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DIREITO AMBIENTAL NO ÂMBITO CONSTITUCIONAL E NO ESPAÇO

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DEFINIÇÃO
A tutela ao meio ambiente na Constituição e os diversos instrumentos para a proteção ambiental.
PROPÓSITO
Compreender, a partir de uma visão constitucional, o direito ambiental e seus princípios mais relevantes.
Entender os instrumentos e a estrutura administrativa existentes para a implementação do direito
ambiental. Conferir atenção especial a importantes instrumentos de gestão preventiva: o licenciamento
e as avaliações de impacto ambiental.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o estudo do conteúdo proposto, é importante ter em mãos: a Constituição brasileira de
1988; a Lei nº 6.938, de 1981; a Lei Complementar nº 140, de 2011; e as Resoluções nº 1/1986, 9/1987 e
237/1997 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Compreender a proteção constitucional do meio ambiente e os princípios da precaução e prevenção
MÓDULO 2
Descrever o papel dos órgãos e das entidades mais relevantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA)
MÓDULO 3
Distinguir as três licenças ambientais clássicas e o momento ideal para realização do Estudo Prévio de
Impacto Ambiental (EIA)
INTRODUÇÃO
Neste tema, partiremos de uma visão constitucional a fim de compreender o direito ambiental e seus
princípios mais relevantes (prevenção, precaução). Abordaremos as principais estruturas criadas para
implementar a gestão ambiental do Estado. Isso inclui compreender o Sistema Nacional do Meio
Ambiente (SISNAMA), seus órgãos (como o CONAMA) e suas entidades (por exemplo, o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA) mais relevantes.
Veremos ainda os principais instrumentos trazidos pela Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)
(Lei nº 6.938, de 1981) para implementar a gestão pública nessa área e concretizar os princípios mais
importantes do direito ambiental.
Ao final, detalharemos alguns dos instrumentos mais importantes, polêmicos e debatidos no direito
ambiental: as licenças ambientais (a licença prévia, por exemplo), o Estudo Prévio de Impacto Ambiental
(EIA) e o seu Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
MÓDULO 1
 Compreender a proteção constitucional do meio ambiente e os princípios da precaução e prevenção
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE
Podemos dizer que a expressão meio ambiente encerra um pleonasmo. Isso porque tanto a palavra
“meio” quanto a palavra “ambiente” trazem a mesma ideia-chave de entorno. É comum falarmos em
meio ambiente, mas podemos ler, às vezes, apenas “ambiente”, “meio” ou até “entorno”. E muitos
adjetivos se referem apenas ao ambiente.
 EXEMPLO
Quando falamos em licenciamento ambiental, mas não em licenciamento meio ambiental.
Mas esse meio, ou esse ambiente, estaria em volta de quê? Ou de quem?
Embora atualmente seja possível debater se o que deve estar no centro das preocupações ambientais
seja a vida ou até o planeta Terra, vamos partir da ideia mais tradicional, e ainda predominante, de que o
centro a partir do qual sabemos o entorno é o ser humano (ANTUNES, 2020).
Isso porque, além de o Direito ser uma construção humana, o Direito ambiental tem o seu marco inicial
na:
 
Fonte: Janwikifoto/Wikimedia
 Vista do interior do prédio do Sveriges Riksdag (Parlamento sueco), onde foram realizadas diversas
das reuniões da Conferência.
Conferência de Estocolmo
Evento promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e realizado na Suécia em 5 de junho de
1972.
Observando a Declaração de Estocolmo, percebemos que ela, desde o preâmbulo, ressalta que os seres
humanos precisam de um entorno equilibrado, e que isso seria um direito da maior importância,
fundamental, pois está ligado diretamente à dignidade da vida humana. O art. 225 da nossa Constituição
Federal, de 1988, grassa no mesmo sentido.
Esse ambiente, meio ou entorno geralmente é imaginado, idealizado, como a visão de uma floresta
nativa, de uma praia paradisíaca, ou seja, nos casos em que se apresenta como natural.
 
Fonte: SL-Photography/Shutterstock
 Bacia da Floresta Amazônica
javascript:void(0)
Podemos dizer que o ambiente natural é aquele que existe como tal sem a ação determinante do ser
humano.
Porém, o nosso entorno é cada vez menos natural, cada vez mais artificial, construído. A maior parte da
população mundial já vive no espaço urbano, que surge pela ação humana, com a construção de casas,
a abertura de vias de transporte, a construção de redes de esgoto e eletricidade.
 
Fonte: Rich Carey/Shutterstock
 Plástico nos oceanos ameaça vida marinha
Atualmente, já discutimos como os seres humanos interferem no clima do planeta, na quantidade de
plásticos e outros resíduos que ocupam lugares antes intocáveis.
 
Fonte: TR STOK/Shutterstock
 Emissão de poluentes pela atividade industrial
Alguns chegam a dizer que esta era geológica pode ser descrita como antropoceno, tamanha é a nossa
interferência no ambiente (SARLET; FENSTERSEIFER, 2020).
Tudo isso demonstra a importância de cuidarmos do ambiente urbano, também chamado de artificial ou
construído. Assim, instrumentos importantes como as avaliações de impacto ambiental e as licenças
ambientais também são utilizados para garantir uma sadia qualidade de vida nas cidades, nos centros
urbanos e nas regiões metropolitanas.
CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL
Embora seja o direito um fenômeno social, por meio do qual sociedades se regulam e protegem os bens
que consideram mais importantes, quando estudamos o Direito estamos preocupados com o direito que
está posto, escrito, positivado. Partindo dessa visão, que podemos chamar de positivista, o Direito é
visto como um sistema de normas de determinado espaço e tempo. Por isso, nosso Direito
constitucional possui como principal norma a Constituição, válida desde 5 de outubro de 1988 no
território do Brasil.
Podemos dizer que o Direito ambiental é um conjunto de normas cujo objetivo é proteger o meio
ambiente para as presentes e futuras gerações. Essas normas jurídicas podem ser divididas em dois
grandes grupos.
REGRAS
PRINCÍPIOS
Possuem, geralmente, um comando claro e estipulam determinada conduta. Por exemplo, o caput do
art. 225 dispõe que o poder público e a coletividade devem preservar o meio ambiente para esta geração
e para as vindouras. O inciso III, §1º, desse mesmo artigo estabelece que o público deve criar, em todas
as unidades da federação, espaços territoriais especialmente protegidos, que conhecemos, comumente,
como unidades de conservação.
São mais abstratos do que as regras e apontam na direção de valores que podem ser concretizados de
diversas formas (AVZARADEL, 2019). Veremos os princípios detalhadamente mais adiante.
AUTONOMIA DO DIREITO AMBIENTAL
POR SER UM RAMO RELATIVAMENTE NOVO DO DIREITO,
NASCIDO NO SÉCULO PASSADO, VOCÊ DIRIA QUE O
DIREITO AMBIENTAL CONTAVA COM AUTONOMIA?
RESPOSTA
A resposta é positiva. Essa autonomia decorre das características específicas do Direito ambiental – ser um
direito voltado para o futuro, protegendo gerações futuras – e dos princípios igualmente peculiares.
Nota-se que a proteção do meio ambiente está presente em tratados ambientais, na definição de crimes
e de infrações administrativas, e na prevenção e reparação de lesões em nosso entorno. Por isso, o
Direito ambiental reúne normas e institutos de vários outros ramos do Direito.
Os tratados e as convenções podem ser examinados pelo Direito internacional

