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Pergunta 1 1 em 1 pontos (Enade-2010) Leia o excerto a seguir: “De agosto de 2008 a janeiro de 2009, o desmatamento na Amazônia Legal concentrou-se em regiões específicas. Do ponto de vista fundiário, a maior parte do desmatamento (cerca de 80%) aconteceu em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. O restante do desmatamento ocorreu em assentamentos promovidos pelo INCRA, conforme a política de Reforma Agrária (8%), unidade de conservação (5%) e em terras indígenas (7%).” Disponível em: <www.imazon.org.br>. Acesso em 26 ago. 2010 (com adaptações). Infere-se do texto que, sob o ponto de vista fundiário, o problema do desmatamento na Amazônia Legal está centrado: Resposta Selecionada: c. Nos posseiros irregulares e proprietários regularizados, que desmataram mais, pois muitos ainda não estão integrados aos planos de manejo sustentável da terra. Respostas: a. Nos grupos engajados na política de proteção ambiental, pois eles não aprofundaram o debate acerca da questão fundiária. b. Nos povos indígenas, pois eles desmataram a área que ocupavam mais do que a comunidade dos assentados pelo INCRA. c. Nos posseiros irregulares e proprietários regularizados, que desmataram mais, pois muitos ainda não estão integrados aos planos de manejo sustentável da terra. d. Nas unidades de conservação, que costumam burlar leis fundiárias; nelas, o desmatamento foi maior do que o realizado pelos assentados pelo INCRA. e. Nos assentamentos regulamentados pelo INCRA, nos quais o desmatamento foi maior do que o realizado pelos donos de áreas privadas da Amazônia Legal. Feedback da resposta: Resposta: C Comentário: na citação do enunciado, informa-se que 80% desse desmatamento ocorreram em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. Pede-se que seja feita uma inferência a respeito da centralização, do ponto de vista fundiário, do problema do desmatamento na Amazônia Legal. A – Alternativa incorreta: o texto do enunciado não faz referência aos grupos engajados na política de proteção ambiental. Não foi afirmado que o problema do desmatamento na Amazônia Legal está centrado no fato de esses grupos não terem aprofundado o debate sobre a questão fundiária. B – Alternativa incorreta: de agosto de 2008 a janeiro de 2009, 7% do desmatamento na Amazônia Legal ocorreram em assentamentos promovidos pelo INCRA em terras indígenas. Esse percentual de desmatamento é significantemente inferior aos 80% ocorridos em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. Além disso, os assentamentos promovidos pelo INCRA em terras indígenas são parte do total de assentamentos realizados por esse órgão. C – Alternativa correta: de agosto de 2008 a janeiro de 2009, 80% do desmatamento na Amazônia Legal ocorreram em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. Logo, podemos inferir que esse problema está centrado em ações de posseiros irregulares e proprietários regularizados, muitos dos quais ainda não estão integrados aos planos de manejo sustentável da terra. D – Alternativa incorreta: o texto do enunciado não faz referência às unidades de conservação e ao fato de elas burlarem leis fundiárias. E – Alternativa incorreta: pelas informações do enunciado, verificamos que, de agosto de 2008 a janeiro de 2009, 20% do desmatamento na Amazônia Legal ocorreram em assentamentos promovidos pelo INCRA, conforme a política de Reforma Agrária (8%), unidade de conservação (5%) e em terras indígenas (7%). Esse percentual não supera o relativo ao desmatamento realizado pelos donos de áreas privadas, pois 80% aconteceram em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. Pergunta 2 1 em 1 pontos Leia o texto a seguir: Obesidade, consumo e política: uma conversa sobre as mudanças mundiais na alimentação Por que estamos engordando? O que a política tem a ver com os alimentos? Por que não vemos publicidade de legumes na TV? “Essas e outras questões relacionadas às transformações na alimentação e suas consequências no cenário internacional foram abordadas por Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável do Ministério da Saúde de Portugal e doutor em Nutrição Humana pela Universidade do Porto. Em visita ao Brasil, ele participou do Seminário Internacional: Escolhas Alimentares e seus Impactos, no Sesc Santos. Confira algumas questões levantadas. Estamos engordando: Ao comparar gráficos da presença da obesidade nas populações dos Estados Unidos e da área rural de Bangladesh, por exemplo, o professor Pedro Graça conclui: essa é uma epidemia global. A obesidade cresceu nos últimos 20 anos não só em países industrializados, com ampla oferta de alimentos, mas chegou até áreas rurais da Ásia. Os mais pobres engordam mais: Até recentemente, acreditava-se que essa era uma epidemia que atingia principalmente as populações que estavam melhorando economicamente, associada ao acesso à alimentação, ao acesso à caloria, à gordura, à proteína. Mas não é bem assim: ‘O que nós estamos a viver é não só o aumento da doença no mundo inteiro, mas, ao contrário do que se esperava, quem é mais afetada é a população mais carente, mais vulnerável. Pobreza e obesidade se aproximam de tal maneira que a pessoa pode ter fome e ser obesa ao mesmo tempo. Coisa que para nós da biologia é um paradoxo’, afirma. Somos treinados para engordar: ‘Nós somos uma máquina de engordar’. Isso porque a capacidade de acumular reservas de energia na forma de gordura foi essencial para a sobrevivência do ser humano, diante da escassez de alimentos. ‘O ser humano está preparado para lidar com a fome há dois milhões de anos. E começou a lidar com excesso de calorias há 50 anos. Não estamos preparados biologicamente para isso’, afirma Pedro. O que mudou?: Diversas alterações demográficas causaram mudanças na alimentação: a entrada da mulher no mercado de trabalho e na vida acadêmica, o envelhecimento da população e a necessidade de se trabalhar mais horas são alguns exemplos. E, se aumenta o tempo do trabalho, o que fica para trás é o tempo de cozinhar e de ficar com os filhos. Os alimentos que já vêm prontos têm, portanto, muito mais apelo do que aqueles que exigem tempo e conhecimentos culinários para o preparo. Além disso, em muitos lugares é mais fácil e barato encontrar produtos ultraprocessados e calóricos – ricos em açúcar, sal e gordura – em vez de alimentos frescos. Você já viu propaganda de alface na TV?: Provavelmente não. Mas vemos diariamente publicidade de produtos ultraprocessados e supercalóricos, não é mesmo? Pedro Graça chama atenção para o fato de que grandes indústrias alimentícias lucram muito, enquanto quem trabalha no campo com frutas e legumes, em geral, tem ganhos pequenos e são os que mais sofrem com as oscilações na economia e nos preços dos alimentos. Assim fica fácil entender como um lado tem muito mais capacidade de investir e produzir comunicação (publicidade, marketing etc.) do que o outro. É preciso reconhecer o ambiente: De acordo com o pesquisador W. Philip James, durante décadas pensou-se que a atenção e o esforço individual fossem suficientes para prevenir a obesidade, porém depois de décadas desse esforço, as taxas de ganho de peso continuaram a subir. Essa epidemia reflete a presença de um ambiente tóxico ou obesogênico. Isso significa que não adianta ensinar as pessoas sobre alimentação saudável, se não há um ambiente favorável a isso, ou seja, se não há oferta de alimentos saudáveis em local próximo, a preços acessíveis. ‘Eu tenho primeiro que me preocupar com as condições que existem ou que eu posso criar para que o suco de laranja apareça, para em seguida dizer como é importante consumir suco de laranja’, exemplifica Pedro Graça.” Disponível em: <https://goo.gl/926x1l>. Acesso em 08 jun. 2016 (com adaptações). Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta: I- De acordocom o texto, o cuidado com o peso é uma questão de educação individual e a obesidade aumenta entre os mais pobres por falta de instrução. II- As alterações no modo de vida têm responsabilidade pelo aumento da obesidade, uma vez que há incentivo ao consumo de produtos ultraprocessados, mais práticos do que os alimentos frescos. III- A melhora econômica facilita o acesso da população aos alimentos e, consequentemente, aumenta a prevalência de obesidade. IV- A propaganda e o marketing têm influência sobre a venda de produtos industrializados e atingem apenas as regiões urbanas. Assim: Resposta Selecionada: c. II está correta. Respostas: a. Nenhuma afirmativa está correta. b. I e II estão corretas. c. II está correta. d. III e IV estão corretas. e. II e III estão corretas. Feedback da resposta: Resposta: C Comentário: I – Afirmativa incorreta: o texto afirma que a obesidade não é um problema individual, pois é favorecida pelo ambiente da vida moderna. II – Afirmativa correta: o texto afirma que em muitos lugares é mais fácil e barato encontrar produtos ultraprocessados e calóricos – ricos em açúcar, sal e gordura – em vez de alimentos frescos. III – Afirmativa incorreta: o texto afirma que a obesidade cresce mais entre os menos privilegiados economicamente. IV – Afirmativa incorreta: a propaganda e o marketing não atingem apenas as áreas urbanas. Pergunta 3 1 em 1 pontos Leia o texto a seguir: Criminologia Eduardo Galeano “A cada ano, os pesticidas químicos matam pelo menos três milhões de camponeses. A cada dia, os acidentes de trabalho matam pelo menos dez mil trabalhadores. A cada minuto, a miséria mata pelo menos dez crianças. Esses crimes não aparecem nos noticiários. São, como as guerras, atos normais de canibalismo. Os criminosos andam soltos. As prisões não foram feitas para os que estripam multidões. A construção de prisões é o plano de habitação que os pobres merecem.” Disponível em: <https://goo.gl/M8eQmt>. Acesso em 24 ago. 2016. Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas: I- Do texto, apreende-se que práticas econômicas e sociais vigentes causam a morte de milhões de cidadãos. II- Quando o autor afirma que os criminosos estão soltos, quer dizer que o sistema prisional tem vagas insuficientes para abrigar aqueles que são responsáveis por estripar multidões. III- Os pesticidas, os acidentes de trabalho e a miséria, por não serem indivíduos, não podem ser presos. Portanto, quando alguém morre por uma dessas causas, não há culpados. IV- O autor considera que a justiça poupa grandes corporações e instituições e defende a ideia de que as prisões sejam habitações destinadas aos mais pobres. Está correto o que se afirma somente em: Resposta Selecionada: b. I. Respostas: a. I e IV. b. I. c. I, III e IV. d. I, II e IV. e. II, III e IV. Feedback da resposta: Resposta: B Comentário: I – Afirmativa correta: o autor denuncia as mortes provocadas legitimamente pelo sistema. II – Afirmativa incorreta: de acordo com o texto, os criminosos são os que detêm o poder econômico e político e que não são responsabilizados pelos males que causam. III – Afirmativa incorreta: o autor aponta que os culpados são os que detêm o poder político e econômico. IV – Afirmativa incorreta: o último verso revela, ironicamente, a indignação do autor pelo fato de a justiça agir de forma diferenciada com os poderosos e com o povo. Pergunta 4 1 em 1 pontos Leia o texto a seguir: EUA e China anunciam acordo para reduzir emissão de gases poluentes “Os presidentes Barack Obama, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China, assinaram nesta quarta-feira (12.11.2014) em Pequim um acordo para a luta contra a mudança climática, que incluirá reduções de suas emissões de gases do efeito estufa na atmosfera. A iniciativa constitui o primeiro anúncio de corte das emissões de gases poluentes por parte da China e mais um pelos EUA. Pelo acordo, os EUA pretendem cortar entre 26% e 28% as emissões de gases em até 11 anos, ou seja, até 2025, o que representa um número duas vezes maior que as reduções previstas entre 2005 e 2020. Os chineses se comprometem a cortar as emissões até 2030, embora isso possa começar antes. Segundo o presidente chinês, até lá 20% da energia produzida no país vai ter origem em fontes limpas e renováveis. Estados Unidos e China representam juntos 45% das emissões planetárias de CO 2, um dos gases apontado como culpado pela mudança climática. A União Europeia representa 11%. No mês passado, o bloco se