Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lis Abreu Barcelos Bioquímica Prof. Dra Ana Paula Galvão Cromoproteínas São hemoproteínas globulares, um grupo de proteínas que contêm heme ligado como radical prostético. A função de cada grupo é varia de acordo com o ambiente criado pela estrutura tridimensional da proteína. ▪ Exemplos: ▪ Citocromos: proteínas que contém heme e que auxiliam na cadeia respiratória mitocondrial; ▪ Grupo heme da Catalase: parte do sítio ativo da enzima que degrada o H2O2; ▪ Hemoglobina e Mioglobina: são as duas hemoproteínas mais abundantes dos seres humanos, os quais ligam-se ao Oxigênio reversivelmente, função de transporte ao oxigênio; Citocromos Proteínas que contém grupo HEME semelhante a hemoglobina, mas que atuam no transporte de elétrons, geralmente ligados à uma membrana animal (mitocôndrias e retículos) ou vegetal (cloroplastos) ou em bactérias. Auxiliam na cadeia respiratória. Hemoglobinas Como hemoglobinas normais temos: ▪ Hemoglobina A: são globulares (esférica), quaternária, tetrâmera (4 unidades) e é uma metaloproteína (componente prostético que não é proteico – metal ferro – ferroso +2). Cada unidade da hemoglobina é composta de 8 cadeias em alfa hélice separados por aa Prolina. São as que são vistas no exame de sangue e estão em 90% no indivíduo. Alfa 1 + Beta 1 = 1 dímero (lig forte) Alfa 2 + Beta 2 = 1 dímero (lig forte) 1 dímero + 1 dímero = 1 tetrâmero (lig menos forte) ▪ O ferro se liga à cada unidade através da protoporfirina IX, que é formada por 4 anéis de nitrogênio com Fe+2 no centro do anel. ▪ O ferro se liga para fora da estrutura com o Oxigênio e para baixo com Histidina. ▪ 1 molécula de hemoglobina – 4 moléculas de oxigênio. ▪ Hemoglobina F (Fetal): existe em nada menos do que 2% do adulto. Importante para a circula fetal, mas logo 3 meses após o nascimento seus níveis diminuem e são substituídos pela HÁ. ▪ Hemoglobina A1C: está entre 3-9% no indivíduo, e é resultado da reação não enzimática entre a glicose sanguínea e a hemoglobina, formando a Hemoglobina Glicada. Reflete a média aproximada da glicose plasmática nos últimos 90-120 dias (padrão ouro para controle do diabetes) Ex: Paciente “esperto” que faz até jejum antes de ir no médico para a glicose dar baixinha. Aí pedimos esse exame pois reflete a média da glicose nos últimos 3-4 meses. Lis Abreu Barcelos Bioquímica Prof. Dra Ana Paula Galvão Hemoglobina X Mioglibina IPC A Mioglobina é um monômero (carrega 1 molécula de oxigênio) com 8 cadeias alfa hélice, que apresenta alta afinidade por Oxigênio, localizada no músculo. Ação de reserva de oxigênio muscular evitando fermentação lática no músculo (quando vc precisa fazer um movimento rigoroso, ela evita que você acumule ácido lático no músculo). A Hemoglobina é um tetrâmero com 8 cadeias de alfa hélice, que apresenta afinidade variável por Oxigênio, localizada no sangue. Em alta concentração de O2 -> tem alta afinidade, ligando-se facilmente. (pulmão) Em baixa concentração de O2 -> tem baixa afinidade, desligando-se do O2 e oxigenando os tecidos. (pontinha do pé) Fenômeno de Cooperação Cada ligação da Hemoglobina (Hb) com O2 vai tornando-a mais “arredondada”, relaxada, facilitando a próxima ligação com o O2. Isso porque ela sofre um rearranjo na sua estrutura nativa, ajuste na estrutura espacial. ▪ Forma tensa: sem O2 ▪ Forma relaxada: com O2 O efeito da ligação da primeira molécila de oxigênio à Hemoglobina confere afinidade crescente para a ligação das outras e assim por diante, de maneira que a afinidade do último O2 à Heoglobina é 300 vezes maior do que o primeiro O2. ▪ Também acontece na liberação, a primeira molécula de oxigênio se desprenderá mais facilmente da hemoglibina, em comparação com a quarta. ▪ A Mioglobina é um monômero, logo, não apresenta esse mecanismo de cooperatividade. Curva de Saturação/ de Cooperativiadade A Hb, no início, apresenta baixa afinidade para o O2 -> curva sigmoide. À medida que vai saturando, com o fenômeno de