Os crimes contra a natureza precisam ser vistos com a base vinda do Direito penal
O fato de haver normas ambientais em vários ramos do Direito reforça sua autonomia e, embora
mantenha com eles relações constantes, não se confunde com nenhum desses ramos.
Como ramo autônomo, o Direito ambiental precisa de uma disciplina igualmente autônoma, capaz de
sistematizar os institutos e as normas presentes em todo o ordenamento jurídico. E, ao mesmo tempo,
deve abranger as características únicas que fazem do Direito ambiental um ramo novo e cheio de
descobertas quando o comparamos com os ramos mais antigos.
TUTELA CONSTITUCIONALDO MEIO AMBIENTE
O Direito ambiental surge com a Conferência de Estocolmo. Foi nessa conferência que se originaram as
seguintes ideias:
Dia do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
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Após essa conferência, os países foram, cada um no seu ritmo, editando normas com sua visão
ambiental, buscando resguardar o nosso entorno de forma mais completa, holística.
Isso não quer dizer que não existiam normas que já se voltavam para questões que atualmente
entendemos como ambientais. Nesses casos, o que mudou foi a perspectiva, a visão a partir da qual
esses bens passaram a ser protegidos. Foram também acrescentadas normas mais adequadas aos
desafios ambientais vistos em Estocolmo, marcadas por uma visão mais ampla, transversal.
 ATENÇÃO
No Brasil, a norma que sinaliza essa mudança de visão e de postura foi editada em agosto de 1981. A
Lei nº 6.938, conhecida como Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), é um marco indiscutível.
Além de objetivos e conceitos, ela traz instrumentos e uma estrutura para a implementação do Direito
ambiental: o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA).
Contudo, conforme os países foram editando novas constituições, muitos aproveitaram para colocar a
proteção ambiental também nesses textos. Como a Constituição representa, em regra, a norma mais
importante de um ordenamento jurídico, a tutela do ambiente nos textos dessa natureza traduziu um
reforço a essa proteção.
A partir do momento em que o meio ambiente passa a ser juridicamente protegido, não podem ser
editadas leis em sentido contrário, já que não serão compatíveis com a Constituição e, por isso, não
terão validade no ordenamento jurídico.
Atualmente, passados quase cinquenta anos da conferência de Estocolmo, boa parte dos países já
possui alguma forma de proteção constitucional do meio ambiente. No caso do Brasil, isso aconteceu já
na década de 1980, como veremos a seguir.
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE NA
CONSTITUIÇÃO DE 1988
Ainda na década de 1980, a proteção ambiental passava a integrar a Constituição de forma destacada.
Entre a Constituição de 1934 e a atual, houve apenas a previsão constitucional acerca de alguns
recursos e bens importantes como água, energia, floresta, caça e pesca.
Além de capítulo próprio para a proteção ambiental – e o art. 225, que possui parágrafos e incisos –, a
Constituição de 1988 traz dispositivos sobre essa questão ao longo de todo texto. Veja mais a seguir:
No início, temos a previsão da ação popular (art. 5º), que pode ser usada para anular atos lesivos ao
meio ambiente.

No meio, podemos destacar a preocupação com o ambiente em artigos das políticas econômica (art.
170), urbana (art. 182) e rural (art. 186).

Na última parte do texto, destacamos essa preocupação no art. 225, já citado, e no capítulo que cuida
dos índios (art. 231).
A Constituição brasileira é tida como das mais completas em relação à proteção ambiental. Ela
consagra o direito ao meio ambiente equilibrado como um direito fundamental, essencial a uma sadia
qualidade de vida no caput do art. 225. Nesse mesmo artigo, consagra um dever geral de proteção para
as gerações presentes e futuras, além de atribuir esse dever não apenas ao poder público, mas também
à coletividade.
Isso já seria, na visão de alguns, suficiente. Contudo, a Constituição vai além do básico, detalhando os
deveres do poder público, estabelecendo princípios de forma implícita e instrumentos concretos, como:
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (§1º do art. 225)
A responsabilidade por atos lesivos ao meio ambiente (§3º do art. 225)
 SAIBA MAIS
A Constituição prevê, ainda, outros instrumentos importantes ao longo do texto. Apenas para citar
alguns exemplos, o art. 5º prevê a ação popular, e o art. 129 traz a ação civil pública, ambas muito
importantes. Para dar conta das particularidades do meio ambiente urbano, o art. 182 traz instrumentos
como o plano diretor e o estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV), entre outros.
Em suma, podemos afirmar que a Constituição Federal de 1988 usa várias técnicas para proteger este
entorno tão importante: o meio ambiente ecologicamente equilibrado.
REGRAS CONSTITUCIONAIS DIRETAS E 
INDIRETAS SOBRE O MEIO AMBIENTE
As normas com a finalidade de proteger o meio ambiente não estão apenas no capítulo específico (art.
225), mas ao longo de todo o texto da Constituição de 1988. Isso nos possibilita dividir todo esse
conjunto de normas em dois grandes grupos, segundo a forma que trazem essa proteção.
NORMAS DIRETAS
O primeiro grupo traz as normas diretas sobre meio ambiente. A maior parte está no capítulo específico,
no art. 225. Outros exemplos importantes são as previsões da ação popular (art. 5º, inciso LXXIII) e da
ação civil pública (art. 129, inciso III).
Podemos, ainda, incluir nesse grupo as normas que dividem as competências e as atribuições do Poder
Público entre as esferas federal, estaduais e municipais. Os exemplos mais importantes estão listados a
seguir.
A competência comum a todos para o controle e combate à poluição ambiental (art. 23, inciso VI). Essa
competência é de natureza executiva e será mais detalhada no módulo 2, com a análise do SISNAMA e
da Lei Complementar nº 140, de 2011.

A competência concorrente para legislar em matéria ambiental (art. 24). Nesse ponto, compete à União
editar normas gerais que podem ser suplementadas pelos estados, os quais não podem contrariar as
leis da União. Por sua vez, os municípios podem suplementar as leis da União e dos estados, desde que
não as contrariem ou legislem sobre os assuntos de interesse local (art. 30, incisos I e II)
NORMAS INDIRETAS
Por fim, podemos falar naquelas normas que cuidam de maneira indireta da questão ambiental. Elas
disciplinam a gestão de bens e recursos naturais importantes como água, energia e minérios, além de
atividades e serviços ambientalmente relevantes pelo seu impacto positivo ou negativo, como os
serviços de saneamento básico e as atividades nucleares. São apenas alguns exemplos que podem ser
encontrados nos art. 21, incisos XIX, XX e XXIII; no art. 22, incisos IV, XII e XXVI; e no art. 176.
Outras disposições desse tipo são encontradas no capítulo que trata dos índios (povos originários), com
repercussões indiretas na proteção ambiental, conforme podemos ver ao fazer a leitura dos arts. 231 e
232. Isso porque esses povos possuem uma relação especial com o território que tradicionalmente
ocupam. Não é por acaso que os povos indígenas são chamados, por vezes, de “guardiões da floresta”.
 
Fonte: Laszlo Mates/Shutterstock
 Integrante de um dos povos indígenas da Amazônia brasileira
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO
AMBIENTAL
O princípio da prevenção, por exemplo, pode ser realizado a partir das avaliações de impacto ambiental
e das licenças ambientais. Ou seja, os princípios são concretizados por regras mais específicas (como
as que disciplinam as avaliações de impacto e as licenças ambientais).
Os princípios podem estar escritos de forma expressa na Constituição, porém, nem sempre aparecem
dessa forma
EXEMPLO

Podem ser reconhecidos de forma implícita quando, mesmo não estando descritos, percebemos várias
regras que os concretizam e apontam na mesma direção, para o mesmo valor ideal abstrato.
EXEMPLO
javascript:void(0)
javascript:void(0)
EXEMPLO
O art. 37 impõe a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.
EXEMPLO
O Supremo Tribunal Federal (STF) entende que o princípio do desenvolvimento sustentável decorre
dos arts. 170 e 225, de forma implícita, uma vez que trazem disposições que detalham o
desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente adequado.
O fato de ser uma disciplina recente e de não ter os seus princípios consagrados expressamente faz
com o que os estudiosos do Direito (a chamada doutrina) tenham o papel fundamental de interpretar as
normas e sinalizar os princípioscontidos na nossa ordem constitucional e nas demais normas jurídicas
existentes. Muitas vezes, os juízes adotam os critérios apresentados pela doutrina para decidir casos
concretos, ajudando esses princípios a ganhar visibilidade.
 
Fonte: Sebastian Duda/Shutterstock
 Representação de um juiz
 ATENÇÃO
Contudo, isso gera uma dificuldade: não existe um acordo sobre quais são todos os princípios do Direito
ambiental. Cada manual ou curso traz um elenco, uma lista de princípios que, dificilmente, é a mesma de
outra obra.
Veremos, a seguir, os princípios do Direito ambiental mais relevantes para a gestão ambiental. Eles
possuem aplicação prática e podem, em regra, ser encontrados na Constituição de forma implícita.
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
A Constituição prevê no caput do art. 225 um dever geral de preservar e proteger o meio ambiente. E,
para isso, precisamos prevenir aquelas lesões que são previsíveis.
Quando temos conhecimento sobre os impactos que certa atividade pode gerar no meio ambiente (ex.: o
lançamento de efluentes não tratados e com certos resíduos em corpo hídrico), temos que agir de forma
preventiva. Como veremos, as avaliações de impacto ambiental nos ajudam a entender com maior
exatidão esses impactos.
Por sua vez, as licenças ambientais ajudam a garantir que as medidas adequadas sejam adotadas
antecipadamente à atividade e aos impactos (ex.: um empreendedor construir, operar e manter uma
estação de tratamento de efluentes).
 COMENTÁRIO
Em geral, é muito difícil conseguir reparar integralmente uma lesão ambiental, e os custos de reparação
costumam ser maiores do que os de prevenção.
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
O princípio da precaução lida com atividades ou situações em que predomina a incerteza científica
sobre a existência, a extensão ou as características do impacto. Estamos, aqui, diante do risco de danos
graves ou irreversíveis.

