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Manual de Mexilhao

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MENSAGEM DO MINISTRO JOSÉ FRITSCH
Com uma costa de cerca de 1.800km de extensão, o Brasil apresenta condições naturais privilegiadas para
o desenvolvimento de fazendas marinhas de algas, moluscos, peixes e camarões, por meio da atividade
também conhecida como maricultura. A maricultura é reconhecida mundialmente pela Organização 
de Agricultura e Alimento das Nações Unidas (FAO/ONU), como uma importante alternativa de geração
de emprego, renda e alimento, que tem contribuído para a fixação de comunidades tradicionais em seus
locais de origem. O esgotamento dos estoques de recursos pesqueiros decorrente do excessivo esforço 
de pesca observado mundialmente durante o século passado exige que todos os países elaborem políticas
de desenvolvimento sustentável da maricultura, uma vez que esta atividade possui um enorme potencial
de contribuição para o desenvolvimento social da zona costeira. A produção da maricultura nacional
passou de 10.000 toneladas em 1997 para mais de 100.000 toneladas ao valor de US$380 milhões em
2003. A atividade está presente em maior ou menor escala em todos os estados litorâneos e é previsto que
a produção nacional dobre até 2008. 
Devido a sua importância e consonância com as metas sociais e econômicas do Governo Federal, 
é fundamental a elaboração de uma política de desenvolvimento setorial da maricultura, com bases legais
e institucionais apropriadas para facilitar o acesso dos maricultores aos recursos naturais necessários. Para
isto, a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP/PR) elaborou 
o Programa Nacional de Desenvolvimento da Maricultura em Águas da União, definindo espécies 
de organismos aquáticos marinhos prioritárias para ser desenvolvidas, baseada nas condições naturais
encontradas em cada região do País. Além disso, o Programa Nacional de Desenvolvimento da Maricultura
em Águas da União apresenta uma metodologia de planejamento sustentável do setor, por meio da
aplicação dos Planos Locais de Desenvolvimento da Maricultura (PLDM), utilizando para isto uma
abordagem participativa com as autoridades e comunidades locais. O objetivo do PLDM é a identificação
e a resolução precoce de conflitos potenciais entre os diversos setores usuários dos recursos naturais
costeiros e a identificação de áreas propícias para a instalação de fazendas marinhas. Com o PLDM, 
o Governo Federal assume a responsabilidade e os custos de elaboração de estudos complexos e caros
necessários à regularização de fazendas marinhas e facilita o acesso de maricultores artesanais às águas
marinhas da União. 
O Programa Nacional de Desenvolvimento da Maricultura em Águas da União e os PLDMs posicionam 
o Brasil na vanguarda do planejamento para o desenvolvimento sustentável da maricultura, ou seja, 
o desenvolvimento que atende às necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade 
de atendimento das necessidades das gerações futuras e que garante que a soma total do capital
econômico, social e ambiental seja mantida ou aumentada ao longo do tempo.
José Fritsch
Ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca
Janeiro de 2006
Cultivo de mexilhões – 1
Sumário
1. Introdução...................................................................................3
Espécies ...................................................................................................... 4
Como é a vida do mexilhão ......................................................................... 5
O desenvolvimento da larva ........................................................................ 6
Fixação da larva ........................................................................................... 7
2. Seleção do local ..........................................................................8
Cuidados na escolha .................................................................................... 8
O que você precisa para começar ................................................................ 9
O que diz a lei .......................................................................................... 10
3. Obtenção de sementes .............................................................. 11
Produção em laboratório ............................................................................ 11
Repicagem das sementes ou das pencas .................................................... 11
Dos estoques naturais (costões) ................................................................. 12
Coletores artificiais .................................................................................... 12
4. Métodos de cultivo .................................................................... 18
5. Manutenção do cultivo .............................................................. 19
Seleção e separação por tamanho .............................................................. 19
Organismos associados ou incrustantes – a vida ao redor do cultivo ........... 23
6. Colheita .................................................................................... 28
Comercialização ........................................................................................ 28
Manejo ...................................................................................................... 29
Transporte ................................................................................................. 30
7. Desenvolvimento de um plano de negócio ................................ 31
4 – Manuais BMLP de maricultura
Espécies
Moluscos: animais de corpo mole. O corpo é coberto
por um tecido denominado manto, que é como uma pele,
e alguns possuem uma concha que protege este corpo.
Vivem na terra e na água (que pode ser água doce,
salobra e salgada). O polvo, a lula, o mexilhão e o caracol
são moluscos.
Bivalves: bi = dois, valves = conchas. Conchas for-
madas por duas partes ligadas.
Mexilhão é a palavra usada em português para dar o
nome a diversas espécies de moluscos bivalves.
Mexilhão também é conhecido no Brasil como ma-
risco, marisco-preto, marisco da pedra, ostra-de-pobre e
sururu da pedra.
Na ciência, os animais têm nome e sobreno-
me. No Brasil os nomes dos mexilhões mais co-
muns para consumo humano são: Perna perna
e Mytela falcata.
2 – Manuais BMLP de maricultura
Série Maricultura
Cultivo de Mexilhões
Edição
Lúcia Valente
Baseado em textos originais do
Manual Biologia e Cultivo de Mexilhões, EPAGRI –UFSC, ROSA, R. de C.;
FERREIRA, J.F.; PEREIRA, A.; MAGALHÃES, A. R. M.; NETO, F. M. de O.;
GUZENSKI, J.; ANTONIOLLI, M. A.; FILLIPPI, L. M. N.; RODRIGUES, P. de T.
R.; OGLIARI, R.O., Florianópolis, 2000.
Manual de Mitilicultura, SEBRAE/ES, BANDES e CTA (Centro de Tecnologia em
Aqüicultura), Vitória, 2001.
Agradecimentos
Jaime Fernando Ferreira, LCMM/UFSC
Francisco de Oliveira Neto, EPAGRI
Produção e Editoração
Multitarefa (Marisis Kallfelz, Paula Arend Laier, Sinuê Giacomini e Vinícius
Carvalho)
Capa
Elpídio Patrocínio de Souza, maricultor em Governador Celso Ramos, SC. Foto
de Lúcia Valente.
Ilustrações
Ilustrativa (André Valente, Eduardo Belga, Paulo Faria e Santiago Mourão)
Projeto Gráfico
Cesar Valente
Impressão
Gráfica Agnus
A série Maricultura compõe-se de cinco manuais, publicada pelo BMLP
(Brazilian Mariculture Linkage Program – Programa Brasileiro de Intercâmbio em
Maricultura)
Jack Littlepage – Diretor Geral
Patricia Summers – Gerente de Projetos
Carlos Rogério Poli – Diretor no Brasil e responsável técnico editorial da coleção
multitarefa@terra.com.br
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – VENDA PROIBIDA
2003
Cultivo de mexilhões – 3
1. Introdução
Este manual foi feito para ajudar pessoas que querem
iniciar uma produção de mexilhões ou que já estão pro-
duzindo, mas que com alguma orientação, podem melho-
rar seu negócio.
Algumas pessoas estudam e descobrem um jeito de
fazer as coisas. Outras pessoas aprendem, na prática, uma
outra maneira de como trabalhar. Quando estas pessoas
se encontram, podem trocar idéias e tentar melhorar.
Estemanual não tem intenção de ensinar ou de falar
de tudo, mas pode ajudar estas pessoas a
acharem um melhor caminho.
2 – Manuais BMLP de maricultura
Série Maricultura
Cultivo de Mexilhões
Edição
Lúcia Valente
Baseado em textos originais do
Manual Biologia e Cultivo de Mexilhões, EPAGRI –UFSC, ROSA, R. de C.;
FERREIRA, J.F.; PEREIRA, A.; MAGALHÃES, A. R. M.; NETO, F. M. de O.;
GUZENSKI, J.; ANTONIOLLI, M. A.; FILLIPPI, L. M. N.; RODRIGUES, P. de T.
R.; OGLIARI, R.O., Florianópolis, 2000.
Manual de Mitilicultura, SEBRAE/ES, BANDES e CTA (Centro de Tecnologia em
Aqüicultura), Vitória, 2001.
Agradecimentos
Jaime Fernando Ferreira, LCMM/UFSC
Francisco de Oliveira Neto, EPAGRI
Produção e Editoração
Multitarefa (Marisis Kallfelz, Paula Arend Laier, Sinuê Giacomini e Vinícius
Carvalho)
Capa
Elpídio Patrocínio de Souza, maricultor em Governador Celso Ramos, SC. Foto
de Lúcia Valente.
