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Artigo Científico - A Influência do Acompanhamento Farmacoterapêutico na Adesão À Terapia Anti-Hipertensiva e no Grau de Satisfação do Paciente

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Prévia do material em texto

Autor correspondente: Luciene Alves Moreira Marques - Universidade 
Federal de Alfenas – UNIFAL - MG - Brasil - Rua Joaquim Bernardes da 
Silva, 105 - Jardim Aeroporto - Alfenas - MG - CEP.37130-000
e-mail: lumarques@unifal-mg.edu.br 
Revista de Ciências
Farmacêuticas
Básica e Aplicada
Journal of Basic and Applied Pharmaceutical Sciences
Rev Ciênc Farm Básica Apl., 2010;31(3):209-215
ISSN 1808-4532
A influência do acompanhamento farmacoterapêutico 
na adesão à terapia anti-hipertensiva e no grau de 
satisfação do paciente
Amarante, L.C.1; Shoji, L.S.1; Beijo, L.A.2; Lourenço, E.B.2; Marques, L.A.M.3*
1Acadêmica de Farmácia, Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL-MG. Brasil.
2Doutor, Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL-MG. Brasil.
3Mestre, Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL-MG, Brasil.
Recebido 16/02/2010 / Aceito 12/08/2010
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi proporcionar o serviço 
de Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT) a 
pacientes hipertensos usuários da Farmácia Popular de 
Alfenas (MG), além de avaliar a adesão do usuário aos 
medicamentos antes e após o AFT e o grau de satisfação 
com o serviço prestado. O trabalho foi realizado com 27 
pacientes de ambos os sexos e com faixa etária entre 40 e 
70 anos ou mais. Os pacientes foram divididos em grupo 
controle e teste, ambos responderam ao questionário de 
adesão no início do estudo e, ao final, apenas os pacientes 
do grupo teste o fizeram. Os pacientes do grupo teste 
receberam Acompanhamento Farmacoterapêutico 
durante dez meses (2008) e, ao final desse período, 
responderam o questionário de satisfação pelo serviço. 
Um dos motivos mais importantes para a não adesão 
foi o esquecimento de administrar o medicamento (67% 
para ambos os grupos). Outros fatores, como a falta de 
informação sobre a doença e a não compreensão sobre 
como utilizar os medicamentos, foram sanados com a 
intervenção farmacêutica. Dos pacientes participantes 
desta pesquisa, 80% achavam importante o trabalho 
conjunto do farmacêutico com o médico e 100% 
disseram que continuariam a utilizar o serviço prestado 
e o indicariam a amigos e parentes. Os dados sugerem 
que as intervenções farmacêuticas foram efetivas no 
sentido de aumentar a adesão no grupo que recebeu 
AFt e que os pacientes ficaram satisfeitos com o serviço 
prestado.
Palavras-chave: Adesão. Satisfação. Acompanhamento 
farmacoterapêutico. Hipertensão.
INTRODUÇÃO
Segundo Haynes (1976), adesão é o grau em que a 
conduta de um paciente em relação ao uso do medicamento, 
ao seguimento de uma dieta ou à modificação de hábitos de 
vida, coincide com as instruções fornecidas pelo médico ou 
outro profissional sanitário (Haynes et al., 1980). 
A não adesão pode ser classificada da seguinte 
forma: 1) voluntária ou intencional, que pode ter várias 
causas, como crer que a medicação é excessiva ou ter medo 
de reações adversas; 2) involuntária ou não intencional, que 
pode ser consequência do esquecimento de uma dose e do 
erro na interpretação das instruções dadas pelo médico ou 
farmacêutico, entre outras (Gabarró, 1999). 
Existe também a não adesão inteligente (intelligent 
non compliance), que poderia ser definida como a alteração 
voluntária da terapia prescrita por parte do paciente, 
reduzindo a dose para não sofrer consequências adversas à 
saúde que poderiam resultar desta administração. Algumas 
circunstâncias que levam à não adesão inteligente são: 1) 
quando existe um diagnóstico mal realizado, 2) quando 
existe uma prescrição incorreta, 3) quando o paciente 
experimenta reações adversas e 4) quando o paciente está 
em tratamentos crônicos, a enfermidade evolui e aparece 
outra patologia intercorrente, mas o médico continua 
prescrevendo o mesmo medicamento (Gabarró, 1999).
