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AULA 03. OPERAÇÕES CONTÁBEIS PARTE II MÓDULO 1 Identificar o tratamento contábil aplicável às operações mercantis O tratamento contábil das operações com mercadorias envolve vários tópicos distintos, tais como: (i) inventário de estoques; (ii) o cálculo do custo da mercadoria vendida; (iii) descontos e abatimentos concedidos e recebidos; (iv) tributos incidentes sobre a produção e venda de mercadorias. Vamos abordar esses tópicos individualmente e conectá-los ao final. INVENTÁRIO DE ESTOQUES De maneira geral, as operações com mercadorias são praticadas por empresas comerciais que as adquirem com a finalidade de revendê-las com lucro. O resultado com mercadorias (RCM) é calculado, conforme expressão algébrica a seguir: R C M = V - C M V Onde V corresponde às vendas do período; e CMV, ao custo da mercadoria vendida. Como as vendas são conhecidas, a variável a ser determinada é o CMV. Para empresas comerciais, é essencial a determinação do custo da mercadoria vendida (CMV), pois é a partir desse valor que a revenda das mercadorias gerará lucro. A depender da frequência de aquisição e revenda dessas mercadorias, assim como da variedade mercadorias transacionadas, a determinação do CMV pode se tornar algo bastante complexo. E como o CMV pode ser determinado? O CMV observa um conceito de fluxo e sua expressão algébrica é: C M V = E i + C - E f Onde Ei é o estoque inicial do período, C corresponde às compras de mercadorias, e E f é o estoque final do período. O estoque inicial do período e as compras são conhecidos. A variável a ser determinada é o estoque final do período. Há duas alternativas para isso: Inventário periódico O inventário periódico é a alternativa escolhida por empresas de menor porte que optam por um controle mais simples, ainda que menos preciso. Ele apura o estoque de mercadorias ao final do período escolhido, por meio de uma contagem física das mercadorias em estoque. Esse estoque final inventariado é mensurado pelo preço de custo ou de mercado, o que for menor. Uma vez determinado o estoque final do período (Ef), o CMV pode ser calculado. Exemplo Considere uma entidade que apresente os saldos a seguir e observe a determinação do estoque final de mercadorias e do resultado com mercadorias, a partir da utilização da conta mista de mercadorias. * Saldo da conta mista de mercadorias (SM). ** RCM ‒ conta mista como conta de resultado; o saldo é o RCM. Obs: A conta mista de mercadorias é a contrapartida de todos os lançamentos envolvendo a compra e a venda de produtos. O saldo final, $800,00, corresponde ao RCM, enquanto o lançamento (4) é o resultado do inventário periódico realizado no estoque. Inventário permanente Este é o controle constante do estoque de mercadorias, realizado por meio de controles individuais por tipo de mercadoria. Existem três métodos para realizar o inventário permanente. São eles: Exemplo Considere as operações com mercadorias e apure o estoque final do período, segundo os três métodos de inventário permanente. Método PEPS Método UEPS Método: Custo Médio Ponderado Comparação entre os métodos de avaliações de estoques pelo inventário permanente O método do custo médio ponderado segue um caminho intermediário entre PEPS e UEPS, distribuindo o efeito das variações de preços das mercadorias entre estoques e CMV. Em consequência dos efeitos que os métodos de avaliação de estoques exercem sobre o resultado, e, em consequência, sobre o lucro tributável, a legislação do IR admite que sejam utilizados apenas o PEPS e o custo médio ponderado. FATOS QUE MODIFICAM COMPRAS E VENDAS As compras e vendas de mercadorias podem ser afetadas por eventos alheios à vontade dos administradores ou por decisões comerciais consentidas pelos administradores facilitar a realização da transação. Fatos que modificam compras: TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE OPERAÇÕES COM MERCADORIAS