Ilustrações
Ilustrativa (André Valente, Eduardo Belga, Paulo Faria e Santiago Mourão)
Projeto Gráfico
Cesar Valente
Impressão
Gráfica Agnus
A série Maricultura compõe-se de cinco manuais, publicada pelo BMLP
(Brazilian Mariculture Linkage Program – Programa Brasileiro de Intercâmbio em
Maricultura)
Jack Littlepage – Diretor Geral
Patricia Summers – Gerente de Projetos
Carlos Rogério Poli – Diretor no Brasil e responsável técnico editorial da coleção
multitarefa@terra.com.br
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – VENDA PROIBIDA
2003
Cultivo de mexilhões – 3
1. Introdução
Este manual foi feito para ajudar pessoas que querem
iniciar uma produção de mexilhões ou que já estão pro-
duzindo, mas que com alguma orientação, podem melho-
rar seu negócio.
Algumas pessoas estudam e descobrem um jeito de
fazer as coisas. Outras pessoas aprendem, na prática, uma
outra maneira de como trabalhar. Quando estas pessoas
se encontram, podem trocar idéias e tentar melhorar.
Este manual não tem intenção de ensinar ou de falar
de tudo, mas pode ajudar estas pessoas a
acharem um melhor caminho.
Cultivo de mexilhões – 1
Sumário
1. Introdução...................................................................................3
Espécies ...................................................................................................... 4
Como é a vida do mexilhão ......................................................................... 5
O desenvolvimento da larva ........................................................................ 6
Fixação da larva ........................................................................................... 7
2. Seleção do local ..........................................................................8
Cuidados na escolha .................................................................................... 8
O que você precisa para começar ................................................................ 9
O que diz a lei .......................................................................................... 10
3. Obtenção de sementes .............................................................. 11
Produção em laboratório ............................................................................ 11
Repicagem das sementes ou das pencas .................................................... 11
Dos estoques naturais (costões) ................................................................. 12
Coletores artificiais .................................................................................... 12
4. Métodos de cultivo .................................................................... 18
5. Manutenção do cultivo .............................................................. 19
Seleção e separação por tamanho .............................................................. 19
Organismos associados ou incrustantes – a vida ao redor do cultivo ........... 23
6. Colheita .................................................................................... 28
Comercialização ........................................................................................ 28
Manejo ...................................................................................................... 29
Transporte ................................................................................................. 30
7. Desenvolvimento de um plano de negócio ................................ 31
4 – Manuais BMLP de maricultura
Espécies
Moluscos: animais de corpo mole. O corpo é coberto
por um tecido denominado manto, que é como uma pele,
e alguns possuem uma concha que protege este corpo.
Vivem na terra e na água (que pode ser água doce,
salobra e salgada). O polvo, a lula, o mexilhão e o caracol
são moluscos.
Bivalves: bi = dois, valves = conchas. Conchas for-
madas por duas partes ligadas.
Mexilhão é a palavra usada em português para dar o
nome a diversas espécies de moluscos bivalves.
Mexilhão também é conhecido no Brasil como ma-
risco, marisco-preto, marisco da pedra, ostra-de-pobre e
sururu da pedra.
Na ciência, os animais têm nome e sobreno-
me. No Brasil os nomes dos mexilhões mais co-
muns para consumo humano são: Perna perna
e Mytela falcata.
Cultivo de mexilhões – 5
Os mexilhões são importantes para as pessoas por-
que além de sua carne ser um ótimo alimento, têm mui-
tas proteínas.
Como é a vida do mexilhão
Existem mexilhões machos e fêmeas. Nota-se a dife-
rença, internamente, pela cor laranja nas fêmeas e branca
nos machos.
O ciclo reprodutivo dos animais maduros divide-se
em três fases:
 cheios ou repletos (manto espesso e animal pronto
para eliminação de gametas - desova)
 vazio (manto pouco espesso, quase trans-
parente, animal acabou de eliminar game-
tas)
 em repleção ou restauração (fase de produção de
gametas, tecido cheio de canais - dutos – cor típica
de cada sexo)
Depois de eliminar os gametas femininos e masculi-
nos na água do mar, a fecundação acontece ao acaso, pela
grande quantidade de material eliminado.
Proteínas: principal componente dos
organismos vivos, fundamental para o
crescimento, desenvolvimento e a
manutenção celular.
8 – Manuais BMLP de maricultura
2. Seleção do local
Cuidados na escolha
Antes de iniciar o seu trabalho com mexilhões, você
deve se preocupar com o local onde você está pensando
em cultivá-los.
Se você já possui uma área ou está procurando, é im-
portante que este local:
 Não seja poluído, com saída de esgotos das
casas próximas ou de indústrias, que podem
ter fortes produtos químicos (metais pesados,
agrotóxicos) ou estar contaminado por bactérias
 Seja longe da saída de rios (desembocadura)
 Não seja próximo de áreas com movimento intenso
de barcos, banhistas ou pesca
 Seja num local abrigado
 Esteja longe de ondas muito fortes
 Seja uma baía ou enseada
Metais pesados: chumbo, cádmio,
mercúrio e cromo, que lançados na
água, representam um estoque
permanente de contaminação para a
fauna e a flora aquáticas.
Desembocadura: saída de um lugar
relativamente estreito para outro mais
largo; lugar onde o rio desemboca
Agrotóxicos: produtos tóxicos usados na
agricultura para controle de pragas,
doenças e invasores. O seu uso
inadequado e sem critério causa
sérios riscos de contaminação
ambiental e humana, além de gerar
grande quantidade de lixo no campo
por meio das embalagens vazias
contaminadas e sem destinação
apropriada.
6 – Manuais BMLP de maricultura
Existem alguns estímulos para eliminação de gametas:
 aumento de temperatura da água
 desova dos primeiros mexilhões, seguida pelos res-
tantes
O desenvolvimento da larva
Meia hora depois da fertilização, a larva começa a
nascer com as primeiras divisões celulares. 24 horas de-
pois ela já é uma larva véliger ou larva D, quando começa
a se formar a concha.
Depois que ela cresce mais um pouco, forma um pé e
passa a se chamar pedivéliger, aí começa a ficar diferente
porque vai se tornando um mexilhão jovem.
Com um mês de idade o mexilhão já se parece com
um adulto e procura um local para se fixar.
Larva: estágio jovem de um animal.
Véliger:é a segunda fase da larva, a
véliger, quando começa a apresentar
uma conchinha em forma de “D”.
Pedivéliger: estágio larval no qual o pé
fica ativo na busca de local para a
fixação.
Estímulos: mudança no meio ambiente
ou no meio interno capaz de produzir
uma reação.
Cultivo de mexilhões – 7
Fixação da larva
O mexilhão se fixa em duas etapas:
 Primeira fixação – em substratos macios.
 Fixação secundária – em substratos duros, sendo
esta a fixação mais definitiva, embora o mexilhão tenha
condições de se mover a procura de melhores condições.
Substrato: base que serve de suporte
6 – Manuais BMLP de maricultura
Existem alguns estímulos para eliminação de gametas:
 aumento de temperatura da água
 desova dos primeiros mexilhões, seguida pelos res-
tantes
O desenvolvimento da larva
Meia hora depois da fertilização, a larva começa a
nascer com as primeiras divisões celulares. 24 horas de-
pois ela já é uma larva véliger ou larva D, quando começa
a se formar a concha.
Depois que ela cresce mais um pouco, forma um pé e
passa a se chamar pedivéliger, aí começa a ficar diferente
porque vai se tornando um mexilhão jovem.
Com um mês de idade o mexilhão já se parece com
um adulto e procura um local para se fixar.
Larva: estágio jovem de um animal.
Véliger: é a segunda fase da larva, a
véliger, quando começa a apresentar
uma conchinha em forma de “D”.
Pedivéliger: estágio larval no qual o pé
fica ativo na busca de local para a
fixação.
Estímulos: mudança no meio ambiente
ou no meio interno capaz de produzir
uma reação.
Cultivo de mexilhões – 7
Fixação da larva
O mexilhão se fixa em duas etapas:
 Primeira fixação – em substratos macios.
 Fixação secundária – em substratos duros, sendo
esta a fixação mais definitiva, embora o mexilhão tenha
condições de se mover a procura de melhores condições.
Substrato: base que serve de suporte
Cultivo de mexilhões – 5
Os mexilhões são importantes para as pessoas por-
que além de sua carne ser um ótimo alimento, têm mui-
tas proteínas.