comprometeu a reduzir em pelo menos 40% as emissões até 2030, na comparação com os níveis de 1990.” Disponível em: <https://goo.gl/srpqzq>. Acesso em 14 nov. 2014 (com adaptações). Com base na leitura, analise as afirmativas: I- O comprometimento da China em reduzir as emissões de poluentes até 2030 significa que a poluição proveniente do país continuará em crescente aumento por mais uma década. II- Apesar da importância do acordo entre Estados Unidos e China, a União Europeia será responsável por um corte maior nos volumes de gases poluentes emitidos do que o corte dos dois países, uma vez que reduzirá 40% das emissões. III- Se Estados Unidos e China, juntos, cumprirem a meta de cortar 28% da emissão dos gases poluentes, eles serão responsáveis por 27% das emissões planetárias em 2025. Assinale a alternativa correta: Resposta Selecionada: a. Nenhuma afirmativa está correta. Respostas: a. Nenhuma afirmativa está correta. b. I está correta. c. I e II estão corretas. d. II e III estão corretas. e. III está correta. Feedback da resposta: Resposta: A Comentário: I – Afirmativa incorreta. Justificativa: o texto não afirma que a poluição proveniente dos gases emitidos pelos chineses continuará em crescimento até a data estipulada no acordo. A informação é de que os chineses se comprometem a cortar as emissões até 2030, embora isso possa começar antes. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: o texto afirma que EUA e China são responsáveis por quase metade das emissões de poluentes no mundo. Mesmo que a Europa tenha uma redução percentual maior das emissões de gases, o impacto não será o mesmo do provocado pela redução da emissão de gases dos dois países. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: porcentagens são valores relativos, que dependem do valor total sobre o qual são aplicadas. A redução de 28% na emissão de gases seria calculada com base no volume de gases emitidos pelos dois países, e não sobre o total das emissões planetárias. Pergunta 5 1 em 1 pontos (Enade-2011) Leia o excerto a seguir: A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente utilizada é a que procura atender às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras. O mundo assiste a um questionamento crescente de paradigmas estabelecidos na economia e também na cultura política. A crise ambiental no planeta, quando traduzida na mudança climática, é uma ameaça real ao pleno desenvolvimento das potencialidades dos países. O Brasil está em uma posição privilegiada para enfrentar os enormes desafios que se acumulam. Abriga elementos fundamentais para o desenvolvimento: parte significativa da biodiversidade e da água doce existentes no planeta; grande extensão de terras cultiváveis; diversidade étnica e cultural e rica variedade de reservas naturais. O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceitualmente dividido em 3 componentes: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica. Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável pressupõe: Resposta Selecionada: b. A redefinição de critérios e instrumentos de avaliação de custo-benefício que reflitam os efeitos socioeconômicos e os valores reais do consumo e da preservação. Respostas: a. Apreservação do equilíbrio global e do valor das reservas de capital natural, o que não justifica a desaceleração do desenvolvimento econômico e político de uma sociedade. b. A redefinição de critérios e instrumentos de avaliação de custo-benefício que reflitam os efeitos socioeconômicos e os valores reais do consumo e da preservação. c. O reconhecimento de que, apesar de os recursos naturais serem ilimitados, deve ser traçado um novo modelo de desenvolvimento econômico para a humanidade. d. A redução do consumo das reservas naturais com a consequente estagnação do desenvolvimento econômico e tecnológico. e. A distribuição homogênea das reservas naturais entre as nações e as regiões em nível global e regional. Feedback da resposta: Resposta: B Comentário: o tema é o desenvolvimento sustentável, que, segundo o enunciado, é um campo dividido em três