NA AUSÊNCIA DA CERTEZA, DEVEM SER ADOTADAS MEDIDAS
DE CAUTELA OU PRECAUÇÃO, QUE BUSCAM CONHECER E
REDUZIR OS RISCOS IDENTIFICADOS.
AVZARADEL, 2019
Nossa Constituição possui claras referências a esse princípio, como ilustram os arts. 225 e 196, entre
outros.
 EXEMPLO
No caso de rompimento de uma barragem, ainda que os cálculos sejam controversos, o dano será grave,
senão irreversível. Mesmo sem a certeza do rompimento, uma vez caracterizado o risco, devem ser
adotadas medidas de cautela (ex.: testes, reforço de estruturas, evacuação das áreas vizinhas etc.).
No vídeo a seguir, a professora Cristiane Jaccoud comenta sobre os princípios da prevenção e da
precaução. Vamos assistir!
PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR
Tal princípio por vezes é entendido de forma errônea, como se aquele que pagasse tivesse “passe livre”
para poluir.
Na verdade, ele orienta que todos os custos ambientais (por exemplo, os relativos às medidas de
prevenção, cautela e reparação de danos e multas ambientais) devem ser incorporados pelo
empreendedor. Isso deve se refletir no custo do produto ou serviço.
Nossa PNMA (Lei nº 6.938) conceitua poluidor (art. 3º, inc. IV) como aquele direta ou indiretamente
responsável pela degradação ambiental.
Na mesma lei consta “a imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar
os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins
econômicos” (art. 4º, inc. VII). Do contrário, o ônus vai ser suportado pela sociedade, como ter que
conviver com um ambiente poluído, degradado.
 ATENÇÃO
Outra consequência negativa possível é a distorção no respectivo mercado, já que o empreendedor se
exonera de incorporar todos os custos ambientais no preço final do seu produto ou serviço. Não por
acaso, esse princípio surgiu nos anos 1970, a partir de uma decisão da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Fundamenta-se no conceito desenvolvido no relatório elaborado pela ONU chamado Nosso Futuro
Comum (1987).
Esse relatório foi pensado para avaliar o meio ambiente no mundo após a Conferência de Estocolmo de
1972 e serviu de base para as discussões que aconteceram no Brasil durante a Cúpula da Terra, ou Rio-
92.
 
Fonte: Waraporn Wattanakul/Shutterstock
 Representação do conceito de negócios sustentáveis
De acordo com esse relatório, o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do
presente, sem comprometer o atendimento das gerações futuras.
Para isso, a atividade econômica deve ser compatibilizada com a proteção ambiental. Essa premissa
aparece na Constituição quando, ao tratar da ordem econômica, elenca a proteção ambiental enquanto
princípio norteador (art. 170, VI). Por isso, qualquer que seja a atividade econômica, a proteção
ambiental não pode ser ignorada. Essa é a única forma de garantir o atendimento das gerações futuras.
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA
PROPRIEDADE
Conforme o art. 5º, inciso XXIII, da Constituição de 1988, a propriedade deve cumprir sua função social.
Na verdade, o texto constitucional estabelece critérios ambientais para a propriedade, seja ela urbana ou
rural. Veja mais a seguir:
PROPRIEDADE URBANA
Deve a propriedade estar de acordo com o plano diretor municipal (art. 182, §2º)
PROPRIEDADE RURAL
Deve a propriedade observar os critérios trazidos no art. 186, incluindo a “utilização adequada dos
recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente”
Nos dois casos, o descumprimento possui consequências:
PROPRIEDADE URBANA
Pode ocorrer, em último caso, a desapropriação, com pagamento em títulos da dívida pública municipal
no prazo de até dez anos
PROPRIEDADE RURAL
A desapropriação é paga com títulos da dívida agrária em até vinte anos (art. 184)
 ATENÇÃO
Esses dois casos são exceção à regra da desapropriação com o pagamento prévio e em dinheiro (art. 5º,
XXIV).
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
Da leitura da nossa Constituição, percebemos que os valores democráticos são centrais: a cidadania é
um dos fundamentos da nossa República, sendo o povo a fonte de todo poder (art. 1º, inciso II,
parágrafo único).
São previstos diversos mecanismos nesse sentido:
PODER LEGISLATIVO
Como as iniciativas populares de lei (art. 14)
PODER JUDICIÁRIO
As já mencionadas ações popular e civil pública garantem o acesso amplo à Justiça
NO EXECUTIVO
Deve ser efetivada a participação (art. 37, §3º)
Por fim, são garantidos os direitos de obter informações, peticionar e obter certidões junto ao poder
público (art. 5º, incisos XXXIII e XXXIV).
O dever de proteger o meio ambiente também é da coletividade (art. 225). No mesmo artigo, está
previsto um importante instrumento, o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA), necessariamente
público (art. 225, §1º, IV). E, nesse estudo, ocorrem, geralmente, as audiências públicas (como veremos
no módulo 3).
Outra importante forma de participação se dá nos conselhos de meio ambiente. Veremos no próximo
módulo o mais importante deles: o CONAMA.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE OS PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL, ASSINALE A ALTERNATIVA
CORRETA.
A) O princípio do poluidor-pagador prevê que os custos ambientais devem ser internalizados pela
sociedade.
B) O princípio do desenvolvimento sustentável preocupa-se apenas com as opções das gerações
presentes.
C) O princípio da precaução determina que, na ausência de certeza, devemos aguardar a concretização
do risco para depois adotar medidas preventivas.
D) O princípio da prevenção é apropriado nos casos em que os impactos de determinada atividade
sejam conhecidos.
2. SOBRE AS DIFERENÇAS EXISTENTES ENTRE OS PRINCÍPIOS DA PRECAUÇÃO E DA
PREVENÇÃO, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) O princípio da precaução é aplicado nos casos de incerteza, diante de riscos de danos graves ou
irreversíveis. Já a prevenção é aplicada de forma mais ampla, quando as atividades são conhecidas.
B) O princípio da precaução é aplicado nos casos de certeza. Já o princípio da prevenção apenas se
aplica quando ocorrem situações derisco de danos graves ou irreversíveis.
C) Diante da ausência de certeza, devemos aplicar o princípio da prevenção com o objetivo de impedir o
impacto ambiental negativo.
D) Diante dos casos de certeza, devemos aplicar o princípio da precaução visando a gerenciar o risco
existente.
GABARITO
1. Sobre os princípios do Direito ambiental, assinale a alternativa correta.
A alternativa "D " está correta.
 
O princípio da prevenção pressupõe a certeza científica e o conhecimento sobre a atividade em questão.
2. Sobre as diferenças existentes entre os princípios da precaução e da prevenção, marque a
alternativa correta.
A alternativa "A " está correta.
 
A aplicação do princípio da precaução está restrita aos casos de incerteza e nos quais existem riscos de
danos graves ou irreversíveis. Essas restrições não se aplicam ao princípio da prevenção.
MÓDULO 2
 Descrever o papel dos órgãos e das entidades mais relevantes do Sistema Nacional do Meio
Ambiente (SISNAMA)
GESTÃO AMBIENTAL
 
Fonte: patpitchaya/Shutterstock
 Representação do conceito de ação coletiva pelo meio ambiente
A Lei nº 6.938 de 1981 traz a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e marca uma mudança de
paradigma na gestão pública do meio ambiente. Isso porque cria uma estrutura responsável por planejar,
implementar e acompanhar os resultados dos programas e das ações destinados a atingir o objetivo
traçado em seu art. 2º:

