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Instrumentos Operatórios em Dentística Keila Moreira da Silva Costa Os instrumentos exploratórios são utilizados rotineiramente no consultório odontológico para diagnóstico, visualização e acesso à estrutura dentária. Espelho Clínico: é utilizado em todas as áreas da odontologia e apresenta a função de visualização do campo operatório (visão indireta), iluminação (por meio da reflexão e do direcionamento da luz emitida pelo refletor) e afastamento dos tecidos. Os mais utilizados na prática clínica são os espelhos de vidro comum nº 5. Apesar desse tipo possuir um baixo custo, apresenta a desvantagem de gerar imagens duplas. Sendo assim, a melhor opção é o espelho de reflexão frontal (front surface mirror), que evitam a formação de imagem dupla. Espelho clínico nº5 de vidro comum com reflexão principal ao fundo / Espelho clínico nº5 de reflexão frontal Pinça Clínica: serve para preensão e deslocamento de objetos pequenos, como gazes, roletes e bolinhas de algodão, além de resíduos materiais gerados nas cimentações, moldagens e preparos cavitários. Sonda Exploratória: apresenta a função tátil e de auxílio na restauração. Com a função tátil, permite diagnosticar irregularidades nas superfícies, amolecimento da estrutura dentária e desadaptação de restaurações. Na função restauradora, devido a sua ponta afiada, pode ser utilizada na confecção de detalhes da anatomia dentária, como sulcos e depressões, além da inserção de corantes durante o processo de estratificação das resinas compostas. Sonda Milimetrada: é mais comumente empregada na periodontia para medição de bolsas periodontais. Pode ser utilizada na odontologia restauradora para mensurar aspectos dentários, como, por exemplo, profundidade das cavidades, largura de dentes, espaços interdentários e dimensões de preparos. Taças de borracha e escova de Robinson: servem para limpeza da estrutura dentária, o que auxilia na prevenção de lesões. Permitem também melhor visualização e diagnóstico de imperfeições e lesões de cárie no dente. As taças de borracha são utilizadas em superfícies lisas e livres, enquanto as escovas de Robinson, em superfícies irregulares. O cone também serve para superfícies irregulares. Fio Dental: normalmente utilizado na limpeza das superfícies proximais, serve para diagnosticar lesões de cárie localizadas nessas superfícies, cálculo, irregularidades superficiais e desadaptações de restaurações, além de confecção de amarrilhos no isolamento absoluto. INSTRUMENTAIS UTILIZADOS PARA O PREPARO CAVITÁRIO A confecção de preparos cavitários na estrutura exige inicialmente instrumentos que propiciem acesso à lesão e seu tratamento. INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS: são aqueles que realizam a remoção da estrutura dentária por meio da ação mecânica da ponta ativa, que rotaciona com velocidade controlada. São projetados em diversos tamanhos, formas e tipos, para a execução de diferentes funções. Turbinas de alta velocidade (100000 a 450000 rpm): também conhecidas como canetas de alta rotação. Apresentam grande poder de corte e são empregadas na redução rápida de estrutura dentária. Possuem a cabeça de acoplamento da broca ligeiramente angulada para permitir o trabalho na cavidade oral. Devem ser utilizadas com cuidado na cavidade oral, sempre com refrigeração eficiente, uma vez que o calor gerado pode levar a danos irreversíveis no tecido pulpar. Para isso, apresentam saídas de spray ar-água direcionadas à ponta ativa da broca. Saca-brocas: serve para remoção e colocação da broca. Possui entradas circulares , uma delas com um eixo vertical em aço, que é responsável pela remoção da broca. A outra extremidade serve para colocar corretamente as brocas ou pontas. Um sistema que dispensa o saca-brocas é o push botton. Motores de baixa velocidade(500 a 20000rpm): também conhecidos como micromotores. São importantes ferramentas utilizadas na remoção de dentina cariada, em preparos cavitários em que é requerido o mínimo de extensão, nos acabamentos deles após a instrumentação com a alta rotação, em polimentos, profilaxias, confecção e acabamento de próteses, entre outros. Possui baixo poder de corte comparado aos de alta rotação. A manutenção dos motores de baixa velocidade e das turbinas de alta velocidade deve