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DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS (POR REBECA ZILLI)

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DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS (PARTE 1) 
 AUTORIA DE 
E MARIA LISANDRA 
 
Rebeca Zilli 
São distúrbios que afetam, de alguma forma, a circulação sanguínea, acometendo a irrigação e o equilíbrio 
hídrico, podendo comprometer as células, os tecidos e vasos, e levando o indivíduo à um quadro patológico. 
 
DISTÚRBIOS ABORDADOS: 
• Edemas e efusões; 
• Hiperemia e congestão; 
• Distúrbios hemorrágicos; 
• Embolia; 
• Infarto; 
• Choque; 
 
CONGESTÃO E HIPEREMIA: processos que referem ao aumento de volume de sangue em um tecido 
deixando os vasos sanguíneos (capilares) repletos e dilatados. A Congestão é uma retenção de líquido em 
órgãos, cavidades, tecidos, enquanto a Hiperemia ocorre mais à nível de pele, e é geralmente fisiológico. 
→ Esplenomegalia: o Baço é um grande sequestrador de líquido em hemorragias, processos patológicos 
etc. Pesa em média 150g, mas pode crescer e chegar a pesar quilos. Seu aumento geralmente cursa com 
anemia falciforme, hemofilia, Talassemia, Síndrome de Marfan, traumas hemorrágicos, leucemia, doenças 
linfoproliferativas e hipertensão portal (por vezes relacionada à verminoses, como Esquistossomose). É 
comum que ocorra o aumento do baço em acidentes automobilísticos, e o exame mais indicado para detectar 
esplenomegalia ainda é questionado entre médicos mais antigos, que vão utilizar raio x, e médicos mais 
modernos, que já usam tomografia computadorizada (mais indicado). 
→ Congestão Hepática: é o acúmulo de líquidos no fígado (ascite, aumento de líquidos pleurais, etc.). 
Entre as causas de Congestão estão os traumas hemorrágicos, anemia falciforme, doenças que alteram a 
formação e funcionamento fisiológico do vaso, doenças linfoproliferativas, verminoses como 
esquistossomose, insuficiência cardíaca, traumas cirúrgicos (colecistectómica), doenças hematológicas (em 
jovens), hipertensão portal (idosos). 
 
OBS.: Um termo muito frequente na patologia é o termo “Oclusão”. A oclusão da luz de uma artéria, por 
conta de arteriosclerose, por exemplo, causa o aumento da resistência ao fluxo, que pode ser compensado 
com o desenvolvimento de artérias colaterais pré-existentes e angiogênese. Com o tempo, o organismo vai 
produzindo novos vasos colaterais por meio da angiogênese, o que explica o fato de um infarto em jovem 
ser mais grave que em um idoso (no jovem, há menos vasos colaterais para compensar a isquemia/ 
obstrução). 
 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS: é possível usar esses distúrbios para fins diagnósticos, no chamado 
Diagnóstico in Vitro, e isso pode favorecer muito a identificação de doenças do dia-a-dia. 
No exame de Colposcopia, por exemplo, verifica-se se o colo 
uterino está hiperemiado, o que pode ser um sinal de patologia 
(sobretudo se a arquitetura dos vasos está alterada). Utilizando 
reações, com o auxílio da microscopia, é possível identificar se 
há lesões. Os vasos sanguíneos tem aspecto diferente de 
malignidade do que tecidos normais, então a colposcopia é um 
exemplo de avalia r vasos sanguíneos e verificar a presença 
de aspectos de lesão. 
No exame de Fundo de Olho (Fundoscopia), por exemplo, 
examina-se as artérias, veias e nervos da retina através dos 
meios transparentes do olho que se interpõem entre o médico 
e a retina. A retina localiza-se na parte posterior do globo 
 
ocular e tem como função transformar o 
estímulo luminoso em estímulo nervoso que 
permite a visão. Além de propiciar 
um diagnóstico local, o exame 
da retina permite avaliar alguns aspectos 
da saúde do indivíduo de uma maneira geral, 
concentrando-se especialmente no nervo 
óptico, nos vasos retinianos e na sua região 
central, denominada mácula. Esse exame é 
a melhor forma de analisar o estado de 
nossos vasos sanguíneos sem utilizar um 
método invasivo. É utilizado para 
diagnosticar desde um descolamento de 
retina, até para identificar diabetes, 
hipertensão etc, e, ainda, é possível 
identificar áreas de degeneração de vasos. 
 
