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O que é otite? É um processo inflamatório que acontece no conduto auditivo dos animais. Pode ser classificada como externa, média e interna. ➢ Externa: inflamação do epitélio que reveste o canal auditivo. ➢ Média: inflamação do ouvido médio, que por sua vez, pode ser consequência de uma otite externa após a ruptura da membrana do tímpano ➢ Interna: em casos mais graves, pode causar desequilíbrio e desorientação. Orelha do cão A orelha dos cães é anatomicamente dividida em três partes: orelha externa, orelha média e orelha interna. o A orelha externa é composta por duas porções, o pavilhão auricular, pina ou aurícula e, consequentemente, o meato acústico externo, ou canal auditivo externo. o A orelha média está presente no osso temporal e nela estão inseridos a cavidade do tímpano, os ossículos auditivos e a tuba auditiva. o A orelha interna compreende a cóclea, o vestíbulo e os canais semicirculares. Pavilhão auricular ➢ Porção mais visível da orelha. ➢ Possui a função de localizar e receber as ondas de som e direcioná-las para o conduto auditivo. ➢ Apresenta formato de funil, no polo distal é aberto para receber o som e, no proximal, ondula-se, formando um tubo que se curva no sentido medial para conectar-se com o meato acústico externo. A pele que recobre a orelha externa está fortemente aderida à cartilagem auricular pela tela subcutânea, na qual se localizam as veias e artérias auriculares, as quais percorrem a fase auricular externa. Meato acústico externo ➢ O meato acústico externo do cão é longo (5 a 10cm) e estreito (4 a 5 mm). ➢ É composto por uma porção vertical e outra horizontal em forma de “L”, formando assim um tubo cartilaginoso cônico, que possui a função de transmitir os sons captados pela orelha para o tímpano, além de servir de câmara de ressonância para ampliar algumas frequências de sons. ➢ A porção medial óssea que ocupa parte do meato acústico externo, é recoberta por pele fina e delicada desprovida de tecido subcutâneo, onde a derme encontra-se em íntimo contato com o periósteo. Por essa razão, a mínima inflamação ou toque nessa região provoca demasiada dor. ➢ A pele do meato acústico externo é revestida por epitélio escamoso, possui folículos pilosos e glândulas sebáceas e ceruminosas. ➢ O cerúmen é resultado da combinação da secreção dessas glândulas. ➢ O cerúmen reveste o meato acústico externo, protegendo o canal e mantendo a membrana timpânica úmida e maleável. Otite canina A otite canina figura dentre as infecções mais frequentes em cães, acometendo 15 a 20% dos animais, em qualquer faixa etária. A doença possui etimologia multifatorial envolvendo causas primárias, predisponentes ou perpetuantes. ✓ As causas primárias são representadas por dermatopatias do revestimento epitelial do conduto auditivo, a exemplo da atopia, parasitas e disqueratoses. ✓ Os fatores predisponentes correspondem a alterações anatômicas e fisiológicas do canal auditivo, como excesso de dobras cutâneas, orelhas pendulares, excesso de pelos e neoplasias. ✓ Os fatores perpetuantes incluem principalmente manipulação incorreta do conduto auditivo pelos proprietários dos cães, e a multiplicação desordenada de bactérias e leveduras no conduto e em estruturas anexas do ouvido. Principais sinais clínicos Os principais sinais clínicos observados na otite canina são: prurido, eritema, otalgia, meneio cefálico, escoriações auriculares secundárias ao ato de coçar, desconforto na manipulação do conduto e secreção abundante com odor fétido. Ocasionalmente, a afecção do conduto auditivo se manifesta também por sinais de vocalização, agitação e até certa hiper excitabilidade. Diagnóstico O diagnóstico de rotina da otite em cães é firmado com base no exame clínico do animal e do conduto auditivo, aliado aos achados epidemiológicos, exames subsidiários citológicos, microbiológicos e de diagnóstico por imagem. Tratamento O tratamento de rotina da otite externa canina consiste na limpeza do canal auditivo aliado a terapia antimicrobiana tópica. Nos casos crônicos, ou na otite média e interna, se recomenda associar a terapia à parenteral, além da abordagem cirúrgica. No entanto, o uso de antimicrobianos sem respaldo de testes “in vitro” de sensibilidade microbiana pode reduzir a efetividade do tratamento, ou mesmo aumentar a pressão seletiva para linhagens multirresistentes aos antimicrobianos convencionais. Conclusão ✓ A otite é uma das afecções mais comuns na clínica médica de pequenos animais. ✓ A etiologia é complexa, predominante bacteriana. ✓ O diagnóstico é fundamentado no exame clínico do animal, do conduto auditivo, aliado aos achados epidemiológicos, exames subsidiários como citologia, cultivo microbiano e antibiograma. ✓ O diagnóstico da etiologia primária e o tratamento com respaldo em testes de sensibilidade microbiana “in vitro” são fundamentais para elevar as taxas de cura. ✓ A educação do proprietário e noção sobre posse responsável dos animais, aliado a outras medidas como a limpeza, a retirada do excesso de pelos e da umidade do conduto auditivo são imprescindíveis na profilaxia/controle da otite em cães.
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