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Saúde mental - histórico

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Saúde mental e aspectos psicopatológicos 
Caminhada histórica pela saúde mental 
• O adoecimento mental, popularmente 
conhecido como loucura está presente na 
história da humanidade desde seu 
surgimento e sempre gerou interesse, 
incompreensão e receio. 
• A loucura era associada ao contato com 
deuses ou com possessão demoníaca. 
Durante boa parte da história da 
humanidade os loucos eram protegidos, 
pois se acreditava que possuíam um canal 
de comunicação com os espíritos e pq seu 
comportamento n podia ser previsto. 
• Boa parte dos estudiosos considera que a 
história do rei Saul, da bíblia, foi o primeiro 
caso documentado de adoecimento mental 
e tentativa de cura. (saul lutou por mt tempo 
contra os inimigos do povo, e em um 
momento ele deu as costas para Deus e 
passou a sofrer, sendo atormentado por um 
espirito maligno enviado pelo Senhor). 
• Na Grécia antiga a palavra loucura era 
associada às questões místicas e rituais. 
• Os sacerdotes tomavam bebidas especiais 
para induzir o estado de incoerência mental 
que permitiria a abertura ao mundo 
espiritual, que somente os loucos tinham 
acesso. 
• Os familiares cuidavam muito bem dos 
loucos pois acreditavam que tais atitudes 
eram manifestações da vontade divina, e 
que eles foram escolhidos para interpretar e 
revelar caminhos e acontecimentos da vida 
no presente e futuro. 
• Quando os casos de adoecimento mental se 
tornavam muito inconvenientes, por conta 
de atitudes problemáticas, os gregos faziam 
tratamentos que envolviam a troca de dieta 
alimentar, uso de plantas medicinais, 
massagem laxativas, imersão em água, 
prática exaustiva de atividades físicas e/ou 
sexo faziam parte do tratamento proposto. 
• Essa mistificação continuou até a idade 
média, logo quando o cristianismo se 
tornou crença dominante originando 
alterações no conceito de loucura. 
• O adoecimento mental passou a ser 
considerado como uma punição por 
abandonar a Deus, consequência de prática 
de bruxaria ou possessão demoníaca. Cada 
diferente quadro de adoecimento 
identificado recebeu um santo patrono para 
que a família encaminhasse suas orações 
em busca da cura. 
• Além disso, os tratamentos passaram em 
basear-se em interrogatórios feitos por 
clérigos para descobrir o quanto a pessoa 
havia se afastado de deus, exorcismos, 
prisão ou execução. 
• Posteriormente, a ideia de castigo divino 
para os comportamentos anormais foi 
abandonada. Adoecimento mental era então 
considerado sinônimo para a preguiça e a 
avareza. A custódia dos doentes 
permanecia com a suas famílias, que 
mantinham escondidos do resto da 
comunidade. O governo só cuidava apenas 
dos indivíduos comprovadamente 
perigosos, que eram enviados para prisão e 
deixados lá por toda a vida. 
• A tarefa de cuidar dos doentes mentais só 
deixou de ser realizada pela família com a 
expansão do mercantilismo. Com a difusão 
da visão mercantilista de que o valor dos 
indivíduos se baseia em sua disposição de 
trabalho, a loucura agora era uma ‘falha 
incapacitante’. 
• Quem apresentasse comportamento 
anormal deveria ser afastado da família e do 
convívio social pelo estado, pois poderiam 
prejudicar a capacidade e disponibilidade 
de seus familiares para o trabalho. 
• Foi criado no século XVII, os sanatórios, 
instituições governamentais para onde eram 
encaminhados os loucos e pessoas que não 
colaboravam com a produção mercantil, 
como crianças abandonadas, idosos e 
portadores de deficiência. Não visavam a 
cura, mas a prevenção da desordem social. 
• Durante o renascimento o foco do 
adoecimento se encaminha para aspectos 
(feito por melissa freitas) 
 
físicos e biológicos, mas ainda de forma 
equivocada. 
• Surgem teorias de que o adoecimento é 
causado pela petrificação de uma parte do 
cérebro, gerando comportamentos bizarros. 
