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Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Página 1 CONCEITOS [ Síndrome em que há incapacidade do coração em manter a adequada perfusão tecidual ou fazê-la à custa de altas pressões de enchimento ventricular [ Mesmo havendo dano miocárdico os pacientes podem ser assintomáticos se o débito ainda for mantido à custa dos mecanismos compensatórios [ Insuficiência miocárdica = é originada por dano à estrutura da fibra muscular do coração IC + insuficiência circulatória ↪ Pode ocorrer IM com IC, sem insuficiência circulatória desde que o DC seja mantido pelo ↑ das pressões de enchimento ventricular [ Pode-se ter IC sem insuficiência miocárdica ruptura aguda de valva aórtica por endocardite infecciosa, sem que haja disfunção ventricular [ Insuficiência circulatória pode ocorrer sem que haja insuficiência miocárdica ou IC choque hipovolêmico [ Maioria dos casos de deve à perda de massa miocárdica, cursando com dilatação ou hipertrofia da VE [ Fatores de risco = história família + DM + HAS + dislipidemia + etilismo + tabagismo EPIDEMIOLOGIA [ Grave problema de saúde pública [ “Ponto final” de todas as doenças cardíacas [ Incidência + prevalência crescentes [ Países desenvolvidos prevalência 1-2% 23 milhões de pessoas + incidência anual 2 milhões [ Brasil 6,4 milhões de pessoas com IC [ Países industrializados custo do TTO = 1-2% do orçamento destinado à saúde + casos com maior comprometimento funcional = 8-30x maiores que nos leves [ Apesar dos avanços no TTO a progressão é inexorável + a medida que a disfunção miocárdica ↑ há um ↑ na mortalidade e com os gastos do TTO [ Risco vitalício de desenvolver IC para todas as idades e gêneros = 20% [ Prevenção e controle de doenças como HAS + obesidade + cardiopata isquêmica + doença de Chagas + valvopatias reumáticas = minimizam a progressão da disfunção ventricular [ Estágios iniciais = podem ocorrer morte súbita arrítmica [ Estágios mais avançados = podem ocorrer morte súbita não arrítmica ETIOPATOGÊNIA [ IC = final de quase todas as cardiopatias [ Falência miocárdica = depende de inúmeros fatores que atuam sobre a fibra muscular do coração, como: ↪ Necrose ↪ Apoptose ↪ Hipertrofia ↪ Alterações de ultraestrutura + do complexo excitação-contração + da captação energética + da capacidade de responder aos estímulos neuro- humorais ↪ Atua sobre a matriz extracelular altera a concentração + disposição do colágeno [ Essas alterações somadas determinam modificações geométricas do coração, que tende a perder sua forma elipsoide adquire a forma esférica leva à perda da eficiência mecânica da bomba = remodelamento ventricular CLASSIFICAÇÃO TEMPORAL [ Aguda (< 6 meses) = injúria que ocorre no coração que faz com que a IC se forme de forma abrupta (IAM extenso + cardiomiopatias virais agressivas) [ Crônica (> 6 meses) = decorrente de doença mais prolongada + evolui de forma insidiosa + pode ocorrer a agudização da IC crônica (descompensação da IC prévia principal causa = não adesão no tratamento + arritmias + IVAS + anemia grave + sepse) ANATÔMICA [ Congestão sistêmica (insuficiência de VD) principal causa é a insuficiência de VE [ Congestão pulmonar (disfunção do VE) QUANTO AO DC [ Baixo débito = débito insuficiente [ Alto débito = ↑ intenso das demandas metabólicas periféricas (anemia grave + sepse + beribéri) Insuficiência cardíaca Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Página 2 QUANTO À ETAPA DO CICLO CARDÍACO [ Sistólica = VE dilatado não consegue manter uma força de contração para fazer uma sístole adequada ↓ FE + cardiomegalia + presença de B3 [ Diastólica = ventrículo não consegue relaxar de maneira adequada não consegue