PRESERVAR, MELHORAR E RECUPERAR A QUALIDADE
AMBIENTAL PROPÍCIA À VIDA, ASSEGURANDO CONDIÇÕES
PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO E A PROTEÇÃO
DA DIGNIDADE DA VIDA HUMANA.
Ao estabelecer conceitos, diretrizes, instrumentos de gestão ambiental e uma estrutura permanente, a
PNMA busca abandonar uma visão reativa, na qual o poder público somente adota medidas após danos
ou desastres.
 RESUMINDO
A gestão aqui significa (ou deveria significar) realizar diagnósticos, traçar metas, planejar e estruturar
programas de ação, gerenciar riscos, prevenir danos, recuperar e melhorar a qualidade ambiental,
sempre à luz dos conhecimentos e das tecnologias disponíveis.
Veremos a seguir como se estrutura o Sistema Nacional do Meio Ambiente e quais instrumentos foram
pensados para a gestão pública ambiental.
SISTEMA E CONSELHO NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE (SISNAMA)
Conforme o art. 6º da Lei nº 6.938 de 1981, o SISNAMA reúne os órgãos públicos e as entidades
(autarquias, fundações etc.) responsáveis por implementar a política nacional.
MAS O QUE DIFERENCIA OS ÓRGÃOS PÚBLICOS DAS
ENTIDADES?
Responda à pergunta e depois compare com as informações que você aprenderá ao longo desse tema.
RESPOSTA
Em breves linhas, os órgãos públicos não possuem personalidade jurídica nem, geralmente, grande
autonomia, estando subordinados hierarquicamente. Já as entidades possuem personalidade jurídica,
podendo praticar atos em nome próprio (por exemplo, assinando contratos). Quando a personalidade da
entidade for de direito público, como no caso das autarquias, ela poderá desempenhar atividades de
fiscalização e controle (ex.: lavrar multas, expedir licenças ambientais) tratadas pela doutrina com o nome de
poder de polícia administrativa.
Voltando à estrutura do sistema, são listados no art. 6º da Lei nº 6.938 de 1981 os seguintes
integrantes:
CONSELHO DE GOVERNO
É o órgão superior na hierarquia do SISNAMA. Precisa ser convocado pelo presidente da República para
assessorá-lo em questões que envolvam várias pastas ou ministérios (art. 6º, inc. I).
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
É o órgão central do SISNAMA, responsável por planejar, coordenar, controlar e supervisionar a gestão
pública em âmbito nacional (art. 6º, inc. III).
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
RENOVÁVEIS (IBAMA) E INSTITUTO NACIONAL CHICO MENDES
DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (ICMBIO)
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São entidades (autarquias) executoras federais, chamadas pela lei de órgãos executores. Essas
autarquias são responsáveis por ações de controle e fiscalização. Por exemplo, o IBAMA é o responsável
pelo licenciamento de atividades e também pela fiscalização das atividades licenciadas. Já o ICMBIO é
responsável por administrar as áreas protegidas (unidades de conservação) federais, como o Parque
Nacional do Iguaçu (art. 6º, inc. IV).
ESTRUTURAS EXECUTORAS ESTADUAIS
Embora a lei fale apenas em órgãos seccionais, aqui temos órgãos ou entidades (fundações, autarquias
etc.) criadas pelos estados para atuar na área ambiental. São exemplos as secretarias estaduais de
meio ambiente e os institutos estaduais de meio ambiente (art. 6º, inc. V).
ESTRUTURAS EXECUTIVAS LOCAIS
Embora a lei fale apenas de órgãos locais, aqui temos órgãos ou entidades criadas pelos municípios
para atuar na área ambiental em âmbito local. São exemplos a secretaria municipal e a fundação
municipal de meio ambiente (art. 6º, inc. V).
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA)
Com as funções de responder consultas e deliberar sobre normas e padrões técnicos ambientais (art.
6º, inc. II), aparece na lei como órgão consultivo e deliberativo.
O CONAMA
O CONAMA é um órgão colegiado federal (dentro da estrutura da União), formado por representantes
dos chamados três setores. Em linhas gerais, esses setores são o público, o privado e a sociedade civil.
Por isso, precisa deliberar para editar atos como resoluções (até 2020, foram cerca de quinhentas).
Atualmente, possui 23 (vinte e três) membros. Além do colegiado, possui ainda as chamadas câmaras
técnicas (divisões para assuntos específicos), podendo criar grupos de trabalho.
Temos um artigo dedicado exclusivamente ao CONAMA. Entre as suas atribuições, destacamos:
ART. 8º DA LEI Nº 6.938 DE 1981
A edição de normas e padrões de cunho técnico para o licenciamento de atividades. Por exemplo,
é na Resolução nº 1, de 1986, que constam as normas e a elaboração do IEV e seu relatório (art. 8º,
inc. I).
A edição de padrões e normas técnicas para o controle da poluição do ar por veículos automotores
(art. 8º, inc. VI). Por exemplo, recentemente, por meio da Resolução nº 493, de 2019, foram
atualizadas as exigências de controle da poluição veicular por motociclos.
Editar padrões sobre qualidade do ambiente e seus recursos naturais (art. 8º, inc. VII). Por
exemplo, a Resolução nº 357, de 2005, traz normas técnicas para o enquadramento e a
classificação de corpos d’água, além de parâmetros para o lançamento de efluentes nesses
mesmos corpos.
Esse colegiado é um órgão público dentro da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, sendo presidido
pelo ministro encarregado da pasta. Os membros do CONAMA cumprem o seu dever sem receber nada
da União para isso (Decreto 99.274/1990, art. 6º, §4º). São custeados, geralmente, pelos setores
representados. Seus membros se reúnem, no mínimo, três vezes por ano, em Brasília.
 ATENÇÃO
Em 2019, a composição do CONAMA foi alterada para que houvesse a diminuição do número de
membros no colegiado (Decreto 9806/2019). Essa alteração recebeu críticas por ter diminuído a
participação do terceiro setor (sociedade civil). Conforme a lei da PNMA, de forma semelhante ao que
acontece com as leis editadas pela União, os padrões técnicos e as normas editadas pelo CONAMA
devem ser observados pelos estados e municípios, que poderão suplementá-los de acordo com as suas
peculiaridades (Lei 6938/1981, art. 6º, §§ 1º e 2º).
INSTRUMENTOS DA PNMA
Além de estabelecer uma estrutura administrativa específica para implementar a gestão pública (Lei
6938/1981), a PNMA traz um elenco de instrumentos que devem ser utilizados para que os objetivos
propostos sejam alcançados (art. 9º).
PADRÕES DA QUALIDADE AMBIENTAL
Esses padrões são estabelecidos, principalmente, pelo CONAMA, podendo haver padrões editados por
conselhos estaduais e municipais.
 EXEMPLO
Além da Resolução nº 357, de 2005, outro exemplo possível é a Resolução nº 491, de 2018, que dispõe
sobre os padrões de qualidade do ar, com limites para poluentes específicos como o monóxido de
carbono (CO).O ZONEAMENTO AMBIENTAL
Após o conhecimento das características ambientais de um local ou de uma região, esse instrumento é
pensado de forma a estabelecer mapas (com divisões em zonas) capazes de orientar o planejamento de
políticas públicas e as atividades privadas.
Esse instrumento está regulamentado pelo Decreto nº 4.297, de 2002, embora traga o nome de
Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE). É conceituado como o:

INSTRUMENTO DE ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO A SER
OBRIGATORIAMENTE SEGUIDO NA IMPLANTAÇÃO DE PLANOS,
OBRAS E ATIVIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS, ESTABELECE
MEDIDAS E PADRÕES DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DESTINADOS
A ASSEGURAR A QUALIDADE AMBIENTAL, DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DO SOLO E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE,
GARANTINDO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A
MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO.
DECRETO 4.297/2002, art. 2º
Esse zoneamento fica a cargo, principalmente, da União, a quem cabe sistematizar as informações
produzidas pelos estados e municípios. O ZEE deve ser periodicamente revisto – em regra, a cada dez
anos (Decreto 4.297/2002, arts. 6º e 19).
 ATENÇÃO
No espaço urbano, destacamos o zoneamento feito pelos municípios mediante aprovação, por lei, do
plano diretor, previsto na Constituição (art. 182) e disciplinado pelo Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257, de
2001). Nesse caso, para cada zona (industrial, residencial, mista, turística etc.), são previstas normas
específicas de uso e ocupação do solo.
INCENTIVOS À PRODUÇÃO E INSTALAÇÃO DE
EQUIPAMENTOS E A CRIAÇÃO OU ABSORÇÃO DE
TECNOLOGIA, VOLTADOS PARA A MELHORIA DA
QUALIDADE AMBIENTAL
Na própria PNMA, o art. 12 estabelece como requisito para financiamentos e incentivos governamentais
que o projeto em questão seja submetido ao licenciamento ambiental.
Outra previsão importante da lei é o estimulo à pesquisa científica voltada para o meio ambiente (art.
13).
CRIAÇÃO DE ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE
PROTEGIDOS
Esse instrumento está disciplinado pela Lei nº 9.985, de 2000, que estabelece o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação (SNUC). Essas unidades são áreas que, em razão de seus atributos, estão
sujeitas a um regime de proteção diferenciado.
 EXEMPLO
Alguns exemplos importantes são os parques nacionais, as florestas nacionais (FLONAs) e as áreas de
proteção ambiental (APAs).
A criação desses espaços territoriais especialmente protegidos pode ser feita em todos os níveis (pela
União e pelos estados e municípios) e deve ser precedida, em regra, por estudos técnicos e consulta
pública (Lei 9985/2000, art. 22).
Conforme o art. 225, §1º, inciso III, da Carta Magna, a extinção, a redução dos limites territoriais ou a
diminuição da proteção jurídica de uma unidade de conservação apenas é possível por meio de lei
(Constituição Federal, 1988).
O SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE O
MEIO AMBIENTE E A GARANTIA DA PRESTAÇÃO DE
INFORMAÇÕES
Esse instrumento está disciplinado pela Lei nº 10.650, de 2003, que tem como premissa as regras da
publicidade e do livre acesso às informações. Na era da informação digital, o maior desafio consiste na
integração das bases de dados e das informações (relatórios, estudos etc.) produzidos pela União, pelos
estados e pelos municípios, visando a disponibilizar tais informações e permitir a avaliação sobre os
resultados da gestão pública ambiental. A coordenação desse sistema de informações é atribuição do
Ministério do Meio Ambiente (Decreto 99274/1990, art. 11).
 ATENÇÃO
No mesmo art. 9º (inciso XI), existe a previsão de que, caso não existam as informações necessárias e
solicitadas no interesse da proteção ambiental, o poder público fica obrigado a produzir e divulgar o que
for solicitado.
OS CADASTROS FEDERAIS DE ATIVIDADES
A PNMA estabelece no art. 9º dois importantes cadastros técnicos federais:
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental (AIDA) (inciso VIII)
Atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais (inciso XII)
Na mesma Lei nº 6.938/1981, ficou determinado que cabe ao IBAMA administrar tais cadastros (art. 17):
NO PRIMEIRO CADASTRO
Deverão constar, por exemplo, as consultorias ambientais
NO SEGUNDO CADASTRO
Deverão constar, entre outras, as pessoas (físicas ou jurídicas) que se dediquem ao comércio de
produtos perigosos
PENALIDADES
Tanto as penalidades administrativas quanto as penas decorrentes de crimes ambientais são valiosos
instrumentos para proteção ambiental. Em ambos os casos, as regras mais importantes estão na Lei nº
9.605, de 1998, que, embora seja chamada de Lei de Crimes Ambientais (LCA), também cuida de
infrações administrativas.
 
