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1 CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO CELULARES O crescimento celular é responsável pela formação do conjunto de células que compõe os indivíduos; é indispensável ao desenvolvimento normal dos organismos. Então esse crescimento vai para além de somente uma parte inicial da vida, mas ele acaba acontecendo durante toda a vida quando o corpo precisa que células careçam e amadureçam para recompor células perdidas, logo é exigido para repor as células que morreram pelo processo natural de envelhecimento que ocorre durante toda a vida. DIFERENCIAÇÃO CELULAR É o processo celular de especialização morfológica e funcional que permite o desenvolvimento do organismo como um todo integrado; e isso acontece para permitir o desenvolvimento do organismo como um todo. O espermatozoide e o ovulo geral uma célula que a partir da diferenciação, vão gerar outras células especificas e especializadas. Percebe-se na imagem que ainda na etapa em amarelo as células não passaram pelo processo de diferenciação, ou seja, nessa etapa não representam nenhuma célula com forma e função especificas, mas com o passar do tempo pela influencia de fatores de crescimento vão de diferenciar, gerando varias células de formas e funções diferentes. E é de extrema importância para as diversas funções que o corpo têm/apresenta. TECIDO EPITELIAL Falando em tecido epitelial é caracterizado justamente por terem células unidas umas as outras e entre as células epiteliais e o tecido conjuntivo subjacente há uma delgada lâmina de moléculas chamada lâmina basal (membrana basal) que faz com que elas fiquem unidas entre si. PATOLOGIA – AULA 02 MECANISMOS DE ADAPTAÇÕES CELULARES 2 Tipos de tecidos epiteliais: Pavimentoso simples, só uma camada simples de tecido pavimentoso; pavimentoso estratificatificado, que tem vários estratos, várias camadas; o epitélio cubico simples; cubico simples, de transição, cilindro pseudo- estratificado. Lembrando que é visto também na embriogênese. Na embriogênese vai ter varias fases do desenvolvimento e para cada dia que passa vai existir um processo de diferenciação morfológica e funcional. Então esse embrião vai passar por uma serie de diferenciação celular, que fazem com que essa evolução permita chegar ao nono mês e segue até o processo de finalização da vida. Esse processo é tão importante e tão bem regulado, que se acontecerem alterações nesse processo de diferenciação celular podem ocorrer más formações: Todos os nossos tecidos tem formas e funções especificas e qualquer alteração desse tecido quando da sua formação pode levar a uma forma alterada e consequentemente uma função alterada. É importante lembrar que qualquer que seja o processo de crescimento e diferenciação celular é preciso passar por uma etapa fundamental que caracteriza a multiplicação celular, que é o ciclo celular O ciclo celular é composto por quatro fases fundamentais, que vão evoluindo a partir de um ciclo de etapas rigorosamente controladas, para permitir a duplicação de células com as 3 mesmas características das células progenitora. Quanto a capacidade de replicação, nós temos três características de células: Lábeis Estáveis Perenes. As células lábeis são as células da nossa epiderme, por exemplo, são células que estão continuamente entrando no processo de mitose, são estimuladas a se dividirem e isso é fisiológico essas células tem um alto potencial mitótico, divisão continua por toda a vida. Ex: epitélio de revestimentos, células hematopoiéticas. . São diferentes das células estáveis também conhecida como quiescentes, são células que estão no estado G0, ou seja, no estado inicial, que permite uma proliferação, mas que essa só vai ocorrer se for adequadamente estimulada, só entrando em mitose se houver necessidade. Tem baixo índice de divisão mitótica, ploriferam quando estimuladas, ex: órgãos glanulares, células endoteliais. Já as Células Prenes (ou permanentes) são as células que não se dividem, células permanentes. Não se dividem após o nascimento, “neurônios” REGULAÇÃO DO CRESCIMENTO Nos organismos, multicelulares, após completada a diferenciação, os órgãos e tecidos mantém constante o seu tamanho conservando o número de células. O controle da população celular vai ser mediado geneticamente, mas