Neste caso, estamos falando de impostos cujo fato gerador deriva da compra ou venda de mercadorias e cujas alíquotas se relacionam ao preço de venda. Os principais tributos são: Os impostos podem ser cumulativos e não cumulativos. Cumulativos: São aqueles que incidem em cascata ao longo de toda a cadeia de produção e suas alíquotas são calculadas sobre o valor de venda em cada etapa da cadeia de produção. A extinta CPMF é um exemplo. Não Cumulativo: Também incidem em cascata ao longo de toda a cadeia de produção. Contudo, cada etapa da cadeia de produção é tributada apenas pelo valor agregado e não pelo valor de venda. Atenção Dos exemplos apresentados na tabela anterior, IPI e ICMS são impostos não cumulativos, enquanto PIS e COFINS podem assumir ambas as características. A operacionalização contábil dos impostos não cumulativos exige que a tributação incidente sobre a compra seja deduzida da tributação incidente sobre a venda, de forma que a entidade seja tributada apenas pela diferença, equivalente ao valor agregado na etapa de produção. Os exemplos, a seguir, tratam desses casos para o ICMS. Quanto ao IPI, as entidades comerciais são, usualmente, consumidoras finais de produtos industrializados, pois não integram a cadeia de transformação do bem. Para essas entidades, o IPI é tratado como uma despesa sobre vendas pelo valor incidente na aquisição das mercadorias. Exemplo Considere uma entidade comercial que realiza compra e venda de mercadorias submetidas a uma alíquota de ICMS de 18%. No período de análise, a entidade realiza duas únicas operações: (i) compra de mercadorias, no valor de $60.000,00; e (ii) venda de mercadorias, no valor de $80.000,00. Observe, a seguir, as notas fiscais das operações: Observe os razonetes com os lançamentos relativos à compra (1) e à venda (2 e 3). O passo final é a apuração do ICMS a recolher. Observe o lançamento (4) a seguir: O saldo devido de ICMS no período é $3.600,00. Exemplo (adaptado de NEVES; VICENCONTI, 2009) A Cia ABC é uma empresa comercial que realiza uma série de operações com mercadorias ao longo de 09/X1. O exemplo apresenta a contabilização desses eventos e a apuração do resultado com mercadorias (todas as operações com mercadorias foram efetuadas a prazo). c) Abatimentos concedidos após a operação para evitar a devolução das mercadorias: - Abatimentos sobre vendas → $405 - Abatimento sobre compras → $520 d) Fretes sobre compras a pagar em 30 dias → $250 e) Seguro sobre compras a pagar em 30 dias → $180 f) COFINS sobre receita bruta → $915 g) PIS incidentes sobre a receita bruta → $215 h) Estoque inicial de setembro → $4.200 i) Estoque final de setembro → $4.400 Contabilização: APURAÇÃO DAS COMPRAS LÍQUIDAS Compras Líquidas = Compras Brutas + Fretes + Seguro – Devoluções Compras – Abatimentos Compras Onde: Compras Brutas: (20.000 – 2.700) = 17.300; lembre-se de deduzir o ICMS, faturado por dentro. Fretes: 250 Seguros: 180 Devoluções Compras: (2.000 – 270) = 1.730; lembre-se de deduzir o ICMS, faturado por dentro. Abatimentos Compras: 5.020 (obtido da seguinte maneira: 5.000 de desconto incondicional, conforme a) Notas Fiscais; deduzido de 500 devolvidos, conforme b) Notas Fiscais; e acrescido de 520, conforme item c). Então, Compras Líquidas = 17.300 +250 +180 – 1.730 – 5.020 = 10.980 APURAÇÃO DAS VENDAS LÍQUIDAS VendasLíquidas = VendasBrutas – DevoluçãoVendas – AbatimentosVendas - ImpostosVendas Onde: VendasBrutas: 40.000 DevoluçãoVendas: 4.000, conforme b) Notas Fiscais AbatimentosVendas: (5.000 – 500 + 405) = 4.905, dos quais 5.000 referem-se ao desconto incondicional conforme a) Notas Fiscais; 500 devem ser deduzidos desse desconto em razão da devolução das mercadorias, conforme b) Notas Fiscais; e 405 e o abatimento adicional oferecido para evitar a perda do negócio, conforme dados adicionais ao problema. ImpostosVendas: (ICMS + PIS + COFINS)= 5.670 + 215 + 915 = 7.000, conforme cálculo do ICMS