cooperação, amenta a afinidade da Hb pelo O2. Já a Mioglobina, como só tem uma unidade, atinge a saturação alto alta o tempo todo, apresentando sua afinidade máxima -> curva hiperbólica (músculo cardíaco e esquelético). A ligação do oxigênio com a Hemoglobina pode ser afetada por vários pode ser afetada por vários efetores, como o pH do ambiente, Pco2, temperatura, os quais, por agirem em um outro sítio diferente da ligação do Oxigênio, porém influnciada a ligação, denominamos fatores Alostéricos. ▪ A Hemoglobina, na presença de CO2 e em ambiente ácido rico em H+, ocorre a inibição alostérica e a Hemoglibina perde a afinidade ao O2. ▪ Dentro das hemácias, a enzina anidrase carbônica transforma CO2 em ádico carbônico e H+. Isso faz com que a Lis Abreu Barcelos Bioquímica Prof. Dra Ana Paula Galvão hemoglibina perca alostericamente a afinidade pelo O2, liberando-o de forma cooperativa (mais rápido). Assim, todos os O2 se desprendem nos tecidos aonde há mais CO2. Efeito Bohr. ▪ Efeito Bohr: é uma ação do hidrogênio, do meio ácido, que regula a ação do O2 na periferia. A precensa de H+ desvia aquela curva de dissociação da hemoglobulina para a direita, fazendo com que o oxigênio se desprenda mais facilmente das hemácias e oxigena nosso organismo. Aplicabilidade: com um paciente muito grave, esse paciente entra na acidose metabólica -> falta de oxigenação nos tecidos -> começam a prodizir ácido lático -> diminui o pH -> causa acidose. Detectamos em uma gasometria arterial. Pelo efeito Bohr, quando tem uma acidose, é liberado mais facilmente o oxigênio, mas assim, ácido demais faz apoptose celular e destroi organelas, membranas. Corrigimos o pH por bicabornato, mas não totalmente. Faz-se uma conta e calcula a dose do bicabornato que precisa para corrigir, mas não podeos corrigir de forma imediata, aplicamos por etapas, 1/3 por vez. Um pouco de acidose ajuda oxigenação dos tecidos pelo efeito Bohr. Definição: A liberação do Oxigênio pela hemoglobina aumenta com a dimunuição do pH, ou quando a PCO2 está aumentada (desvia para a esquerda). Essa ligação diminui a afinidade da Hb pelo O2, deslocando a curva de Dissociação para a direita. pH Ácido: curva para direita; pH Alcalino: curva para esquerda. ▪ 2,3 BPG (Bifosfoglicerato): é um isômero do ácido glicolítico, presente nas hemácias. Liga-se com maior afinidade à hemácia desoxigenada por interagir melhor com as subunidades beta da forma tensa – vai exatamente naquele último O2 mais difícil de soltar. Assim, diminui a afinidade pelo oxigênio, promovendo de forma alostérica, a liberação de moléculas de O2 remanescentes ligadas à hemoglobina, aumentando a capacidade das hemácias liberarem O2 nos tecidos que mais necessitam. Como ele é isômero do ácido glicolítico, tem característica ácida que também levam à uma queda do pH intra-eritrocitiário, desviando a curva para esquerda – Efeito Bohr. Aplicabilidade: Em pacientes com anemia crônicas, que residem em lugares de grandes altitudes, asma, bronquite, doenças crônicas respiratórias. Possuem o nível de 2,3 BPG aumentados, que é uma maneira fisiológica de compensar a oxigenação tecitdual. Existe artificiaelmente, então pode usar em pacientes com hipófixia. Baixo BPG: baixa liberação de O2; desvio para esquerda. Alto BPG: alta liberação de O2; desvio para direita. ▪ Temperatura: quanto maior a temperatuda maior a oxigenação tecidual, melhora a circulação. ] Lis Abreu Barcelos Bioquímica Prof. Dra Ana Paula Galvão Curva de Dissociação da Hemoglobulina Fetal e Marterna A HbF possui maior afinidade por O2, implicando na não separação do oxigêniodas hemácias, do que a da HbA da mãe, e esse segredo permite que o feto busque o oxigênio da mãe. Nas hemácias da mãe há um nível maior de 2,3 BPG, logo a afinidade por oxigênio da mãe oxigenará melhor o tecido, facilitará a separação do O2. A diferença se dá devido a força de ligação da hemoglobina com o 2,3BPG. A HbF não se liga ao 2,3 BPG e com isso, ele não tem ação, desviando a curva para