Em trabalho realizado por Chamorro et al. (2006) 
na Espanha, observou-se que 18,61% dos pacientes não 
utilizavam o medicamento por desconfiança do tratamento, 
16,28% por crerem estar curados, 11,62% devido à presença 
de reações adversas, 9,3% por sensação de excesso de 
medicação prescrita pelo médico, 4,65% por desconfiança 
do médico e 2,33% por não adquirirem o medicamento 
receitado. A não adesão por esquecimento ou por não 
compreensão das instruções correspondeu a 11,62% dos 
casos e, por problemas econômicos, 2, 33%.
Climente et al. (2001) avaliaram as quatro principais 
causas de ingresso hospitalar, verificando que esse se 
deve 56,3% à não adesão, 53,3% ao uso de medicamento 
210
Adesão e satisfação em Atenção Farmacêutica
Rev Ciênc Farm Básica Apl., 2010;31(3):209-215
inadequado, 40,7% à necessidade de tratamento adicional e 
30% às reações adversas.
Outros fatores, como a família (especialmente 
quando se trata de pessoas de idades extremas, como é o caso 
de crianças e idosos) e o ambiente social (cultura, normas 
sociais e de conduta) têm uma grande influência no grau de 
adesão a medicamentos (Gabarró, 1999). Isso é ressaltado 
em trabalho realizado por Saraiva et al. (2007), em que a 
inserção da família na problemática da hipertensão arterial 
nos reporta à importância de capacitá-la para investir na 
adesão da pessoa hipertensa ao tratamento.
Apesar das evidências de que o tratamento anti-
hipertensivo é eficaz em diminuir morbidade e mortalidade 
cardiovasculares, os percentuais de controle de pressão 
arterial são muito baixos em razão da pouca adesão ao 
tratamento. A taxa de abandono do tratamento, grau mais 
elevado de não adesão, é crescente conforme o tempo 
decorrido após o início da terapêutica (SBC, 2007).
A hipertensão arterial é um dos fatores de risco 
para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares que 
merecem maior atenção. No Brasil, em 2003, 27,4% dos 
óbitos foram decorrentes de doenças cardiovasculares 
(SBC, 2007). Entre os fatores de risco para mortalidade, a 
hipertensão arterial provoca 40% das mortes por acidente 
vascular cerebral e 25% por doença coronariana. Em 
2005, ocorreram 1.180.184 internações por doenças 
cardiovasculares, com custo global de R$ 1.323.775.008,28 
(SBC, 2007).
Dados do Hiperdia, divulgados no período de 
08/2006 a 08/2009, mostram que há 2.358.647 portadores 
de hipertensão ou hipertensão e diabetes mellitus. 
São 1.829.037 hipertensos e 529.610 pessoas com 
hipertensão e diabetes mellitus. Em Minas Gerais, são 
286.868 hipertensos e 75.594 hipertensos e diabéticos 
(Marques et al., 2009). Diante do exposto, é fundamental 
a atuação do farmacêutico através do Acompanhamento 
Farmacoterapêutico de pacientes hipertensos. 
Atualmente, define-se Acompanhamento 
Farmacoterapêutico (AFT) como “o serviço profissional 
que tem como objetivo detectar problemas relacionados 
com medicamentos (PRM), para prevenir e resolver os 
resultados negativos associados à medicação (RNM). Este 
serviço implica em compromisso e deve ser disponibilizado 
de um modo contínuo, sistemático e documentado, em 
colaboração com o doente e com os profissionais do sistema 
de saúde, com a finalidade de atingir resultados concretos 
que melhorem a qualidade de vida do doente” (Hernández 
et al., 2007). Existem várias causas de RNM, entre elas a 
não adesão.
A avaliação dos doentes sobre os cuidados que 
recebem tornou-se um método muito importante para 
avaliar a qualidade dos serviços de saúde. A satisfação do 
doente é uma medida de resultado em saúde e não uma 
medida de estrutura nem de processo. A satisfação dos 
doentes é uma medida preditiva da probabilidade de um 
doente continuar a usar os serviços de um prestador em 
particular (Iglesias et al., 2004). 
Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi proporcionar 
o serviço de Acompanhamento Farmacoterapêutico a 
pacientes hipertensos usuários da Farmácia Popular de 
Alfenas-MG, além de avaliar a adesão do usuário aos 
medicamentos antes e após o AFT e o grau de satisfação 
com o serviço prestado.
