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Otite canina - Isabela Alves

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O que é otite? 
É um processo inflamatório que acontece no 
conduto auditivo dos animais. 
Pode ser classificada como externa, média e 
interna. 
➢ Externa: inflamação do epitélio que reveste 
o canal auditivo. 
➢ Média: inflamação do ouvido médio, que por 
sua vez, pode ser consequência de uma 
otite externa após a ruptura da membrana 
do tímpano 
➢ Interna: em casos mais graves, pode causar 
desequilíbrio e desorientação. 
 Orelha do cão 
A orelha dos cães é anatomicamente dividida em 
três partes: orelha externa, orelha média e orelha 
interna. 
o A orelha externa é composta por duas 
porções, o pavilhão auricular, pina ou 
aurícula e, consequentemente, o meato 
acústico externo, ou canal auditivo externo. 
o A orelha média está presente no osso 
temporal e nela estão inseridos a cavidade 
do tímpano, os ossículos auditivos e a tuba 
auditiva. 
o A orelha interna compreende a cóclea, o 
vestíbulo e os canais semicirculares. 
 
 Pavilhão auricular 
➢ Porção mais visível da orelha. 
➢ Possui a função de localizar e receber as 
ondas de som e direcioná-las para o 
conduto auditivo. 
➢ Apresenta formato de funil, no polo distal é 
aberto para receber o som e, no proximal, 
ondula-se, formando um tubo que se curva 
no sentido medial para conectar-se com o 
meato acústico externo. 
A pele que recobre a orelha externa está 
fortemente aderida à cartilagem auricular pela tela 
subcutânea, na qual se localizam as veias e artérias 
auriculares, as quais percorrem a fase auricular 
externa. 
 Meato acústico externo 
➢ O meato acústico externo do cão é longo (5 
a 10cm) e estreito (4 a 5 mm). 
➢ É composto por uma porção vertical e outra 
horizontal em forma de “L”, formando assim 
um tubo cartilaginoso cônico, que possui a 
função de transmitir os sons captados pela 
orelha para o tímpano, além de servir de 
câmara de ressonância para ampliar 
algumas frequências de sons. 
➢ A porção medial óssea que ocupa parte do 
meato acústico externo, é recoberta por 
pele fina e delicada desprovida de tecido 
subcutâneo, onde a derme encontra-se em 
íntimo contato com o periósteo. Por essa 
razão, a mínima inflamação ou toque nessa 
região provoca demasiada dor. 
➢ A pele do meato acústico externo é 
revestida por epitélio escamoso, possui 
folículos pilosos e glândulas sebáceas e 
ceruminosas. 
➢ O cerúmen é resultado da combinação da 
secreção dessas glândulas. 
 
 
➢ O cerúmen reveste o meato acústico 
externo, protegendo o canal e mantendo a 
membrana timpânica úmida e maleável. 
 Otite canina 
A otite canina figura dentre as infecções mais 
frequentes em cães, acometendo 15 a 20% dos 
animais, em qualquer faixa etária. 
A doença possui etimologia multifatorial 
envolvendo causas primárias, predisponentes ou 
perpetuantes. 
✓ As causas primárias são representadas por 
dermatopatias do revestimento epitelial do 
conduto auditivo, a exemplo da atopia, 
parasitas e disqueratoses. 
✓ Os fatores predisponentes correspondem a 
alterações anatômicas e fisiológicas do 
canal auditivo, como excesso de dobras 
cutâneas, orelhas pendulares, excesso de 
pelos e neoplasias. 
✓ Os fatores perpetuantes incluem 
principalmente manipulação incorreta do 
conduto auditivo pelos proprietários dos 
cães, e a multiplicação desordenada de 
bactérias e leveduras no conduto e em 
estruturas anexas do ouvido. 
 Principais sinais clínicos 
Os principais sinais clínicos observados na otite 
canina são: prurido, eritema, otalgia, meneio 
cefálico, escoriações auriculares secundárias ao 
ato de coçar, desconforto na manipulação do 
conduto e secreção abundante com odor fétido. 
Ocasionalmente, a afecção do conduto auditivo se 
manifesta também por sinais de vocalização, 
agitação e até certa hiper excitabilidade. 
 Diagnóstico 
O diagnóstico de rotina da otite em cães é firmado 
com base no exame clínico do animal e do conduto 
auditivo, aliado aos achados epidemiológicos, 
exames subsidiários citológicos, microbiológicos e 
de diagnóstico por imagem. 
 
 Tratamento 
O tratamento de rotina da otite externa canina 
consiste na limpeza do canal auditivo aliado a 
terapia antimicrobiana tópica. 
Nos casos crônicos, ou na otite média e interna, se 
recomenda associar a terapia à parenteral, além da 
abordagem cirúrgica. 
No entanto, o uso de antimicrobianos sem respaldo 
de testes “in vitro” de sensibilidade microbiana pode 
reduzir a efetividade do tratamento, ou mesmo 
aumentar a pressão seletiva para linhagens 
multirresistentes aos antimicrobianos 
convencionais. 
 Conclusão 
✓ A otite é uma das afecções mais comuns na 
clínica médica de pequenos animais. 
✓ A etiologia é complexa, predominante 
bacteriana. 
✓ O diagnóstico é fundamentado no exame 
clínico do animal, do conduto auditivo, 
aliado aos achados epidemiológicos, 
exames subsidiários como citologia, cultivo 
microbiano e antibiograma. 
✓ O diagnóstico da etiologia primária e o 
tratamento com respaldo em testes de 
sensibilidade microbiana “in vitro” são 
fundamentais para elevar as taxas de cura. 
✓ A educação do proprietário e noção sobre 
posse responsável dos animais, aliado a 
outras medidas como a limpeza, a retirada 
do excesso de pelos e da umidade do 
conduto auditivo são imprescindíveis na 
profilaxia/controle da otite em cães.

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