armazenar o sangue de forma adequada (problema na acomodação) FE preservada + tamanho do coração preservado + presença de B4 QUANTO AO PERFIL HEMODINÂMICO [ Paciente quente e seco (estável) = paciente não está congesto e não está com má perfusão [ Paciente quente e úmido = paciente congesto + não está com má perfusão utilizar diuréticos [ Paciente frio e seco = paciente com má perfusão + não congesto drogas para ↑ perfusão (inotrópicos) [ Paciente frio e úmido (mais grave/descompensado) = congesto + com má perfusão FISIOPATOLOGIA [ Sobrecarga excessiva de pressão = musculo trabalha mais hipertrofia concêntrica [ Sobrecarga de volume = dilatação [ Desempenho cardíaco = contralidade + pós-carga + pré-carga + FC ↪ Pré-carga = associado ao estiramento das fibras miocárdicas + volume diastólico final ↪ Pós-carga = dificuldade imposta para ejeção ventricular doenças que ↑ a pós-carga (estenose aórtica) coração trabalha mais sobrecarga de pressão IC ↪ Contratilidade = IC por ↓ da contratilidade ↪ FC = relacionado ao DC Sobrecarga excessiva [ Disfunção ventricular ↓ do volume sistólico ativação de mecanismos compensatórios cardíacos: ↪ Taquicardia ↪ Mecanismos de Frank-Starling (↑ da pré-carga) ↪ Hipertrofia cardíaca [ Alterações neuro-hormonais ↪ Vasoconstrição + retenção de sódio e água = ativação do SNS + SRAA + vasopressina (deletérias) ↪ Vasodilatação + natriurese + diurese = peptídeos natriuréticos + prostaglandinas + dopamina (protetores) [ Alterações parácrina e autócrinas ↪ Disfunção endotelial (↓ óxido nítrico + ↑ endotelina) IC = sintomas advém da congestão venocapilar [ Dano miocárdico ↓ do DC desencadeamento de mecanismos para tentar recuperar a perfusão tecidual comprometida [ 1º ocorre disfunção dos reflexos cardiovasculares resulta em ativação adrenérgica exacerbada vasoconstrição + ↑ da resistência periférica [ Liberação adrenérgica ativação de mecanismos neuro-humorais que tentam restabelecer o DC comprometido SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO [ Efeitos imediatos da ativação simpática: ↪ ↑ da contratilidade miocárdica ↪ ↑ da FC ↪ ↑ da resistência periférica [ Mecanismo inicialmente benéfico + com alto preço + maior gasto energético da fibra cardíaca + ↑ da pós-carga sobrecarrega o VE já comprometido [ Consequências tardias = hipertrofia das fibras miocárdicas + isquemia (↑ do gasto energético) favorece o aparecimento de arritmias agravamento das condições do coração [ Com o tempo há ↓ no número e na sensibilidade dos receptores 1-adrenérgicos do miocárdio menor resposta contrátil + induz ↑ de citocinas pró-inflamatórias = contribuem para ↓ da contração cardíaca + ↑ das câmaras + piora da IC Melhora do DC + redistribuição melhor do fluxo sanguíneo [ IC sistólica = cardiopatia dilatada HAS + doença coronariana + cardiopatia idiopática + doença de Chagas + alcoólica + miocardiopatia periparto + miocardites (principalmente as virais) [ IC diastólica = idade avançada + HAS + fibrose isquêmica + miocardiopatia hipertrófica + doenças infiltrativas (amiloidose + sarcoidose) + sexo feminino + obesidade + DM + doença renal + estenose aórtica [ IC de baixo débito = ICC tradicional, na qual o débito cardíaco está normal ou reduzido e não atende a demanda tecidual [ IC de alto débito = ocorre em situações de maior metabolismo, no qual nem mesmo o aumento do DC dá conta das necessidade é o caso do beriberi, hipertireoidismo, fístulas arteriovenosas e gravidez. Comprometimento miocárdico primário Sobrecarga excessiva Doença aterosclerótica coronária Cardiopatia isquêmica e miocardites Pressão Volume Mecanismos compensatórios [ Lei de Frank-Starling [ Baixo débito induz a neurotransmissão simpática (DC = VS x