Como é a vida do mexilhão
Existem mexilhões machos e fêmeas. Nota-se a dife-
rença, internamente, pela cor laranja nas fêmeas e branca
nos machos.
O ciclo reprodutivo dos animais maduros divide-se
em três fases:
 cheios ou repletos (manto espesso e animal pronto
para eliminação de gametas - desova)
 vazio (manto pouco espesso, quase trans-
parente, animal acabou de eliminar game-
tas)
 em repleção ou restauração (fase de produção de
gametas, tecido cheio de canais - dutos – cor típica
de cada sexo)
Depois de eliminar os gametas femininos e masculi-
nos na água do mar, a fecundação acontece ao acaso, pela
grande quantidade de material eliminado.
Proteínas: principal componente dos
organismos vivos, fundamental para o
crescimento, desenvolvimento e a
manutenção celular.
8 – Manuais BMLP de maricultura
2. Seleção do local
Cuidados na escolha
Antes de iniciar o seu trabalho com mexilhões, você
deve se preocupar com o local onde você está pensando
em cultivá-los.
Se você já possui uma área ou está procurando, é im-
portante que este local:
 Não seja poluído, com saída de esgotos das
casas próximas ou de indústrias, que podem
ter fortes produtos químicos (metais pesados,
agrotóxicos) ou estar contaminado por bactérias
 Seja longe da saída de rios (desembocadura)
 Não seja próximo de áreas com movimento intenso
de barcos, banhistas ou pesca
 Seja num local abrigado
 Esteja longe de ondas muito fortes
 Seja uma baía ou enseada
Metais pesados: chumbo, cádmio,
mercúrio e cromo, que lançados na
água, representam um estoque
permanente de contaminação para a
fauna e a flora aquáticas.
Desembocadura: saída de um lugar
relativamente estreito para outro mais
largo; lugar onde o rio desemboca
Agrotóxicos: produtos tóxicos usados na
agricultura para controle de pragas,
doenças e invasores. O seu uso
inadequado e sem critério causa
sérios riscos de contaminação
ambiental e humana, além de gerar
grande quantidade de lixo no campo
por meio das embalagens vazias
contaminadas e sem destinação
apropriada.
Cultivo de mexilhões – 9
 Tenha água limpa e com boa produ-
tividade natural, quer dizer, com
bastante alimento para os mexilhões
(fitoplâncton)
 Possua uma profundidade, onde
serão colocados os cultivos de,
pelo menos, 2 metros, para que não toquem o
fundo (para Perna perna)
O que você precisa para começar
Depois de verificar se o local possui todas estas con-
dições, são necessários alguns materiais básicos, chama-
dos de infra-estrutura:
 Barco
 Rancho, balsa ou pequena construção para o manejo
 Estrutura para captação de sementes e engorda
 Diversos utensílios: redes, cabos, bóias, poitas,
bambus, caixas plásticas, cordas, bombonas plás-
ticas vazias de produtos não tó-
xicos, luvas, facas, penei-
ras para seleção, malha de
algodão, rede externa de
nylon ou seda.
Manejo: manuseio; cuidados constantes
do cultivo.
Produtividade natural: capacidade
natural de produção de alimento
básico.
12 – Manuais BMLP de maricultura
Dos estoques naturais (costões)
Estoques naturais são as sementes que já existem na
natureza e estão nos costões. Se a única maneira de conse-
guir sementes for de costões deve-se seguir rigorosamente
as técnicas para coleta e a legislação.
Cuidados ao retirar sementes dos costões:
 Retirar sementes sem controle e sem autorização
pode esgotar a fonte.
 Deve-se retirar apenas as de mesmo
tamanho.
 Retirando as sementes, também se re-
tiram predadores e competidores que são
levados para o cultivo.
 Junto aos costões há mais riscos de acidentes.
Coletores artificiais
São estruturas feitas a mão, colocadas na água para cap-
tar as sementes. Esta é a melhor opção. Quando as semen-
tes são coletadas desta maneira têm melhor qualidade.
Quando colocar os coletores
Para ter melhores resultados é importante conhe-
cer a época de reprodução do mexilhão e os picos de
eliminação de gametas (desova).Pico: período no qual a população de
mexilhões elimina a maior
quantidade de gametas.
Predadores: animais que matam os
outros para se alimentar
10 – Manuais BMLP de maricultura
Licença ambiental: autorização de
órgãos ambientais do governo para a
extração de recursos naturais.
O que diz a lei
Toda atividade que usa recursos naturais, como o mar
por exemplo, deve seguir a lei.
Existem algumas orientações obrigatórias para que
a atividade cresça mas não prejudique o meio ambiente
e as pessoas da comunidade. São regulamentos federais
e estaduais que a organizam e que devem ser seguidos
pelo produtor. No estado de Santa Catarina, por exem-
plo, o órgão responsável pela licença ambiental da ativi-
dade é a FATMA (Fundação Estadual do Meio Ambiente)
da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e
Meio Ambiente. Em outros estados deve-se procurar ori-
entação do órgão fiscalizador local.
Em Santa Catarina, para conseguir esta licença são
necessários vários documentos, mas o órgão que ajuda e
orienta o produtor é a Epagri. Antes de pagar por qual-
quer serviço de regularização de sua área consulte um
técnico da Epagri.
Cultivo de mexilhões – 11
3. Obtenção de sementes
A semente é o jovem mexilhão com mais
ou menos 2 cm de comprimento. Existem qua-
tro maneiras de conseguir sementes:
Produção em laboratório
A produção em laboratório poderá ser
obtida no futuro, mas é cara e deve ser utilizada em ca-
sos especiais.
Repicagem das sementes ou das pencas
Quando a corda de mexilhões fica muito cheia de
animais, deve-se fazer uma seleção, isto é, desmanchar
a corda, separar os indivíduos maiores dos menores e
formar novas cordas, utilizando as pequenas como se-
mente. Portanto a repicagem é uma seleção em função
da densidade.
10 – Manuais BMLP de maricultura
Licença ambiental: autorização de
órgãos ambientais do governo para a
extração de recursos naturais.
O que diz a lei
Toda atividade que usa recursos naturais, como o mar
por exemplo, deve seguir a lei.
Existem algumas orientações obrigatóriaspara que
a atividade cresça mas não prejudique o meio ambiente
e as pessoas da comunidade. São regulamentos federais
e estaduais que a organizam e que devem ser seguidos
pelo produtor. No estado de Santa Catarina, por exem-
plo, o órgão responsável pela licença ambiental da ativi-
dade é a FATMA (Fundação Estadual do Meio Ambiente)
da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e
Meio Ambiente. Em outros estados deve-se procurar ori-
entação do órgão fiscalizador local.
Em Santa Catarina, para conseguir esta licença são
necessários vários documentos, mas o órgão que ajuda e
orienta o produtor é a Epagri. Antes de pagar por qual-
quer serviço de regularização de sua área consulte um
técnico da Epagri.
Cultivo de mexilhões – 11
3. Obtenção de sementes
A semente é o jovem mexilhão com mais
ou menos 2 cm de comprimento. Existem qua-
tro maneiras de conseguir sementes:
Produção em laboratório
A produção em laboratório poderá ser
obtida no futuro, mas é cara e deve ser utilizada em ca-
sos especiais.
Repicagem das sementes ou das pencas
Quando a corda de mexilhões fica muito cheia de
animais, deve-se fazer uma seleção, isto é, desmanchar
a corda, separar os indivíduos maiores dos menores e
formar novas cordas, utilizando as pequenas como se-
mente. Portanto a repicagem é uma seleção em função
da densidade.
Cultivo de mexilhões – 9
 Tenha água limpa e com boa produ-
tividade natural, quer dizer, com
bastante alimento para os mexilhões
(fitoplâncton)
 Possua uma profundidade, onde
serão colocados os cultivos de,
pelo menos, 2 metros, para que não toquem o
fundo (para Perna perna)
O que você precisa para começar
Depois de verificar se o local possui todas estas con-
dições, são necessários alguns materiais básicos, chama-
dos de infra-estrutura:
 Barco
 Rancho, balsa ou pequena construção para o manejo
 Estrutura para captação de sementes e engorda
 Diversos utensílios: redes, cabos, bóias, poitas,
bambus, caixas plásticas, cordas, bombonas plás-
ticas vazias de produtos não tó-
xicos, luvas, facas, penei-
ras para seleção, malha de
algodão, rede externa de
nylon ou seda.
Manejo: manuseio; cuidados constantes
do cultivo.