do ponto de vista celular essa regulação vai ser o equilíbrio entre os processos de mitose e apoptose CONTROLE CELULAR O controle da divisão e da diferenciação celular é feito por um sistema integrado e complexo que mantêm a população celular dentro dos limites fisiológicos. Se sofrer alterações poderá haver distúrbios do crescimento, da diferenciação ou de ambas as condições. Classificação dos distúrbios do crescimento e da diferenciação celular : Alterações no volume celular – atrofia e hipertrofia. Alterações na taxa de divisão celular – hipoplasia e hiperplasia Alterações na diferenciação – metaplasia. Alterações do crescimento e diferenciação – neoplasia. 4 Figura 7.2: A partir da célula central (célula padrão), se essa célula diminui o seu tamanho e sua função ela vai sofrer uma atrofia, se aumenta o tamanho do célula ela passou por uma hipertrofia, se aumenta o numero de células é uma hiperplasia e a alteração de uma célula em outro tipo de célula (mais capaz de suportar o estimulo nocivo que essa célula esta sofrendo) e essa alteração na diferenciação celular é chamada metaplasia. Uma célula normal (em homeostasia) ao sofrer um estresse ela imediatamente tenta se adaptar e essa adaptação pode permitir com que ela permaneça daquele jeito, mantendo sua funcionalidade sem ter sua forma drasticamente alterada, nas se ocorre a incapacidade de se adaptar, a célula vai sofrer a lesão celular, se essa lesão for leve ou transitória existe a possibilidade dela ser reversível voltando a homeostasia. O outro caminho a célula está em homeostasia e sofre um estilo muito nocivo que não consegue nem se adaptar e já sofre a lesão celular, se esse estimulo for leve e transitório, não muito agressivo pose existir a reversibilidade da lesão. Quando a lesão celular progride, sendo seu fator etiológico da lesão intenso e progressivo, essa lesão se torna irreversível gerando a necrose e a apoptose (morte celular). As adaptações são alterações reversíveis em numero, tamanho, fenótipo, atividade metabólica ou das funções celulares em respostas as alterações do meio ambiente. Essas adaptações podem ser: Fisiológicas: estimulação normal pelos hormônios ou mediadores químicos endógenos. Patológicas: são respostas ao estresse que permitem as células modular sua estrutura e função escapando assim da lesão. 5 Tipos de adaptações celulares: Hiperplasia: aumento do numero de células de um órgão ou tecido, resultando em aumento do tamanho do órgão. Logo, passará a ter hiperplasia se a população celular é capaz de replicação. Os mecanismos celulares que permitem com que esse evento aconteça são: A estimulação direta da célula ( de um fator de crescimento) ou ativação (de uma molécula que se liguem a receptores específicos de superfície que sinaliza ao núcleo da célula precisa aumentar e duplicar o seu material genético para permitir a formação de uma célula identica) de receptores de superfície. AsCondições necessárias para que esse processo de replicação ocorra adequadamente: suprimento sanguíneo suficiente (já que este garante a quantidade adequada de oxigênio, nutrientes). Integridade morfofuncional da célula (capacidade de manter a forma e a sua função). inervação adequada ( sistema nervoso adequadamente presente para que se associe a estimulação adequada para fazer replicação). A hiperplasia e hipertrofia, apesar de serem processos distintos podem ser simultâneos. ETIOPATOGENIA (MECANISMOS E CAUSAS) QUE LEVAM AO AUMENTO DO NÚMERO DE CELULAS (HIPERPLASIA): COMPENSATÓRIO: quando existe o aumento de massa tecidual. Ocorre quando uma porção de um tecido é removido ou lesado; Pode ocorrer a partir de células remanescente ou de células tronco. Ex:transplante hepático 6 ALTERAÇÕES FATORES DE CRESCIMENTO AO NÍVEL GENETICO ESTIMULAM HORMONAL: capacidade funcional do tecido. Os hormônios que atuam como fatores de crescimento e permitem a proliferação epitelial daquele tecido. MECANISMOS DA HIPERPLASIA Os mecanismos que levam essas alterações são: A necessidade de alterações especificas inicialmente que vão estimular fatores de crescimento (moléculas que agem como hormônios, mas estimulam a proliferação), por que ao nível genético esses fatores de crescimento vão estimular a produção de mais fatores de crescimento, vao estimular a produção de