FC) [ Hipertrofia de VE >>> Concêntrica x Excêntrica Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Página 3 SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA [ ↓ do DC = ↑ liberação de renina pelo aparelho justaglomerular age sob o substrato de angiotensinogênio produção de angiotensina I sofre ação da ECA angiotensina II [ Angiotensina II ↪ Produzintensa vasoconstrição + redistribui o fluxo sanguíneo + ↑↑↑ resistência periférica (dificulta o trabalho do VE) ↪ Estimula a produção de aldosterona pela suprarrenal ↑ retenção de sódio e água + ↑ volemia + intensificação da pré-carga ↪ Causa hipertrofia da fibra miocárdica + apoptose + fibrose intersticial [ ↑ da volemia = ↑ do volume ventricular ↑ volume sistólico (pelo maior estiramento da fibra miocárdica – Lei de Frank- Starling) [ Crescimento ventricular progressivo = transforma a câmara ventricular em uma esfera (remodelamento) ↑ o gasto energético pelo ↑ da força tangencial da contração (Lei de Laplace) [ Aldosterona ↪ Leva à proliferação de fibroblastos + deposição de colágeno ↪ ↓ a reutilização neuronal de epinefrina [ O SRAA agrava mais e mais a IC instalada ENDOTELINA [ Produzida pelo endotélio [ Potente ação vasoconstritora [ Produção estimulada pela angiotensina II + norepinefrina + IL-1 + sistema arginina-vasopressina [ Potencial mitogênico = estimula o crescimento vascular colabora p/ remodelamento cardíaco + ↑ ativação de fibroblastos [ Endotelina plasmática = diretamente correlacionada com a PA pulmonar + resistência vascular pulmonar [ Na IC sua concentração está ↑ (mau prognóstico) ARGININA-VASOPRESSINA [ Neuro-hormônio que causa vasoconstrição + retenção de sódio + hiponatremia dilucional [ Grandes [ ] de norepinefrina + angiotensina II estimulam a hipófise a produzir + liberar arginina-vasopressina [ Na IC = seus níveis estão ↑↑↑ (particularmente em pacientes sintomáticos + em casos secundários a IM com grandes destruição muscular) CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS [ ↑ na IC [ Papel importante na gênese da falência miocárdica [ No coração há inflamação + sistemicamente há caquexia [ TNF-alfa = induz à disfunção miocárdica associada à apoptose PEPTÍDEOS NATRIURÉTICOS [ Peptídio natriurético atrial (ANP) = armazenado no AD + liberado em resposta ao ↑ de pressão + distensão atrial natriurese + vasodilatação [ Peptídio natriurético cerebral (BNP) = armazenado no miocárdio ventricular + liberado por ↑ de pressão e distensão dessa câmara natriurese + vasodilatação [ Peptídio natriurético C = localiza-se na vasculaturas + papel não esclarecido [ Pacientes com IC = os níveis desses peptídeos estão ↑ (particularmente o BNP valor relacionado com prognóstico) Fisiopatologia da IC com fração de ejeção comprometida (sístole) Mecanismos adaptativos 1. Frank-Starling 2. Ativação de sistemas neuro-hormonais inflamatórios = secundário a ↓ do DC + ↑ das pressões • SRAA • Ativação do sistema adrenérgico • Vasopressores + endotelina • IL-1 + IL-6 + Interferon-gama 3. Remodelamento cardíaco • Alterações macroscópicas: dilatação e perda da conformação cardíaca • Alterações microscópicas: morte dos cardiomiócitos por necrose e apoptose, com depósito de colágeno e fibrobastos Fisiopatologia da IC com FE preservada (diástole) • Alterações do relaxamento e complacência • ↓ da reserva de DC • Incompetência do ↑ da FC • Anormalidades extraventriculares • Remodelação só ocorre em fases tardias Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Página 4 QUADRO CLÍNICO Depende das cavidades comprometidas [ Dispneia progressiva (disfunção de VE) [ Ortopneia + DPN + tosse [ EAP [ Estertores crepitantes [ Alcalose respiratória [ Derrame pleural [ Edema de MMII [ Estase jugular [ Hepatomegalia Reflexo hepatojugular [ Ascite [ Pele fria + pulsos finos (baixo débito) [ TEC prolongado (baixo débito [ Rebaixamento do nível de consciência [ Oligúria [ Astenia, fraqueza e acúmulo de ác. Lático [ Cardiomegalia com ictus desviado [ B3 ou B4 [ Sopro sibilos [ Emagrecimento e caquexia cardíaca Sinais e sintomas de insuficiência cardíaca Sintomas típicos Sinais mais específicos Dispneia Pressão venosa jugular ↑ Ortopneia Refluxo hepatojugular Dispneia paroxística noturna Terceira bulha cardíaca Fadiga/cansaço Impulso apical desviado para esquerda Intolerância ao exercício Sintomas menos típicos Sinais menos específicos Tosse noturna Crepitações pulmonares Ganho de peso Taquicardia Dor abdominal Hepatomegalia e ascite Perda de apetite e perda de peso Extremidades frias Noctúria e oligúria Edema periférico DIAGNÓSTICO Anamnese + exame físico Critérios de Framingham Critérios Maiores Critérios Menores DPN Edema de membros Distensão das veias do pescoço Tosse noturna Estertores Dispneia de esforço Cardiomegalia Hepatomegalia Edema Pulmonar Agudo Derrame pleural Galope B3 Capacidade vital reduzida a 1/3 do normal Pressão venosa aumentada (> 16 cm H2O) Taquicardia (> 120 bpm) Refluxo hepatojugular Perda > 4,5 Kg em resposta ao TTO Para diagnóstico são necessários ao menos 1 critério maior e 2 menores Sinais e sintomas sistêmicos [ Teoria retrógrada: Na IC, o ventrículo deficiente durante a s stole na o e capaz de promover o esvaziamento adequado aumenta o volume sisto lico na cavidade ssa pressa o elevada e transmitida para o a trio correspondente e destes para as veias. [ IC esquerda: Pressão venosa pulmonar será elevado: congestão pulmonar, dispneia, ortopneia e dispneia paroxística norturna. [ IC direita: pressão venosa sistêmica estará aumentada: ocorre Turgência jugular, edema de MMII, Ascite e hepatomegalia [ Dispneia: de grande valia a caracterizaça o sendo classificada em dispneia de esforço ortopne ia e dispneia paroxística noturna. [ Dispneia de esforço: Atividades físicas que previamente não causavam sintomas, com diminuição da reserva cardíaca. [ Ortopneia: Surge na posição deitada, sendo aliviada quando o paciente eleva o tronco. Menor capacidade de adaptação funcional a sobrecarga de volume intratorácico. [ Dispneia paroxística noturna: Episódios de dispneia que acorda o paciente durante a noite. (maior gravidade). [ Aumento do retorno venoso com o de bito card aco com o sono ocorre a diminuiça o da estimulaça o adrene rgica do ventrículo esquerdo, com consequente atenuação do efeito inotrópico, e depressão o centro respiratório. Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Página 5 EXAMES COMPLEMENTARES BÁSICOS [ Raio-x de tórax = ↑ da área cardíaca + ventrículos ↑ + congestão pulmonar + derrame pleural [ ECG = alterações inespecíficas que dependem da doença subjacente (sinais de sobrecarga + alterações secundárias da repolarização + bloqueio de ramo + arritmias) [ Eco = mais útil diagnóstico + etiologia + perfil hemodinâmico + prognóstico (FE < 50% + diâmetros sistólico e diastólico final + volumes ventriculares + espessura da parede + valvas + trombos e disfunção segmentar) com doppler se avalia comprometimento diastólico e função valvar [ BNP (peptídeo natriurético cerebral) = ↑ na ICC mas não na pneumopatia serve para diferenciar (>100pg/ml, se FA > 200); se > 400 = ICC sintomática [ Avaliação laboratorial = avaliar a presença e a gravidade de lesão de outros órgãos-alvo e detectar comorbidades (função renal e eletrólitos). [ Ressonância magnética cardíaca = avaliação altamente acurada das estruturas [ Cintilografia miocárdica = avaliação funcional não invasiva da perfusão