• Associou-se a loucura também com a idade 
avançada. 
• Nem mesmo essas teorias fez com que as 
teorias místicas sobre possessões 
demoníacas fossem abandonadas. 
• Após a revolução francesa surgiram 
discussões de forma sistemática e que 
assumiam cunho cientifico. 
• Surgiu então os manicômios, com o intuito 
de encontrar uma cura para os pacientes 
psiquiátricos e não apenas deixá-los 
afastados do convívio social. 
• A essência da loucura passou a ser 
considerada como uma alteração das 
faculdades cerebrais, causadas por fatores 
orgânicos. 
• A psiquiatria constituiu-se como um saber 
médico específico e os manicômios 
passaram a ser considerados como parte 
essencial do tratamento dos doentes 
mentais, substituindo cuidados realizados 
pelas famílias. 
• Observaram também que as teorias que 
embasavam as práticas manicomiais 
consideravam o surgimento da doença 
mental, especialmente a esquizofrenia, 
como um sintoma da estrutura familiar. 
Culpabilizando os familiares pelo 
surgimento dos transtornos mentais e para a 
prática de afastá-los do tratamento dos 
pacientes. 
• Acreditava-se que o estado mental do 
individuo estava diretamente associado 
com percepções e sensações não refreadas 
e que a educação recebida desde a infância 
constituiria para o aparecimento da loucura. 
Considerando assim, a família ser incapaz 
de fornecer a disciplina necessária para 
conter as sensações e percepções 
distorcidas do paciente. 
• As denuncias sobre práticas dentro do 
manicômio se espalhou rapidamente. 
Acorrentamento de pacientes, castigos 
físicos, humilhações, utilização dos 
pacientes como cobaias, abusos sexuais, 
cronificação da condição de doente etc... 
• Os abusos eram tais, que, em 1793, o Dr. 
Philippe Pinel entrou para a história 
psiquiátrica ao defender a retirada dos 
grilhões dos internos dentro dos 
manicômios e a humanização do tratamento 
psiquiátrico. 
• Os manicômios já vinham sofrendo críticas 
desde a sua criação no século XVII, mas 
somente no século XX que se formaram os 
movimentos solicitando uma reforma nos 
tratamentos psiquiátricos, capazes de 
alterar significativamente as políticas 
públicas de atendimento aos doentes 
mentais. 
• As novas descobertas sobre as causas do 
adoecimento, contribuíram com os 
movimentos antimanicomiais, pq 
demonstraram que a educação familiar não 
pode ser considerada como causadora dos 
transtornos mentais. 
• Desde meados da década de 1950 diversos 
países vêm vivenciando um processo de 
desinstitucionalização psiquiátrica dos 
pacientes e de substituição do modelo 
manicomial de tratamento por um modelo 
comunitário, que prevê um atendimento na 
cidade em que vive, podendo continuar 
convivendo com suas famílias, realizar 
tratamento e voltar pra casa. 
• O modelo de atendimento comunitário se 
espalhou pelos países desenvolvidos, 
gerando redução no numero de portadores 
de transtorno mental internados. 
• A partir de 1950, o numero de internados na 
Inglaterra diminuiu de 4 para 1,5 pacientes 
/1000 habitantes. Nos EUA, no período de 
1955 a 1983, houve redução de 80% no 
numero de pacientes internados em 
hospitais psiquiátricos. No Canadá a 
redução foi de 78% entre 1962 e 1977. Na 
Itália, a redução foi de 53,2% entre 1978 e 
1987. 
• O modelo comunitário compreende o 
adoecimento mental como um processo 
crônico que requer cuidados, mas que não o 
incapacita seu portador para viver ou 
trabalhar em comunidade. 
• O tratamento que propõem acontece em 
centros de tratamentos próximos as casas 
do paciente, pode ir durante o dia e realizar 
o tratamento, consultar com os médicos, 
 
participar de oficinas e grupos terapêuticos 
e depois retornar para as casas. 