Material e métodos
Local de Estudo e Amostra
O estudo foi realizado no estabelecimento 
denominado Farmácia Popular de Alfenas (MG). A 
amostra consistiu-se de 27 indivíduos selecionados 
aleatoriamentepor conveniência (ou seja, aqueles pacientes 
que adentravam a Farmácia Popular nos horários em que 
os pesquisadores estavam presentes), com idade acima 
de 40 anos, de ambos os sexos, portadores de hipertensão 
arterial sistêmica cujo valor de pressão arterial na primeira 
medida situava-se acima de 140 x 90 mmHg e que usavam, 
no mínimo, um anti-hipertensivo identificado através da 
prescrição médica. 
Os sujeitos participantes foram esclarecidos quanto 
aos objetivos da pesquisa e aqueles que concordaram em 
colaborar assinaram um Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido.
Período de execução da pesquisa
A pesquisa foi desenvolvida no período de janeiro 
a dezembro de 2008. O procedimento de coleta dos dados 
teve início após a aprovação do Comitê de Ética em 
Pesquisa da UNIFAL-MG. 
Método de Acompanhamento Farmacoterapêutico
Os pacientes foram divididos aleatoriamente 
em dois grupos: controle e teste. Os pacientes do grupo 
controle tiveram a pressão arterial aferida trimestralmente, 
mas sem que o farmacêutico produzisse qualquer tipo 
de intervenção. O grupo teste foi submetido a medições 
da pressão arterial trimestralmente e orientado quanto 
ao uso correto dos medicamentos. Além disso, recebeu 
informações a respeito da doença e participou de consultas 
periódicas com o farmacêutico para o Acompanhamento 
Farmacoterapêutico.
O método escolhido para a realização desse projeto 
baseou-se na Metodologia Dáder de Acompanhamento 
Farmacoterapêutico, que consiste na obtenção da história 
farmacoterapêutica do paciente. Ou seja, os problemas 
de saúde que ele apresenta, os medicamentos que utiliza 
e o seu estado de saúde em uma data determinada são 
investigados, a fim de identificar e resolver os possíveis 
Problemas Relacionados com os Medicamentos (PRM) 
apresentados pelo paciente. Após essa identificação, foram 
realizadas as intervenções farmacêuticas necessárias para 
resolver os PRM e, posteriormente, avaliados os resultados 
obtidos (Hernández et al., 2007).
Método de avaliação da adesão
A elaboração do questionário (Anexo 1), que 
aborda a adesão do paciente ao tratamento, foi baseada nos 
métodos tradicionais de autocomunicação da não adesão: 
Cumprimento autocomunicado de Haynes-Sackett, Prova 
de Batalla e Método de Moriski-Green, todos com algumas 
adaptações (García-Jimenez, 2003). Esse questionário foi 
211
Adesão e satisfação em Atenção Farmacêutica
Rev Ciênc Farm Básica Apl., 2010;31(3):209-215
Anexo 1 - QUESTIONÁRIO DE ADESÃO
PARTE I – DADOS GERAIS
Dados de Identificação
Nome:
Sexo: (M) (F) Idade: _____ anos 
 Ocupação: ____________
PARTE II - ADESÃO
A maioria das pessoas tem dificuldade para tomar 
seus medicamentos. Você tem dificuldade para tomar os 
seus?
( ) Sim ( ) Não
Se a resposta for sim:
( ) Todos os dias
( ) Muitos dias
( ) Alguns dias
( ) Poucos dias
( ) Raramente.
O problema de saúde que possui (Hipertensão) é 
uma enfermidade para toda a vida? 
( ) Sim ( ) Não
Este problema se pode controlar com dieta e 
medicamentos?
( ) Sim ( ) Não
Cite dois ou mais órgãos que podem ser afetados se 
o problema de saúde estiver mal controlado.
Motivos da não adesão:
Medicamento não acessível economicamente
Problemas físicos para a administração (dificuldade 
de deglutição, visão, etc...)
O paciente não entende as instruções
Não quer usar o medicamento
Esquece com frequência
Não gosta da forma farmacêutica
Método de Moriski-Green:
Nos últimos dois meses:
Esqueceu alguma vez de tomar o medicamento para 
o problema de saúde?
Toma os medicamentos nos horários indicados?
Quando se encontra bem, deixa de tomar o 
medicamento?