miocárdica c/ DAC [ Teste de esforço cardiopulmonar = avaliação objetiva e quantitativa da capacidade funcional, pela medida do consumo de volume de CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL NYHA Classe I Pacientes com doença cardíaca, porém sem limitações de atividades Atividade física diária não provoca dispneia, fadiga acentuada, palpitações nem angina no peito Classe II Pacientes com doença cardíaca, que são assintomáticos quando em repouso, mas às atividades físicas comuns apresentam dispneia, fadiga, palpitações ou angina no peito Classe III Pacientes com a doença cardíaca, que apresentam acentuada limitação nas atividades físicas Eles se sentem bem em repouso, porém pequenos esforços provocamdispneia, fadiga acentuada, palpitações, sem angina de peito Classe IV Pacientes com IC e que tem incapacidade para executar qualquer atividade física Os sintomas de dispneia, fadiga acentuada, palpitações e angina do peito existem mesmo que em repouso, e se acentuam com qualquer atividade física Classe Definição Descrição geral I Ausência de sintomas Assintomático II Atividades físicas habituais causam sintomas Limitação leve Sintomas leves III Atividades físicas menos intensas que as habituais causam sintomas Limitação importante, porém confortável no repouso Sintomas moderados IV Incapacidade para realizar qualquer atividade sem apresentar desconforto Sintomas no repouso Sintomas graves ESTÁGIOS DA IC Estágios da IC Descrição Fatores etiológicos A (Pacientes de alto risco) Paciente com alto risco de desenvolver IC pela presença de condições clínicas associadas ao desenvolvimento dessa enfermidade Tais pacientes não apresentam nenhuma alteração funcional ou estrutural do pericárdio HAS, DM, coronariopatia, histórico Cardiotoxicidade, TTO por droga ou abuso de álcool, histórico pessoal de febre reumática, histórico familiar de cardiomiopatia B (Disfunção ventricular assintomática) Pacientes que já desenvolveram cardiopatia estrutural sabidamente associada à IC, mas que nunca exibiram sinais ou sintomas de IC Hipertrofia ventricular esquerda ou fibrose, dilatação ventricular esquerda ou hipocontratilidade, valvulopatia ou IAM C (IC sintomática) Pacientes com sintomas prévios ou presentes de IC associados com cardiopatia estrutural subjacente Dispneia ou fadiga por disfunção ventricular esquerda sistólica, pacientes assintomáticos sob TTO para prevenção de IC D (IC refratária) Pacientes com cardiopatia estrutural e sintomas acentuados de IC em repouso, apesar da terapia clínica máxima e que requerem intervenções especializadas Pacientes hospitalizados por IC ou que não podem receber alta, pacientes hospitalizados esperando transplante, pacientes em casa sob TTO de suporte IV Estágios da IC, segundo American College of Cardiology/American Heart Association Estágio Descrição Abordagens possíveis A Risco de desenvolver IC Sem doença estrutural ou sintomas de IC Controle de FR para IC: tabagismo + dislipidemia + hipertensão + etilismo + diabetes + obesidade Monitorar Cardiotoxicidade B Doença estrutural cardíaca presente Sem sintomas de IC Considerar IECA + betabloqueador + antagonistas mineralocorticoides C Doença estrutural cardíaca presente Sintoma prévio ou atuais de IC TTO clínico otimizado Medidas adicionais Considerar TRC + CDI + TTO cirúrgico Considerar manejo por equipe multidisciplinar D IC refratária ao TTO clínico Requer intervenção especializada Todas as medidas acima Considerar transplante cardíaco + dispositivos de assistência ventricular IC DE ACORDO COM A FRAÇÃO DE EJEÇÃO Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Página 6 Definição de IC de acordo com a fração de ejeção de ventrículo esquerdo Tipo