 
 
A Hiperemia Ocular é outro achado clínico que pode ser 
associado a patologias, como hipertensão, conjuntivite, 
diabetes. 
 
 
 
OBS.: Quando há degeneração de vasos, não chega O2 suficientemente para nutrir os tecidos, levando a 
necroses. É isso que se observa em Pés Diabéticos (processo que também pode acometer outros membros 
do diabético, como o pênis). 
 
HEMORRAGIAS: são perdas sanguíneas fora do normal, sendo sempre patológicas. Sua origem pode estar 
relacionada a cirurgias, menstruação irregular, uso de AAS, tratamentos oncológicos, parturição (como na 
Síndrome HELLP), ou por defeitos endoteliais, metabólicos (como placas de ateromas, que predispõe 
infecções que destroem o endotélio), plaquetários, de fatores de coagulação etc. 
OBS.1: A menstruação normalmente leva no máximo 5 dias; sangramentos que ultrapassam esse período 
devem ser investigados como hemorrágicos. 
OBS.2: Quando há sangramento anormal, é importante saber a real origem. 
 
SINDROME DE HELLP: 
H- Anemia Hemolítica 
EL- Elevação de enzima hepáticas 
LP- Baixa de plaquetas 
Algumas pacientes, logo após o parto, cursam com hemorragia grave por conta de distúrbios bioquímicos, 
por vezes sendo necessária a retirada do útero logo no primeiro parto. Esse útero se mantém em atonia, o 
que favorece grande perda de sangue, hipovolemia, trombose, entre outras consequências, podendo até 
perder a vida. É preciso, portanto, fazer a histerectomia da paciente, retirando o corpo uterino, e mantendo 
o colo, pois é essencial que a cirurgia seja rápida, e o colo envolve muita vascularização, ligamentos a serem 
cortados, podendo gerar mais hemorragias ainda. Pacientes com histórico de eclampsia e hipertensão na 
família tem mais tendência a ter essa síndrome. Este é um processo hemorrágico intenso, que ocorre logo 
após o parto, seja cesariano ou normal. 
 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS: 
A Colonoscopia é um tipo de endoscopia digestiva baixa, não comum no Brasil, salvo em duas situações: 
paciente com história clínica e/ou sintomatologia que justifique esse procedimento; e paciente que relata 
histórico familiar de câncer de intestino. A grande preocupação com a colonoscopia é o risco de 
sangramentos, isso porque qualquer ato mecânico que agrida 
a mucosa do intestino pode promover hemorragia, por isso é 
necessário fazer o risco cirúrgico do paciente. 
Durante a realização do exame, ao observar o aspecto da 
mucosa intestinal, há pacientes que apresentam pólipos, uma 
fase anterior ao adenocarcinoma. Logo, é importante observar 
sua morfologia, seu tamanho, sua quantidade, e mais 
importante ainda fazer sua retirada por inteiro, visto que a 
chance de evoluir para câncer é muito grande. 
OBS.: para fazer biópsia do pólipo, o local a ser tirado com menor risco de sangramento é em sua parte 
superior; no entanto, o melhor material para fazer a biópsia está na base do pólipo, onde há maior risco de 
sangramento (isso por que na parte superior do pólipo há necrose, o que dificulta análise da biópsia). 
 
 
 pólipo com sangramento 
 
 
 
 
GRAVIDADE DA HEMORRAGIA: vai depender de alguns fatores 
→ quantidade de sangue perdido; 
→ quantidade de tecido não afetado pela hemorragia; 
→ tempo da lesão; 
→ tecido abordado; 
→ tipo de hemorragia; 
→ tipo de vaso do paciente (existem mais resistentes e mais frágeis); 
Um paciente com sangramento no estomago deve prontamente ser estabilizado, visto que perdas volêmicas 
de mais de 20% podem levar à quadro de Choque Hipovolêmico, de modo a hipoperfundir tecidos, inclusive 
o cérebro (e isso é muito perigoso). 
 
NOMENCLATURA DAS HEMORRAGIAS: recebem nomes particulares conforme sua localização 
• Menstruação: sangramento cíclico fisiológico. 
 