Se alguma vez se sente mal, deixa de tomar o 
medicamento? 
aplicado no início a ambos os grupos (controle e teste), 
e no final somente ao grupo teste, do Acompanhamento 
Farmacoterapêutico.
As perguntas foram elaboradas, predominantemente, 
de tal forma que minimizassem os desvios das respostas 
positivas. O nível de aderência foi considerado elevado 
quando o número de respostas “sim” para as quatro 
perguntas do Método de Moriski-Green foi zero. O nível 
mediano correlaciona-se a uma ou duas respostas “sim”, 
enquanto o nível baixo refere-se a quando o paciente 
responde de três a quatro respostas afirmativas.
Método de avaliação do grau de satisfação com o serviço
O Pharmacy Services Questionnaire é um 
instrumento desenhado e validado por Larson et al.(2002) 
que tem o intuito de medir a satisfação dos clientes com os 
cuidados farmacêuticos prestados nas farmácias. A versão 
portuguesa do Pharmacy Services Questionnaire (Iglesias 
et al., 2004), tal como a original, contém 20 itens, que são 
avaliados através de uma escala de Likert com cinco níveis: 
“ótimo”, “muito bom”, “bom”, “razoável” e “fraco”. As seis 
perguntas restantes correspondem às características sócio-
demográficas (três perguntas fechadas) e de aquisição de 
prescrições (duas perguntas abertas e uma fechada). 
O Pharmacy Services Questionnaire foi adaptado 
para ser utilizado nesta pesquisa, constando de 15 perguntas 
com respostas em escala do tipo Likert e três perguntas do 
tipo “sim”/”não”. O questionário foi utilizado sem efetuar a 
validação na população brasileira, sendo aplicado ao grupo 
teste após a finalização do AFT.
Análise Estatística
a. Método de Acompanhamento Farmacoterapêutico
Os dados foram analisados quanto à distribuição 
normal. Confirmada a normalidade (Shapiro Wilk ), foi 
realizado o teste ”t” de Student para comparar a pressão 
média inicial e final do grupo controle e do grupo teste, 
além de comparar a redução da pressão arterial entre o 
grupo controle e o grupo teste. 
b. Método de Avaliação da Adesão
Os resultados da avaliação da adesão, obtidos para 
os grupos teste e controle, foram analisados pelo teste Qui-
Quadrado (nível de significância de 5%). Para avaliar se 
houve diferença estatisticamente significativa no grupo 
teste antes e após o acompanhamento farmacoterapêutico, 
empregou-se o teste Kappa.
RESULTADOS
O grupo controle foi composto de doze pessoas, 
sendo 33% do sexo masculino e 67% do sexo feminino. 
Dos pacientes do grupo controle, 33% possuíam idade entre 
40 e 50 anos, 42% entre 61 e 70 anos e 25% com mais de 70 
anos (não houve pacientes com idade entre 51 e 60 anos). 
O grupo teste foi composto de 15 pessoas, sendo 47% do 
sexo masculino e 53% do sexo feminino. Dos pacientes do 
grupo teste, 20% possuíam idade entre 40 e 50 anos, 40% 
entre 51 e 60 anos, 26% entre 61 e 70 anos e 14% com mais 
de 70 anos.
O método Dáder foi aplicado apenas ao grupo 
teste e os dados da história farmacoterapêutica (primeira 
entrevista) se referem apenas ao grupo que recebeu AFT. 
Abaixo, seguem os dados obtidos com a primeira entrevista. 
212
Adesão e satisfação em Atenção Farmacêutica
Rev Ciênc Farm Básica Apl., 2010;31(3):209-215
Os problemas de saúde mais frequentes, além da 
hipertensão, foram: diabetes (47%), colesterol alto (53%), 
dor no peito (27%), entre outros. Também houve queixa 
sobre dores no estômago (33%) e intestino desregulado 
(20%), problemas que poderiam estar relacionados aos 
efeitos indesejados dos medicamentos utilizados. 
Dos pacientes que responderam ao questionário, 
47% utilizam sinvastatina, 13% metformina, 20% AAS, 
46% inibidores de ECA, 33% hidroclorotiazida e 40% 
atenolol. Além disso, 60% dos pacientes faziam uso de 
monoterapia para o tratamento da hipertensão, sendo que 
20% usavam três medicamentos, 13,33% usavam quatro 
medicamentos e 6,67% usavam cinco medicamentos. Ao 
serem indagados sobre o que achavam sobre o resultado da 
farmacoterapia, 77,4% responderam que houve melhora do 
problema de saúde, 9,7% disseram que não houve melhora 
e 12,9% não opinaram. 
