos ulcerosos. o Sua atividade proteolítica é maior nos ulcerosos. A inflamação da mucosa e a diminuição de peptídeos envolvidos no estímulo dos elementos defensivos favorecem a lesão. A HP atua em ambos os lados da equação: 1. Diminui a disponibilidade de PG e do EGF; a. PG estimula produção de muco e HCO3 pelas células epiteliais; b. EGF é essencial na reparação da mucosa. 2. Aumenta a produção de fatores agressivos. a. Aumenta inflamação i. Diminui a ação da SMTSTTN. ii. Aumenta gastrina e ácido. Infecção → inflamação → aumento de gastrina → aumenta ácido → agride bulbo → maior frequência de metaplasia gástrica → maior colonização pelo HP → evolução → úlcera ● Além do distúrbio secretório causado, a própria ação lesiva da bactéria deve ser lembrada na etiologia da úlcera. A fisiopatologia da lesão induzida por AINE baseia-se na supressão da síntese de PG. Há redução na produção de muco. A capacidade de defesa celular fica comprometida e a mucosa torna-se vulnerável à agressão de fatores intraluminares, como ácido clorídrico, pepsina, sais biliares, HP e medicamentos. Condições de risco em usuários de AINE: 1. Antecedente de úlcera; 2. Idade avançada; 3. Presença de comorbidades; 4. Altas doses; 5. Infecção por HP. QUADRO CLÍNICO ● OS SINTOMAS NÃO PERMITEM DIFERENCIAR UD E UG. 1. Dor pouco intensa, em queimação, em epigástrio; a. Ritmicidade da dor i. Em UD dói-come-passa ii. Em UG dói-come-passa-dói b. Períodos de acalmia (meses ou anos) 2. Eructação, flatulência, sialorreia, náuseas, vômitos não são próprios, mas podem estar associados. 3. Dentro das complicações, como perfuração, pacientes de DUP podem apresentar-se com: a. Melena, hematêmese, perda de sangue oculto nas fezes, náuseas, vômitos, distensão abdominal, sinais de peritonite ou instabilidade hemodinâmica. DIAGNÓSTICO E EXAMES COMPLEMENTARES 1. EDA: continua sendo o exame de eleição para dn de úlceras. Eficiente, sensível, específico e seguro; porém, caro e invasivo. a. ESTABELECE O DIAGNÓSTICO! b. No caso de UG, repetir após 6 a 8 semanas e reavaliar com biopsia. c. UD raramente são malignas, por isso não demandam biopsias rotineiras. 2. Exame radiológico contrastado: útil, porém menos sensível e utilizado; usa radiação ionizante e necessita EDA para confirmação. 3. Gastrina: é o teste mais sensível para dn de gastrinoma. DIAGNÓSTICO DE HP São importantes para decidir a estratégia terapêutica. 1. Invasivos a. Histologia (padrão-ouro) b. Cultura c. Urease 2. Não-invasivo a. Teste respiratório com ureia marcada (não-invasivo mais top) b. Antígeno fecal c. Sorologia TRATAMENTO O tratamento da úlcera tem como objetivo: 1. Alívio dos sintomas 2. Cicatrização das lesões 3. Prevenção de recidivas e complicações ● A erradicação da bactéria é recomendada. ● Parar de fumar. Os medicamentos cicatrizadores agem: 1. Pró-secretores: aumentam secreção da mucosa (muco, HCO3, surfactantes); são os antiácidos e PG. 2. Antissecretores: diminui ação cloridropéptica; são os bloqueadores H2 e IBPs. a. H2: bloqueia receptor H na membrana da célula parietal, diminuindo a ativação da ATPase K+, reduzindo secreção ácida. b. IBP: bloqueia a ATPase K+ ativada, enzima responsável pela união do H+ com Cl-. TTO HP ● Sugere-se que o tto da UD restrito àerradicação da HP seja indicado apenas no caso de lesão superficial e única. Os esquemas tríplices são os mais indicados e os quádruplos reservados para situações especiais, como falhas terapêuticas. ● Primeira linha: IBP + metronidazol + azitromicina por 7 dias. ● Consenso de HP: IBP + furazolidona + claritromicina ou tetraciclina (esquema alternativo). Efeitos colaterais: diarreia, cólicas abdominais, náuseas, vômitos. Avaliar risco-benefício em caso de AINE dependentes. ● Lembra de cardiopatas e gastropatas.
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