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CABO FRIO PREFEITURA MUNICIPAL DE CABO FRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Agente Administrativo EDITAL Nº 03/2020 SL-040OT-20 CÓD: 7891122036441 DICA Como passar em um concurso público? Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação. Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação. Então mãos à obra! • Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho. • Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área. • Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito, determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total. • Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo. • Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação. • Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame. • Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse. Se prepare para o concurso público O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do certame. O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo. Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora. Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras disciplinas. Vida Social Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você, através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho. Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória. DICA Motivação A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos. Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência. Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação: • Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos; • Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos; • Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados; • Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir focado, tornando o processo mais prazeroso; • Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer. • Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes com seu sucesso. Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial. A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br Vamos juntos! ÍNDICE Língua Portuguesa 1. Organização Textual: Interpretação Dos Sentidos Construídos Nos Textos Verbais E Não Verbais; Características De Textos Descritivos, Narrativos E Dissertativos; Elementos De Coesão E Coerência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01 2. Aspectos Semânticos E Estilísticos: Sentido E Emprego Dos Vocábulos; Tempos E Modos Do Verbo; Uso Dos Pronomes; Metáfora, Antítese, Ironia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 3. Aspectos Morfológicos: Reconhecimento, Emprego E Sentido Das Classes Gramaticais Em Textos; Elementos De Composição Das Pa- lavras; Mecanismos De Flexão Dos Nomes E Dos Verbos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 4. Processos De Constituição Dos Enunciados: Coordenação, Subordinação; Concordância Verbal E Nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 5. 5. Sistema Gráfico: Ortografia; Regras De Acentuação; Uso Dos Sinais De Pontuação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Informática 1. Ms Windows 7/8/8.1/10 Br:Conceitos, Características, Ícones, Atalhos De Teclado, Uso Dos Recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01 2. Msoffice 2016/2019 Br (Word, Excel, Powerpoint) X Libreoffice Versão 6.3 Ou Superior (Writer, Calc, Impress) - Conceitos, Características, Ícones, Atalhos De Teclado, Uso Do Software E Emprego Dos Recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 3. Redes De Computadores, Internet E Web. Conceitos, Características, Meios De Transmissão, Topologias, Padrões, Cabos Utp X Stp, Conectores, Sites De Pesquisa, Browsers, Correio Eletrônico, Webmail, Redes Sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 4. Segurança: Conceitos, Características, Proteção De Equipamentos, De Sistemas, Em Redes E Na Internet. Firewall. Vírus. Backup . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 História do Município de Cabo Frio 1. Origem da região de Cabo Frio. Primeiras ocupações e inicio do povoamento. Evolução histórica e administrativa. Habitantes, confli- tos, edificações, atividades econômicas. O declínio no final do século XIX, e a retomada da economia no século XX, com o surgimento de novos segmentos de atividades. A emancipação de distritos e a afirmação do turismo na segunda metade dos anos 1900. . . . 01 2. Situação atual: Aspectos físicos e geográficos do Município: clima, relevo, população, localização (região e microrregião), área, lim- ites municipais, distritos, características urbanas, atividades econômicas predominantes. Patrimônio natural, cultural, histórico e ar- quitetônico. Atrações turísticas, culturais e de lazer, datas comemorativas e destaques do Município. Personalidades históricas e contemporâneas. Posição do Município na divisão regional turística do Estado e sua classificação no Mapa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02 3. Aspectos e indicadores sociais, econômicos e financeiros.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 4. Serviços municipais. Organização e estrutura administrativa organizacional básica da Prefeitura Municipal: Órgãos de administração direta e indireta. Posição no contexto regional e relacionamento com os municípios vizinhos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Conhecimentos Específicos Agente Administrativo 1. Conhecimentos Sobre Administração E Organização. 1.1. Funções De Planejamento, Organização, Direção E Controle: Conceitos, Características, E Forma De Desenvolvimento Nos Níveis Estratégico, Tático E Operacional. 1.2. Ambiente Nas Organizações: Mudança, Inovação E Cultura Organizacional; Motivação E Liderança. 1.3. Estruturas Organizacionais: Tipos, Natureza, Finalidades; Critérios De Departamentalização, Tipos De Atividades Segundo Os Órgãos Da Estrutura; Níveis Hierárquicos; Diferenciação Horizontal E Vertical 1.4. Planejamento: Tipos De Planos, Etapas, E Estruturação. 1.5. Controle: Características E Fases. Tipos De Controle: Técnicas Qualitativas E Quantitativas. Controle Preventivo, Simultâneo E Posterior. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01 2. Aspectos Gerais Da Administração Municipal De Cabo Frio, Segundo A Legislação De Organização Administrativa Em Vigor: Princípios, Tipos De Órgãos, Vinculações, Funções Principais. Cargos E Funções De Confiança. Entidades De Administração Indireta Do Município. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3. Atos Administrativos: Conceito, Elementos, Classificação E Espécies, Conteúdos E Utilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 4. Gestão De Documentos: 4.1. Funções Arquivísticas (Identificação, Classificação E Avaliação); Tipos De Arquivos E Ciclo Vital Dos Documentos. Instrumentos Técnicos De Gestão: Plano De Classificação De Documentos E Tabela De Temporalidade: Conceito E Objetivos; Instrumentos E Procedimentos De Eliminação, Transferência E Recolhimento De Documentos E Respectivos Procedimentos. 4.2. Controle De Acesso E Grau De Sigilo De Documentos, Conforme Sua Classificação; Prazos De Restrição De Acesso E Sua Vigência; Competências E Critérios Para A Determinação Do Grau De Sigilo. 4.3. Processos E Procedimentos Processuais E Legais De Atos Administrativos. Conhecimentos Básicos Sobre Protocolo E Suas Funções; Formação E Andamento De Processos; Autuação, Instrução, Tramitação; Abertura E Encerramento De Volumes, Anexação, Juntada Por Anexação E Apensação, Desapensação, Desentranhamento, Desmembramento, Acautelamento, Encerramento, Reabertura, Extinção E Reativação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 ÍNDICE 5. 5. Gestão Patrimonial De Bens Móveis: Formas De Incorporação E Alienação E Seus Fatos Geradores; Movimentação; Modalidades De Controle Físico; Avaliação E Reavaliação; Depreciação; Inventários E Auditoria; Conceitos Sobre Recebimento, Identificação, Carga E Tombamento, Termo De Responsabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 6. 