ser feita com uma escova para remoção de resíduos, com jatos de ar, panos limpos, entre outros meios. O acúmulo de pó ou de restos dentinários na turbina pode causar entupimento, o que impede a perfeita saída do spray-água. A lubrificação das peças deve ser feita após o encerramento das atividades clínicas. São lubrificados com óleos finos. Brocas ou Fresas: são utilizadas como instrumento de corte e normalmente constituídas de um único material, o aço ou carboneto de tungstênio. O aço é utilizado para remoção de dentina cariada e acabamento de preparos com baixa rotação. Já o carboneto de tungstênio (carbide), é usado para preparos cavitários tanto em baixa quanto em alta rotação. Constituem-se em três partes distintas: ponta ativa, intermediário e haste. Ponta Ativa: é a parte que realiza o trabalho no preparo cavitário. É constituída por lâminas lisas ou serrilhadas, dispostas de forma a facilitar o corte no sentido horário. Possui várias formas e tamanhos, de acordo com a necessidade do uso. Intermediário: une a haste à ponta ativa, geralmente longo em brocas para peça reta e curto em brocas para turbinas de alta rotação e contra-ângulo. Haste: parte responsável pela conexão ao equipamento rotatório (turbina de alta rotação, contra-ângulo ou peça reta). Existe uma grande variedade de formas e tamanhos de pontas ativas, as mais utilizadas são: Esféricas: alto poder de penetração. Utilizadas principalmente para a abertura e remoção do tecido cariado, além de confecção de retenções adicionais. Cone-invertido: utilizadas especialmente para determinar retenções adicionais, planificar paredes pulpares e, eventualmente, avivar ângulos de cavidade. Cilíndricas: utilizadas para confeccionar paredes circundantes paralelas e avivar ângulos da cavidade, essas fresas, em sua maioria, têm corte na extremidade e nas partes laterais da ponta ativa. Troncocônicas: utilizadas para dar forma e contorno a cavidade com paredes circundantes expulsivas e para determinar sulcos ou canaletas em cavidades para restaurações metálicas fundidas. Indicadas também para determinar retenções nas caixas proximais em cavidades para amálgama. Nas brocas cilíndricas troncocônicas, as lâminas podem estar dispostas paralelamente ao longo do eixo da haste ou em forma de espiral. Quanto maior a quantidade de lâminas, mais lisa e polida será a superfície que sofrerá a ação da broca. Pontas Diamantadas: são instrumentos rotatórios que agem por desgaste. Indicadas para reduzir a estrutura dentária, para dar acabamento às paredes da cavidade e para remover excessos mais grosseiros das restaurações. Assim como as brocas, possuem ponta ativa, intermediário e haste e são constituídas de um único material para todas essas partes. No entanto, a ponta ativa é formada por partículas abrasivas diamantadas aglutinadas ao metal. Existe uma enorme variedade de formas, tamanhos e diâmetros de pontas diamantadas. A camada de diamante depositada nas pontas apresenta-se em geral, em quatro granulometrias: grossa, média, fina e extrafina. Normalmente, se utiliza a média, que possui numerações sem especificações adicionais, como por exemplo, 3118. Nas outras granulometrias, geralmente a especificação é alfanumérica:fino-3118F, extrafino-3118FF, grosso-3118G. As pontas diamantadas devem ser utilizadas com refrigeração aquosa, geralmente água-ar, para eliminar os detritos que se depositam entre os grãos abrasivos, além de evitar o aumento da temperatura. Pedras Montadas: possuem grande variedade de formas e diâmetros de pontas ativas. Podem ser utilizadas nas três modalidades - alta rotação, contra-ângulo e peça reta. Nas formas de alta rotação e contra-ângulo, são utilizadas diretamentena cavidade oral para acabamentos e polimentos iniciais. Na forma de peça reta, para acabamentos em grande peças, como próteses removíveis. As granulações de suas pontas ativas também são variáveis entre grossa e fina. As diferentes colorações das pedras montadas serve para distinguir a granulação e se sua utilização é para metal, cerâmica, resina composta, resina acrílica, etc. Borracha Montada: são semelhantes às pedras, tanto para contra-ângulo, como para peça reta, apresentam formas e diâmetros variados. São borrachas abrasivas que a granulometria varia de grossa a extrafina, dependendo do formato e do fabricante. São