• Além do acompanhamento ao quadro 
psicótico, intervenções para buscar 
(re)construir a cidadania dos pacientes e 
(re)inseri-los na sociedade eram inclusos no 
atendimento comunitário. Havia também, 
campanhas de sensibilização da 
comunidade, acompanhamento do paciente 
em momentos difíceis, palestrasde 
desmistificação da loucura, entre outros. 
• Os pacientes voltaram a viver com as suas 
famílias, e os familiares tornaram-se 
responsáveis por verificar se os pacientes 
estavam tomando sua medicação, ou por 
administrar as prescrições médicas, lidar 
com sintomas, coordenar suas atividades 
cotidianas etc... 
• A participação ativa dos familiares no 
tratamento, os profissionais de saúde 
reavaliaram suas crenças sobre a família 
como causas da doença mental, passando a 
ver os familiares como parceiros no 
tratamento dos pacientes. 
Evolução do atendimento psiquiátrico no brasil 
• O tratamento oferecido no brasil seguiu os 
referenciais europeus. Inicialmente, com a 
vinda da corte portuguesa, os governantes 
acharam necessário ‘limpar’ as cidades, 
retirando das ruas os desempregados, 
mendigos, marginais e loucos que 
perambulavam. 
• Esta necessidade originou a criação de 
manicômios no brasil, para onde foram 
mandados os indivíduos inoportunos para o 
convívio social. Em 1852 foi inaugurada a 
primeira clínica psiquiátrica pública 
brasileira, Hospício Dom Pedro II, no RJ, 
que ficou a cargo das irmãs de caridade. 
• Há relatos de indignação com a forma com 
que os pacientes eram tratados até mesmo 
por parte dos psiquiatras que auxiliavam 
nestas instituições durante esse período. 
• Em 1890, os hospícios deixam de ser 
dirigidos por irmãs de caridade e passaram 
a ser controlados por médicos. Todavia, o 
tratamento oferecido continuou 
compreendendo a separação definitiva dos 
pacientes de suas famílias e da sociedade, 
pq ainda acreditava que essas duas 
instancias eram responsáveis pelo 
desenvolvimento das doenças mentais. 
• Em 1941, foi criado o Serviço Nacional de 
Doenças Mentais, a partir do qual o 
governo federal passou a regular as práticas 
psiquiátricas brasileiras, preconizando a 
higiene mental e a eugenia. 
• Em 1950 o brasil adotou as 
eletroconvulsoterapia, psicocirurgias e os 
novos psicofármacos, como novas terapias 
para tratamento da loucura. 
• A crença no avanço dos tratamentos fez 
com que em 1964 fosse celebrado um 
convenio entre o Governo e os hospitais 
psiquiátricos privados, que passaram a 
receber maior parte das verbas destinadas a 
saúde mental brasileira. Contudo, 
denúncias contra as práticas realizadas 
nessas instituições, envolvendo internações 
compulsórias e maus tratos dos internos, 
levaram a comparações desses hospitais a 
campos de concentração nazistas, 
demonstrando a necessidade de repensar as 
políticas públicas brasileiras. 
• Em 1980 o estado optou por reorganizar os 
serviços públicos de atendimento 
psiquiátrico, uma nova proposta tinha como 
pressuposto a substituição do modelo 
hospitalar por uma atenção mais 
abrangente, que incluísse prevenção, 
promoção, recuperação e ressocialização 
dos doentes mentais. 
• 6 de abril de 2001, o governo estabeleceu as 
bases para um tratamento comunitário aos 
pacientes psiquiátricos no país. O novo 
modelo incluía a criação de serviços 
comunitários de assistência psiquiátrica em 
substituição da internação, proibição de 
novos hospitais psiquiátricos, de 
internações compulsórias etc. 
Ambulatórios e emergências psiquiátricas 
em prontos-socorros gerais e unidades 
psiquiátricas em hospitais gerais. 
• Foi criado o CAPS e CERSAM no Brasil. 
• O brasil oferece uma nova cara à área de 
saúde mental, mas, apesar dos avanços, 
ainda existe um paradigma manicomial e 
uma visão estigmatizada de portadores de 
transtornos mentais. 
 
 
A constituição histórica da doença mental 
• Afirmava-se que o louco era considerado 
até o advento de uma medicina positiva 
como um “possuído”. 