6. Conhecimentos Sobre Licitações: Princípios, Modalidades E Suas Peculiaridades. Comissão De Licitação: Finalidades, Composição, Funções E Responsabilidades. Fases Do Processo Licitatório. Contratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 7. 7. Conhecimentos Sobre Orçamento Público: Princípios, Ciclo Orçamentário, Etapas, Processo Orçamentário. Leis Do Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias, Orçamento Anual. Conceitos Sobre Programas, Ações, Atividades, Projetos, Operações Especiais. Receita E Despesa Classificação E Tipos. Recursos Orçamentários E Extra Orçamentários. Execução Orçamentária. Crédito Suplementar, Especial, Extraordinário, Reserva De Contingência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 LÍNGUA PORTUGUESA 1. 1. Organização Textual: Interpretação Dos Sentidos Construídos Nos Textos Verbais E Não Verbais; Características De Textos Descriti- vos, Narrativos E Dissertativos; Elementos De Coesão E Coerência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01 2. 2. Aspectos Semânticos E Estilísticos: Sentido E Emprego Dos Vocábulos; Tempos E Modos Do Verbo; Uso Dos Pronomes; Metáfora, Antítese, Ironia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 3. 3. Aspectos Morfológicos: Reconhecimento, Emprego E Sentido Das Classes Gramaticais Em Textos; Elementos De Composição Das Palavras; Mecanismos De Flexão Dos Nomes E Dos Verbos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 4. 4. Processos De Constituição Dos Enunciados: Coordenação, Subordinação; Concordância Verbal E Nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 5. 5. Sistema Gráfico: Ortografia; Regras De Acentuação; Uso Dos Sinais De Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 LÍNGUA PORTUGUESA 1 1. ORGANIZAÇÃO TEXTUAL: INTERPRETAÇÃO DOS SENTIDOS CONSTRUÍDOS NOS TEXTOS VERBAIS E NÃO VERBAIS; CARACTERÍSTICAS DE TEXTOS DESCRI- TIVOS, NARRATIVOS E DISSERTATIVOS; ELEMENTOS DE COESÃO E COERÊNCIA. Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é importantesaber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido completo. A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua interpretação. A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- tório do leitor. Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. Dicas práticas 1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa- rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações. 2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe- cidas. 3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- te de referências e datas. 4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de opiniões. 5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques- tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor quando afirma que... Tipologia Textual A partir da estrutura linguística, da função social e da finali- dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas classificações. Tipos textuais A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali- dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão específico para se fazer a enunciação. Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi- cas: TEXTO NARRATIVO Apresenta um enredo, com ações e relações entre personagens, que ocorre em determinados espaço e tempo. É contado por um narrador, e se estrutura da seguinte maneira: apresentação > desenvolvimento > clímax > desfecho TEXTO DISSERTATIVO- ARGUMENTATIVO Tem o objetivo de defender determinado ponto de vista, persuadindo o leitor a partir do uso de argumentos sólidos. Sua estrutura comum é: introdução > desenvolvimento > conclusão. TEXTO EXPOSITIVO Procura expor ideias, sem a necessidade de defender algum ponto de vista. Para isso, usa- se comparações, informações, definições, conceitualizações etc. A estrutura segue a do texto dissertativo-argumentativo. TEXTO DESCRITIVO Expõe acontecimentos, lugares, pessoas, de modo que sua finalidade é descrever, ou seja, caracterizar algo ou alguém. Com isso, é um texto rico em adjetivos e em verbos de ligação. TEXTO INJUNTIVO Oferece instruções, com o objetivo de orientar o leitor. Sua maior característica são os verbos no modo imperativo. Gêneros textuais A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe- cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual, podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as- sim como a própria língua e a comunicação, no geral. Alguns exemplos de gêneros textuais: • Artigo • Bilhete • Bula • Carta • Conto • Crônica • E-mail • Lista • Manual • Notícia • Poema • Propaganda • Receita culinária • Resenha • Seminário Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária, por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- dade e à função social de cada texto analisado. LÍNGUA PORTUGUESA 2 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL Chamamos de Linguagem a habilidade de expressar nossas ideias, sentimentos e opiniões. Trata-se de um fenômeno comu- nicativo. Usamos vários tipos de linguagens para comunicação: si- nais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais. A linguagem pode ser: Verbal: usa as palavras para se comunicar. Não verbal: usa outros meios de comunicação, que não sejam as palavras. Por exemplo: linguagem de sinais, placas e sinais de trânsito, linguagem corporal, figura, expressão facial, etc. Linguagem verbal Linguagem não verbal bilhetes; cartas; decretos; diálogo e-mails; entrevistas; filmes; jornais literatura; livros; ofícos; poesias; prosas; reportagens; sites; telefonemas; ... apítos; bandeiras; cores; desenhos; expressões faciais; figuras; gestos; imagens; logotipos; luzes; pinturas; placas; posturas corporais; semáforos; sinais de trânsito; sinais sirenes; ... Existe também a Linguagem mista, que é o uso simultâneo dos dois tipos de linguagem para estabelecer a comunicação. Ela ocorre quando por exemplo dizemos que sim e ao mesmo tempo balançamos a cabeça. Está também presente em histórias em quad- rinhos, em charges, em vídeo, etc. A Língua é um instrumento de comunicação, que possui um caráter social: pertence a um conjunto de pessoas, que podem agir sobre ela. Cada pessoa pode optar por uma determinada forma de expressão. Porém, não se pode criar uma língua específica e querer que outros falantes entendam. Língua é diferente de escrita. A escrita é um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, acompanhada pelo tom de voz e algumas vezes por mímicas. A língua escrita é um sistema mais rígido, não conta com o jogo fisionômico, mímicas e o tom de voz. No Brasil, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua por diversos fatores. Dentre eles: Fatores Regionais, Fatores Culturais, Fatores Contextuais, Fatores Profissio- nais e Fatores Naturais. A Fala é o uso oral da língua. Trata-se de um ato individual, onde cada um escolhe a forma que melhor se expressa. Assim, há vários níveis da fala. Devido ao caráter individual da fala, pode-se observar dois níveis: - Coloquial-Popular: nível da fala mais espontâneo, onde não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou não com as regras formais. - Formal-Culto: normalmente utilizado pelas pessoas em situ- ações formais. É necessário um cuidado maior com o vocabulário e seguir as regras gramaticais da língua. Vejamos agora alguns exemplos de textos não verbais: Linguagem intencional: Toda vez que nos depararmos com um texto despretensioso ou seja sem nenhum objetivo podemos julgar que há algum tipo de pretensão. Para cada tipo de intenção existe uma forma distinta de linguagem. Por isso, uma declaração de amor é feita de jeito e uma entrevista de emprego de outra. Não é difícil distinguir os tipos de linguagens, pois falada ou escrita, só pode ser verbal. Sempre que a comunicação precisar de uma estrutura gramatical adequada para ser entendida, ela será uma linguagem verbal. COESÃO E COERÊNCIA A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpre- tação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os componentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa. Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência dizrespeito ao conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias. Coesão A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de co- nectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (anteci- pa um componente). Confira, então, as principais regras que garantem a coesão tex- tual: LÍNGUA PORTUGUESA 3 REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS REFERÊNCIA Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) – anafórica Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e advérbios) – catafórica Comparativa (uso de comparações por semelhanças) João e Maria são crianças. Eles são irmãos. Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização africana. Mais um ano igual aos outros... SUBSTITUIÇÃO Substituição de um termo por outro, para evitar repetição Maria está triste. A menina está cansada de ficar em casa. ELIPSE Omissão de um termo No quarto, apenas quatro ou cinco convidados. (omissão do verbo “haver”) CONJUNÇÃO Conexão entre duas orações, estabelecendo relação entre elas Eu queria ir ao cinema, mas estamos de quarentena. COESÃO LEXICAL Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos ou palavras que possuem sentido aproximado e pertencente a um mesmo grupo lexical. A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a cozinha têm janelas grandes. Coerência Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio. Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente: • Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto. • Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes. • Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação. • Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado. • Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão de ideias. Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor; e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis. 2. ASPECTOS SEMÂNTICOS E ESTILÍSTICOS: SENTIDO E EMPREGO DOS VOCÁBULOS; TEMPOS E MODOS DO VERBO; USO DOS PRONOMES; METÁFORA, ANTÍTESE, IRONIA. A fonética e a fonologia é parte da gramática descritiva, que estuda os aspectos fônicos, físicos e fisiológicos da língua. Fonética é o nome dado ao estudo dos aspectos acústicos e fisiológicos dos sons efetivos. Com isso, busca entender a produção, a articulação e a variedade de sons reais. Fonologia é o estudo dos sons de uma língua, denominados fonemas. A definição de fonema é: unidade acústica que não é dotada de significado, e ele é classificado em vogais, semivogais e consoantes. Sua representação escrita é feita entre barras (/ /). É importante saber diferencias letra e fonema, uma vez que são distintas realidades linguísticas. A letra é a representação gráfica dos sons de uma língua, enquanto o fonema são os sons que diferenciam os vocábulos (fala). Vale lembrar que nem sempre há correspondência direta e exclusiva entre a letra e seu fonema, de modo que um símbolo fonético pode ser repetido em mais de uma letra. É muito importante saber a diferença entre os fonemas e as letras. Fonema é um elemento acústico e a letra é um sinal gráfico que representa o fonema. Nem sempre o número de fonemas de uma palavra corresponde ao número de letras que usamos para escrevê-la. Exemplos: coçar = 5 letras /k/ /o/ /s/ /a/ /r/ = 5 fonemas máximo = 6 letras /m/ /á/ /s/ /i/ /m/ /o/ = 6 fonemas acesso = 6 letras /a/ /c/ /e/ /s/ /o/ = 5 fonemas chute = 5 letras /x/ /u/ /t/ /e/ = 4 fonemas Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes. Vogais: fonemas que vieram das vibrações das cordas vocais onde a produção a corrente de ar passa livremente na cavidade bucal. As vogais podem ser orais e nasais. LÍNGUA PORTUGUESA 4 Orais: a corrente de ar passa apenas pela cavidade bucal. São: a, é, ê, i, ó, ô, u. Exemplos: pé, ali, pó, dor. Nasais: a corrente de ar passa pela cavidade bucal e nasal. A nasalidade pode ser indicada pelo til (~) ou pelas letras n e m. Exem- plos: mãe, lindo, pomba. As vogais podem também ser tônicas ou átonas, dependendo da intensidade com que são pronunciadas. A vogal tônica é pronun- ciada com mais intensidade: café, jogo. A vogal átona é pronunciada com menor intensidade: café, jogo. Semivogais: temos as letras “e”, “i”, “o”, “u”, representadas pelos fonemas /e/, /y/, /o/, /w/, quando formam sílaba com uma vogal. Exemplo: “memória” a sílaba “ria” apresenta a vogal “a” e a semivogal “i”. Quadro de Vogais e Semivogais Consoantes: fonemas onde a corrente de ar, emitida para sua pro- dução, tem que forçar passagem na boca. Estes fonemas só podem ser produzidos com a ajuda de uma vogal. Exemplos: mato, cena. Encontros Vocálicos Ditongos: encontro de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba. Exemplos: cai (vogal + semivogal = ditongo decrescente – a vogal vem antes da semivogal); armário (semivogal + vogal = diton- go crescente – a vogal vem depois da semivogal). Tritongos: encontro de semivogal + vogal + semivogal na mes- ma sílaba. Exemplo: Paraguai. Hiatos: sequência de duas vogais na mesma palavra, mas que são de sílabas diferentes, pois nunca haverá mais que uma vogal na sílaba. Exemplos: co-e-lho, sa-í-da, pa-ís. Encontro Consonantal Acontece quando há um grupo de consoantes sem vogal inter- mediária. Exemplos: pedra, planície, psicanálise, ritmo. Dígrafos Dígrafos são duas letras representadas por um só fonema. São dígrafos: ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc ; incluem-se também am, an, em, en, im, in, om, on, um, un (que representam vogais nasais), gu e qu antes de ”e” e ‘i” e também ha, he, hi, ho, hu e, em palavras estran- geiras, th, ph, nn, dd, ck, oo etc. Os dígrafos podem ser: - Consonantais: Encontro de duas letras que representam um fonema consonantal. Os principais são: ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc, gu e qu. Exemplos: chave, chefe, olho, ilha, unha, dinheiro, arranhar, arrumação. - Vocálicos: Encontro de uma vogal seguida das letras m ou n, que resulta num fonema vocálico. Eles são: am, an; em, en; im, in; om, on e um, un. Vale lembrar que nessa situação, as letras m e n não são consoantes; elas servem para nasalizar as vogais. Exemplos: amplo, anta, temperatura, semente, empecilho, tinta. Atenção: nos dígrafos, as duas letras representam um só fone- ma; nos encontros consonantais, cada letra representa um fonema. COLOCAÇÃO PRONOMINAL. A colocação dos pronomes oblíquos átonos é um fator impor- tante na harmonia da frase. Ela respeita três tipos de posição que os pronomes átonos me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes podem ocupar na oração: Próclise - o pronome é colocado antes do verbo. Mesóclise - o pronome é colocado no meio do verbo. Ênclise - o pronome é colocado depois do verbo. Próclise - Orações negativas, que contenham palavras como: não, nin- guém, nunca. Não o vi ontem. Nunca o tratei mal. - Pronomes relativos, indefinidos ou demonstrativos. Foi ele que o disse a verdade. Alguns lhes custaram a vida. Isso me lembra infância. - Verbos antecedidos por advérbios ou expressões adverbiais, a não ser que haja vírgula depois do advérbio, pois assim o advérbio deixa de atrair o pronome. Ontem me fizeram uma proposta. Agora, esqueça-se. - Orações exclamativas e orações que exprimam desejo que algo aconteça. Deus nos ajude. Espero que me dês uma boa notícia. - Orações com conjunções subordinativas. Exemplos: Embora se sentisse melhor,saiu. Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo. - Verbo no gerúndio regido da preposição em. Em se tratando de Brasil, tudo pode acontecer. Em se decidindo pelo vestido, opte pelo mais claro. - Orações interrogativas. Quando te disseram tal mentira? Quem te ligou? Mesóclise É possível apenas com verbos do Futuro do Presente ou do Fu- turo do Pretérito. Se houver palavra atrativa, dá-se preferência ao uso da Próclise. Encontrar-me-ei com minhas raízes. LÍNGUA PORTUGUESA 5 Encontrar-me-ia com minhas raízes. Ênclise Usa-se a Ênclise quando o uso da Próclise e Mesóclise não fo- rem possíveis. A colocação de pronome depois do verbo é atraída pelas seguintes situações: - Verbo no imperativo afirmativo. Depois de avaliar, chamem-nos. Ao iniciar, distribuam-lhes as senhas! - Verbo no infinitivo impessoal. Preciso apresentar-te a minha irmã. O seu pior pesadelo é casar-se. - Verbo inicia a oração. Disse-lhe a verdade sobre nosso amor. Arrepiei-me com tal relato. - Verbo no gerúndio (sem a preposição em, pois regido pela preposição em usa-se a Próclise). Vivo perguntando-me como pode ser tão falso. Faço muitos apontamentos, perguntando-lhe o motivo do fin- gimento. Com Locução Verbal Todos os exemplos até agora têm apenas um verbo atraindo o pronome. Vejamos como fica a colocação do pronome nas locuções verbais (seguindo todas as regras citadas anteriormente). - Ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções verbais em que o verbo principal está no infinitivo ou no gerúndio. Devo chamar-te pelo primeiro nome. Devo-lhe chamar pelo primeiro nome. - Caso não haja palavra que atraia a Próclise, Ênclise é usada depois do verbo auxiliar onde o verbo principal está no particípio. Foi-lhe dito como deveria impedir isso. Tinha-lhe feito as malas para que partisse o mais rápido possível. FIGURAS DE LINGUAGEM As figuras de linguagem são recursos especiais usados por quem fala ou escreve, para dar à expressão mais força, intensidade e beleza. São três tipos: Figuras de Palavras (tropos); Figuras de Construção (de sintaxe); Figuras de Pensamento. Figuras de Palavra É a substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contigui- dade), seja por uma associação, uma comparação, uma similarida- de. São as seguintes as figuras de palavras: Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre elas certas semelhanças. Observe o exemplo: “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pessoa) Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo e seu pensamento. Comparação: é a comparação entre dois elementos comuns; semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunção comparati- va: como, tal qual, assim como. “Sejamos simples e calmos Como os regatos e as árvores” Fernando Pessoa Metonímia: consiste em empregar um termo no lugar de ou- tro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Observe os exemplos abaixo: -autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Machado de Assis. (Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.) -efeito pela causa e vice-versa. Exemplo: Vivo do meu trabalho. (o trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado). - continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de bombons. (a palavra caixa, que designa o continente ou aquilo que contém, está sendo usada no lugar da palavra bombons). -abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A gravidez deve ser tranquila. (o abstrato gravidez está no lugar do concreto, ou seja, mulheres grávidas). - instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Os microfones foram atrás dos jogadores. (Os repórteres foram atrás dos jogadores.) - lugar pelo produto. Exemplo: Fumei um saboroso havana. (Fumei um saboroso charuto.). - símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Não te afas- tes da cruz. (Não te afastes da religião.). - a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os desabrigados. (a parte teto está no lugar do todo, “o lar”). - indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: O homem foi à Lua. (Alguns astronautas foram à Lua.). - singular pelo plural. Exemplo: A mulher foi chamada para ir às ruas. (Todas as mulheres foram chamadas, não apenas uma) - gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais so- frem nesse mundo. (Os homens sofrem nesse mundo.) - matéria pelo objeto. Exemplo: Ela não tem um níquel. (a ma- téria níquel é usada no lugar da coisa fabricada, que é “moeda”). Atenção: Os últimos 5 exemplos podem receber também o nome de Sinédoque. Perífrase: substituição de um nome por uma expressão para facilitar a identificação. Exemplo: A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo. Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia. Exemplos: O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem. O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. LÍNGUA PORTUGUESA 6 Sinestesia: Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplo: No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (si- lêncio = auditivo; negro = visual) Catacrese: A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro “empres- tado”. Passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido ori- ginal. Exemplos: “asa da xícara”, “maçã do rosto”, “braço da cadeira” . Figuras de Construção Ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expres- sividade que se dá ao sentido. São as mais importantes figuras de construção: Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no entanto, pode ser facilmente identificado. Exemplo: No fim da co- memoração, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (Omissão do verbo haver: No fim da festa comemoração, sobre as mesas, copos e garrafas vazias). Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive uma vida feliz. Deve-se evitar os pleonasmos viciosos, que não têm valor de reforço, sendo antes fruto do desconhecimento do sentido das pa- lavras, como por exemplo, as construções “subir para cima”, “entrar para dentro”, etc. Polissíndeto: repetição enfática do conectivo, geralmente o “e”. Exemplo: Felizes, eles riam, e cantavam, e pulavam, e dançavam. Inversão ou Hipérbato: alterar a ordem normal dos termos ou orações com o fim de lhes dar destaque: “Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drummond de Andrade) “Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não sei.” (Graciliano Ramos) Observação: o termo deseja realçar é colocado, em geral, no início da frase. Anacoluto: quebra da estrutura sintática da oração. O tipo mais comum é aquele em que um termo parece que vai ser o sujeito da oração, mas a construção se modifica e ele acaba sem função sintá- tica. Essa figura é usada geralmente para pôr em relevo a ideia que consideramos mais importante, destacando-a do resto. Exemplo: O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem. A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo Castelo Branco) Silepse: concordância de gênero, número ou pessoa é feita com ideias ou termos subentendidos na frase e não claramente ex- pressos. A silepse pode ser: - de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece desanimado. (o adjetivo desanimado concorda não com o pronome de tratamento Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quem esse pronome se refere – pessoa do sexo masculino). - de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram cor- rendo. (o verbo sair concordou com a ideia de plural que a palavra pessoal sugere). - de pessoa. Exemplo: Osbrasileiros amamos futebol. (o sujeito os brasileiros levaria o verbo na 3ª pessoa do plural, mas a concor- dância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando que a pessoa que fala está incluída em os brasileiros). Onomatopeia: Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade. Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem. Miau, miau. (Som emitido pelo gato) Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar. As onomatopeias, como no exemplo abaixo, podem resultar da Aliteração (repetição de fonemas nas palavras de uma frase ou de um verso). “Vozes veladas, veludosas vozes, volúpias dos violões, vozes veladas, vagam nos velhos vórtices velozes dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Sousa) Repetição: repetir palavras ou orações para enfatizar a afirma- ção ou sugerir insistência, progressão: “E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da ca- sona.” (Bernardo Élis) “O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada se apagou.” (Inácio de Loyola Brandão) Zeugma: omissão de um ou mais termos anteriormente enun- ciados. Exemplo: Ele gosta de geografia; eu, de português. (na se- gunda oração, faltou o verbo “gostar” = Ele gosta de geografia; eu gosto de português.). Assíndeto: quando certas orações ou palavras, que poderiam se li- gar por um conectivo, vêm apenas justapostas. Exemplo: Vim, vi, venci. Anáfora: repetição de uma palavra ou de um segmento do texto com o objetivo de enfatizar uma ideia. É uma figura de cons- trução muito usada em poesia. Exemplo: Este amor que tudo nos toma, este amor que tudo nos dá, este amor que Deus nos inspira, e que um dia nos há de salvar Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de signi- ficados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho. Exemplo: Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a despensa. Neologismo: criação de novas palavras. Exemplo: Estou a fim do João. (estou interessado). Vou fazer um bico. (trabalho temporário). Figuras de Pensamento Utilizadas para produzir maior expressividade à comunicação, as figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias, pensamentos. Antítese: Corresponde à aproximação de palavras contrárias, que têm sentidos opostos. Exemplo: O ódio e o amor andam de mãos dadas. Apóstrofe: interrupção do texto para se chamar a atenção de alguém ou de coisas personificadas. Sintaticamente, a apóstrofe cor- responde ao vocativo. Exemplo: Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres. Eufemismo: Atenua o sentido das palavras, suavizando as ex- pressões do discurso Exemplo: Ele foi para o céu. (Neste caso, a ex- pressão “para a céu”, ameniza o discurso real: ele morreu.) Gradação: os termos da frase são fruto de hierarquia (ordem crescente ou decrescente). Exemplo: As pessoas chegaram à festa, sentaram, comeram e dançaram. LÍNGUA PORTUGUESA 7 Hipérbole: baseada no exagero intencional do locutor, isto é, expressa uma ideia de forma exagerada. Exemplo: Liguei para ele milhões de vezes essa tarde. (Ligou várias vezes, mas não literalmente 1 milhão de vezes ou mais). Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido oposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentido sarcástico. Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou o que estava gravado? Paradoxo: Diferente da antítese, que opõem palavras, o paradoxo corresponde ao uso de ideias contrárias, aparentemente absurdas. Exemplo: Esse amor me mata e dá vida. (Neste caso, o mesmo amor traz alegrias (vida) e tristeza (mata) para a pessoa.) Personificação ou Prosopopéia ou Animismo: atribuição de ações, sentimentos ou qualidades humanas a objetos, seres irracionais ou outras coisas inanimadas. Exemplo: O vento suspirou essa manhã. (Nesta frase sabemos que o vento é algo inanimado que não suspira, sendo esta uma “qualidade humana”.) Reticência: suspender o pensamento, deixando-o meio velado. Exemplo: “De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se digo.” (Machado de Assis) Retificação: consiste em retificar uma afirmação anterior. Exemplos: O médico, aliás, uma médica muito gentil não sabia qual seria o procedimento. 3. ASPECTOS MORFOLÓGICOS: RECONHECIMENTO, EMPREGO E SENTIDO DAS CLASSES GRAMATICAIS EM TEXTOS; ELEMENTOS DE COMPOSIÇÃO DAS PALAVRAS; MECANISMOS DE FLEXÃO DOS NOMES E DOS VERBOS. CLASSE DE PALAVRAS Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in- terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo. Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas. CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS ADJETIVO Expressar características, qualidades ou estado dos seresSofre variação em número, gênero e grau Menina inteligente... Roupa azul-marinho... Brincadeira de criança... Povo brasileiro... ADVÉRBIO Indica circunstância em que ocorre o fato verbalNão sofre variação A ajuda chegou tarde. A mulher trabalha muito. Ele dirigia mal. ARTIGO Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido)Varia em gênero e número A galinha botou um ovo. Uma menina deixou a mochila no ônibus. CONJUNÇÃO Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos)Não sofre variação Não gosto de refrigerante nem de pizza. Eu vou para a praia ou para a cachoeira? INTERJEIÇÃO Exprime reações emotivas e sentimentosNão sofre variação Ah! Que calor... Escapei por pouco, ufa! NUMERAL Atribui quantidade e indica posição em alguma sequênciaVaria em gênero e número Gostei muito do primeiro dia de aula. Três é a metade de seis. PRONOME Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivoVaria em gênero e número Posso ajudar, senhora? Ela me ajudou muito com o meu trabalho. Esta é a casa onde eu moro. Que dia é hoje? PREPOSIÇÃO Relaciona dois termos de uma mesma oraçãoNão sofre variação Espero por você essa noite. Lucas gosta de tocar violão. SUBSTANTIVO Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc.Flexionam em gênero, número e grau. A menina jogou sua boneca no rio. A matilha tinha muita coragem. VERBO Indica ação, estado ou fenômenos da natureza Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo, número, pessoa e voz. Verbos não significativos são chamados verbos de ligação Ana se exercita pela manhã. Todos parecem meio bobos. Chove muito em Manaus. A cidade é muito bonita quando vista do alto. LÍNGUA PORTUGUESA 8 Substantivo Tipos de substantivos Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo: • Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade... • Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte... • Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mes- ma espécie. Ex: matilha; enxame; cardume... • Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; ca- chorro; praça... • Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designan- do sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede; imaginação... • Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite... • Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedrei- ro; livraria; noturno... • Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radi- cal). Ex: casa; pessoa; cheiro... • Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol... Flexão de gênero Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino. O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmenteo final da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação (Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou pre- sença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora). O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma for- ma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gênero a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epi- ceno (refere-se aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo). É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazendo alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fru- to X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto. Flexão de número No português, é possível que o substantivo esteja no singu- lar, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola; escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último repre- sentado, geralmente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra. Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto, pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis). Variação de grau Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumenta- tivo e diminutivo. Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino pequeno). Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou di- minuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho). Novo Acordo Ortográfico De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portugue- sa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas. Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais. Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber, disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em pala- vras de categorização. Adjetivo Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal- -educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos). Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua naciona- lidade (brasileiro; mineiro). É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjun- to de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo: • de criança = infantil • de mãe = maternal • de cabelo = capilar Variação de grau Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfa- ses), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e su- perlativo. • Normal: A Bruna é inteligente. • Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas. • Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna. • Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria. • Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inte- ligente da turma. • Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma. • Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente. • Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima. Adjetivos de relação São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem so- frer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufi- xação de um substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno). Advérbio Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um ad- jetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela abaixo: LÍNGUA PORTUGUESA 9 CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes DE TEMPO ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei-ramente logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de noite DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe Advérbios interrogativos São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de: • Lugar: onde, aonde, de onde • Tempo: quando • Modo: como • Causa: por que, por quê Grau do advérbio Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos. • Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto • Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que • Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que • Superlativo analítico: muito cedo • Superlativo sintético: cedíssimo Curiosidades Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso de alguns prefixos (supercedo). Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e ordem (ultimamente; depois; primeiramente). Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí). Pronomes Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado, ele pode ser classificado da seguinte maneira: • Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...). • Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...) • Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...) • Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...) • Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...) • Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...) • Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...) Colocação pronominal Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la, no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo). Veja, então, quais as principais situações para cada um deles: • Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati- vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbosno gerúndio antecedidos por “em”. Nada me faria mais feliz. • Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal. Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho. • Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração. Orgulhar-me-ei de meus alunos. LÍNGUA PORTUGUESA 10 DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula. Verbos Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos- suem subdivisões. Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando). • Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre- sente, futuro do pretérito. • Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro. Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”. • Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito. • Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro. As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa- zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou advérbio (gerúndio). Tipos de verbos Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em: Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...) • Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...) • Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...) • Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...) • Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...) • Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar, acontecer...) • Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado) • Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen- tear-se...) • Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...) • Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...) • De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...) Vozes verbais As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes: • Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro) • Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto) • Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago) Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva- lente ao verbo “ser”. Conjugação de verbos Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem. • 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...) • 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...) • 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...) Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo: LÍNGUA PORTUGUESA 11 Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar LÍNGUA PORTUGUESA 12 Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor Preposições As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição em determinadas sentenças). LÍNGUA PORTUGUESA 13 Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre. Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, du- rante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc. Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc. Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele- cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: • Causa: Morreu de câncer. • Distância: Retorno a 3 quilômetros. • Finalidade: A filha retornou para o enterro. • Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura. • Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. • Lugar: O vírus veio de Portugal. • Companhia: Ela saiu com a amiga. • Posse: O carro de Maria é novo. • Meio: Viajou de trem. Combinações e contrações Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e havendo perda fonética (contração). • Combinação: ao, aos, aonde • Contração: de, dum, desta, neste, nisso Conjunção As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe- lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- mento de redigir um texto. Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e conjunções subordinativas. Conjunções coordenativas As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em cinco grupos: • Aditivas: e, nem, bem como. • Adversativas: mas, porém, contudo. • Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. • Conclusivas: logo, portanto, assim. • Explicativas: que, porque, porquanto. Conjunções subordinativas As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada. Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes: • Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas substantivas, definidas pelas palavras que e se. • Causais: porque, que, como. • Concessivas: embora, ainda que, se bem que. • Condicionais: e, caso, desde que. • Conformativas: conforme, segundo, consoante. • Comparativas: como, tal como, assim como. • Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que. • Finais: a fim de que, para que. • Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que. • Temporais: quando, enquanto, agora. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Ao estudar a estrutura das palavras, estamos penetrando seu íntimo e conhecendo as várias partes que formam um todo acaba- do e repleto de significado. Uma palavra é formada por unidades mínimas que possuem significado, que são chamadas elementos mórficos ou morfemas. A palavra “maquininhas”, por exemplo, possui quatro morfe- mas: maquin inh a s Base do significado Indica grau diminutivo Indica gênero feminino Indica plural Raiz Origem das palavras. É onde se concentra a significação das palavras. Exemplo: Raiz (carr- raiz nominalde carro). Os morfemas que constituem as palavras são: radical, desinên- cia, vogal temática, afixos, vogais e consoantes de ligação. Radical É a forma mínima que indica o sentido básico da palavra. Com o radical formamos famílias de palavras. Exemplos: Moço – moça – moçada – mocinha – moçoila - remoçar Desinência Elementos colocados no final das palavras para indicar aspec- tos gramaticais. As desinências são de dois tipos: - nominal: indica o gênero (masculino/feminino) e o número (singular/plural) dos substantivos, adjetivos pronomes e numerais. Exemplo: menino, menina, meninos, meninas. - verbal: indica a pessoa (1ª, 2ª e 3ª), o número (singular/plu- ral), o tempo e o modo (indicativo, presente...). Exemplo: amássemos am- (radical) -á- (vogal temática) - sse- (desinência modo subjuntivo e de tempo perfeito) -mos (desinência de primeira pessoa e de número plural) Vogal temática É o que torna possível a ligação entre o radical e a desinência. Observe o verbo dançar: Danç: radical A: vogal temática R: desinência de infinitivo. A junção do radical danç- com a desinência –r no português é impossível, é a vogal temática “a” que torna possível essa ligação. LÍNGUA PORTUGUESA 14 Afixos São morfemas que se colocam antes ou depois do radical alte- rando sua significação básica. São divididos em: - Prefixos: antepostos ao radical. Exemplo: impossível, desleal. - Sufixos: pospostos ao radical. Exemplo: lealdade, felizmente. Vogais ou consoantes de ligação As vogais ou consoantes de ligação podem ocorrer entre um morfema e outro por motivos eufônicos, facilitando ou até possibi- litando a leitura de uma palavra. Exemplos: paulada, cafeteira, gasômetro. Formação das Palavras Há dois processos pelos quais se formam as palavras: Deriva- ção e Composição. A diferença é que na derivação, partimos sem- pre de um único radical, enquanto na composição sempre haverá mais de um radical. Derivação: processo pelo qual se obtém uma palavra nova (de- rivada), a partir de outra já existente, (primitiva). Exemplo: Terra (enterrar, terráqueo, aterrar). Observamos que “terra” não se forma de nenhuma outra palavra, mas, possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou pre- fixo. Sendo assim, terra e palavra primitiva, e as demais, derivadas. Tipos de Derivação - Prefixal ou Prefixação: acréscimo de prefixo à palavra primiti- va, e tem o significado alterado: rever; infeliz, desamor. - Sufixal ou Sufixação: acréscimo de sufixo à palavra primitiva, pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe gramati- cal: amoroso, felizmente, menininho. A derivação sufixal pode ser: Nominal: formando substantivos e adjetivos: riso – risonho. Verbal: formando verbos: atual - atualizar. Adverbial: formando advérbios de modo: feliz – felizmente. - Parassintética ou Parassíntese: a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos) e verbos. A presença de apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova palavra. Exemplos: Esfriar, esquentar, amadurecer. - Derivação Regressiva: uma palavra é formada não por acrés- cimo, mas por redução: trabalhar – trabalho, castigar – castigo. - Derivação Imprópria: ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Assim: - Adjetivos passam a substantivos - Particípios passam a substantivos ou adjetivos - Infinitivos passam a substantivos - Substantivos passam a adjetivos - Adjetivos passam a advérbios: Falei baixo para que ninguém escutasse. - Palavras invariáveis passam a substantivos - Substantivos próprios tornam-se comuns Composição: processo que forma palavras compostas, pela junção de dois ou mais radicais. São dois tipos: - Justaposição: ao juntar duas ou mais palavras ou radicais, não há alteração fonética: televisão, quinta-feira, girassol, couve-flor. - Aglutinação: quando pelo menos uma das palavras que for- mam o composto apresenta alteração em sua forma: aguardente (água + ardente), vinagre (vinho + acre), planalto (plano + alto). A formação de palavras se dá a partir de processos morfológi- cos, de modo que as palavras se dividem entre: • Palavras primitivas: são aquelas que não provêm de outra palavra. Ex: flor; pedra • Palavras derivadas: são originadas a partir de outras pala- vras. Ex: floricultura; pedrada • Palavra simples: são aquelas que possuem apenas um radi- cal (morfema que contém significado básico da palavra). Ex: cabelo; azeite • Palavra composta: são aquelas que possuem dois ou mais radicais. Ex: guarda-roupa; couve-flor Entenda como ocorrem os principais processos de formação de palavras: Derivação A formação se dá por derivação quando ocorre a partir de uma palavra simples ou de um único radical, juntando-se afixos. • Derivação prefixal: adiciona-se um afixo anteriormente à pa- lavra ou radical. Ex: antebraço (ante + braço) / infeliz (in + feliz) • Derivação sufixal: adiciona-se um afixo ao final da palavra ou radical. Ex: friorento (frio + ento) / guloso (gula + oso) • Derivação parassintética: adiciona-se um afixo antes e outro depois da palavra ou radical. Ex: esfriar (es + frio + ar) / desgoverna- do (des + governar + ado) • Derivação regressiva (formação deverbal): reduz-se a pala- vra primitiva. Ex: boteco (botequim) / ataque (verbo “atacar”) • Derivação imprópria (conversão): ocorre mudança na classe gramatical, logo, de sentido, da palavra primitiva. Ex: jantar (verbo para substantivo) / Oliveira (substantivo comum para substantivo próprio – sobrenomes). Composição A formação por composição ocorre quando uma nova palavra se origina da junção de duas ou mais palavras simples ou radicais. • Aglutinação: fusão de duas ou mais palavras simples, de modo que ocorre supressão de fonemas, de modo que os elemen- tos formadores perdem sua identidade ortográfica e fonológica. Ex: aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto) • Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, man- tendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos forma- dores. Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija- -flor / passatempo. Abreviação Quando a palavra é reduzida para apenas uma parte de sua totalidade, passando a existir como uma palavra autônoma. Ex: foto (fotografia) / PUC (Pontifícia Universidade Católica). Hibridismo Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binó- culo (bi – grego + oculus – latim). LÍNGUA PORTUGUESA 15 Combinação Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (abor- recer + adolescente). Intensificação Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alarga- mento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita adicionando o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / proto- colizar (em vez de protocolar). Neologismo Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falan- te em contextos específicos, podendo ser temporárias ou perma- nentes. Existem três tipos principais de neologismos: • Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma pa- lavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha) • Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao compromisso) / dar a volta por cima (superar). • Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem um novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar) Onomatopeia Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproxi- madado seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque. FLEXÃO NOMINAL Flexão de número: Os nomes (substantivo, adjetivo etc.), de modo geral, admitem a flexão de número: singular e plural: animal – animais. - Na maioria das vezes, acrescenta-seS: ponte – pontes; bo- nito – bonitos. - Palavras terminadas em R ou Z: acrescenta-se ES: éter – éteres; avestruz – avestruzes. O pronome qualquer faz o plural no meio: quaisquer - Palavras oxítonas terminadas em S: acrescenta-se ES: ananás – ananases. As paroxítonas e as proparoxítonas são invariáveis: o pires − os pires, o ônibus − os ônibus - Palavras terminadas em IL: átono: trocam IL por EIS: fóssil – fósseis. tônico: trocam L por S: funil – funis. - Palavras terminadas em EL: átono: plural em EIS: nível – níveis. tônico: plural em ÉIS: carretel – carretéis. - Palavras terminadas em X são invariáveis: o clímax − os clí- max. - Há palavras cuja sílaba tônica avança: júnior − juniores; cará- ter – caracteres. A palavra Caracteres é plural tanto de caractere quanto de caráter. - Palavras terminadas em ão fazem o plural em ãos, ães e ões. Em ões: balões, corações, grilhões, melões, gaviões. Em ãos: pagãos, cristãos, cidadãos, bênçãos, órgãos. Os paroxí- tonos, como os dois últimos, sempre fazem o plural em ãos. Em ães: escrivães, tabeliães, capelães, capitães, alemães. Em ões ou ãos: corrimões/corrimãos, verões/verãos, anões/ anãos. Em ões ou ães: charlatões/charlatães, guardiões/guardiães, ci- rugiões/cirurgiães. Em ões, ãos ou ães: anciões/anciãos/anciães, ermitões/ermi- tãos/ermitães - Plural dos diminutivos com a letra z. Coloca-se a palavra no plural, corta-se o s e acrescenta-se zinhos (ou zinhas): coraçãozinho – corações – coraçõe – coraçõezinhos. - Plural com metafonia (ô - ó). Algumas palavras, quando vão ao plural, abrem o timbre da vogal “o”, outras não. Com metafonia singular (ô) plural (ó): coro-coros; corvo-corvos; destroço-destro- ços. Sem metafonia singular (ô) plural (ô): adorno-adornos; bolso- -bolsos; transtorno-transtornos. - Casos especiais: aval, avales e avaiscal − cales e caiscós − co- ses e cós – fel, feles e féis – mal e males – cônsul e cônsules. - Os dois elementos variam. Quando os compostos são for- mados por substantivo mais palavra variável (adjetivo, substantivo, numeral, pronome): amor-perfeito − amores-perfeitos; couve-flor − couves-flores; segunda-feira − segundas-feiras. - Só o primeiro elemento varia. Quando há preposição no com- posto, mesmo que oculta: pé-de-moleque − pés-de-moleque; cava- lo-vapor − cavalos-vapor (de ou a vapor). Quando o segundo subs- tantivo determina o primeiro (fim ou semelhança): banana-maçã − bananas-maçã (semelhante a maçã); navio-escola − navios-escola (a finalidade é a escola). Alguns autores admitem a flexão dos dois elementos. É uma situação polêmica: mangas-espada (preferível) ou mangas-espa- das. Quando dizemos (e isso vai ocorrer outras vezes) que é uma situação polêmica, discutível, convém ter em mente que a questão do concurso deve ser resolvida por eliminação, ou seja, analisando bem as outras opções. - Apenas o último elemento varia. Quando os elementos são adjetivos: hispano-americano − hispano-americanos. A exceção é surdo-mudo, em que os dois adjetivos se flexionam: surdos-mudos. Nos compostos em que aparecem os adjetivos grão, grã e bel: grão- -duque − grão-duques; grã-cruz − grã-cruzes; bel-prazer − bel-praze- res. Quando o composto é formado por verbo ou qualquer elemen- to invariável (advérbio, interjeição, prefixo etc.) mais substantivo ou adjetivo: arranha-céu − arranha-céus; sempre-viva − sempre-vivas; super-homem − super-homens. Quando os elementos são repeti- dos ou onomatopaicos (representam sons): reco-reco − reco-recos; pingue-pongue − pingue-pongues; bem-te-vi − bem-te-vis. Como se vê pelo segundo exemplo, pode haver alguma alte- ração nos elementos, ou seja, não serem iguais. Se forem verbos repetidos, admite-se também pôr os dois no plural: pisca-pisca − pisca-piscas ou piscas-piscas - Nenhum elemento varia. Quando há verbo mais palavra invariável: O cola-tudo – os cola-tudo. Quando há dois verbos de sentido oposto: o perde-ganha – os perde-ganha. Nas frases subs- tantivas (frases que se transformam em substantivos): O maria-vai- -com-as-outras − os maria-vai-com-as-outras. - São invariáveis arco-íris, louva-a-deus, sem-vergonha, sem-te- to e sem-terra: Os sem-terra apreciavam os arco-íris. Admitem mais de um plural: pai-nosso − pais-nossos ou pai-nossos; padre-nosso − padres-nossos ou padre-nossos; terra-nova − terras-novas ou ter- ra-novas; salvo-conduto − salvos-condutos ou salvo-condutos; xe- que-mate − xeques-mates ou xeques-mate; fruta-pão − frutas-pães ou frutas-pão; guarda-marinha − guardas-marinhas ou guardas-ma- rinha. Casos especiais: palavras que não se encaixam nas regras: LÍNGUA PORTUGUESA 16 o bem-me-quer − os bem-me-queres; o joão-ninguém − os joões- -ninguém; o lugar-tenente − os lugar-tenentes; o mapa-múndi − os mapas-múndi. Flexão de Gênero: Os substantivos e as palavras que o acompa- nham na frase admitem a flexão de gênero: masculino e feminino: Meu amigo diretor recebeu o primeiro salário. Minha amiga direto- ra recebeu a primeira prestação. A flexão de feminino pode ocorrer de duas maneiras. - Com a troca de o ou e por a: lobo – loba; mestre – mestra. - Por meio de diferentes sufixos nominais de gênero, muitas vezes com alterações do radical: ateu – atéia; bispo – episcopisa; conde – condessa; duque – duquesa; frade – freira; ilhéu – ilhoa; judeu – judia; marajá – marani; monje – monja; pigmeu – pigmeia; píton – pitonisa; sandeu – sandia; sultão – sultana. Alguns substantivos são uniformes quanto ao gênero, ou seja, possuem uma única forma para masculino e feminino. Podem ser: Sobrecomuns: admitem apenas um artigo, podendo designar os dois sexos: a pessoa, o cônjuge, a testemunha. Comuns de dois gêneros: admitem os dois artigos, podendo então ser masculinos ou femininos: o estudante − a estudante, o cientista − a cientista, o patriota − a patriota. Epicenos: admitem apenas um artigo, designando os animais: O jacaré, a cobra, o polvo O feminino de elefante é elefanta , e não elefoa. Aliá é correto, mas designa apenas uma espécie de elefanta. Mamão, para alguns gramáticos, deve ser considerado epiceno. É algo discutível. Há substantivos de gênero duvidoso, que as pessoas costumam trocar: champanha aguardente, dó, alface, eclipse, calformicida, cataplasma, grama (peso), grafite, milhar libido, plasma, soprano, musse, suéter, preá, telefonema. Existem substantivos que admitem os dois gêneros: diabetes (ou diabete), laringe, usucapião etc. Flexão de Grau: Grau do substantivo - Normal ou Positivo: sem nenhuma alteração. - Aumentativo: Sintético: chapelão. Analítico: chapéu grande, chapéu enorme etc. - Diminutivo: Sintético: chapeuzinho. Analítico: chapéu peque- no, chapéu reduzido etc. Um grau é sintético quando formado por sufixo; analítico, por meio de outras palavras. Grau do adjetivo - Normal ou Positivo: João é forte. - Comparativo: de superioridade: João é mais forte que André. (ou do que); de inferioridade: João é menos forte que André. (ou do que); de igualdade: João é tão forte quanto André. (ou como) - Superlativo: Absoluto: sintético: João é fortíssimo; analítico: João é muito forte (bastante forte, forte demais etc.); Relativo: de superioridade: João é o mais forte da turma; de inferioridade: João é o menos forte da turma. O grau superlativo absoluto corresponde a um aumento do adjetivo. Pode ser expresso por um sufixo (íssimo, érrimo ou imo) ou uma palavra de apoio, como muito, bastante, demasiadamente, enorme etc. As palavras maior, menor, melhor, e pior constituem sempre graus de superioridade: O carro é menor que o ônibus; me- nor (mais pequeno): comparativo de superioridade. Ele é o pior do grupo; pior (mais mau): superlativo relativo de superioridade. Alguns superlativos absolutos sintéticos que podem apresentar dúvidas. acre – acérrimo, amargo – amaríssimo; amigo – amicíssi- mo; antigo – antiquíssimo; cruel – crudelíssimo; doce – dulcíssimo; fácil – facílimo; feroz – ferocíssimo; fiel – fidelíssimo; geral – genera- líssimo; humilde – humílimo; magro
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