ICFEr ICFEi ICFEp Função ventricular FEVE < 40% FEVE 40- 49% FEVE ≥ 50% Biomarcadores BNP e NT- proBNP ↑* BNP e NT- proBNP ↑* BNP e NT-proBNP ↑* Ecodopplercardiograma Alteração estrutural e disfunção sistólica Alteração estrutural e/ou disfunção diastólica Alteração estrutural e/ou disfunção diastólica FATORES DE MAU PROGNÓSTICO [ Múltiplas internações hospitalares [ Falta de aderência ao tratamento [ Maior intensidade dos sintomas (classe III/IV – NYHA) [ Caquexia, anorexia e síncope [ Hiponatremia (Na < 130 mEq/l) [ Taquicardia, presença de B3 [ Cardiomegalia acentuada (índice cardiotóxico > 0,55) [ Níveis elevados de BNP TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO 1. Programas multidisciplinares de cuidados 2. Exercícios ↪ Pacientes devem manter-se ativos apenas com ICC aguda devem repousar ↪ O exercício até o ponto de dispnéia leve é benéfico, mas esportes prolongados, exaustivos ou de competição devem ser evitados 3. Tabagismo ↪ Pacientes devem ser encorajados a parar de fumar 4. Restrição de sódio + restrição hídrica 5. Dieta e perda de peso na insuficiência cardíaca 6. Uso de bebidas alcoólicas ↪ Pacientes devem suspender o uso de álcool de forma rotineira. Estando permitido ingestão de pequenas quantidades de forma ocasional 7. Vacinação 8. Reabilitação cardiovascular TRATAMENTO FARMACOLÓGICO ICFER SISTÓLICA FÁRMACOS EM NYHA I (> 6 METS) [ IECA/BRA-II + Beta-bloqueador. [ Igual estágio B. [ Contraindicações ao IECA ou BRA ↪ Cr > 3; K+ > 5,5; ↪ stenose bilateral da arte ria renal e im u nico (alternativa: Hidralazina + nitrato) ICFER SISTÓLICA FÁRMACOS EM NYHA II ( 4-6 METS) [ Mesmo de I e acrescentar: ↪ Furosemida (se hipervolemia) ↪ Espironolactona ( Não usar se Cr > 2 / K+ > 5) ↪ Digital (sintomas persistentes). ICFER SISTÓLICA FÁRMACOS EM NYHA III (< 4 METS) [ Adicionar Hidralazina + Nitrato (+ beneficio em negros) ICFER SISTÓLICA, CONDUTA INICIAL EM NYHA IV (LIMITAÇÃO EM REPOUSO) [ Tentar otimizar as medicações em uso ICFER SISTÓLICA CONDUTA DEFINITIVA EM NYHA IV (LIMITAÇÃO EM REPOUSO) [ Suporte circulatório e/ou transplante (IC com sintomas refratários aas medicações otimizadas) ICFEP DIASTÓLICA [ O manejo se dá por: 1. Congestão: Diuréticos em baixa doses. 2. Controlar PA/FC: iECA/BRA ou bloqueadores de canais de cálcio 3. NÃO utilizar: Digitálicos (sem benefícios e aumenta intoxicação > contraindicação formal). ICFER SISTÓLICA [ Conduta se FC > 70 BPM mesmo com uso de BB Acrescentar ivabradina (inibidor de corrente iônica). ICFER SISTÓLICA [ Conduta se QRS > 120 ms – 150ms ou FE < 35% Ressincronização ventricular (marca-passo) Fe < 30% = CRT-D – ressincronização com desfibrilação ICFER SISTÓLICA [ Conduta em refratários com IECA/BRA em altas doses = Substituir IECA/BRA por Valsartan + Sacubitril. INDICAÇÕES DO CARDIODESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL [ Classe I com FE < 30% e Classe II-III com FE < 35% Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Página 7 MEDICAMENTOS UTILIZADOS INIBIDORES DA ECA [ Melhoram a função ventricular + ↓ o tamanho do ventrículo [ Devem ser usados em todas as classes funcionais [ Associação de BRA II com IECA não é melhor que cada um deles isoladamente [ Grau I nível A [ Contraindicações ↪ K > 5,5 ↪ Estenose de arterial renal bilateral ↪ História de angioedema documentado com uso prévio de IECA ↪ Hipotensão sintomática BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA II (BRA-II) [ Mecanismo de ação = atuam de maneira seletiva no subtipo AT-1 da angiotensina II, liberando a ação da AT-2 promove a ↓ dos níveis de aldosterona e catecolaminas + vasodilatação arterial = consequentemente ↓ da resistência vascular periférica [ Recomendações para o