a esquerda da HbF. Anemia Falciforme – Hemoglobina S (Sickle) É uma doença hereditária, caracterizada pela alteração da hemoglobina das hemácias do sangue. Tornando-se parecidas com uma foice. Essas células tem suas membranas alteradas e rompem-se mais facilmente, causando anemia e trombos. A Hb que transporta o O2 e dá a cor aos glóbulos vermelhos é essencial para a saúde de todos os órgãos do corpo. OBS.: Condição mais comum em indivíduos de raça negra. No Brasil, devido a exacerbada miscigenação, pode ser encontrada em pessoas de raça branca e parda. Pode ser a anemia ou apenas um traço falcêmico – não precisa ser 100% das hemácias alteradas. ▪ Homozigoto SS: aquele que tem 100% das hemácias alteradas. ▪ Gene da HbS pode combinar com outras anormalidades hereditárias das hemoglobinas. Ex: doença SC, doença SD, doença S/beta-talassemia. No conjunto elas são conhecidas como doenças falciformes, a combinação irá definir o caso clínico do paciente. ▪ Cromatografia Por eletroforese conseguimos analisar os tipos de hemoglobina presente nas hemácias dos indivíduos. Lis Abreu Barcelos Bioquímica Prof. Dra Ana Paula Galvão ▪ Manifestações clínicas: crise álgica, é um sintoma agudo, associada a isquemia tecidual aguda causada pela vaso-oclusão, é acompanhada de evidentes sinais inflamatórios, como edema, calor e dor. Síndrome mão-pé: processo inflamatório iniciado por necrose da medula óssea nas porções distais dos membros. Pode gerar trombose. Sintomas: anemia, icterícia, infarto, deficiência na visão, baço, pode ter trombose em tudo no corpo. ▪ A Aemia Falciforme é uma das doenças detectadas pelo teste do pezinho. Metahemoglobina É uma de proteína de hemoglobina cujo ferro do grupo HEME está sob a forma Fe+3 e não Fe+2. Possui cor castanho azulado, 1-2% da hemoglobina de uma pessoa normal pode ter a metahemoglobina, mais que isso é anormal. Quantidades maiores levam à alterações, podendo ser causadas por doenças genéticas (deficiência de enzimas como metahemoglobina redutase) ou fatores externos de intoxicação (animais, clorobenzeno, dapsona, nitroprussiato de sódio, cloroquina, nitrito, nitrato). Suspeitar na presença de cianose na ausência de doença cardíaca e/ou pulmonar. Não permitirá que o oxigênio se solte das proteínas, promovendo diminuição de oxigenação – cefaleia, tonteira, cianose, taquicardia, dificuldade respiratória. Diagnóstico: dosagem de metahemoglobina no sangue. (+ que 2%, babou). Aplicabilidade: Meta-hemoglobinemia em criança (Síndrome do Bebê Azul) por ingestão de água de poço com excesso de nitrito. Tratamento: Azul de Metileno, reduz a meta-hemoglobina a hemoglobina. Efeito breve, pode precisar dosar mais de uma vez. Envenenamento por Cianeto O Cianeto de hidrogênio tem elevada afinidade por metais formando cátions metálicos em locais catalíticos de várias enzimas importantes. Ele vai dentro da célula e capta os metais das enzimas, paralisando as vias de oxigenação celular – bloqueia o ciclo de Krebs. Como o O2 não é utilizado nas células, há uma maior tensão de O2 e oxi- hemoglobulina que se acumulam no sangue periférico, dai o aspecto rosado da vítima. Não consegue respirar, há uma hipóxia histotóxica, ou seja, bloqueio de oxigênio intracelular. Coração e cérebro entram em falência, com arritmia, convulsão, coma e morte. Lis Abreu Barcelos Bioquímica Prof. Dra Ana Paula Galvão ▪ Sintomas relacionados com a dose de exposição. Pode ser ingerido e inalado. ▪ É utilizado em porões de navios, silos de grãos, cianeto de ouro é usado para dourar metais, em revelação de foto ▪ A forma em gás do ácido cianeto foi a principal causa da morte dos judeus na Segunda Guerra Mundial. ▪ Tratamento: 1º Nitrito de amila, volátil (por inalação); 2º Nitrito de sódio 3% (EV); 3º Tiossulfato de Sódio, doador de enxofre (EV); Oxidam a hemoglobina formando metahemoglobina que se liga ao cianeto livre. Importante também ficar de olho na pressão arterial, pois causa vasodilatação e o paciente pode desmaiar.
Compartilhar