componentes: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica. O texto afirma que a crise ambiental no planeta (mudança climática) ameaça o pleno desenvolvimento das potencialidades dos países e que o Brasil está em uma posição privilegiada para enfrentar desafios, pois detém parcela significativa da biodiversidade e da água doce do planeta, grande extensão de terras cultiváveis, variedade de reservas naturais etc. Pede-se a identificação dos pressupostos do desenvolvimento sustentável. A – Incorreta: o texto não faz referências à desaceleração do desenvolvimento econômico e político de uma sociedade. B – Correta: o desenvolvimento sustentável, considerado em um contexto de mudanças de paradigmas, requer a inclusão de novas variáveis e a atualização de critérios e instrumentos avaliativos. C – Incorreta: o texto não afirma que os recursos naturais são ilimitados. D – Incorreta: o texto não afirma que o desenvolvimento sustentável gera estagnação do desenvolvimento econômico e tecnológico em função da redução do consumo das reservas naturais. E – Incorreta: o texto não afirma que a distribuição homogênea das reservas naturais seja requisito para o desenvolvimento sustentável. Pergunta 6 1 em 1 pontos Leia o texto a seguir: Energia solar contra a escuridão do Amazonas: Brasil gera com placas fotovoltaicas apenas 0,02% da produção total de eletricidade Heriberto Araújo – 08 maio 2016 “A visão romantizada da Amazônia convida a pensar num lugar idílico em que a pegada humana esteja entre as menores do planeta. Mas a vida na maior reserva natural é dura para o homem, como Daniel Everett narrou em seu clássico Don‘t Sleep, There are Snakes (Não durma, há serpentes, sem tradução para o português). Comunidades inteiras vivem completamente desconectadas, e não apenas nas profundezas da selva, mas sim nas movimentadas margens dos rios – únicas vias de comunicação, num ambiente em que a eletricidade é um bem desejado, escasso e administrado a conta-gotas. ‘No Estado do Amazonas há mais de dois milhões de pessoas sem eletricidade de qualidade’, explica Otacílio Soares Brito, membro do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. ‘A enorme área da floresta torna inviável a criação de uma rede de distribuição, e os povoados só conseguem produzir eletricidade das 6 às 10 da noite, com geradores a gasolina fornecidos pelo Governo. Depois dessa hora acaba tudo: luz, refrigeração e lazer’, relata do município amazônico de Tefé. O Instituto Mamirauá está desenvolvendo um projeto para fornecer eletricidade por meio de painéis solares a dezenas de comunidades amazônicas de pescadores e camponeses, com o objetivo de melhorar suas condições de vida, segundo Soares Brito. Duas comunidades instalaram placas fotovoltaicas – um sistema flutuante, sobre boias no rio, e o outro no telhado de uma fábrica de gelo – para permitir, um, o envio da água desde o leito do rio até as casas, e o outro, a fabricação de barras de gelo. O fornecimento da água do rio por meio de uma bomba elétrica alimentada por painéis permitiu, entre outras coisas, que as crianças passassem a tomar quantos banhos quisessem sem que seus pais fiquem com medo que um jacaré lhes tire a vida na escuridão das margens. ‘Estamos cuidando de melhorar a vida das pessoas, mas também queremos permitir que elas agreguem valor a produtos como polpa de frutas e peixe. Sem gelo, esses produtos dificilmente podem ser comercializados no exterior ou simplesmente conservados’, diz Soares Brito. Os resultados positivos da fase experimental estão criando consciência nessa imensa região normalmente esquecida pelos centros brasileiros de poder, concentrados no Sudeste e que priorizam as políticas públicas nas regiões densamente povoadas (de eleitores). Um grupo de pescadores da comunidade amazônica de Boa Esperança pediu ao Mamirauá a construção de uma pequena fábrica – prevista para abril – com três congeladores alimentados por painéis solares para poder extrair das frutas a polpa, congelá-la e vendê-la em mercados situados a horas de barco do povoado, como Manaus. A revolução solar que alguns especialistas preveem para o Brasil durante