A média das pressões do grupo controle, ao final do 
estudo, apresentou uma redução de 5,8 mmHg (sistólica), 
p=7,751e-10 e 5,83 mmHg (diastólica) e p=3453 e-9, 
enquanto a média das pressões do grupo teste, ao final 
do acompanhamento,apresentou uma redução de 24,8 
mmHg (sistólica), p=7,302e-14 e 13,33 mmHg (diastólica) 
e p=6,163e-14. Quando o grupo teste e o grupo controle 
foram comparados, portanto, percebeu-se que a redução da 
pressão média do grupo teste foi maior do que a do grupo 
controle (p=0,0256).
Estudo da adesão
De acordo com os resultados do questionário de adesão 
aplicado ao grupo controle, cerca de 17% dos entrevistados 
possuem dificuldades para tomar seus medicamentos e 42% 
acreditam que a hipertensão não é uma enfermidade para a 
vida toda, mas 91% dos pacientes acreditam que a hipertensão 
possa ser controlada com dieta e medicamentos.
Dos pacientes que não receberam Atenção 
Farmacêutica (GC), 58% apresentaram adesão moderada 
ao tratamento, constituindo a maioria, 25% apresentaram 
adesão alta e 17% adesão baixa (Figura 1A). Os principais 
motivos da não adesão ao tratamento foram o esquecimento 
da administração do medicamento (67%), a não compreensão 
das instruções de uso (44%), os problemas físicos para a 
administração - como dificuldade de deglutir o medicamento 
(22%) -, entre outros.
Quando questionados (grupo controle) sobre quais 
órgãos poderiam ser afetados sem o controle da doença, 
aproximadamente 42% dos pacientes não souberam responder, 
42% responderam “apenas um órgão” e 16% responderam 
“dois órgãos”. Dos que souberam responder, 56% referiram-
se ao coração, 33% ao cérebro e 11% aos rins.
Antes do acompanhamento (GT), 93% dos pacientes 
acreditavam que a hipertensão poderia ser controlada com 
dieta e medicamentos, sendo que, ao final da pesquisa, houve 
aumento para 100%. 
Antes do acompanhamento, 13% dos pacientes do 
grupo teste tinham dificuldades em tomar seus medicamentos, 
sendo esse número reduzido no final da pesquisa para 7%. 
No início do acompanhamento, 47% das pessoas acreditavam 
que a hipertensão não era uma enfermidade para a vida toda. 
Com o acompanhamento, houve uma diminuição desse 
número para 7%.
A maioria dos pacientes do grupo teste apresentou uma 
adesão moderada antes do acompanhamento (86%). Após o 
acompanhamento, houve aumento do número de pacientes 
com alto nível de adesão (Figura 1B).
Os principais motivos da não adesão do grupo 
teste ao tratamento (antes da AF) foram: esquecimento 
das instruções médicas (67%), não utilização intencional 
(53%), falta de compreensão das instruções de uso (13%), 
entre outros.
Quando questionados (GT) sobre quais órgãos 
poderiam ser afetados sem o controle da doença, no início 
da pesquisa 27 % dos pacientes não souberam responder, 
27% responderam “apenas um órgão” e 46% responderam 
“dois órgãos”. Após o acompanhamento, no entanto, 20% 
responderam “apenas um órgão” e 80% souberam citar 
dois órgãos; 73% referiram-se ao coração, 33% ao cérebro 
e 13% aos rins.
Ao comparar os resultados da adesão obtidos para 
os grupos teste e controle no início do estudo, utilizou-
se o teste Qui-Quadrado, obtendo-se valor de p> 0,05, 
o que evidencia que a adesão nos dois grupos eram 
estatisticamente iguais antes da realização do AFT. 
Foi aplicado o teste de Kappa para verificar 
a replicabilidade entre a adesão antes e depois do 
acompanhamento farmacoterapêutico, sendo considerado 
estatisticamente diferente (p<0,001). Portanto, após o AFT, 
houve melhora da adesão no grupo teste, o que não foi 
observado no grupo controle (p>0,05).