utilizadas em polimentos de amálgama, resina composta, resina acrílica ou porcelana. Suas cores variam de acordo com seus empregos. São basicamente pontas em forma de chama, roda ou taça Mandris: são importantes auxiliares na utilização de alguns instrumentos rotatórios, tanto para contra-ângulo como para peça reta. Acoplam instrumentos para corte ou acabamento. Caracterizam-se por apresentar um parafuso ou dispositivos específicos de encaixe em sua extremidade, onde podem ser acoplados discos de corte, separação, desgaste e polimento. Tais discos podem ser de aço, diamante, carboril, feltro, lixa, borracha abrasiva e rodas de carborundum INSTRUMENTOS CORTANTES MANUAIS: são empregados para cortar, clivar e planificar a estrutura dentária ou complementar a ação dos instrumentos rotatórios durante o preparo cavitário. A maioria dos instrumentos cortantes manuais foi desenvolvida para suprir os requisitos de preparo cavitário para restaurações em amálgama. Porém, com a evolução dos materiais resinosos, parte desses instrumentos tornou-se pouco utilizada. Os mais utilizados atualmente são as curetas e os recortadores de margem gengival. Os cinzéis, enxadas, machados e os formadores de ângulo são menos utilizados, embora sejam úteis para determinadas situações. Todos esses instrumentos manuais podem ser simples (ponta ativa em apenas uma das extremidades), ou duplos (ponta ativa nas duas extremidades). São constituídos de três partes: cabo, colo (ou intermediário) e ponta ativa ou lâmina. Os cabos geralmente são oitavados ou serrilhados para evitar o deslizamento no momento de sua utilização Apresentam em um das superfícies uma área lisa com uma inscrição de 3 ou 4 números gravada, que indica largura, comprimento, angulação da lâmina e numeração da série de fabricação. Recortadores de margem gengival: são instrumentos utilizados para a planificação das bordas do preparo cavitário, independentemente do material restaurador a ser empregado, ajudando a minimizar a chance de infiltração marginal. As lâminas dos recortadores de margem gengival são curvas e anguladas, para aplicações dos lados direito e esquerdo, nas superfícies mesial e distal do dente. Cureta, ou escavador, ou colher de dentina: instrumento utilizado para remoção de tecido cariado. Permite percepção tátil da consistência da dentina cariada, sendo de extrema importância na avaliação do tecido dentinário que deve ser removido durante o preparo cavitário. Possui a lâmina ligeiramente curva e com a extremidade arredondada. Também pode ser extremidade em forma de disco. A escolha da forma e do tamanho desse instrumento depende do caso clínico e da preferência do profissional. Cinzéis e Enxadas: são instrumentos manuais que possuem numa extremidade uma lâmina de metal resistente em bisel. São utilizados principalmente para planificar e clivar o esmalte, e podem apresentar-se em diferentes formas e angulações. As enxadas são muito semelhantes aos cinzéis, o que difere é que elas possuem um ângulo da lâmina até próximo de 25º centesimais, ao contrário dos cinzéis, que apresentam angulação da lâmina menor que 12,5º centesimais. Machados: apresentam sua lâmina paralela ao longo eixo do instrumento. São usados para clivar e aplainar esmalte e para planificar as paredes das caixas proximais de preparos cavitários de Classe II. Formadores de ângulos: apresentam a extremidade de lâmina em forma de ângulo agudo com eixo longitudinal, em vez de formar ângulo reto, como na maioria dos instrumentos de corte. São usados para acentuar ângulos diedros e triedros, e determinar a forma de retenção. Para a efetividade de corte desses instrumentos, é necessário que eles estejam sempre afiados. A afiação pode ser mecânica ou manual. Afiação Mecânica: é realizada por meio de motores elétricos especiais, com pedras de Arkansas, cilíndricas ou em roda. Para a afiação, os instrumentos devem ser colocados de acordo com o ângulo da extremidade cortante e com o bisel do instrumento em contato com a pedra, ligando-se em seguida o motor e exercendo leve pressão sobre a pedra cilíndrica ou o disco em movimento. Opcionalmente, pedras de Arkansas e discos de granulação fina podem ser montados em mandril para peça de mão. Afiação Manual: realizada com pedra de Arkansas plana previamente lubrificada e colocada sobre uma