a próxima década, após a implementação em 1º de março de novas regras que permitem, pela primeira vez, a geração distribuída de energia e sua ligação às redes de distribuição, trará consequências principalmente para os grandes centros urbanos. Depois de três anos de secas históricas e consequentes apagões, que evidenciaram a excessiva dependência do Brasil de seu sistema hidroelétrico, que gera cerca de 70% da eletricidade consumida, milhões de brasileiros poderão se tornar agora prosumidores, neologismo que reflete o novo paradigma sob o qual parece avançar a geração de eletricidade: o consumidor é o produtor de pelo menos uma parte de sua demanda. ‘Estamos diante do início de uma revolução, porque pela primeira vez a sociedade brasileira pode participar diretamente da criação de uma nova matriz energética’, diz Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar). As regras aprovadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) permitem, segundo Sauaia, ‘a geração compartilhada de energia solar entre vários clientes, que podem se agrupar em forma de consórcio ou de cooperativas, assim como a conexão de seus sistemas fotovoltaicos domésticos ou comerciais à rede elétrica para abastecê-la quando os painéis produzirem mais do que o que é consumido, e vice-versa’. A Absolar estima que, se fossem instalados painéis solares em todas as residências do país, a produção de energia abasteceria mais que o dobro da totalidade da demanda dos domicílios brasileiros. Os especialistas indicam que a região brasileira menos exposta à irradiação solar tem potencial para gerar pelo menos 25% mais energia que a região mais favorecida na Alemanha, país que já gera cerca de 7% de sua eletricidade com placas fotovoltaicas.” Disponível em: <https://goo.gl/xzTS3i>. Acesso em 10 jun. 2016. Com base na leitura, analise as afirmativas: I- O novo paradigma da geração de energia elétrica é o de que o próprio consumidor produza 30% da sua demanda, tornando-se proconsumidor. II- De acordo com a estimativa da Absolar, a instalação de painéis solares em todas as residências do país faria com que a produção brasileira de energia superasse a alemã em 18%. III- O projeto desenvolvido pelo Instituto Mamirauá tem como foco comunidades da Amazônia, onde há, aproximadamente, dois milhões de pessoas sem acesso à energia elétrica de qualidade. IV- O principal problema da Amazônia é a seca, que afeta sua produção hidrelétrica e, por isso, a energia solar é uma boa alternativa. Assinale a alternativa correta: Resposta Selecionada: c. III é correta. Respostas: a. Todas as afirmativas são corretas. b. I e II são corretas. c. III é correta. d. II, III e IV são corretas. e. Nenhuma afirmativa é correta.Feedback da resposta: Resposta: C Comentário: I – Afirmativa incorreta: o texto afirma que o proconsumidor deve produzir uma parte da energia que consome, mas não determina essa porcentagem. II – Afirmativa incorreta: de acordo com o texto, a região brasileira menos exposta à irradiação solar tem potencial para gerar, pelo menos, 25% mais energia do que a região alemã mais favorecida. Não há comparação referente à produção ou à capacidade geradora dos dois países. III – Afirmativa correta: no texto, consta a informação de que, na região amazônica, há mais de 2 milhões de pessoas sem energia elétrica e melhorar as condições de vida das comunidades é o objetivo do Instituto Mamirauá, por meio da instalação de painéis solares. IV – Afirmativa incorreta: não se afirma que o principal problema da Amazônia é a seca. Na verdade, trata-se de uma região bastante abastecida por complexos hidrográficos. O texto menciona que houve secas no Brasil, o que prejudicou a geração de energia hidrelétrica. Pergunta 7 1 em 1 pontos Leia o texto a seguir: Energia eólica no Brasil “No início da década de 2000, uma grande seca no Brasil diminuiu o nível de água nas barragens hidrelétricas do país, causando uma grave escassez de energia. A crise, que devastou a economia do país e levou ao racionamento de energia elétrica, ressaltou a necessidade urgente do país em diversificar suas fontes de