receptores para esses fatores de crescimento, ou seja aumentando a possibilidade dessas moléculas estimulares esse processo e também de regulação do ciclo celular, fazendo então com que ocorra o aumento da proliferação celular. HIPERPLASIA PATOLÓGICA A hiperplasia patológica vai ser esse aumento no numero de células considerado patológico. Isso ocorre quando por exemplo: Estimulação excessiva de células alvo: Por hormônios Por fatores de crescimento. Ex: um individuo que passa a usar anabolizante de maneira indiscriminada, é um estimulo hormonal, que vai agir de maneira excessiva sobre suas células alvo para aumentar a síntese proteica o que traz uma serie de outras complicações. Algumas hiperplasias patológicas são consideradas pré-neoplasicas. (ocorre um numero intenso no numero de células to intenso que o corpo não consegue controlar e podendo gerar uma alteração no crescimento celular, caracterizando as neoplasias). Exemplos de hiperplasia patologica: hiperplasia endometrial cística, síndrome de zollinger-elison, verruga (hiperplasia viral), hiperplasia modular da tireoide (hormonal TS4) Fatores de crescimento: hiperplasia inflamatória, hiperplasia epitelial. 7 AUMENTO DO VOLUME CELULAR SENSORES MECANICOS AGONISTAS VASOATIVOS FATORES DE CRESCIMENTO Se a estimulação hormonal ou estimulação por fatores de crescimento cessa, a hiperplasia desaparece. É essa sensibilidade aos mecanismos de controle de regulação normal que diferencia as hiperplasias patológicas benignas do câncer, no qual os mecanismos de controle do crescimento tornam-se desregulados. São esses mecanismos de controle da regulação hormonal que diferenciam a hiperplasia benigna do próprio câncer, no caso do câncer os mecanismos de controle do crescimento estão desregulados. A hiperplasia é uma adaptação celular até a medida que ocorre um controle nesse crescimento, quando existe esse descontrole essa hiperplasia pode evoluir para uma neoplasia HIPERTROFIA Aumento no TAMANHO de células de um órgão ou tecido, resultando em aumento do tamanho do órgão. A hipertrofia também é um tipo de adaptação celular. HIPERTROFIA CAUSAS Aumento da necessidade funcional Estímulos hormonais Fisiológica ou patológica. Vale ressaltar que na hipertrofia não existem células novas, apenas células maiores, aumentadas devido a uma maior concentração de quantidade de proteínas estruturais e de organelas. HIPERTROFIA MECANISMOS Como ocorre? SENSORES MECÂNICOS: ex: adaptação para o levantamento de uma carga maior. FATORES DE CRESCIMENTO: que atuam de forma semelhante aos hormônios e AGONISTAS VASOATIVOS que são moléculas liberadas nesse processo de adaptação que aumentam o tamanho da célula. 8 Quando o coração é estimulado vai haver então a síntese de proteínas e filamentos dentro daquela célula (miocito cardíaco) gerando um novo equilíbrio entre a demanda física e capacidade daquele órgão, ocorre então o aumento de miofilamentios e então aquele coração com o aumento de miofilamentos consegue suportar melhor a carga a qual ele é submetido. Na figura os MECANISMOS BIOQUÍMICOS DA HIPERTROFIA MIOCÁRDICA mostra a expressão de determinados genes ou proteínas durante a hipertrofia cardíaca. Agonistas são moléculas com a capacidade de se ligar ao receptor e ativa-los, temos na imagem vários tipos de exemplos de agonistas que atuam sobre vários tipos de receptores a nível do miocito cardíaco e todas as essas moléculas vão atuar no núcleo gerando fatores de transcrição ou fazem a indução de proteínas contrateis e o objetivo é aumentar a atividade muscular e ao aumenta-la permite a adaptação cardíaca para que possa haver um melhor desempenho cardíaco. MECANISMOS: Quaisquer que sejam os exatos mecanismos da hipertrofia, um limite alcançado, e após isso, o aumento da massa muscular NÃO pode mais compensar a sobrecarga. 