Produtividade natural: capacidade
natural de produção de alimento
básico.
12 – Manuais BMLP de maricultura
Dos estoques naturais (costões)
Estoques naturais são as sementes que já existem na
natureza e estão nos costões. Se a única maneira de conse-
guir sementes for de costões deve-se seguir rigorosamente
as técnicas para coleta e a legislação.
Cuidados ao retirar sementes dos costões:
 Retirar sementes sem controle e sem autorização
pode esgotar a fonte.
 Deve-se retirar apenas as de mesmo
tamanho.
 Retirando as sementes, também se re-
tiram predadores e competidores que são
levados para o cultivo.
 Junto aos costões há mais riscos de acidentes.
Coletores artificiais
São estruturas feitas a mão, colocadas na água para cap-
tar as sementes. Esta é a melhor opção. Quando as semen-
tes são coletadas desta maneira têm melhor qualidade.
Quando colocar os coletores
Para ter melhores resultados é importante conhe-
cer a época de reprodução do mexilhão e os picos de
eliminação de gametas (desova).Pico: período no qual a população de
mexilhões elimina a maior
quantidade de gametas.
Predadores: animais que matam os
outros para se alimentar
Cultivo de mexilhões – 13
No caso do mexilhão Perna perna a melhor épo-
ca para colocação dos coletores é de um a dois meses
antes da desova. Em Santa Catarina, os períodos de
pico de eliminação dos gametas são os meses de abril
e maio, em setembro e depois entre novembro e ja-
neiro. Em geral, os mexilhões eliminam gametas
durante todo o ano.
É necessário colocar os coletores antes para que
se forme uma espécie de limo, onde as larvas vão
se fixar.
Quando os coletores não são colocadas nas me-
lhores épocas, aparecem outros organismos que se
fixam e isto prejudica a captação de sementes.
Onde colocar os coletores
Os coletores devem ser colocados junto aos cul-
tivos já existentes, ou perto dos estoques ou bancos
naturais, próximos à superfície da água.
Existem outros locais onde as correntes favore-
cem a coleta de sementes, apesar de ser longe dos
bancos e dos cultivos.
Como fazer os coletores
Os coletores são muito simples de serem cons-
truídos. Usam-se cabos de polietileno ou nylon, ti-
ras de redes de pesca, bambus e outros materiais
disponíveis.
Limo: organismos que se fixam sobre
bóias, embarcações, estruturas e
outros tipos de substratos, que
servem de alimento ao cultivo de
organismos marinhos.
Estoques ou bancos naturais: locais
com grande concentração de
mexilhões no costão.
16 – Manuais BMLP de maricultura
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14 – Manuais BMLP de maricultura
Os coletores podem ser construídos com redes
e cordas de polipropileno, presos nas estruturas de
cultivo.
Tipos de coletores
 Balsas de bambu ou madeira
 Cabos amarrados a espinhéis duplos
Primeiro modelo: Colocam-se dois cabos gros-
sos, paralelos, na superfície da água, com uma dis-
tância de 1 metro e meio entre cada um. Amarram-
se as cordas, que podem ser de nylon desfiado ou
rede torcida, entre os dois cabos, bem próximas umas
das outras. E para garantir a flutuação prendem-se
duas bóias nas laterais.
Segundo modelo: Aproveitando a estrutura de
cultivo já existente, amarram-se alguns cabos, trans-
versalmente, na superfície. Assim, cultiva-se os me-
xilhões na vertical e pode-se captar sementes na ho-
rizontal.
Polipropileno: É utilizado para produzir
objetos moldados, fibras para roupas
e cordas. É altamente flexível; possui
excelente resistênciaa intempérie;
excelente comportamento sob
estresse e tensão e é facilmente
reparável se houver dano.
Paralelos: cabos que possuem sempre a
mesma distância entre si.
Transversal: que forma um ângulo de
90° com os cabos paralelos.
Primeiro modelo
Cultivo de mexilhões – 15
Segundo modelo
Quanto tempo deixar os coletores
Depois da desova, as larvas ainda continuam se
fixando por um mês ou dois, dependendo da época
do ano.
Após a fixação, o animal cresce cerca de meio
centímetro por mês, durante três a quatro meses. Isto
vai depender da temperatura e da produtividade na-
tural da água.
É importante observar os coletores toda semana,
para ver se estão em boas condições, se há fixação
das larvas e se as sementes estão crescendo.
O tempo total de duração desta etapa, desde o
momento em que se colocam os coletores e a retira-
da final das sementes, para serem transferidas ao sis-
tema de engorda, pode chegar a seis ou sete meses.
14 – Manuais BMLP de maricultura
Os coletores podem ser construídos com redes
e cordas de polipropileno, presos nas estruturas de
cultivo.
Tipos de coletores
 Balsas de bambu ou madeira
 Cabos amarrados a espinhéis duplos
Primeiro modelo: Colocam-se dois cabos gros-
sos, paralelos, na superfície da água, com uma dis-
tância de 1 metro e meio entre cada um. Amarram-
se as cordas, que podem ser de nylon desfiado ou
rede torcida, entre os dois cabos, bem próximas umas
das outras. E para garantir a flutuação prendem-se
duas bóias nas laterais.
Segundo modelo: Aproveitando a estrutura de
cultivo já existente, amarram-se alguns cabos, trans-
versalmente, na superfície. Assim, cultiva-se os me-
xilhões na vertical e pode-se captar sementes na ho-
rizontal.
Polipropileno: É utilizado para produzir
objetos moldados, fibras para roupas
e cordas. É altamente flexível; possui
excelente resistência a intempérie;
excelente comportamento sob
estresse e tensão e é facilmente
reparável se houver dano.
Paralelos: cabos que possuem sempre a
mesma distância entre si.
Transversal: que forma um ângulo de
90° com os cabos paralelos.
Primeiro modelo
Cultivo de mexilhões – 15
Segundo modelo
Quanto tempo deixar os coletores
Depois da desova, as larvas ainda continuam se
fixando por um mês ou dois, dependendo da época
do ano.
Após a fixação, o animal cresce cerca de meio
centímetro por mês, durante três a quatro meses. Isto
vai depender da temperatura e da produtividade na-
tural da água.
É importante observar os coletores toda semana,
para ver se estão em boas condições, se há fixação
das larvas e se as sementes estão crescendo.
O tempo total de duração desta etapa, desde o
momento em que se colocam os coletores e a retira-
da final das sementes, para serem transferidas ao sis-
tema de engorda, pode chegar a seis ou sete meses.
Cultivo de mexilhões – 13
No caso do mexilhão Perna perna a melhor épo-
ca para colocação dos coletores é de um a dois meses
antes da desova. Em Santa Catarina, os períodos de
pico de eliminação dos gametas são os meses de abril
e maio, em setembro e depois entre novembro e ja-
neiro. Em geral, os mexilhões eliminam gametas
durante todo o ano.
É necessário colocar os coletores antes para que
se forme uma espécie de limo, onde as larvas vão
se fixar.
Quando os coletores não são colocadas nas me-
lhores épocas, aparecem outros organismos que se
fixam e isto prejudica a captação de sementes.
Onde colocar os coletores
Os coletores devem ser colocados junto aos cul-
tivos já existentes, ou perto dos estoques ou bancos
naturais, próximos à superfície da água.
Existem outros locais onde as correntes favore-
cem a coleta de sementes, apesar de ser longe dos
bancos e dos cultivos.
Como fazer os coletores
Os coletores são muito simples de serem cons-
truídos. Usam-se cabos de polietileno ou nylon, ti-
ras de redes de pesca, bambus e outros materiais
disponíveis.
Limo: organismos que se fixam sobre
bóias, embarcações, estruturas e
outros tipos de substratos, que
servem de alimento ao cultivo de
organismos marinhos.
Estoques ou bancos naturais: locais
com grande concentração de
mexilhões no costão.
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20 – Manuais BMLP de maricultura
Para cada 1 metro de corda, coloca-se 1 kilo e meio de
sementes (1,5 kg). Amarram-se as pontas da corda, dei-
xando uma sobra de cabo na parte de cima, onde ela vai
ser presa na estrutura.
Em alguns locais abrigados ou quando a rede externa
for mais forte, não é necessário usar o cabo central.
Como funciona a engorda
As duas redes, interna e externa, ajudam a segu-
rar as sementes, quando elas estão menores, mas
depois que elas crescem e a rede se desmancha
na água, os mexilhões maiores as usam como
substrato, o lugar onde eles irão se prender.