Satisfação com o acompanhamento farmacoterapêutico
No final do estudo, os pacientes responderam a 
um questionário de satisfação do serviço prestado, em 
que 80% disseram achar importante o trabalho conjunto 
do farmacêutico com o médico e 100% responderam que 
 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Controle Teste
A
alta
moderada
baixa
 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Antes AF Depois AF
B
Alta 
Moderada
Baixa
Figura 1: (A) Adesão ao tratamento do grupo controle e teste antes do 
estudo. (B) Avaliação da adesão ao tratamento do grupo teste antes e após 
o Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT).
213
Adesão e satisfação em Atenção Farmacêutica
Rev Ciênc Farm Básica Apl., 2010;31(3):209-215
continuariam a utilizar o serviço prestado, indicando o 
mesmo a amigos e parentes (Tabela 1). Esse resultado foi 
semelhante ao do trabalho realizado por Armando et al. 
(2005). 
DISCUSSÃO
A média de medicamentos utilizados pela 
população estudada assemelha-se àquela encontrada em 
outros estudos (Souza et al., 2009; Silva et al., 2008). 
Os medicamentos mais utilizados para o tratamento da 
hipertensão foram os IECA e diuréticos tiazídicos, que 
são fármacos recomendados pelas diretrizes atuais para o 
tratamento da hipertensão (SBC, 2007).
A avaliação da adesão ao tratamento farmacológico 
não é uma tarefa fácil. Cada método de quantificação da 
adesão (diretos e indiretos) descrito na literatura tem suas 
limitações, sem haver um método ideal, cuja sensibilidade 
e especificidade sejam superiores a 80% (Bloch et al., 
2008). Em 2008, foi publicado um estudo de validação de 
um questionário de autocomunicação, multidimensional, 
para medir a não adesão ao tratamento medicamentoso. 
Este questionário apresentou sensibilidade de 62,5% 
e especificidade de 85,7%, demonstrando um bom 
desempenho do instrumento (Helena et al., 2008). 
Os métodos de autocomunicação da não adesão se 
baseiam em perguntar direta ou indiretamente ao paciente 
sobre seu nível de adesão ao tratamento. Quando bem 
realizado, constitui um dos melhores métodos indiretos de 
determinação da adesão. Entretanto, a eficácia do método 
depende, em grande parte, da habilidade do entrevistador 
na hora de fazer a pergunta (Gabarró, 1999).
Os métodos indiretos são simples e econômicos, 
mas pouco confiáveis. Por isso, é recomendado utilizar 
mais de um, como fora realizado nesta pesquisa (Lora et 
al., 2006). Associamos três métodos: de Haynes-Sackett, a 
Prova de Batalla e Moriski-Green.
Observa-se nos resultados uma alta porcentagem 
de esquecimento das administrações do medicamento 
(67% para ambos os grupos). Isso poderia ser explicado 
pela idade dos pacientes avaliados ou, ainda, pelo número 
de medicamentos utilizados para hipertensão e outras 
enfermidades concomitantes. Os esquemas posológicos 
simplificados e um menor número de medicamentos 
favorecem a adesão ao tratamento.
Outro motivo importante da não adesão foi a não 
compreensão das instruções de uso do medicamento 
(44% para o grupo controle e 13% para o grupo teste). 
Isso evidencia a necessidade de orientação por parte do 
farmacêutico no ato da dispensação ativa do medicamento. 
A dispensação ativa compreende o fornecimento do 
medicamento correto com orientações sobre seu manuseio 
(forma correta de administração), sobre a utilização 
terapêutica (o que é, para que serve, até quando usar, quanto 
usar) e sobre como realizar automonitorização, de forma 
a verificar se o tratamento está sendo efetivo (Marques, 
2008). 
O farmacêutico deve assegurar que o paciente 
tenha e entenda a informação necessária para utilizar o 
medicamento que lhe é entregue de maneira segura e eficaz 
(Campmany, 2006).
Em relação ao conhecimento sobre a enfermidade 
hipertensão, observou-se que, no grupo teste, antes da AF, 
27% dos pacientes não souberam responder quais órgãos 
poderiam ser afetados sem controle da doença. Após a AF, 
todos estavam conscientizados dos riscos e souberam citar, 
pelo menos, um órgão que poderia ser afetado a longo prazo, 
caso a hipertensão não fosse adequadamente controlada. O 
Tabela 1: Satisfação do paciente quanto ao serviço prestado.
Item
Como você classificaria...