9 Quaisquer que sejam os mecanismos da hipertrofia, um limite é alcançado, e após isso, o aumento da massa muscular não pode mais compensar a sobrecarga, ou seja se é fisiológico deve existir um limite, ao ser ultrapassado passa a ser patológico O coração após esse limite pode sofrer uma lesão que se não adaptada e volta ao estado normal pode até sofrer morte celular. Então quando o aumento de massa muscular não é capaz de compensar o aumento da carga a qual o coração é submetido, vai haver o diagnostico de insuficiência cardíaca que gera alterações degenerativas nas fibras (alterando sua função), bem como lise e perda de miofibrilantes. Ainda falando de hipertrofia patológica temos a hipertensão arterial sistêmica, indivíduos com PAS tem o ventrículo hipertrofiado, com a vaso constrição do ventrículo o diâmetro fica melhor para que o fluxo sanguíneo possa passar e exigindo uma maior força e um maior bombeamento, cronicamente o coração vai se adaptar fazendo com que as paredes fiquem mais fortes para ejetar sangue com mais força o que vai levar a hipertrofia desse órgão. Essa sequencia de eventos ilustram como uma adaptação ao estresse pode progredir para uma lesão funcional, caso o estresse não seja atenuado, se esse individuo não faz uso de nenhum controle essa lesão tende a piorar. ATROFIA Redução do TAMANHO da célula devido à perda da subsistência celular. ATROFIA CAUSAS: Diminuição da carga Inicialmente reversíveis Osteoporose por desuso Perda da inervação Lesão Diminuição de suprimento sanguíneo (isquemia) Nutrição inadequada Caqueixa 10 É importante ressaltar que embora as células atróficas tenham sua função diminuída elas não estão mortas. Atrofia fisiológica: Senilidade (processo de envelhecimento natural) Atrofia patológica: Depende das causas Localizada ou generalizadas Pressão ATROFIA MECANISMOS: Os mecanismos pelo qual a atrofia ocorre, seja ela fisiológica ou patológica a célulavai ter que diminuir o se tamanho e para que essa diminuição ocorra é preciso quebrar as estruturas antes construídas; as células utilizam estruturas citoplasmáticas denominadas lisossomos e também utilizam um sistema chamado ubiquitina-proteassoma que é o maior sistema proteolítico do corpo, fazendo degradação proteica perda da estrutura e da substancia celular. Sistemas proteolíticos Lisossomos Ubiquitina-proteassoma Hormônios Insulina – TNF α Vacúolos autofágicos OS MECANISMO DE ATROFIA AFETAM O EQUILÍBRIO ENTRE A SÍNTESE E A DEGRADAÇÃO DE PROTEÍNAS Então o que acontece é uma diminuição na síntese de proteínas que é ocasionada e também se ocasiona por aumento do catabolismo (perdas de massa, tecidos e componentes) e isso gera uma diminuição na atividade metabólica e das organelas, a célula entende que com o numero de organelas restrita ela não precisa trabalhar tanto, então certamente ela diminui o seu volume e o numero de células pois as organelas foram perdidas. Então a definição de atrofia seria a retração da célula para um tamanho menor no qual a sobrevivência é ainda possível; um novo equilíbrio é adquirido entre o tamanho da célula a diminuição do suprimento sanguíneo da nutrição ou da estimulação atrófica. 11 Outras causas podem ser a perda da estimulação endócrina e envelhecimento. METAPLASIA: A alteração reversível na qual um tipo de célula adulta é SUBSTITUÍDA por outro tipo de célula adulta( que possa suportar a agressão, o estimulo nocivo a qual esta sendo submetida). A metaplasia é um tipo de tentativa de se adaptar a um tipo de estresse mais forte, não obrigatoriamente gera uma neoplasia, mas se esse estimulo se mantiver mesmo depois da metalepsia instalada existe a possibilidade dessa evolução. Então se existe um ambiente hostil com fatores ambientais nocivos a saúde, gera a produção de citocinas pró-inflamatória e fatores de crescimento que vao estar atuando sobre a substituição dos MEC (componentes da matriz extracelular) reprogramando as células da matriz e do epitélio a adquirir uma nova forma, mais capaz de suportar o estimulo nocivo a qual o órgão é submetido. Nesse tipo de adaptação celular as células sensíveis a um determinado estresse são substituídas por outros tipos celulares mais capazes de suportar o ambiente hostil. A deficiência de acido retinoico (vitamina A) interfere na qualidade da mucosa. Embora o epitélio escamoso metaplasico possua vantagens de sobrevivência, os importantes mecanismos de proteção são perdidos, tais como a remoção de muco e a remoção pelos cílios de matérias particulados. Então o individuo fica mais suscetível, pois essas barreiras de defesa da imunidade inata são perdidas por conta da lesão. Reprogramação de células tronco de cada orgão são reprogramadas para gerar um novo tipo celular para suportar essas lesões.
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