abaixo. ICSM = 6.300 – 630 = 5670 VendasLíquidas = 40.000 – 4.000 – 4.905 – 7.000 = 40.000 – 15.905 VendasLíquidas = 24.095 APURAÇÃO DO CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV) CMV = EInicial +CLíquidas – EFinal Resposta CMV = 4.200 + 10.980 - 4.400 CMV = 10.780 APURAÇÃO DO RESULTADO COM MERCADORIAS (RCM) RCM = VendasLíquidas - CMV Resposta RCM = 24.095 – 10.780 RCM = 13.315 APURAÇÃO DO ICMS A RECOLHER Trata-se da transposição do ICMS a recuperar (zerando a conta) para a conta ICMS a recolher. Do confronto desses valores, ou seja, da dedução do ICMS a recuperar do saldo de ICMS a recolher, resulta o valor final do imposto a ser recolhido pela empresa. Veja o razonete mais adiante e o saldo final de $3.240,00 como o valor do imposto a ser recolhido. Observe os mesmos lançamentos em razonetes: DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Utilizando os mesmos dados do exercício anterior, finalizaremos a análise com a elaboração da demonstração do resultado do exercício (DRE). A DRE é o relatório financeiro que informa o lucro ou o prejuízo do exercício. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Identificar o tratamento contábil aplicável a lançamentos contábeis específicos Neste módulo, você aprenderá sobre o tratamento contábil aplicável a diversos eventos econômicos típicos realizados pelas empresas e que afetam o patrimônio, tais como: ADIANTAMENTOS Trata-se da antecipação de valor a ser recebido ou pago no futuro, e serão deduzidos quando da efetiva liquidação do direito ou obrigação. Exemplo Adiantamento pago a fornecedores, no valor de $1.000,00, por meio de transferência bancária. Exemplo Adiantamento recebido de clientes, no valor de $1.000,00, por meio de transferência bancária. Exemplo Compensação do adiantamento pago a fornecedores, no valor de $1.000,00, quando da quitação da obrigação. DESPESAS PAGAS ANTECIPADAMENTE O regime de competência define que a alocação de receitas e despesas é feita no período a que se referem. Observe o exemplo a seguir. Exemplo Em 02/01/X1, a empresa ABC contratou o seguro de suas instalações industriais pelo período de 12 meses por $1200,00, pagos à vista. Trata-se, em essência, de uma despesa de seguros desembolsada à vista. Contudo, a cobertura do seguro contempla todo o ano de X1, razão pela qual a despesa equivalente deve ser reconhecida ao longo do mesmo período. O saldo bancário (SI) no momento da operação era de $10.000,00. Observe os lançamentos a seguir. Todo final de mês, deve ser apropriada a despesa relativa ao “consumo” do seguro naquele mês. Repete-se, portanto, o lançamento 2 a cada final de mês. Ao final dos 12 meses, teremos a situação apresentada nos razonetes a seguir: Embora o efeito financeiro da contratação do seguro tenha ocorrido no primeiro dia do ano (observe o lançamento creditando o caixa), sua conversão em despesa não é imediata. A contratação do seguro é registrada como ativo (despesas antecipadas) e será, gradualmente, absorvida como despesa ao longo de sua vigência. AÇÕES EM TESOURARIA Ações em tesouraria é a rubrica contábil na qual é feito o registro das ações da companhia que foram adquiridas pela própria sociedade. Como as ações adquiridas não deixam de existir, não haverá redução do capital social. No futuro, essas ações podem voltar a ser negociadas. Desse modo, a rubrica ações em tesouraria é uma conta retificadora do patrimônio líquido. Exemplo A Cia ABC apresentou lucro expressivo nos últimos exercícios e a assembleia geral aprovou destinar parte desse lucro para recomprar ações no mercado, com o propósito de estimular e valorizá-las. A Cia ABC tem capital subscrito e realizado de $20 milhões e adquiriu ações no valor patrimonial de $2 milhões. Observe o lançamento a seguir: RESULTADO NÃO OPERACIONAL Trata-se do ganho ou da perda de capital na venda de bens do imobilizado ou intangível. O ganho ou perda de capital será a diferença entre o valor