superfície também plana e lisa. Segura-se o instrumento com uma das mãos e adapta-se o bisel sobre a pedra. Segurando a pedra com a outra mão, desliza-se o instrumento em movimento vaivém. Outro método é manter o instrumento fixo com uma das mãos e movimentar a pedra com a outra mão. INSTRUMENTOS PARA RESTAURAÇÃO Condensadores: foram desenvolvidos para adaptar o amálgama à cavidade e para eliminar o excesso de mercúrio, tornando o material mais denso, capaz de ser esculpido e polido. Atualmente, é utilizado para adaptação de diversos materiais, inclusive na acomodação da resina composta à cavidade. Brunidores: são utilizados para brunidura em restaurações em amálgama antes e após a escultura. Também usados para inserção, acomodação e escultura em restaurações de resina composta. A escolha do brunidor a ser usado depende da anatomia da superfície a ser trabalhada. Esculpidores: também foram criados para esculpir restaurações de amálgama, porém, atualmente é utilizado para inserção e escultura de diferentes materiais. Existem diversos tipos, porém o mais utilizado é o Hollemback 3S devido à sua versatilidade. Porta-amálgama: utilizado para preensão do amálgama após a trituração, além de servir para inserir diversos materiais, como hidróxido de cálcio PA e agregado trióxido mineral (MTA). Apresenta-se em metal ou plástico e podem ser de diferentes tamanhos. Espátulas de manipulação: estão disponíveis em diferentes tamanhos e flexibilidades. São utilizadas para manipulação de cimentos e de outros materiais pasta-pasta ou pó e líquido. Matrizes e porta-matrizes: são utilizadas para restabelecer os contornos proximais das restaurações. As matrizes de poliéster são mais utilizadas em dentes anteriores. As metálicas são geralmente utilizadas para restaurações em dentes posteriores. Alguns tipos de matriz podem ser utilizadas em associação com porta-matrizes que facilitem sua adaptação ao dente. O mais comum deles é o porta-matriz de Tofflemire. Porta-matriz Tofflemire/Matriz Sistemas de matrizes parciais biconvexas são bastante utilizadas atualmente e são compostos de uma matriz metálica parcial pré contornada de um anel metálico especial. Cunhas: são pequenos dispositivos de formato piramidal, geralmente constituídos de plástico ou madeira, que são inseridos na região interproximal, a fim de promover afastamento e, assim compensar a espessura da matriz, auxiliar na obtenção de contatos proximais satisfatórios e evitar excesso na região cervical. Estão disponíveis em diversos tamanhos e, mesmo assim, em alguns casos necessitam de ajustes manuais para que sejam perfeitamente adaptadas ao espaço interproximal. Existem ainda outros dispositivos de materiais, tamanhos e formatos diferentes que visam substituir as cunhas, como dispositivos elásticos. Espátulas de Resina: servem para inserir, adaptar e esculpir restaurações de resina composta. Apresentam-se com diferentes angulações, tamanhos, espessuras e flexibilidades, o que facilitasua utilização em diferentes situações. Pincéis: complementam o uso das espátulas de resina, uma vez que permitem simultaneamente definir a forma e conferir lisura à superfície do material inserido. Aplicadores descartáveis ou microbrushes: são utilizados para aplicação de materiais líquidos e são disponibilizados em diversos tamanhos. Pinça Miller: permite a preensão de papel articular ou de carbono durante os ajustes oclusais. Bisturi: em odontologia restauradora, tem a função de remover pequenos excessos de adesivo ou material restaurador, sendo o mais utilizado para esse fim o de lâmina nº12. Tiras de Lixa: geralmente são constituídas de metal ou poliéster. Servem para remover pequenas irregularidades e ajustar as faces proximais. Discos abrasivos, pontas diamantadas extrafinas, borrachas abrasivas, brocas multilaminadas, escovas e taças: são instrumentos que também exercem a função de acabamento e polimento de restaurações. Discos: empregado em faces lisas e/ou proximais. Os mais abrasivos auxiliam na obtenção da forma final da restauração, e os menos abrasivos proporcionam brilho e lisura. Pontas e Brocas: indicadas para acabamento e polimento das restaurações, especialmente quando não há acesso aos discos, e para definição de detalhes anatômicos e texturização da superfície nas faces livres. Escovas, taças e discos