ótimo Muito bom Bom Razoável Fraco
1. A disponibilidade do farmacêutico para responder às suas perguntas? 67% 20% 13%
2. A relação profissional que o farmacêutico tem contigo? 67% 13% 20%
3. A capacidade do farmacêutico para o aconselhar sobre os problemas que possa ter com os seus medicamentos? 40% 33% 7%
4. O modo como o farmacêutico explica para que servem os medicamentos prescritos? 27% 40% 33%
5. O interesse do farmacêutico na sua saúde? 93% 7%
6. O modo comoo farmacêutico o ajuda a usar os medicamentos prescritos? 53% 40% 7%
7. O empenho do farmacêutico para ajuda-lo a resolver os problemas com os medicamentos prescritos? 73% 27%
8. A responsabilidade que o farmacêutico assume pelo seu tratamento com medicamentos? 67% 33%
9. O modo como o farmacêutico o informa sobre o modo de tomar os medicamentos prescritos? 60% 27% 7%
10. O modo como o farmacêutico responde às suas perguntas? 53% 33% 13%
11. O empenho do farmacêutico para o ajudar a melhorar a sua saúde ou a manter-se saudável? 73% 20% 7%
12. A confidencialidade das suas conversas com o farmacêutico? 54% 33% 13%
13. O empenho do farmacêutico para assegurar que os medicamentos prescritos fazem o que é suposto fazerem? 40% 53% 7%
14. O modo como o farmacêutico lhe explica os possíveis efeitos secundários? 47% 47% 6%
15. O tempo que o farmacêutico disponibiliza para auxiliá-lo? 67% 33%
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Adesão e satisfação em Atenção Farmacêutica
Rev Ciênc Farm Básica Apl., 2010;31(3):209-215
conhecimento da enfermidade é um dos fatores importantes 
que contribuem para a adesão. 
As intervenções educativas devem ser mais 
exploradas, pois o compartilhamento do conhecimento e 
das experiências enriquece e fortalece a relação terapêutica. 
Não basta apenas traçar diagnósticos e esquemas de 
tratamento; é preciso aprofundar-se na essência do paciente 
com hipertensão, pois, somente assim, será possível intervir 
com eficácia e, dessa forma, os resultados clínicos serão 
muito melhores.
O questionário de satisfação foi aplicado 
pelos próprios pesquisadores que desenvolveram o 
acompanhamento farmacoterapêutico, podendo ter gerado 
um viés na pesquisa. Outro fator que pode ter influenciado 
no resultado é que os pacientes eram idosos e receberam o 
serviço em seus domicílios e a atenção de um profissional 
sanitário. Porém, vários trabalhos (Iglesias et al., 2004; 
Armando et al., 2005; Lyra Junior et al., 2004) relacionados 
com a satisfação mostraram resultados satisfatórios 
semelhantes àqueles obtidos neste estudo. 
Diante do exposto, pode-se observar que as 
intervenções educativas foram efetivas no sentido de 
aumentar a adesão no grupo teste e que os pacientes 
ficaram satisfeitos com o serviço de acompanhamento 
farmacoterapêutico realizado.
ABSTRACT
Influence of pharmacotherapeutic follow-up 
on patient compliance and satisfaction with 
antihypertensive therapy
This research was designed to provide a 
Pharmacotherapeutic Follow-up (PF) service to 
hypertensive patients who attend the Popular 
Pharmacy in Alfenas (Minas Gerais, Brazil) and to 
assess user adherence to medication before and after 
the PF and the degree of satisfaction with the service 
rendered. This study was carried out with 27 patients of 
both sexes, aged 40 years and above. The patients were 
divided into two groups, control and test; all patients 
answered the adherence questionnaire at the beginning 
of the study and, at the end, only those in the test 
group. The patients in the test group received PF for 
ten months (2008) and, at the end of this period, they 
were asked to complete a questionnaire regarding their 
satisfaction with the service. One of the commonest 
reasons given for non-adherence to medication was 
forgetfulness (67% for both groups). Other problems, 
such as lack of information on the disease and poor 
understanding of how to take the medicines, were 
solved by pharmaceutical intervention. According to 
80% of the patients involved, this teamwork between 
pharmacist and physician is important, and 100% 
reported they would continue to use the service and 
would recommend it to friends and relatives. The data 
suggest that pharmaceutical interventions were effective 
in improving adherence to medication among patients 
in the group that received PF and that the patients were 
satisfied with the service given.
Keywords: Adherence. Satisfaction. Pharmacotherapeutic 
Follow-up. Hypertension.
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