justo líquido de venda e o valor contábil líquido. Observe o exemplo a seguir: Exemplo A Cia ABC alienou um imóvel por $1 milhão. Os custos envolvidos não operacionais foram de $200.000,00 e o imóvel estava registrado por um custo de aquisição de $1.500.000,00 e depreciação acumulada de $800.000,00. Cálculo do valor justo líquido de venda e do valor contábil líquido Valor Justo Líquido de Venda = Valor de Venda - Despesas relacionadas à venda Valor Justo Líquido de Venda = 1.000.000 - 200.000 = 800.000 Valor Contábil Líquido = Valor de Custo - Depreciação Acumulada Valor Contábil Líquido = 1.500.000 - 800.000 = 700.000 Resultado Não Operacional = 800.000 - 700.000 = 100.000 Histórico dos lançamentos (em $1.000,00) 1. Despesas incorridas na venda do imóvel; 2. Atualização do valor contábil líquido do imóvel; 3. Venda do imóvel por $ 1 milhão; 4. Baixa do Imóvel. O registro contábil é realizado tendo como contrapartida única de todos os lançamentos o fato de que a rubrica ganhou perdas não operacionais. Esaa conta age como uma espécie de concentrador de lançamentos, cujo valor líquido será o resultado não operacional. PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS Operações de crédito não têm recebimento garantido, uma vez que estão expostas ao risco de crédito, o risco do devedor não pagar. Dessa forma, a norma contábil exige que a entidade estime o valor das perdas decorrentes do risco de crédito e constitua provisões para fazer face a essas perdas. Você sabia O CPC 48, em vigor a partir de janeiro/2008, revisou todo o racional de constituição de provisões para perdas com crédito. Até então, a constituição de provisões exigia a ocorrência de um evento que caracterizasse a perda do crédito, como, por exemplo, o atraso no pagamento de alguma parcela. Atenção A provisão originada a partir da inadimplência do devedor é denominada perda incorrida, sendo expressada contabilmente como uma conta retificadora do direito de recebimento (contas a receber, operações de crédito etc.). A mensuração da provisão para créditos de liquidação duvidosa, ou simplesmente provisão para devedores duvidosos, é feita a partir da aplicação de um percentual sobre o saldo devedor do ativo. A partir do CPC 48, a provisão para devedores duvidosos foi alterada para incorporar um componente adicional, denominado perda esperada. A perda esperada expressa a expectativa de perda do credor, independentemente da ocorrência da pena incorrida. Para isso, cada crédito é classificado em estágios. Primeiro Estágio: No primeiro estágio, são classificadas as operações em curso normal, ou seja, operações que estejam observando os fluxos contratuais previstos. Segundo Estágio: No segundo estágio, são classificadas as operações em que houve aumento significativo do risco de crédito e o cumprimento dos fluxos contratuais previstos encontra dificuldades. Uma forma simplificada (e não exaustiva) de determinar o aumento significativo do risco de crédito é o atraso superior a 90 dias. Terceiro Estágio: No terceiro estágio, classificam-se as operações que não cumprem as obrigações contratuais, caracterizando a perda incorrida. Observe o esquema a seguir. A perda esperada é estimada em concordância com o estágio em que o crédito está classificado. Para o Estágio 1, a perda esperada contempla apenas os 12 meses seguintes, ou seja, a probabilidade de haver aumento significativo de risco nos próximos 12 meses. Para os estágios 2 e 3, a perda esperada com o tempo de toda a vida restante do crédito, ou seja, a probabilidade de haver inadimplência ao longo dela. A perda esperada é calculada conforme a expressão a seguir.: Perda Esperada = EAD x PD x LGD Onde: EAD é a exposição à inadimplência, isto é, o valor do créditoa receber do devedor; PD é a probabilidade de inadimplência, isto é, a probabilidade de haver inadimplência nos próximos doze meses (estágio 1) ou na vida restante do crédito (estágios 2 e 3); LGD