de feltros: servem para o polimento de restaurações juntamente com pastas para esse fim. INSTRUMENTOS ALTERNATIVOS PARA O PREPARO CAVITÁRIO Os preparos cavitários convencionais realizados com instrumentos rotatórios apresentam vantagens por serem mais conhecidos, por proporcionarem cortes mais precisos e pela facilidade de controle tátil e visual do operador. Entretanto, podem provocar certo desconforto ao paciente, além de gerar calor, vibração e ruído. Desse modo, atualmente existem alternativas aos instrumentos rotatórios convencionais, como: Pontas de diamante CVD: são amplamente pesquisadas e divulgadas como método alternativo na dentística minimamente invasiva. Seu principal objetivo é tentar remover apenas lesões de cárie, preservando ao máximo o tecido saudável. Além disso, essas pontas visam proporcionar mais conforto ao paciente uma vez que são mais silenciosas e produzem menor vibração e calor. Ultrassom: a instrumentação ultrassônica consiste em desgastar esmalte e dentina não por ação mecânica e de corte ou desgaste, como nos sistemas de alta rotação, mas por vibração, a qual promove a oscilação das pontas diamantadas em alta frequência. Os instrumentos ultrassônicos devem ser utilizados com movimentos lentos, firmes e constantes e sem nenhuma força física. Apesar de eficiente, apresenta desvantagens, como o risco da não remoção total da cárie, a necessidade de escavadores manuais para remoção de tecido cariado amolecido, o custo elevado do aparelho de ultrassom e das pontas ultrassônicas, e a imprescindível necessidade de treinamento do profissional para utilizar o equipamento. Laser Er:YAG: promove, por aquecimento, a expansão da água no interior da estrutura dentária, que se rompe levando à ablação do tecido irradiado. Pode remover tecido cariado, se usadas baixas dosimetrias, ou dentina, esmalte, cimentos e compósitos, quando usadas altas dosimetrias, com mínimos efeitos térmicos nos tecidos subjacentes, já que a temperatura pulpar não se eleva mais de 3ºC. Uma das principais indicações é a remoção de tecido cariado, por este apresentar alta permeabilidade e, consequentemente, ser mais úmido que o tecido hígido, embora, talvez, a maior vantagem que se espere do tratamento de cárie e preparo cavitário com o laser seja a redução da dor e da necessidade do uso de anestesia. No entanto, sua eficácia e segurança dependem dos parâmetros utilizados e de um treinamento prévio do cirurgião-dentista, para apurar a sensibilidade tátil e não remover sem que haja contato da ponta que emite o feixe de irradiação com o dente. Alguns inconvenientes do tratamento com laser têm sido relatados, entre os quais o barulho do impacto dos pulsos sobre o dente, o cheiro desagradável proveniente do tecido queimado e a dispersão de partículas abrasionadas juntamente com o aerossol de água. Microabrasão: consiste no bombardeamento da superfície por partículas de óxido de alumínio em alta velocidade. O desgaste dentário é causado pela energia dispersada pelo impacto das partículas abrasivas. Esse mecanismo de ação produz algumas características particulares ao preparo, como ângulos internos arredondados, textura rugosa das paredes internas e túbulos dentinários obliterados por partículas de dentina abrasionada. A obliteração dos túbulos durante o desgaste por abrasão tem sido a explicação dada para a ausência de dor relatada pelos pacientes e para a ausência de resposta inflamatória pulpar na maior parte dos preparos por abrasão. Entre as vantagens do sistema de abrasão e ar pode-se citar a redução da necessidade de anestesia, a ausência de vibração, a redução de ruído e poucos efeitos indesejáveis sobre a mucosa e o tecido gengival. Em contrapartida, existem algumas desvantagens e dificuldades clínicas no emprego da abrasão a ar. A visibilidade é dificultada pelo aerossol de partículas abrasivas dispersas. Tecidos dentais amolecidos e alguns materiais restauradores amortecem o impacto das partículas abrasivas, absorvendo a energia cinética e tornando a abrasão e ar pouco eficiente. Assim, a dentina cariada amolecida não efetivamente removida, da mesma forma que o amálgama, ligas metálicas e outros materiais restauradores menos duros. Dessa forma, a indicação de uso de jato de ar abrasivo é restrita.
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