Fonte: petrmalinak/Shutterstock
 Representação da justiça como instrumento de proteção ambiental
 COMENTÁRIO
Vale lembrar que a Constituição, no art. 225, §3º, estabeleceu que essas esferas de responsabilidade
(penal e administrativas) são autônomas, sem prejuízo da obrigação de reparar os danos constatados.
Assim, uma empresa pode ser multada administrativamente e, caso haja crime, punida com multa.
RELATÓRIO DE QUALIDADE DO MEIO AMBIENTE (RQMA)
Esse relatório deveria ser divulgado anualmente pelo IBAMA. Possui enorme potencial para o
monitoramento e a verificação dos resultados das políticas ambientais. Também seria muito importante
para atualizar o planejamento das ações de gestão pública do ambiente.
INSTRUMENTOS ECONÔMICOS
Esses instrumentos procuram adotar condutas a partir de incentivos a atividades ambientalmente
positivas em vez de controlar e punir.
 EXEMPLO
Um exemplo importante é a concessão florestal, por meio da qual o poder público, após fazer uma
licitação e, mediante contrapartidas do vencedor, delega a gestão sustentável de florestas públicas,
desestimulando atividades ilegais na mesma área (CARVALHO FILHO, 2017).
No vídeo a seguir, a professora Cristiane Jaccoud comenta sobre os Instrumentos da política Nacional
do Meio Ambiente. Vamos assistir!
AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA) E
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Esses instrumentos são usados, muitas vezes, de forma conjugada: é no licenciamento ambiental que
ocorrem diversas AIAs. Geralmente, dizem respeito a uma atividade ou um empreendimento específico.
Pela importância e relevância desses instrumentos, eles serão vistos em detalhes no último módulo
deste tema.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE O SISNAMA E SEUS INSTRUMENTOS, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) Podem os municípios elaborar padrões técnicos sem observar os expedidos pelo CONAMA.
B) Compete ao ICMBIO estabelecer padrões de qualidade ambiental, uma vez que cuida das áreas
protegidas, também chamadas de unidades de conservação.
C) Compete ao Ministério do Meio Ambiente gerenciar o SISNAMA.
D) Entre as modalidades de punição previstas na PNMA está a concessão florestal.
2. EM RELAÇÃO AO CONAMA, ASSINALE A RESPOSTA CORRETA.
A) Todos os seus membros recebem remuneração específica da União.
B) Atualmente, possui um número menor de membros que pertencem ao primeiro, ao segundo e ao
terceiro setor.
C) Por ser um órgão colegiado, suas decisões são tomadas apenas pelo Ministro do Meio Ambiente.
D) É presidido pelo presidente do órgão superior.
GABARITO
1. Sobre o SISNAMA e seus instrumentos, marque a alternativa correta.
A alternativa "C " está correta.
 
Essa competência está atribuída ao Ministério do Meio Ambiente, o que é coerente com o seu papel de
órgão central e coordenador do SISNAMA.
2. Em relação ao CONAMA, assinale a resposta correta.
A alternativa "B " está correta.
 
Apesar das críticas pela diminuição do número de representantes do terceiro setor, o CONAMA ainda
possui membros da sociedade civil e do setor empresarial, além dos que representam o poder público.
MÓDULO 3
 Distinguir as três licenças ambientais clássicas e o momento ideal para realização do Estudo Prévio
de Impacto Ambiental (EIA)
LICENÇAS AMBIENTAIS
Para entendermos as licenças ambientais, precisamos compreender que fazem parte de um
procedimento próprio e com finalidades específicas:o licenciamento. Conforme o art. 2º, inciso I, da Lei
Complementar nº 140, de 2011, o licenciamento ambiental é:

O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DESTINADO A LICENCIAR
ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS UTILIZADORES DE
RECURSOS AMBIENTAIS, EFETIVA OU POTENCIALMENTE
POLUIDORES OU CAPAZES, SOB QUALQUER FORMA, DE
CAUSAR DEGRADAÇÃO AMBIENTAL.
LC 140/2011, art. 2º, I
Esse conjunto de atos com ordem prevista (procedimento) ocorre nos órgãos e nas entidades do
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), responsáveis pelo controle ambiental – daí a razão
para se dizer que se trata de um procedimento administrativo. E as licenças, por sua vez, são atos
administrativos.

Em regra, são apresentados documentos e estudos pelo empreendedor.
Tais estudos são avaliados por quem licencia, podendo ser feitas exigências de complementação.


A documentação, então, é analisada pelas áreas técnicas e, quando preciso, pelo departamento jurídico
(Resolução 237/1997, art. 10).
Por fim, elabora-se um parecer, que pode ou não conceder a licença.


Com base nesse parecer, o órgão (uma secretaria municipal, por exemplo) ou a entidade (como o
Instituto Estadual do Ambiente – INEA) responsável pelo licenciamento vai tomar uma decisão,
tornando-a pública.
Embora muitas vezes o licenciador não cumpra os prazos para analisar os pedidos de licença, o
desrespeito a esses prazos não importa na emissão da licença solicitada. Essa é a clara orientação da
Lei Complementar nº 140, §3º, art. 14.
Trata-se de instrumento de controle prévio, com a principal finalidade de verificar, no caso concreto de
um empreendimento ou uma atividade, quais são as normas ambientais aplicáveis (leis, resoluções do
Conselho Nacional do Meio Ambiente –CONAMA, princípios).
 ATENÇÃO
É importante destacar que uma licença ambiental não substitui ou exclui a necessidade de outras
licenças ou autorizações – por exemplo, a licença municipal para a construção de um prédio ou a
autorização da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para operar um posto de combustíveis.
No licenciamento ambiental, são utilizados vários instrumentos (por exemplo, são avaliados os
zoneamentos e os padrões da qualidade aplicáveis). Sendo, em regra, preventivo, é nesse procedimento
que ocorrem diversas avaliações de impacto ambiental.
Nacionalmente, o licenciamento prévio de atividades é exigido desde a edição da Política Nacional do
Meio Ambiente (PNMA) (Lei 6.938/1981, art. 10).
 