uso: ↪ Classe I, nível A = disfunção sistólica em pacientes intolerantes ao IECA ↪ Classe IIa, nível B = adicionar BRA em pacientes que persistam sintomáticos mesmo com terapia otimizada (IECA + BB) ↪ Classe III, nível A = adicionar BRA de forma rotineira em pacientes em uso da terapia otimizada ENTRESTO (VALSARTANA + SACUBITRIL) [ Antagonista da Neprilisina + Valsartana [ Melhoram a função ventricular + ↓ o tamanho do ventrículo [ ↓ mortalidade comparados ao I CA (20%) [ Grau II, nível A – Pacientes difícil compensação [ Contraindicações: ↪ K > 5,5 ↪ Estenose de arterial renal bilateral ↪ História de angioedema documentado com uso prévio de IECA ↪ Hipotensão sintomática [ Efeitos adversos ↪ Tosse ↪ Hipotensão ↪ Angioedema ↪ Insuficiência renal [ Monitorizar os níveis de potássio e creatinina BETABLOQUEADORES [ ↓ os sintomas + ↓ internações [ Melhoram a função + ↓ o tamanho do ventrículo [ Podem ser usados a partir da classe funcional I até IV [ Grau I, nível A [Podem ser iniciados em associação com IECA ou BRA ou como monoterapia [ Iniciar em baixas doses + ajuste gradual com intervalo de 7-14 dias, avaliando resposta do paciente de acordo com exame clínico + ECG [ O que avaliar no paciente em uso de BB? ↪ Hipotensão sintomática ↪ PAS < 85 mmHg ↪ Alargamento do espaço PR > 0,28seg ↪ Bradicardia sinusal FC < 60 bpm ↪ Bloqueio sinoatrial, ou atrioventricular [ Efeito droga-dependente ↪ Ação apenas com = bisoprolol + metoprolol + carvedilol + nebivolol ANTAGONISTA DA ALDOSTERONA [ Mecanismo de ação ↪ Inibição do efeito da aldosterona no miocárdio = ↓ a degeneração das fibras + apoptose + fibrose intersticial previne o remodelamento cardíaco ↪ Prevenção da hipocalcemia pelos diuréticos de alça ou Tiazídicos = ↓ a chance de arritmias ventriculares + morte súbita [ Indicação = IC avançada (classe III ou IV) [ Contraindicação formal = potássio > 5,5 mEq/L [ Iniciar TTO com 12,5-25mg/dia [ Monitorar níveis sérico de potássio semanalmente no primeiro mês de TTO HIDRALAZINA + NITRATO [ Hidralazina = vasodilatador arteriolar direto ↓ a pós-carga + melhora a performance ventricular [ Dinitrato de isossorbida = importante efeito venodilatador = ↓ a pré-carga [ Indicações ↪ Pacientes negros com IC, já em uso de IECA e BB, nas classes II-IV ↪ Alternativa aos pacientes brancos com intolerância aos IECA ou BRAII ↪ Todo o paciente que permaneça sintomático apesar da terapia padrão IVABRADINA (PROCORALAN) [ Medicação nova [ Inibição sobre os impulsos do nó sinusal = ↓ FC [ Indicações = precisas ↪ Ritmo obrigatoriamente sinusal ↪ FC não controlada com doses otimizadas de BB TRATAMENTO FARMACOLÓGICO – REDUÇÃO DE SINTOMAS Digital [ Melhora de sintomas e classe funcional [ ↓ internações [ Não alteram a mortalidade [ Sua retirada piora os sintomas [ Usar quando FE < 40% ou sintomas persistentes com medicação otimizada [ Mecanismo de ação: ↪ Inibição da Na/K ATPase ↪ Acúmulo de Na+ intracelular ↪ fluxo ↑ do Na+, na troca Na/Ca Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Página 8 ↪ ↑ em última análise do Ca ↪ Melhor performance cardíaca [ Indicações ↪ IC CF: III-IV (puramente sintomático) ↪ IC com FAARV ↪ Dose = 0,125-0,25mg VO/dia [ Contraindicações ↪ Bloqueio AV de segundo grau Mobitz 2 e 3º grau ↪ Doença do nó sinusal sem proteção de marcapasso ↪ Síndromes de pré-excitação [ Uso com precaução em: idosos + portadores de disfunção renal + pacientes com baixo peso [ Atenção para as interações medicamentosas: amiodarona + quinidina + verapamil + diltiazem + quinolonas Diuréticos – Tiazídicos e de alça [ ↓ sintomas e internações [ Não alteram mortalidade [ Devem ser usados para controle de sinais e sintomas congestivos ↪ Principalmente nas classes