• Desde a idade média até o renascimento, 
quiseram mostrar o louco como um doente 
ignorado preso no interior da rede rigorosa 
de significações religiosas e mágicas. 
• Os loucos eram considerados possuídos, e 
que as pessoas ‘possuídas’ eram doentes 
mentais, deduz-se que se os possuídos eram 
na verdade loucos, os loucos eram tratados 
realmente como possuídos. 
• Desde a medicina grega, uma certa parte no 
domínio da loucura já estava ocupada pelas 
noções de patologia e as práticas que a ela 
se relacionam. 
• A loucura tinha grande extensão, mas sem 
suporte técnico. 
• Essa extensão não provem de medidas 
estáveis, varia com as épocas, ora 
permanece implícita e como a tona, ou, ao 
contrário aparece, emerge largamente e 
integra-se sem dificuldade a toda a 
paisagem cultural. 
• Foi no século XV que se viu abrirem-se na 
espanha inicialmente, depois na Italia, os 
primeiros estabelecimentos reservados aos 
loucos. São aí submetidos a um tratamento, 
em grande parte inspirado na medicina 
árabe. 
• A loucura e no essencial experimentada em 
estado livre, ela circula, faz parte do cenário 
e da linguagem comum. 
• Meados do século XVII, o mundo da 
loucura vai tornar-se o mundo da exclusão. 
• Criam-se em toda a europa, 
estabelecimentos para internação que não 
são simplesmente destinados a receber os 
loucos, mas toda uma série de indivíduos 
bastante diferentes uns dos outros, pobres, 
velhos na miséria, mendigos, 
desempregados, doentes venereos, 
libertinos, todos aqueles em relação a 
ordem da razão, da moral e da sociedade, 
são mostras de ‘alteração’. 
• O internamento que o louco, juntamente 
com muitos outros, recebe na época clássica 
não poe em questão as relações da loucura 
com a doença, mas da sociedade consigo 
própria, com o que ela reconhece ou não na 
conduta dos indivíduos. 
• A categoria comum que agrupa todos 
aqueles que residem nas casas de 
internamento, é a incapacidade em que se 
encontram de tomar parte na produção, na 
circulação ou no acúmulo das riquezas. 
• A exclusão a que são condenados está na 
razão direta desta incapacidade e indica o 
aparecimento no mundo moderno de um 
corte que não existia antes. 
• Este espaço de exclusão que agrupava com 
os loucos, os portadores de doenças 
venéreas, os libertinos etc... provocou uma 
espécie de assimilação obscura. 
• A partir da metade do século XVIII, a 
inquietude renasce, o louco faz sua 
reaparição nas paisagens mais familiares; 
novamente, é encontrado fazendo parte da 
vida cotidiana. 
• Os reformadores de antes de 1789 e a 
própria revolução quiseram ao mesmo 
tempo suprimir o internamento como 
símbolo da antiga opressão e restringir na 
medida do possível a assistência hospitalar 
como sinal da existência de uma classe 
miserável. 
• A filantropia da época liberou todos, exceto 
os loucos, por acreditar que esses pudessem 
fazer mal a sua família. Estes encontrar-se-
ão no estado de serem os herdeiros naturais 
do internamento e como os titulares 
privilegiados das velhas medidas de 
exclusão. 
• Pinel, Tuke e sucessores não romperam as 
antigas práticas de internamento, mas 
estreitaram em torno do louco. A cura 
significava reinculcar-lhe os sentimentos de 
dependência, humildade, culpa, 
reconhecimento, que são a armadura moral 
da vida familiar. 
• Para conseguir tais meios, utilizar-se-ão as 
ameaças, castigos, privações alimentares, 
humilhações, tudo oq poderá ao mesmo 
tempo infantilizar e culpabilizar o louco. 
• Submetia-se o doente a ducha ou ao banho 
para refrescar seus espíritos ou suas fibras; 
era-lhe injetado sangue fresco para renovar 
sua circulação perturbada; provocavam 
impressões vivas para modificar o curso da 
sua imaginação.

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