é a perda dada a inadimplência, isto é, dado que houve a inadimplência, quanto a entidade espera perder após submeter o crédito aos procedimentos de cobrança, execução judicial etc. Observe o exemplo a seguir: Exemplo: Perda esperada A Cia ABC possui contas a receber junto à Cia MNO, no valor de $10 milhões. Os créditos estão performando normalmente (Estágio 1) e a Cia ABC estima a probabilidade de inadimplência da Cia MNO em 2%. A LGD estimada pela Cia ABC para créditos dessa natureza é de 10%. Qual seria a perda esperada? Como contabilizá-la? Cálculo da Perda esperada EAD = $10 milhões PD = 2% LGD = 10% Perda esperada = EAD x PD x LGD Perda esperada = EAD x PD x LGD = $ 10 milhões x 2 % x 10 % = $ 20 mil Lançamentos A PDD é uma conta retificadora do ativo, que deduz o saldo de contas a receber ou operações de crédito. Exemplo A Cia MNO entrou em atraso. O crédito devido e não pago mais antigo excede 90 dias, caracterizando um aumento significativo do risco de crédito. Dessa forma, a carteira de contas a receber detida pelo Banco ABC junto à MNO avançou para o estágio 2. Segundo o Banco ABC, A PD passou a 12%. Qual seria a perda esperada? Como contabilizá-la? Perda Esperada = EAD x PD x LGD = $ 10 milhões x 12 % x 10 % = $ 120 mil Lançamentos Exemplo A Cia MNO entrou em perda incorrida e avançou ao estágio 3. Em consequência, A PD passou a 100%, uma vez que não há mais probabilidade de inadimplência e sim uma certeza de inadimplência, decorrente da manutenção indefinida da condição de atraso. Qual seria a perda incorrida? Como contabilizá-la? Perda Esperada = EAD x PD x LGD = $ 10 milhões x 100 % x 10 % = $ 1 milhão Lançamentos Exemplo A Cia ABC adotou os procedimentos de cobrança previstos em sua política interna e conseguiu recuperar, de fato, os 90% do crédito estimados inicialmente. Dessa forma, a LGD de 10% foi confirmada e o crédito foi baixado contra o recebimento de garantias. Observe os lançamentos a seguir: Lançamentos DEDUTIBILIDADE DA DESPESA COM DEVEDORES DUVIDOSOS A despesa com devedores duvidosos não é dedutível da base de cálculo do imposto de renda, pois o Fisco considera estimativas de perda como perdas não realizadas e, portanto, não dedutíveis. Atenção A conversão das estimativas de perdas em perdas realizadas e, sendo assim, dedutíveis, deve observar as regras definidas pela RFB, na Instrução Normativa RFB 1700/17, apresentada a seguir: CAPÍTULO VIII DAS PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS Seção I Da Dedução Art. 71. As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica poderão ser deduzidas como despesas, para determinação do lucro real e do resultado ajustado, observado o disposto neste artigo. § 1º Poderão ser registrados como perdas os créditos: I - Em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada do Poder Judiciário; II - Sem garantia, de valor: a) Até R$15.000,00 (quinze mil reais) por operação, vencidos há mais de 6 (seis) meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento; b) Acima de R$15.000,00 (quinze mil reais) até R$ 100.000,00 (cem mil reais) por operação, vencidos há mais de 1 (um) ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, mantida a cobrança administrativa; e c) Superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais) por operação, vencidos há mais de 1 (um) ano, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento; III - Com garantia, vencidos há mais de 2 (dois) anos, de valor: a) Até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por operação, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias; e b) Superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por operação, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias; e IV - Contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica em concordata ou recuperação judicial, relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar, observado o disposto no § 8º. VERIFICANDO O APRENDIZADO