funcionais mais avançadas (III e IV) [ Benefícios ↪ Melhora dos sintomas de congestão ↪ ↑ da capacidade ao exercício físico ↪ ↓ do risco de descompensação [ Efeitos adversos ↪ Distúrbios eletrolíticos ↪ Distúrbios metabólicos ** Monitorização dos eletrólitos = obrigatória nas primeiras 3 semanas do início da terapia diurética Diuréticos de alça [ ↑ a excreção de Na em 20-25% [ Mantém sua eficácia a não ser que a função renal esteja gravemente comprometida pois ↑ fluxo sanguíneo renal sem ↑ a TF (ex : furosemida) Tiazídicos [ Agem no túbulo distal ao bloquear o co-transporte de Na-Cl [ ↑ excreção de Na em 5-10% [ São ineficazes em pacientes com clearance de creatinina < 30 ml/min (ex.: Hidroclorotiazida e clortalidona) Nitratos [ Grande benefício nos pacientes com coronariopatia [ Melhoram os sintomas de dispnéia e anginosos [ Associados a hidralazina tem efeitos semelhantes aos IECA FATORES PRECEPTANTES DA DESCOMPENSAÇÃO AGUDA [ Má aderência à terapia medicamentosa [ ↑ da demanda metabólica (anemia + infecções + estresse + gestação, etc) [ Ingestão hídrica ou salina excessiva [ Emboliar pulmonar [ HAS, arritmias [ Drogas (AINEs, BCC, etc) DEFINIÇÃO DO PERFIL CLÍNICO E HEMODINÂMICO Terapia baseada no perfil clínico Perfil A [ Maioria dos pacientes não tem necessidade de internação [ TTO específico para fator desencadeante [ Atenção à dieta [ Correção de distúrbios hidroeletrolíticos [ Digoxina = indicada em pacientes com IC com FA com resposta ventricular rápida (> 150 bpm) ↪ Dose = 0,25-0,5 mg EV em pacientes sem uso prévio ↪ Idosos ou IR = 0,0625- 0,125 mg Perfil B (HAS com EAP) [ Adm de diuréticos de alça EV (furosemida 20-80mg) ↪ Pode ser associada a diurético tiazídico (hidrocloriazida) e antagonista de aldosterona (espironolactona – 25mg 1x/dia) se resposta insatisfatóra [ Adm de vasodilatadores EV (nitroglicerina 10-20 mcg/min) [ Levosimedan e Inotrópicos geralmente não são necessários [ Observação curta no OS ou internação em casos mais graves Perfil C (choque cardiogênico) [ Retirar IECA e BB em casos de hipotensão sintomática [ Adm de inotrópicos EV (dobutamina 5-20 mcg/Kg/min) [ Adm de diuréticos EV (furosemida 20-80mg) [ Drogas inotrópicas ↪ Digitálicos ↪ Dobutamina ↪ Levosimendan ↪ Milrinone Baixa perfusão periférica Enchimento capilar > 3 seg Hipotensão Alteração do nível de consciência ↓ da diurese Congestão Edema de MMII Estertores pulmonares Ascite Estase jugular Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Página 9 Perfil D/L [ A maioria encontra-se hipovolêmica (abuso de diurético) [ Fornecer volume + ↓ dose excessiva de diuréticos [ Casos em que não haja melhora, com sinais de baixo débito = inotrópicos conforme necessidade TRATAMENTO ALTERNATIVO [ Marcapasso com estimulação multifocal – ressincronização cardíaca [ Tratamento cirúrgico ↪ Cardioioplastia ↪ Ventriculectomia – reconstrução geométrica do VE ↪ Correção da insuficiência mitral ↪ Transplante cardíaco [ Dispositivo de auxílio à circulação – bomba artificial TRATAMENTO: METAS A SEREM BUSCADAS [ Ecocardiograma para avaliar a função ventricular (FE) [ Definir a etiologia da disfunção ventricular [ Esclarecer o paciente + família sobre a gravidade da doença [ Avaliação mais objetiva da classe funcional [ Implementar medidas não farmacológicas [ Avaliar risco + potencial para efeitos adversos de drogas [ Buscar a otimização plena das drogas (doses máximas) [ Identificar + tratar comorbidades [ Estratificar o risco de morte (MS ou Progressão da IC) [ Ver se há indicação para implante de CDI ou TRV [ Avaliação dos resultados da otimização terapêutica [ Assegurar a aderência ao TTO no longo prazo
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