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 Representação de um teste de padrão de qualidade para avaliação de impacto ambiental
Atualmente, além das resoluções expedidas pelo CONAMA (1/86, 9/87 e 237/97, por exemplo), vários
aspectos importantes estão disciplinados na Lei Complementar nº 140, de 2011.
Conforme o art. 13 da Lei Complementar nº 140, o licenciamento deve ocorrer em apenas um nível de
competência: federal, estadual ou municipal. Existem três formas de sabermos quem deverá licenciar
uma atividade.
LEI COMPLEMENTAR Nº 140
Neste ponto, não são mais observados os arts. 4º, 5º e 6º da Resolução nº 237, de 1997, do
CONAMA.
FORMA 1
FORMA 2
FORMA 3
Caso esteja o empreendimento proposto dentro dos limites de uma unidade de conservação, deverá
licenciar o ente (União, estado ou município) que tenha criado esse espaço territorial especialmente
protegido. A exceção dessa regra é a área de proteção ambiental (APA) (art. 7º, inciso XIV, d; art. 8º,
inciso XV; art. 9º, inciso XIV, b).
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Nos demais casos, deveremos observar os seguintes critérios: i) atividades listadas expressamente
como de competência da União (art. 7º, inciso XIV). São exemplos aquelas atividades localizadas ou
desenvolvidas em terras indígenas, em dois ou mais estados, de caráter militar ou que utilizem material
radioativo; ii) atividades de impacto local, que deverão ser licenciadas pelos municípios, conforme
definição do respectivo conselho estadual de meio ambiente (art. 9º, inciso XIV, a); e iii) competência
estadual nos casos que não se encaixem nos itens i e ii, também chamada de competência residual (art.
8º, inciso XVI).
Em atividades dentro dos limites de APAs, são adotados, em linhas gerais, os critérios do art. 12.
PODEM OS DEMAIS ENTES (SEUS ÓRGÃOS E ENTIDADES
VINCULADAS) PARTICIPAR, APRESENTANDO SEUS
PONTOS DE VISTA?
RESPOSTA
Sim, mas essas opiniões não vinculam o ente responsável pelo licenciamento (LC 140/2011, art. 13, §1º). Por
exemplo, num licenciamento conduzido pelo INEA, uma secretaria municipal de meio ambiente pode
apresentar seus pontos de vista. Mas eles não precisam ser acatados pelo INEA, que pode adotar outros
critérios – técnica e juridicamente fundamentados.
Licenças ambientais têm prazo de validade e são renováveis. Essa renovação deve ser solicitada com
mais de 120 (cento e vinte) dias de antecedência, contados do final do prazo. Dessa forma, a licença
seguirá válida até que seja analisado o pedido de renovação (LC 140/2011, art. 14, §4º).
 ATENÇÃO
javascript:void(0)
Isso possibilita a atualização dos controles ambientais aplicáveis. Quem realiza alguma atividade sem
antes obter licença pratica, ao mesmo tempo, infração prevista na Lei de Crimes Ambientais (Lei
9605/1998, art. 60) e infração administrativa (Decreto 6514/2008, art. 66).
TIPOS DE LICENÇA AMBIENTAL
Tradicionalmente, o licenciamento ambiental está estruturado em três fases: prévia, de instalação e de
operação. Essa organização foi pensada para empreendimentos com impactos relevantes nas fases de
construção e de operação. Os conceitos e prazos máximos de cada uma das licenças que veremos
estão disciplinados nos arts. 8º e 18 na Resolução nº 237 do CONAMA.
LICENÇA PRÉVIA (LP)
Avalia os aspectos gerais do projeto, a concepção da atividade e sua localização. Ao ser concedida,
proporciona os controles e as restrições relativas a essa fase e às fases seguintes, atestando que o
empreendimento é viável. Obtida a LP, devem-se reunir os documentos necessários e exigidos para
solicitar a licença seguinte.
O prazo máximo da licença é de 5 (cinco) anos. É nessa fase que são realizadas, em regra, avaliações de
impacto ambiental importantes como o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA).
LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI)
Avalia aspectos específicos da construção do empreendimento (como o preparo do terreno para a
construção). São então avaliados os croquis e as plantas detalhadas da obra, bem como o projeto
executivo, de acordo com as orientações e restrições da LP.
O prazo máximo dessa licença é de 6 (seis) anos.
LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO)
Avalia os aspectos específicos da operação do empreendimento (efluentes e emissões, por exemplo).
Serve para verificar se as licenças anteriores foram devidamente cumpridas. Como destaca Farias
(2016), deve ser feita uma vistoria no local para que essa verificação ocorra antes da expedição da
licença.
A LO conta com um prazo mínimo de 4 (quatro) anos e máximo de 10 (dez). Essa licença precisa ser
renovada enquanto a atividade existir. Conforme o histórico e as características da atividade, os prazos
serão maiores ou menores.
PROCEDIMENTOS SIMPLIFICADOS
Conforme as características do empreendimento (ausência de impacto relevante na construção ou
operação), podem ser estabelecidos procedimentos simplificados. Por exemplo, podem ser concedidas
licenças que avaliem, de uma vez, aspectos relativos a mais de uma fase do empreendimento. Podemos,
assim, ter uma licença prévia e de implementação (LPI).
Vejamos dois exemplos de resoluções CONAMA a respeito:
Resolução 279, de 2001, traz o procedimento simplificado para empreendimentos elétricos, com
pequeno potencial de impacto ambiental como usinas eólicas.
Resolução 377, de 2006, traz normas desse tipo para os sistemas de esgotamento sanitário, sendo
aplicada às unidades de pequeno e médio porte que não estejam em áreas ambientalmente
sensíveis.
Por fim, é possível que alguns empreendimentos com porte e potencial danoso pequenos sejam
licenciados de forma ainda mais simplificada.Nesses casos, todas as fases podem ser avaliadas numa
única licença.
AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA)
Somente conhecendo bem os impactos ambientais é que poderemos tomar medidas para reduzir ao
máximo as chamadas externalidades negativas de um empreendimento.
O conceito de impacto ambiental está descrito no art. 1º da Resolução nº 1, de 1986, do CONAMA, nos
seguintes termos:
 
Fonte: kosmos111/Shutterstock
 Representação da importância da busca pelo equilíbrio nas avaliações de impacto ambiental

(...) QUALQUER ALTERAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS,
QUÍMICAS E BIOLÓGICAS DO MEIO AMBIENTE, CAUSADA POR
QUALQUER FORMA DE MATÉRIA OU ENERGIA RESULTANTE
DAS ATIVIDADES HUMANAS QUE, DIRETA OU INDIRETAMENTE,
AFETAM:
A saúde, a segurança e o bem-estar da população;
As atividades sociais e econômicas;
A biota;
As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e
A qualidade dos recursos ambientais.
As AIAs são fundamentais para uma gestão ambiental pública adequada. Embasam medidas
preventivas e, em certos casos, de precaução. A partir do estudo sistemático dos impactos ambientais
de certa atividade, é possível prever medidas mitigadoras, reduzindo ao máximo os impactos, bem como
medidas compensatórias, que buscarão manter o equilíbrio e a qualidade do ambiente.
 COMENTÁRIO
Em outros casos, essas avaliações servem para demonstrar como determinada área deve ser
recuperada. Podemos perceber que o conceito de AIA é amplo e abrange vários instrumentos.
INSTRUMENTOS LEGAIS DE IMPLEMENTAÇÃO DE
AIA
Embora o EIA seja muito importante e apareça, inclusive, no texto constitucional, é preciso deixar claro
que ele é apenas uma das possibilidades de AIA. Pela importância que possui, vamos dedicar um item
deste módulo apenas para ele.
Sem querer esgotar todas as possibilidades, veremos a seguir outros dois exemplos importantes de AIA.
ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA (EIV)
Esse estudo está previsto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 10.257, de 2001, conhecida como Estatuto da
Cidade. Será exigido somente pelo município, desde que esteja previsto em lei municipal.
O EIV não integra, obrigatoriamente, o licenciamento ambiental. Também não se confunde com o EIA,
nem o substitui.
Esse estudo apenas é exigível em áreas urbanas, podendo ser requisito para que seja autorizada, por um
município, a construção de um prédio ou a realização de uma obra.
Procura avaliar impactos específicos do espaço urbano para que possam ser pensadas soluções que
reduzam ou mitiguem tais impactos.
 EXEMPLO
Impactos no sistema viário (engarrafamentos), diminuição da ventilação e da iluminação nas áreas
urbanas (importante do ponto de vista sanitário) etc.
RELATÓRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO (RAS)
É uma AIA exigível nos casos de empreendimentos de pequeno e médio porte que não se enquadram
nos casos de EIA. Um dos exemplos são os empreendimentos elétricos com pequeno potencial de
impacto ambiental, como usinas eólicas, previstos na Resolução nº 279/2001 do CONAMA.
Conforme essa Resolução e o seu Anexo I, o RAS precisa trazer, no mínimo:
A descrição do projeto
O diagnóstico ambiental e as previsões de impactos relativos à implementação e à operação do
empreendimento
As medidas mitigadoras e compensatórias dos impactos previstos
ESTUDO E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL
(EIA/RIMA)
O EIA
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e o seu relatório (RIMA) foram disciplinados nacionalmente
pela Resolução nº 1, de 1986, do CONAMA. O art. 2º traz um elenco não exaustivo, ou seja, exemplos de
atividades sujeitas à elaboração da espécie de AIA.
 EXEMPLO
Destacamos os seguintes exemplos: aeroportos, oleodutos, extração de combustível fóssil e aterros
sanitários (incisos IV, V, VIII e X).
Com a Constituição de 1988, ficou esclarecido o critério por trás dos exemplos trazidos: a existência de
significativa degradação ambiental, efetiva ou mesmo potencial. Esse conceito precisa ser tecnicamente
verificado. Por essa razão, cabe às estruturas do Poder Executivo – vale dizer, aos órgãos e às entidades
que integram o SISMANA – analisar se, no caso concreto, estamos ou não diante da exigência do
EIA/RIMA.
 SAIBA MAIS
O Supremo Tribunal Federal (STF) já julgou algumas leis estaduais inconstitucionais por tentarem
submeter o EIA/RIMA à avaliação ou aprovação de natureza política por estruturas do Poder Legislativo.
Em regra, o EIA/RIMA deve ser elaborado na fase prévia do licenciamento. Ou seja, sua elaboração,
discussão e aprovação são requisitos para a obtenção da LP nos casos de significativa degradação
ambiental, efetiva ou potencial. E, não sendo esse o caso, deverão ser solicitados outros estudos
(Resolução 237/1997, art. 3º). Ou seja, mesmo que não haja EIA/RIMA, deverá haver alguma
modalidade de AIA.
Aliás, a Resolução nº 237/1997 fez um ajuste importante:
A elaboração do EIA/RIMA, que antes estava prevista como atribuição do órgão ou da entidade
responsável pelo licenciamento na Resolução nº 1 de 1986, passou a ser de responsabilidade do
empreendedor (Resolução nº 237/1997, art. 11).
Isso não quer dizer que não existam mecanismos de fiscalização ou sanções caso os que elaborem o
EIA/RIMA omitam ou insiram dados ou informações falsas. Essas condutas são crimes, previstos no art.
69-A da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998), bem como infrações administrativas, previstas no
art. 82 do Decreto nº 6.514, de 2008.
Depois de apresentado, o EIA tem seu conteúdo analisado. Uma vez aprovado, geralmente ele e o RIMA
são publicados e/ou disponibilizados aos interessados. Geralmente ocorre, como veremos a seguir, uma
audiência pública, na qual o projeto é debatido.
 