No litoral de Santa Catarina, a experiência
aconselha que se usem cordas de comprimento
de até 1 metro e meio, para que, depois que os
mexilhões crescerem, possam ser retiradas da
água por duas pessoas num barco pequeno. São
recomendadas cordas maiores para locais mais
profundos, porém seu manejo necessita de ma-
quinários. Lembre-se que cada metro de corda pe-
sará aproximadamente 10 kg.
O que é a engorda
A engorda é o período de tempo que vai desde a
colocação das sementes na água até o momento da
colheita.
18 – Manuais BMLP de maricultura
Long-line ou espinhel: uma corda
mestre com bóias e âncoras (poitas)
de onde pendem as cordas com
mexilhões.
Poitas ou âncoras: utensílios usados
para fixar estruturas no mar.
4. Métodos de cultivo
Os métodos de cultivo empregados variam de um país
para outro e até mesmo de região para região, de acordo
com as características do ambiente. Podem ser de fundo,
estacas, suspenso fixo, suspenso flutuante e suspenso tipo
meia-água. Existem vários tipos de estruturas que podem
ser construídas para cultivar mexilhões. Nas tabelas das
páginas anteriores mostramos algumas delas:
1. Cultivo de fundo
2. Estacas ou “bouchots”
3. Suspenso fixo: tomateiro e mesa
4. Suspenso flutuante: espinhel (long-line), balsa e
meia-água
Cultivo de mexilhões – 19
5. Manutenção do cultivo
Seleção e separação por tamanho
Para conseguir um produto final de melhor qualidade
você deve selecionar e separar as sementes por tamanho.
Isto também ajuda e diminuir a ação dos predadores e com-
petidores no cultivo e facilita o crescimento dos mexilhões.
Após debulhadas, as sementes são separadas por ta-
manho e ensacadas apropriadamente. O material que pode
ser usado para ensacamento das sementes é:
 um funil de PVC,
 um cabo de nylon de 8 milímetros,
 uma rede de algodão tubular,
 uma rede de poliamida tubular de 60 milímetros.
O cabo central é fixado na rede de poliamida e ser-
virá de sustentação para esta estrutura. Veste-se a pri-
meira rede de algodão no funil, que serve para segurar
as sementes. Em seguida coloca-se a segunda rede (mais
aberta). Dentro do funil, então, são colocadas as semen-
tes que já foram previamente selecionadas e limpas.
Debulhadas: desgrudadas, separadas
umas das outras.
Poliamida: material plástico resistente à
corrosão causada pela água do mar,
com baixa absorção de água e com
boa elasticidade.
18 – Manuais BMLP de maricultura
Long-line ou espinhel: uma corda
mestre com bóias e âncoras (poitas)
de onde pendem as cordas com
mexilhões.
Poitas ou âncoras: utensílios usados
para fixar estruturas no mar.
4. Métodos de cultivo
Os métodos de cultivo empregados variam de um país
para outro e até mesmo de região para região, de acordo
com as características do ambiente. Podem ser de fundo,
estacas, suspenso fixo, suspenso flutuante e suspenso tipo
meia-água. Existem vários tipos de estruturas que podem
ser construídas para cultivar mexilhões. Nas tabelas das
páginas anteriores mostramos algumas delas:
1. Cultivo de fundo
2. Estacas ou “bouchots”
3. Suspenso fixo: tomateiro e mesa
4. Suspenso flutuante: espinhel (long-line), balsa e
meia-água
Cultivo de mexilhões – 19
5. Manutenção do cultivo
Seleção e separação por tamanho
Para conseguir um produto final de melhor qualidade
você deve selecionar e separar as sementes por tamanho.
Isto também ajuda e diminuir a ação dos predadores e com-
petidores no cultivo e facilita o crescimento dos mexilhões.
Após debulhadas, as sementes são separadas por ta-
manho e ensacadas apropriadamente. O material que pode
ser usado para ensacamento das sementes é:
 um funil de PVC,
 um cabo de nylon de 8 milímetros,
 uma rede de algodão tubular,
 uma rede de poliamida tubular de 60 milímetros.
O cabo central é fixado na rede de poliamida e ser-
virá de sustentação para esta estrutura. Veste-se a pri-
meira rede de algodão no funil, que serve para segurar
as sementes. Em seguida coloca-se a segunda rede (mais
aberta). Dentro do funil, então, são colocadas as semen-
tes que já foram previamente selecionadas e limpas.
Debulhadas: desgrudadas, separadas
umas das outras.
Poliamida: material plástico resistente à
corrosão causada pela água do mar,
com baixa absorção de água e com
boa elasticidade.
Cultivo de mexilhões – 17
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20 – Manuais BMLP de maricultura
Para cada 1 metro de corda, coloca-se 1 kilo e meio de
sementes (1,5 kg). Amarram-se as pontas da corda, dei-
xando uma sobra de cabo na parte de cima, onde ela vai
ser presa na estrutura.
Em alguns locais abrigados ou quando a rede externa
for mais forte, não é necessário usar o cabo central.
Como funciona a engorda
As duas redes, interna e externa, ajudam a segu-
rar as sementes, quando elas estão menores, mas
depois que elas crescem e a rede se desmancha
na água, os mexilhões maiores as usam como
substrato, o lugar onde eles irão se prender.
No litoral de Santa Catarina, a experiência
aconselha que se usem cordas de comprimento
de até 1 metro e meio, para que, depois que os
mexilhões crescerem, possam ser retiradas da
água por duas pessoas num barco pequeno. São
recomendadas cordas maiores para locais mais
profundos, porém seu manejo necessita de ma-
quinários. Lembre-se que cada metro de corda pe-
sará aproximadamente 10 kg.
O que é a engorda
A engorda é o período de tempo que vai desde a
colocação das sementes na água até o momento da
colheita.
Cultivo de mexilhões – 21
Em Santa Catarina, os mexilhões chegam ao ta-
manho de 7 a 8 centímetros, ideal para venda, de 6 a
9 meses.
Este tempo e tamanho são considerados em mé-
dia, mas é importante observar a densidade do culti-
vo. Quando ela for muito alta, aconselha-se fazer o
desdobre.
Por que fazer o desdobre
O desdobre nas cordas é feito para diminuir a
quantidade de mexilhões, para limpar e homogenei-
zar a produção e facilitar o crescimento, durante o
período de engorda. É importante fazer isto também
porque os animais terão mais alimento à sua dispo-
sição, e é necessário quando começam a aparecer se-
mentes fixadas nas cordas de engorda.
O manejo
Uma criador de mexilhões deve saber que uma
fazenda, mesmo sendo pequena, deve ser cuidada
freqüentemente. Estes cuidados são importantes para
ver se os mexilhões estão crescendo,
se as cordas estão limpas
e se existem predadores
ou outros organismos que
prejudicam o cultivo.
Densidade populacional: relação entre
a quantidade e o espaço. Neste caso,
muitas sementes ou indivíduos em
pouco espaço é um ambiente com
densidade alta.
Desdobre ou despesca: colheita dos
mexilhões, repicagem.
24 – Manuais BMLP de maricultura
nhecimento da biologia e ecologia dos organismos,
deste modo o cultivo pode ser planejado para dimi-
nuir os organismos incrustantes.
Predadores
Predadores são animais que se alimentam da car-
ne dos mexilhões. Os predadores mais encontrados
são:
 peixes (miraguaia, baiacu, sargo-de-dente)
– trituram as conchas.
 siris (siri azul) – quebram as bordas das
conchas e comem a carne.
 caramujos (moluscos gastrópodes
como Thais haemastoma e Cima-
tium partenopeum) – fazem um bu-
raco na concha e comem a carne. Co-
letar os adultos e manter as cordas
afastadas do fundo pode ser uma boa maneira de
evitá-los.
 planárias são vermes achatados, bentônicos, que
se alimentam da carne de outros animais. O tratamento
preventivo é a exposição dos mexilhões ao ar livre.
 estrelas-do-mar – abrem as conchas com seus
braços e projetam o estômago para dentro do mexi-
lhão. Quando são poucas podem ser retiradas ma-
nualmente.
Moluscos gastrópodes: animais de
corpo mole como lesmas, caracóis e
caramujos.
22 – Manuais BMLP de maricultura
Existem alguns materiais necessários para fazer esta
manutenção:
 embarcações adaptadas com guinchos (para puxar
as cordas de mexilhões de dentro da água) e com roldanas
(para segurar os cabos do espinhel durante o manejo)
 balsas, mesas de classificação, limpeza e ensaca-
mento de sementes
 bombas de água com pressão
 vários utensílios como facão, tesoura, alicate, espátu-
la (raspadeira), luvas, bandejas plásticas, caixas plásticas,
trena, garatéia (para enganchar o cabo-mestre do long-line).