 
• Menorragia: sangramento menstrual prolongado,patológico. Quando uma menstruarão se 
estende por mais de 5 dias, já não se trata mais de um sangramento normal, é uma hemorragia. 
Isso é devido à má receptividade hormonal (quando o endométrio não está reconhecendo os 
hormônios), ou devido à um tumor, mioma ou infecção. 
 
• Epistaxe: sangramento das fossas nasais. Em crianças e jovens os vasos são muito delgados e 
rompem facilmente com o calor, promovendo sangramento. Ainda, usuários de drogas, sobretudo 
de cocaína, podem romper a parede dos vasos obter hemorragias graves. 
 
 
 
• Hemoptise: sangue expectorado, como na tuberculose e tumores. 
 
• Hematúria: sangue é eliminado na urina, geralmente por carcinoma de células do rim produtores 
de células neoplásicas (logo, é válido buscar esse tipo celular na urina quando há suspeitas). 
 
• Melena: sangue é eliminado nas fezes, oculto ou não, podendo indicar a formação de 
adenocarcinoma no cólon. 
 
• Metrorragia: sangramento uterino irregular, fora de períodos em que a mulher poderia sangrar, 
podendo prolongar-se por dias ou meses, principalmente no climatério e menopausa, mas 
também durante a relação sexual, exames ginecológicos etc. Está relacionado à tumores, e, ao 
identificar essa hemorragia, é importante medir a espessura do endométrio (se estiver acima de 
4mm, suspeita-se de tumor). 
 
Outras causas da metrorragia são os Pólipos (podem se soltar do endométrio e chegar até a 
vagina causando o sangramento), Miomas Sub-serosos, uso do DIU, infecções por fungos 
(principalmente leptothrix vaginalis), além da má receptividade hormonal. 
 
 
TROMBOSE: é um processo patológico resultante da formação de coágulos dentro do vaso, em virtude de 
lesões endoteliais advindas de infecções, alta pressão, toxinas (como o cigarro), oclusão parcial por placas 
ateroscleróticas, fluxo turbulento, além de distúrbios dos fatores de coagulação (quando estes estão 
aumentados, aumenta também a formação de trombo e a estase sanguínea). 
OBS.1: a diferença entre a trombose e o coágulo é a solubilização: o coágulo é facilmente dissolvido, 
enquanto o trombo tem dissolução mais dificultada, visto que tem fibrina e outras células ao seu redor. 
OBS.2: Casos de hipertensão (relacionados à distúrbios endoteliais, acúmulo de partículas de gordura e 
sais de Ca+), AVC, câncer (que altera células da cascata de coagulação) estão ligados à eventos 
trombóticos. 
 
TRÍADE DE VIRCHOW: existem três fatores essenciais para a formação de um trombo 
1. Lesão endotelial 
2. Estase sanguínea 
3. Alteração dos fatores de coagulação (hipercoabilidade) 
 
TROMBOSE PUERPERAL: é, juntamente com a TVP e trombose em diabético, uma das mais graves e 
comuns. Pacientes que apresentam Síndrome de HELLP, por exemplo, se não passam por histerectomia 
rapidamente, formam-se trombos que podem provocar trombose, embolia, causando danos graves. 
OBS.: a estrutura dos vasos sanguíneos das mulheres é mais frágil que a dos homens; por isso mulheres 
tem mais lesões endoteliais; e em mulheres grávidas, a incidência de trombose aumenta, sobretudo quando 
submetidas a ligação tubária, parto cesariano, quando são tabagistas, acima de 35 anos de idade ou obesas. 
 
APLICAÇÕES CLÍNICAS: 
HEMORRAGIA DIGESTIVA: lesão que afeta estômago e o esôfago. Ocorre sobretudo em usuários de 
cocaína, provocando lesão endotelial e rompimento dos vasos. 
 
AVALIAÇÃO TUMORAL: é feita pela pesquisa de sangue oculto nas fezes e CEA, a fim de identificar 
tumores malignos. O CEA é mais caro, mas hoje em dia se pede muito mais esse marcador tumoral do 
que pesquisa de sangue nas fezes. Todavia, este segundo ainda é muito efetivo. 
 
TUMOR DE OVÀRIO: 
 
 
O normal é ter um ovário do tamanho de um limão, mas o ovário da 
imagem tem dois litros dentro dele. Essa quantia de líquido dentro dele 
muda completamente sua hemodinâmica, sendo necessária a retirada 
do tumor, com muita cautela para não provocar hemorragia.

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