Fonte: Muttaki Al Muhtadi/Shutterstock
 Representação da importância da fiscalização nos estudos e relatórios de impacto ambiental
 ATENÇÃO
O EIA/RIMA foi pensado para empreendimentos complexos. Por isso, possui um conteúdo mínimo
extenso. Por essa razão, costuma ser elaborado por uma equipe multidisciplinar. Sua elaboração pode
levar meses, e seu custo (encargo do empreendedor) pode ser elevado, dependendo do caso.
Como diretrizes para a elaboração do EIA, o art. 5º da Resolução nº 1, de 1986, do CONAMA, elenca:

[...] A CONSIDERAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE TÉCNICAS E
LOCAIS DIVERSOS; A AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DE TODAS
AS FASES DO EMPREENDIMENTO; A DEFINIÇÃO DAS ÁREAS
AFETADAS; E A CONSIDERAÇÃO DOS PROGRAMAS PÚBLICOS
PARA AS ÁREAS SUGERIDAS OU IDEALIZADAS PARA O
EMPREENDIMENTO.
Por sua vez, o art. 6º traz as atividades técnicas mínimas e indispensáveis:

[...] DIAGNÓSTICO AMBIENTAL COMPLETO (FÍSICO, BIOLÓGICO
E SOCIOECONÔMICO); ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS E DE SUAS ALTERNATIVAS;
APRESENTAÇÃO DAS MEDIDAS MITIGADORAS, AVALIANDO
SUA EFICIÊNCIA; E APRESENTAÇÃO DO PLANO DE
MONITORAMENTO E ACOMPANHAMENTO.
Com base nas informações apresentadas no requerimento da LP (como a tipologia da atividade), o
órgão ou a entidade responsável pelo licenciamento costuma editar um ato com orientações específicas
que complementam esses conteúdos mínimos vistos aqui anteriormente.
Nos licenciamentos feitos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), esse documento se chama Termo de Referência.
 COMENTÁRIO
O EIA acaba, muitas vezes, tendo centenas de páginas, sendo dividido em capítulos com uma linguagem
altamente técnica. Isso dificulta que pessoas interessadas em conhecer e debater o empreendimento
proposto possam participar, por exemplo, de uma audiência pública.
O RIMA
De forma a ampliar ao máximo o debate acerca dos empreendimentos sujeitos ao EIA, deve-se observar
a obrigatoriedade de elaboração, em cada estudo, do RIMA.
Conforme o art. 9º da Resolução nº 1 de 1986, o RIMA deve trazer as conclusões do EIA de forma
acessível:
A linguagem escrita deve ser menos técnica; devem ser utilizados gráficos, tabelas, mapas e outras
formas de comunicação visual. Tudo para que os cidadãos não especializados possam entender os
pontos positivos e negativosda atividade proposta e em licenciamento.
Conforme o art. 11 da Resolução 1/1986, com a exceção das informações que caracterizem sigilo
industrial, o RIMA deve ficar disponível para consulta. Ao final, o RIMA costuma ter algumas dezenas de
páginas.
Atualmente, esses relatórios são disponibilizados na rede mundial de computadores (nem sempre os
EIAs, porque são arquivos muito pesados).
 DICA
O RIMA ajuda que as pessoas consigam participar das audiências públicas conduzidas nos
licenciamentos ambientais sujeitos ao EIA. Por isso, é comum vermos a expressão EIA/RIMA, já que os
dois dispositivos são exigíveis nos casos de significativa degradação ambiental, efetiva ou potencial.
AUDIÊNCIA PÚBLICA E PARTICIPAÇÃO
Buscando disciplinar as audiências públicas nos casos de empreendimentos obrigados a fazer o
EIA/RIMA, o CONAMA editou a Resolução nº 9, de 1987. Nos termos do art. 1º dessa resolução, a
audiência pública se destina a expor aos interessados o projeto em licenciamento, esclarecer dúvidas e
colher sugestões.
Essa resolução traz no caput do art. 2º os casos nos quais a realização da audiência pública é
obrigatória. E, nesses casos, a concessão de uma licença sem a realização da audiência acarreta sua
nulidade. Ou seja, ela não é válida, não existe para o Direito.
Vamos ver os casos de obrigatoriedade. São eles:
Determinação do órgão ambiental
Solicitação por uma associação ou organização não governamental (ONG)
Solicitação pelo Ministério Público (MP)
Solicitação por cinquenta ou mais pessoas
Na prática, considerando todas essas hipóteses, é muito raro (e até estranho) que um EIA/RIMA não seja
submetido a uma audiência pública.
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O requerimento da LP deve ser publicado.
Além disso, nos termos da Resolução 9/1987, recebido o EIA, deve haver um edital com prazo mínimo de
45 dias para que os sujeitos envolvidos possam solicitar a audiência.
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Posteriormente, deve ser convocada a audiência pública, divulgando-a na imprensa e nas mídias oficiais.
O local dessa audiência deve ser acessível aos interessados e, principalmente, aos afetados de alguma
forma pelo projeto.
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Dependendo da dimensão do empreendimento e da área afetada, pode ser necessário fazer mais de
uma audiência pública, para que todos os interessados possam participar.
Cabe a um representante do órgão ou da entidade responsável pelo licenciamento conduzir a audiência.
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Após uma exposição do projeto, deve ser dado um tempo para debates, para que possam ser feitas
perguntas e sugestões.
Ao final, é feita uma ata resumida do que aconteceu. Em geral, também se faz uma ata com a
transcrição completa. Atualmente, alguns órgãos e entidades disponibilizam também os vídeos e áudios
da audiência em seus portais na rede.
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Todo esse material é anexado ao processo de licenciamento (em muitos casos, já digital) para ser
avaliado junto com as análises técnicas a fim de fundamentar o parecer final do licenciador pela
concessão ou não da licença.
Como bem sublinha Antunes (2020), não existe uma obrigação de acolher as sugestões apresentadas
na audiência pública, mas elas devem ser consideradas, e a opção de acolhê-las ou não deve ser
fundamentada.
 SAIBA MAIS
Em 2020, o CONAMA editou a Resolução nº 494 autorizando, excepcionalmente, a realização de
audiências públicas de forma virtual, enquanto durasse a pandemia causada pela Covid-19. O art. 3º
dessa resolução exige que seja disponibilizado pelo menos um ponto de acesso à rede mundial para que
os diretamente afetados possam participar.
No vídeo a seguir, a professora Cristiane Jaccoud comenta sobre o Estudo Prévio de Impacto Ambiental
e seu relatório (EIA/RIMA). Vamos assistir!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE AS LICENÇAS AMBIENTAIS, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) O licenciamento ambiental é um instrumento de controle posterior, dentro do qual são realizadas
avaliações de impacto ambiental.
B) A LI autoriza o início das obras, desde que estejam de acordo com as restrições nela contidas.
C) Além de analisar os impactos próprios da operação, o procedimento para obtenção da LP também
deve verificar se as licenças anteriores foram observadas.
D) A LO autoriza o início das obras, desde que estejam de acordo com as restrições nela contidas.
2. SOBRE O EIA, O RIMA E A REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIAS PÚBLICAS, MARQUE A
ALTERNATIVA CORRETA.
A) O EIA é a única espécie de AIA admitida, por isso está consagrada na Constituição como obrigatória
em todos os casos de licenciamento ambiental.
B) O EIA é um estudo simples e pensado para empreendimentos de pequeno porte e pequeno potencial
de impacto. Em regra, é solicitado antes da LI, após a audiência pública.
C) Todo cidadão tem o direito constitucional de solicitar uma audiência pública nos casos de
significativo impacto ambiental, bastando um requerimento individual para que seja obrigatória.
D) O EIA é um estudo complexo, pensado para empreendimentos de grande potencial de impacto, efetivo
ou potencial. Em regra, é solicitado na avaliação do pedido de LP, sendo, geralmente, objeto de uma
audiência pública.
GABARITO
1. Sobre as licenças ambientais, marque a alternativa correta.
A alternativa "B " está correta.
 