energia. [...] A primeira turbina de energia eólica do Brasil foi instalada em Fernando de Noronha em 1992. Dez anos depois, o governo criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) para incentivar a utilização de outras fontes renováveis, como eólica, biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). [...] Desde a criação do Proinfa, a produção de energia eólica no Brasil aumentou de 22MW em 2003 para cerca de 1000MW em 2011 (quantidade suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 400 mil residências). [...] Segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobrás, o território brasileiro tem capacidade para gerar cerca de 140GW. O potencial de energia eólica no Brasil é mais intenso de junho a dezembro, coincidindo com os meses de menor intensidade de chuvas, ou seja, nos meses em que falta chuva é exatamente quando venta mais! Isso coloca o vento como uma grande fonte suplementar à energia gerada por hidrelétricas, a maior fonte de energia elétrica do país. Durante esse período podem-se preservar as bacias hidrográficas fechando ou minimizando o uso das hidrelétricas. O melhor exemplo disto é na região do Rio São Francisco. Por essa razão, esse tipo de energia é excelente contra a baixa pluviosidade e a distribuição geográfica dos recursos hídricos existentes no país. A maior parte dos parques eólicos se concentra nas regiões nordeste e sul do Brasil. No entanto, quase todo o território nacional tem potencial para geração desse tipo de energia.” Disponível em: <https://goo.gl/zGP0ZM>. Acesso em 05 nov. 2014 (com adaptações) Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta: I- De acordo com o texto, a energia eólica é uma alternativa viável para atender à demanda de cidades com até 400 mil habitantes. II- Em 2011, a energia eólica gerada no Brasil foi de menos de 1% do potencial eólico do país. III- De 2003 a 2011, a produção de energia eólica cresceu 978%. Assim: Resposta Selecionada: b. II está correta. Respostas: a. I está correta. b. II está correta. c. II e III estão corretas. d. I e II estão corretas. e. Todas as afirmativas estão corretas. Feedback da resposta: Resposta: B Comentário: I – Afirmativa incorreta: o texto afirma que a energia eólica gerada em 2011 era suficiente para atender a 400 mil residências e não que se trata de uma alternativa para cidades de até 400 mil habitantes. II – Afirmativa correta: de acordo com o texto, o Brasil tem capacidade para produzir 140 GW de energia eólica e, em 2011, produziu 1000 MW, o que equivale a 1 GW. Assim, a produção foi de menos de 1% do potencial. III – Afirmativa incorreta: no período, houve aumento de 978 MW, o que equivale a um crescimento de 4445%. Chega-se a esse valor, com os seguintes cálculos: 978/22 = 44,45 e 44,45 x 100% = 4445%. Pergunta 8 1 em 1 pontos (Enade-2011) Leia o excerto a seguir: “Em reportagem, Owen Jones, autor do livro Chavs: a difamação da classe trabalhadora, publicado no Reino Unido, comenta as recentes manifestações de rua em Londres e em outras principais cidades inglesas. Jones prefere chamar atenção para as camadas sociais mais desfavorecidas do país, que desde o início dos distúrbios, ficaram conhecidas no mundo todo pelo apelido chavs, usado pelos britânicos para escarnecer dos hábitos de consumo da classe trabalhadora. Jones denuncia um sistemático abandono governamental dessa parcela da população: ‘Os políticos insistem em culpar os indivíduos pela desigualdade’, diz. ‘Você não vai ver alguém assumir ser um chav, pois se trata de um insulto criado como forma de generalizar o comportamento das classes mais baixas. Meu medo não é o preconceito e, sim, a cortina de fumaça que ele oferece. Os distúrbios estão servindo como o argumento ideal para que se faça valer a ideologia de que os problemas sociais são resultados de defeitos individuais, não de falhas maiores. Trata-se de uma filosofia que tomou conta da sociedade britânica com a chegada de Margaret Thatcher ao poder, em 1979, e que basicamente funciona assim: você é culpado pela falta de oportunidades. [...] Os políticos insistem em culpar os indivíduos pela