Importante
Todo o manejo, de preferência, deve ser feito à
sombra, evitando o sol forte.
Observe o crescimento dos mexilhões, pois
poderá haver necessidade de colocar mais
bombonas durante a engorda para sustentar mais
peso nos long-lines.
Cultivo de mexilhões – 23
Organismos associados ou incrustantes
– a vida ao redor do cultivo
Do mesmo modo que um fazendeiro na terra, o cultiva-
dor de moluscos, sendo um fazendeiro do mar, tem que lidar
com uma série de espécies competidoras. Estes organismos
variam, podendo crescer ao redor do cultivo ou mesmo se
incrustar nos moluscos. Podem ser organismos causadores de
doenças ou que competem pelo mesmo alimento dos mexi-
lhões. As plantas e animais que crescem ao redor do cultivo
ou se incrustam nos moluscos são chamados de incrustantes.
No cultivo de moluscos podem ser apenas incômodos ou
causar perda total.
Podem causar mortalidade, principalmente das semen-
tes, reduzir a taxa de crescimento e, nos cultivos suspensos,
causar problemas de flutuação.
Os principais organismos incrustantes que causam pro-
blemas são: anêmonas, esponjas, hidrozoários, briozoários,
poliquetas, cracas, mexilhões, algas e tunicados ou ascídias.
Controle de incrustantes
Os três principais métodos de controle dos
incrustantes são o físico, o químico e o biológi-
co. O método físico inclui calor direto, do sol ou
fogo. Os métodos químicos utilizam água doce, água
quente ou banho em solução química tipo sulfato de
cobre ou salmoura. O controle biológico envolve co-
Incrustar:
fixar, aderir
22 – Manuais BMLP de maricultura
Existem alguns materiais necessários para fazer esta
manutenção:
 embarcações adaptadas com guinchos (para puxar
as cordas de mexilhões de dentro da água) e com roldanas
(para segurar os cabos do espinhel durante o manejo)
 balsas, mesas de classificação, limpeza e ensaca-
mento de sementes
 bombas de água com pressão
 vários utensílios como facão, tesoura, alicate, espátu-
la (raspadeira), luvas, bandejas plásticas, caixas plásticas,
trena, garatéia (para enganchar o cabo-mestre do long-line).
Importante
Todo o manejo, de preferência, deve ser feito à
sombra, evitando o sol forte.
Observe o crescimento dos mexilhões, pois
poderá haver necessidade de colocar mais
bombonas durante a engorda para sustentar mais
peso nos long-lines.Cultivo de mexilhões – 23
Organismos associados ou incrustantes
– a vida ao redor do cultivo
Do mesmo modo que um fazendeiro na terra, o cultiva-
dor de moluscos, sendo um fazendeiro do mar, tem que lidar
com uma série de espécies competidoras. Estes organismos
variam, podendo crescer ao redor do cultivo ou mesmo se
incrustar nos moluscos. Podem ser organismos causadores de
doenças ou que competem pelo mesmo alimento dos mexi-
lhões. As plantas e animais que crescem ao redor do cultivo
ou se incrustam nos moluscos são chamados de incrustantes.
No cultivo de moluscos podem ser apenas incômodos ou
causar perda total.
Podem causar mortalidade, principalmente das semen-
tes, reduzir a taxa de crescimento e, nos cultivos suspensos,
causar problemas de flutuação.
Os principais organismos incrustantes que causam pro-
blemas são: anêmonas, esponjas, hidrozoários, briozoários,
poliquetas, cracas, mexilhões, algas e tunicados ou ascídias.
Controle de incrustantes
Os três principais métodos de controle dos
incrustantes são o físico, o químico e o biológi-
co. O método físico inclui calor direto, do sol ou
fogo. Os métodos químicos utilizam água doce, água
quente ou banho em solução química tipo sulfato de
cobre ou salmoura. O controle biológico envolve co-
Incrustar:
fixar, aderir
Cultivo de mexilhões – 21
Em Santa Catarina, os mexilhões chegam ao ta-
manho de 7 a 8 centímetros, ideal para venda, de 6 a
9 meses.
Este tempo e tamanho são considerados em mé-
dia, mas é importante observar a densidade do culti-
vo. Quando ela for muito alta, aconselha-se fazer o
desdobre.
Por que fazer o desdobre
O desdobre nas cordas é feito para diminuir a
quantidade de mexilhões, para limpar e homogenei-
zar a produção e facilitar o crescimento, durante o
período de engorda. É importante fazer isto também
porque os animais terão mais alimento à sua dispo-
sição, e é necessário quando começam a aparecer se-
mentes fixadas nas cordas de engorda.
O manejo
Uma criador de mexilhões deve saber que uma
fazenda, mesmo sendo pequena, deve ser cuidada
freqüentemente. Estes cuidados são importantes para
ver se os mexilhões estão crescendo,
se as cordas estão limpas
e se existem predadores
ou outros organismos que
prejudicam o cultivo.
Densidade populacional: relação entre
a quantidade e o espaço. Neste caso,
muitas sementes ou indivíduos em
pouco espaço é um ambiente com
densidade alta.
Desdobre ou despesca: colheita dos
mexilhões, repicagem.
24 – Manuais BMLP de maricultura
nhecimento da biologia e ecologia dos organismos,
deste modo o cultivo pode ser planejado para dimi-
nuir os organismos incrustantes.
Predadores
Predadores são animais que se alimentam da car-
ne dos mexilhões. Os predadores mais encontrados
são:
 peixes (miraguaia, baiacu, sargo-de-dente)
– trituram as conchas.
 siris (siri azul) – quebram as bordas das
conchas e comem a carne.
 caramujos (moluscos gastrópodes
como Thais haemastoma e Cima-
tium partenopeum) – fazem um bu-
raco na concha e comem a carne. Co-
letar os adultos e manter as cordas
afastadas do fundo pode ser uma boa maneira de
evitá-los.
 planárias são vermes achatados, bentônicos, que
se alimentam da carne de outros animais. O tratamento
preventivo é a exposição dos mexilhões ao ar livre.
 estrelas-do-mar – abrem as conchas com seus
braços e projetam o estômago para dentro do mexi-
lhão. Quando são poucas podem ser retiradas ma-
nualmente.
Moluscos gastrópodes: animais de
corpo mole como lesmas, caracóis e
caramujos.
Cultivo de mexilhões – 25
Competidores
Os competidores causam mortalidade
em sementes, reduzem as taxas de cresci-
mento, causam problemas de flutuação nas
estruturas e diminuem a captação de semen-
tes porque competem por espaço e prejudi-
cam o crescimento dos adultos.
Os mais comuns são:
 cracas – são os competidores mais im-
portantes porque podem formar agrupamen-
tos com alta densidade. Possuem uma concha calcá-
ria que se fixa, por exemplo, na concha dos mexi-
lhões, nos cascos dos navios e em outros substratos.
 outros moluscos que não os mexilhões – são
filtradores que competem por alimento, crescem
muito rapidamente e em grande quantidade.
 esponjas – podem se fixar às conchas, dificul-
tando sua abertura.
 anêmonas – possuem corpo mole e tentáculos
na região oral. Fixam-se e crescem nas conchas, au-
mentando o seu peso e dificultando a abertura das
valvas.
 hidrozoários – podem chegar a ter 30 centíme-
tros e possuem várias formas e tamanhos. Fixam-se
na concha e aumentam seu peso.
Esponjas: animais multicelulares
primitivos. Vivem exclusivamente no
mar, fixados a um substrato. A
maioria das espécies prefera águas
com maior salinidade.
Hidrozoários: classe de animais
celenterados, cnidários, que
compreende formas bastante
diversas, com saco digestivo
desprovido de septos. Seu ciclo
reprodutivo apresenta,
alternadamente, fase de pólipo fixo e
fase de medusa móvel.
28 – Manuais BMLP de maricultura
6. Colheita
Quando os mexilhões crescem e ficam com o tama-
nho de 7 a 8 centímetros, que é o chamado tamanho co-
mercial, realiza-se a colheita. Nesta fase eles estão gordos,
ou seja, com o tecido gonadal totalmente preenchido.
Retira-se as cordas de mexilhões da água e começa-se
a debulhar. Faz-se a limpeza para tirar os demais organis-
mos aderidos como cracas, algas, briozoários e ascídias.