Somente após obter a LI é possível iniciar a implementação ou as construções relativas ao
empreendimento. A LP está voltada para uma avaliação mais geral e anterior sobre a localização e a
viabilidade ambiental do projeto apresentado. E, por sua vez, a LO verifica o cumprimento das anteriores,
focando em restrições que dizem respeito à operação do empreendimento.
2. Sobre o EIA, o RIMA e a realização de audiências públicas, marque a alternativa correta.
A alternativa "D " está correta.
 
O EIA/RIMA é exigido nos casos de significativa degradação ambiental, efetiva ou potencial. O momento
mais adequado para a apresentação do estudo e do respectivo relatório é no procedimento de obtenção
da LP. Dadas as várias hipóteses nas quais é obrigatória a realização da audiência pública, os casos de
EIA/RIMA geralmente são discutidos nessas audiências.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, a proteção ao meio ambiente é de tal maneira importante que conta com amparo em
textos constitucionais. No caso do Brasil, existe um conjunto de normas que cuidam dessa proteção,
trazendo o direito ao meio ambiente equilibrado como direito fundamental, deveres para a coletividade e,
principalmente, para o poder público. Percebemos que muitos princípios do Direito ambiental estão de
forma implícita na Constituição. Pudemos compreender os princípios mais relevantes e diferenciar dois
deles, frequentemente confundidos: o da prevenção e o da precaução.
Para realizar o que a Constituição determina, contamos com uma política nacional de meio ambiente e
com um sistema nacional, que reúnem órgãos públicos e entidades como fundações e autarquias.
Nesse sistema, podemos perceber a importância do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),
que já editou cerca de quinhentas resoluções.
Entre as matérias tratadas nessas resoluções, destacamos os padrões de qualidade do ambiente e as
normas técnicas relacionadas com o licenciamento de atividades. Além dessa estrutura, foram
elencados na Lei nº 6.938, de 1981, instrumentos de gestão pública ambiental, nem todos
implementados da forma devida.
Além disso, foi possível compreender a importância do licenciamento ambiental, as linhas gerais desse
procedimento administrativo e as licenças ambientais para as fases prévia, de instalação e de operação.
Da mesma forma, vimos a importância das avaliações de impacto ambiental. Para isso, nos dedicamos
a uma delas: o Estudo Prévio de Impacto Ambiental, com o seu respectivo Relatório de Impacto
Ambiental (EIA/RIMA).
Foi possível notar que o EIA é previsto na Constituição e que geralmente ocorre no procedimento de
obtenção da licença prévia, sendo debatido em audiências públicas. Essas audiências são uma das
formas de concretização do princípio da participação em matériaambiental.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, P. B. Direito ambiental. São Paulo: Atlas, 2020.
AVZARADEL, P. C. S. Breve panorama do direito constitucional ambiental brasileiro. In: AVZARADEL, P. C.
S.; PAROLA, G.; VAL, E. M. Democracia ambiental na América Latina: uma abordagem comparada. Rio de
Janeiro: Multifoco, 2016. p. 189-240.
AVZARADEL, P. C. S. Princípio da precaução: uma análise jurisprudencial cautelosa na sociedade de
risco. In: COSTA, F. V. et al. VII seminário internacional tribunais nacionais e internacionais e a defesa dos
direitos fundamentais na sociedade de risco. Belo Horizonte: Conhecimento, 2019. p. 49-93.
BENJAMIM, A. H. Direito constitucional ambiental brasileiro. In: CANOTILHO, J. J. G.; LEITE, J. R. M.
Direito constitucional ambiental brasileiro. São Paulo; Saraiva, 2015, p. 83-156.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Institui a Política Nacional do Meio Ambiente. Brasília,
1981.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 1, de 1986. Dispõe sobre o impacto
ambiental, o Estudo Prévio de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental. Brasília, 1986.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 7, de 1987. Dispõe sobre A realização de
audiências públicas no licenciamento ambiental. Brasília, 1987.
BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro de 1988.
Brasília, 1988.
BRASIL. Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990. Dispõe sobre o SISNAMA. Brasília, 1990.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe
sobre o licenciamento e as licenças ambientais. Brasília, 1997.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Brasília, 1998.
BRASIL. Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
Brasília, 2000.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 279, 19 de junho de 2001. Estabelece
procedimentos para o licenciamento ambiental simplificado de empreendimentos elétricos com
pequeno potencial de impacto ambiental. Brasília, 2001.
BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal,
estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília, 2001.
BRASIL. Decreto nº 4.297, de 10 de julho de 2002. Dispõe sobre o Zoneamento Ecológico Econômico
(ZEE). Brasília, 2002.
BRASIL. Lei nº 10.650, de 16 de abril de 2003. Dispõe sobre o acesso público aos dados e informações
existentes nos órgãos e entidades integrantes do Sisnama. Brasília, 2003.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 357, de 2005. Dispõe sobre padrões de
qualidade para o enquadramento de corpos d’água e o lançamento de efluentes. Brasília, 2005.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 376, de 9 de outubro de 2006. Dispõe sobre
licenciamento ambiental simplificado de Sistemas de Esgotamento Sanitário. Brasília, 2006.
BRASIL. Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008. Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas
ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração dessas infrações e dá
outras providências. Brasília, 2008.
BRASIL. Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos termos dos incisos III,
VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal. Brasília, 2011.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 491, de 2018. Dispõe sobre padrões de
qualidade do ar. Brasília, 2018.
BRASIL. Decreto nº 9.806, de 29 de maio de 2019. Altera o Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990,
para dispor sobre a composição e o funcionamento do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília,
2019.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 494, 11 de agosto de 2020. Dispõe sobre
padrões de qualidade do ar. Estabelece, em caráter excepcional e temporário, nos casos de
licenciamento ambiental, a possibilidade de realização de audiência pública de forma remota, por meio
da rede mundial de computadores, durante o período da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Brasília, 2020.
CARVALHO FILHO, J. S. Manual de direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2017.
FARIAS, T. Pontos relevantes do licenciamento ambiental. In: FREITAS, V. P.; PHILIPPI Jr., A.; SPÍNOLA, A.
L. S. Direito ambiental e sustentabilidade. Barueri, SP: Manole, 2016. P. 251-278.
MACHADO, P. A. L. Direito ambiental brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2018.
SARLET, I. W.; FENSTERSEIFER, T. Curso de direito ambiental. Rio de Janeiro: Forense, 2020.
SARLET, I. W.; FENSTERSEIFER, T. Direito constitucional ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2017.
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Leia o artigo O licenciamento ambiental e o desafio do desenvolvimento sustentável no Brasil , escrito por
Raisa Lustosa de Oliveira e Ana Luisa Celino Coutinho.
Entre na página do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro. Na tela inicial, busque e clique no
link “Consultas a processos e a EIAs/RIMAs”, depois em EIA/RIMA, e veja o exemplo de um estudo
completo.
CONTEUDISTA
Pedro Curvello Saavedra Avzaradel
 CURRÍCULO LATTES
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