Conforme as exigências do mercado, onde eles serão
vendidos, pode-se fazer uma separação por tamanho,
manualmente ou com a ajuda de peneiras de madeira, plás-
tico ou metal, com diferentes malhas.
Comercialização
É importante que o produto que vai ser vendido ao
consumidor seja de alta qualidade. Por isso alguns cui-
dados devem ser tomados quando se colhe os mexi-
lhões antes de vendê-los.
 Vender o produto somente quando estiver gordo.
 Lavar e selecionar os mexilhões, para poder ven-
der um produto uniforme.
Tecido gonadal: material reprodutivo.
No macho é esbranquiçado ou
creme, nas fêmeas é vermelho-
alaranjado.
26 – Manuais BMLP de maricultura
 briozoários coloniais – são menores que 1 mi-
límetro de espessura, mas formam colônias que po-
dem cobrir completamente a concha.
 anelídeos poliquetas – formam tubos calcários
de areia ou de lama sobre a concha dos mexilhões.
Quando são muitos, perfuram as conchas de lado a
lado, obrigando os mexilhões a consumir muita ener-
gia para a produção de uma nova concha.
 tunicados ou ascídias – são solitárias ou colo-
niais. Todas se aderem a algum substrato, podendo
recobrir todo o mexilhão.
 algas – são competidores, mas também ser-
vem como alimento, quando microscópicas. As al-
gas maiores são um problema porque recobrem to-
talmente as conchas, aumentando o peso e diminu-
indo a circulação de água.
Doenças
A doença nos moluscos é provavelmente o pro-
blema mais difícil que os cultivadores têm que en-
frentar. Sinais de alerta podem aparecer, tais como fen-
das nas conchas, que podem ocorrer com o animal
ainda vivo, ou morto recentemente. Os predadores,
peixes ou siris, removem a carne por esta fenda.
Freqüentemente a mortalidade ocorre antes que
sinais de doença possam ser percebidos. A dificul-
Tunicados ou ascídias: animais de
corpo mole, quase transparente, que
se aderem ao cultivo.
Anelídeos poliquetas: têm o corpo
formado por uma série contínua de
anéis ou segmentos, delimitados
externamente por sulcos transversais
que dão a volta completa ao corpo
cilíndrico do animal. Apresentam
grandes tufos de cerdas implantadas
em expansões laterais do corpo. São
tipicamente marinhos, mas existem
algumas espécies de água doce.
Algumas espécies vivem dentro de
tubos construídos por elas mesmas.
Briozoários: são animais aquáticos
diminutos, em geral marinhos, que
formam colônias arborescentes,
incrustrantes ou gelatinosas, presas a
objetos em águas rasas.
Cultivo de mexilhões – 27
dade então, é determinar se a mortalidade ocorreu
devido a doenças ou outros fatores químicos ou oce-
anográficostemporários.
Raramente é possível realmente curar doenças
numa grande população de moluscos no ambiente
marinho. Na ocorrência de doenças, o objetivo de-
verá ser o de estudar e aprender o suficiente sobre
sua ecologia, tornando possível o cultivo, minimi-
zando seus efeitos e prevenindo novos aparecimen-
tos. Para isso, é importante informar aos órgãos de
extensão e pesquisa no caso de mortalidades e/ou
sinais de doenças.
26 – Manuais BMLP de maricultura
 briozoários coloniais – são menores que 1 mi-
límetro de espessura, mas formam colônias que po-
dem cobrir completamente a concha.
 anelídeos poliquetas – formam tubos calcários
de areia ou de lama sobre a concha dos mexilhões.
Quando são muitos, perfuram as conchas de lado a
lado, obrigando os mexilhões a consumir muita ener-
gia para a produção de uma nova concha.
 tunicados ou ascídias – são solitárias ou colo-
niais. Todas se aderem a algum substrato, podendo
recobrir todo o mexilhão.
 algas – são competidores, mas também ser-
vem como alimento, quando microscópicas. As al-
gas maiores são um problema porque recobrem to-
talmente as conchas, aumentando o peso e diminu-
indo a circulação de água.
Doenças
A doença nos moluscos é provavelmente o pro-
blema mais difícil que os cultivadores têm que en-
frentar. Sinais de alerta podem aparecer, tais como fen-
das nas conchas, que podem ocorrer com o animal
ainda vivo, ou morto recentemente. Os predadores,
peixes ou siris, removem a carne por esta fenda.
Freqüentemente a mortalidade ocorre antes que
sinais de doença possam ser percebidos. A dificul-
Tunicados ou ascídias: animais de
corpo mole, quase transparente, que
se aderem ao cultivo.
Anelídeos poliquetas: têm o corpo
formado por uma série contínua de
anéis ou segmentos, delimitados
externamente por sulcos transversais
que dão a volta completa ao corpo
cilíndrico do animal. Apresentam
grandes tufos de cerdas implantadas
em expansões laterais do corpo. São
tipicamente marinhos, mas existem
algumas espécies de água doce.
Algumas espécies vivem dentro de
tubos construídos por elas mesmas.
Briozoários: são animais aquáticos
diminutos, em geral marinhos, que
formam colônias arborescentes,
incrustrantes ou gelatinosas, presas a
objetos em águas rasas.
Cultivo de mexilhões – 27
dade então, é determinar se a mortalidade ocorreu
devido a doenças ou outros fatores químicos ou oce-
anográficos temporários.
Raramente é possível realmente curar doenças
numa grande população de moluscos no ambiente
marinho. Na ocorrência de doenças, o objetivo de-
verá ser o de estudar e aprender o suficiente sobre
sua ecologia, tornando possível o cultivo, minimi-
zando seus efeitos e prevenindo novos aparecimen-
tos. Para isso, é importante informar aos órgãos de
extensão e pesquisa no caso de mortalidades e/ou
sinais de doenças.
Cultivo de mexilhões – 25
Competidores
Os competidores causam mortalidade
em sementes, reduzem as taxas de cresci-
mento, causam problemas de flutuação nas
estruturas e diminuem a captação de semen-
tes porque competem por espaço e prejudi-
cam o crescimento dos adultos.
Os mais comuns são:
 cracas – são os competidores mais im-
portantes porque podem formar agrupamen-
tos com alta densidade. Possuem uma concha calcá-
ria que se fixa, por exemplo, na concha dos mexi-
lhões, nos cascos dos navios e em outros substratos.
 outros moluscos que não os mexilhões – são
filtradores que competem por alimento, crescem
muito rapidamente e em grande quantidade.
 esponjas – podem se fixar às conchas, dificul-
tando sua abertura.
 anêmonas – possuem corpo mole e tentáculos
na região oral. Fixam-se e crescem nas conchas, au-
mentando o seu peso e dificultando a abertura das
valvas.
 hidrozoários – podem chegar a ter 30 centíme-
tros e possuem várias formas e tamanhos. Fixam-se
na concha e aumentam seu peso.
Esponjas: animais multicelulares
primitivos. Vivem exclusivamente no
mar, fixados a um substrato. A
maioria das espécies prefera águas
com maior salinidade.
Hidrozoários: classe de animais
celenterados, cnidários, que
compreende formas bastante
diversas, com saco digestivo
desprovido de septos. Seu ciclo
reprodutivo apresenta,
alternadamente, fase de pólipo fixo e
fase de medusa móvel.
28 – Manuais BMLP de maricultura
6. Colheita
Quando os mexilhões crescem e ficam com o tama-
nho de 7 a 8 centímetros, que é o chamado tamanho co-
mercial, realiza-se a colheita. Nesta fase eles estão gordos,
ou seja, com o tecido gonadal totalmente preenchido.
Retira-se as cordas de mexilhões da água e começa-se
a debulhar. Faz-se a limpeza para tirar os demais organis-
mos aderidos como cracas, algas, briozoários e ascídias.
Conforme as exigências do mercado, onde eles serão
vendidos, pode-se fazer uma separação por tamanho,
manualmente ou com a ajuda de peneiras de madeira, plás-
tico ou metal, com diferentes malhas.
Comercialização
É importante que o produto que vai ser vendido ao
consumidor seja de alta qualidade. Por isso alguns cui-
dados devem ser tomados quando se colhe os mexi-
lhões antes de vendê-los.
 Vender o produto somente quando estiver gordo.
 Lavar e selecionar os mexilhões, para poder ven-
der um produto uniforme.
Tecido gonadal: material reprodutivo.
No macho é esbranquiçado ou
creme, nas fêmeas é vermelho-
alaranjado.
Cultivo de mexilhões – 29
 Utilizar embalagens adequadas.
 Não deixar o mexilhão fora da água muito tempo,
enquanto espera pelo comprador.
 Sempre orientar o consumidor sobre a conservação
do produto.
 Nunca vender um produto sabendo que não está
em boas condições de consumo, as consequências po-
dem ser desastrosas.
 Os mexilhões desmariscados (sem concha)
sempre devem ser conservados em refrigerador
ou freezer.
Atenção: você estará vendendo um produto que é
um alimento, portanto é responsável pela sua
qualidade e apresentação. Quanto mais se cuida
disto, melhor será o retorno.
Manejo
A higiene é muito importante quando se lida com
mexilhões ou outro tipo de alimento. As regras básicas ao
manusear os mexilhões são:
 manusear rapidamente
 manter frio
 manter limpo
32 – Manuais BMLP de maricultura
DESCRIÇÃO QUANT. / VALOR
Produção estimada 1.500 Kg
Preço médio por Kg R$ 5,00
Ganhos 1.500 Kg x 5,00 R$ R$ 7.500,00
Gastos R$ 6.050,00
Lucro (ganhos – gastos) no ano R$ 1.450,00
Lucro no mês = 7.110 : 12 R$ 120,00
Não esqueça que os valores apresentados aqui
são simbólicos, apenas um exemplo para mostrar como se
monta um plano de gastos/ganhos.
MATERIAL QUANT.
VALOR
UNITÁRIO
EM REAIS
VALOR
TOTAL
EM REAIS
Bombonas plásticas 50 2,00 100,00
Corda nylon 22mm 120m 1,00 120,00
Corda nylon 6mm 600m 0,20 120,00
Raspadeira, caixa plástica,
luvas, sacos, malha, etc
– – 50,00
TOTAL – – 390,00
DESCRIÇÃO QUANT. / VALOR
Produção estimada 1.500 Kg
Preço médio por Kg R$ 5,00
Ganhos 1.500 Kg x 5,00 R$ R$ 7.500,00
Gastos R$ 390,00
Lucro (ganhos – gastos) no ano R$ 7.110,00
Lucro no mês = 7.110 : 12 R$ 592,50
Segundo ano
30 – Manuais BMLP de maricultura
As pessoas envolvidas no manejo dos mexilhões de-
vem observar sempre:
 Lavar as mãos antes e depois de cada interrupção
do trabalho, depois de usar o banheiro e depois de mexer
em materiais contaminados.
 Usar aventais limpos, botas e proteção
para os cabelos.
 Manter as unhas curtas, limpas e sem
esmalte.
 Manter os cabelos limpos e presos.
 Evitar o uso de objetos de adorno, como pul-
seiras, anéis, aliança, relógios e colares.
 Evitar atos não higiênicos como:
– tossir sobre alimentos,
– secar o suor com as mãos,
– coçar a cabeça,
– introduzir dedos na orelha, nariz e boca.
Transporte
O transporte do produto deve ser rápido, mantendo o
mexilhão ao abrigo do sol e evitando o contato com o óleo
do barco e outros contaminantes.
Cultivo de mexilhões – 31
7. Desenvolvimento de um
plano de negócio
O maricultor não precisa de um curso de administra-
ção para cuidar do seu negócio. Mas precisa saber quanto
gasta com seu cultivo para,no final do processo, quando
vender o produto, calcular o seu lucro.
Basicamente, deve anotar todas as despesas que tem
com o cultivo, criando, por exemplo, um caderno de apon-
tamentos, guardando as notas fiscais.
Existem algumas despesas básicas que relacionamos
abaixo para lembrar:
Primeiro ano
MATERIAL QUANT.
VALOR
UNITÁRIO
EM REAIS
VALOR
TOTAL
EM REAIS
Bombonas plásticas 50 2,00 100,00
Corda nylon 22mm 120m 1,00 120,00
Corda nylon 6mm 600m 0,20 120,00
Poitas de cimento 250 kg 02 20,00 40,00
Barco de 4,5m 01 1.200,00 1.200,00
Motor 8 Hp 01 1.800,00 1.800,00
Freezer 01 600,00 600,00
Raspadeira, caixa plástica,
luvas, sacos, malha, etc
– – 50,00
TOTAL – – 6.050,00
30 – Manuais BMLP de maricultura
As pessoas envolvidas no manejo dos mexilhões de-
vem observar sempre:
 Lavar as mãos antes e depois de cada interrupção
do trabalho, depois de usar o banheiro e depois de mexer
em materiais contaminados.
 Usar aventais limpos, botas e proteção
para os cabelos.
 Manter as unhas curtas, limpas e sem
esmalte.
 Manter os cabelos limpos e presos.
 Evitar o uso de objetos de adorno, como pul-
seiras, anéis, aliança, relógios e colares.
 Evitar atos não higiênicos como:
– tossir sobre alimentos,
– secar o suor com as mãos,
– coçar a cabeça,
– introduzir dedos na orelha, nariz e boca.
Transporte
O transporte do produto deve ser rápido, mantendo o
mexilhão ao abrigo do sol e evitando o contato com o óleo
do barco e outros contaminantes.
Cultivo de mexilhões – 31
7. Desenvolvimento de um
plano de negócio
O maricultor não precisa de um curso de administra-
ção para cuidar do seu negócio. Mas precisa saber quanto
gasta com seu cultivo para, no final do processo, quando
vender o produto, calcular o seu lucro.
Basicamente, deve anotar todas as despesas que tem
com o cultivo, criando, por exemplo, um caderno de apon-
tamentos, guardando as notas fiscais.
Existem algumas despesas básicas que relacionamos
abaixo para lembrar:
Primeiro ano
MATERIAL QUANT.
VALOR
UNITÁRIO
EM REAIS
VALOR
TOTAL
EM REAIS
Bombonas plásticas 50 2,00 100,00
Corda nylon 22mm 120m 1,00 120,00
Corda nylon 6mm 600m 0,20 120,00
Poitas de cimento 250 kg 02 20,00 40,00
Barco de 4,5m 01 1.200,00 1.200,00
Motor 8 Hp 01 1.800,00 1.800,00
Freezer 01 600,00 600,00
Raspadeira, caixa plástica,
luvas, sacos, malha, etc
– – 50,00
TOTAL – – 6.050,00
Cultivo de mexilhões – 29
 Utilizar embalagens adequadas.
 Não deixar o mexilhão fora da água muito tempo,
enquanto espera pelo comprador.
 Sempre orientar o consumidor sobre a conservação
do produto.
 Nunca vender um produto sabendo que não está
em boas condições de consumo, as consequências po-
dem ser desastrosas.
 Os mexilhões desmariscados (sem concha)
sempre devem ser conservados em refrigerador
ou freezer.
Atenção: você estará vendendo um produto que é
um alimento, portanto é responsável pela sua
qualidade e apresentação. Quanto mais se cuida
disto, melhor será o retorno.
Manejo
A higiene é muito importante quando se lida com
mexilhões ou outro tipo de alimento. As regras básicas ao
manusear os mexilhões são:
 manusear rapidamente
 manter frio
 manter limpo
32 – Manuais BMLP de maricultura
DESCRIÇÃO QUANT. / VALOR
Produção estimada 1.500 Kg
Preço médio por Kg R$ 5,00
Ganhos 1.500 Kg x 5,00 R$ R$ 7.500,00
Gastos R$ 6.050,00
Lucro (ganhos – gastos) no ano R$ 1.450,00
Lucro no mês = 7.110 : 12 R$ 120,00
Não esqueça que os valores apresentados aqui
são simbólicos, apenas um exemplo para mostrar como se
monta um plano de gastos/ganhos.
MATERIAL QUANT.
VALOR
UNITÁRIO
EM REAIS
VALOR
TOTAL
EM REAIS
Bombonas plásticas 50 2,00 100,00
Corda nylon 22mm 120m 1,00 120,00
Corda nylon 6mm 600m 0,20 120,00
Raspadeira, caixa plástica,
luvas, sacos, malha, etc
– – 50,00
TOTAL – – 390,00
DESCRIÇÃO QUANT. / VALOR
Produção estimada 1.500 Kg
Preço médio por Kg R$ 5,00
Ganhos 1.500 Kg x 5,00 R$ R$ 7.500,00
Gastos R$ 390,00
Lucro (ganhos – gastos) no ano R$ 7.110,00
Lucro no mês = 7.110 : 12 R$ 592,50
Segundo ano

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