desigualdade’.” Suplemento Prosa & Verso, O Globo, Rio de Janeiro, 20 ago. 2011, p. 6 (adaptado). Considerando as ideias do texto, avalie as afirmações a seguir. I- Chavs é um apelido que exalta hábitos de consumo de parcela da população britânica. II- Os distúrbios ocorridos na Inglaterra serviram para atribuir deslizes de comportamento individual como causas de problemas sociais. III- Indivíduos da classe trabalhadora britânica são responsabilizados pela falta de oportunidades decorrente da ausência de políticas públicas. IV- As manifestações de rua na Inglaterra reivindicavam formas de inclusão nos padrões de consumo vigente. É correto apenas o que se afirma em: Resposta Selecionada: e. II, III e IV. Respostas: a. I e II. b. I e IV. c. II e III. d. I, III e IV. e. II, III e IV. Feedback da resposta: Resposta: E Comentário: um dos temas tratados na questão é o fato de os políticos culparem o indivíduo pela desigualdade social. I – Afirmativa incorreta: chavs é um apelido dado às camadas sociais mais desfavorecidas do Reino Unido. O texto afirma que chavs é um insulto criado como forma de generalizar o comportamento das classes mais baixas. II – Afirmativa correta: segundo o texto, os políticos aproveitaram os distúrbios ocorridos na Inglaterra e os deslizes de comportamento para culpar os indivíduos pela desigualdade social. III – Afirmativa correta: de acordo com o texto, os políticos responsabilizam os indivíduos da classe trabalhadora britânica pela falta de oportunidades decorrente da ausência de políticas públicas. IV – Afirmativa correta: o texto sustenta que as manifestações de rua na Inglaterra pleiteavam modos de inclusão nos padrões de consumo vigente. Pergunta 9 1 em 1 pontos Leia o texto a seguir: Geografia e meio ambiente: uma análise da legislação dos resíduos sólidos. Fernanda Sampaio da Silva “O processo de industrialização foi responsável por grandes transformações urbanas. Influenciou a multiplicação de diversos ramos de serviços que caracterizam a cidade moderna. Também influenciou no desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação, que interligaram distintas regiões.Foi responsável pela maior produtividade e pela consequente elevação da produção agrícola. Contribuiu ainda com o êxodo rural. Além disso, introduziu um novo modo de vida e novos hábitos de consumo, criou novas profissões, promoveu uma nova estratificação da sociedade e uma nova relação desta com a natureza. Algumas das tecnologias existentes hoje no mercado ainda trazem problemas ao meio ambiente. Entre os resíduos gerados pelo avanço desenfreado da produção e do consumo são encontrados os resíduos sólidos industriais, que podem trazer impactos com consequências para a saúde das pessoas e ao meio ambiente, desde uma escala local até mesmo global. Para que se possa reduzir a geração de resíduos sólidos industriais, minimizando possíveis impactos negativos ao meio ambiente, é necessário que haja um processo de gestão para a diminuição de resíduos durante o processo produtivo e/ou, quando possível, substituição do material utilizado, por outro que tenha maior facilidade de ser reciclado. Portanto, a reciclagem é um elemento importante para a minimização de resíduos em lixões e aterros sanitários. [...] Assim, a geração e a disposição dos resíduos sólidos industriais em locais inapropriados constituem um problema ambiental e, por isso, seu gerenciamento deve ocorrer de forma correta e dentro da legislação, para que não seja comprometida a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente. O controle do acondicionamento, armazenamento e destinação final dos resíduos sólidos perigosos deve ocorrer de acordo com a norma ABNT – NBR 1004 de 2004, que faz uma classificação dos resíduos. Os resíduos são classificados em Classe I quando se trata de resíduos sólidos perigosos (classificados pelo seu grau de risco a saúde pública) e Classe II quando são resíduos não perigosos. Os resíduos de Classe II são subdivididos em: Classe II A, quando não são inertes e Classe II B, inertes. Os resíduos sólidos gerados devem ser controlados nas indústrias, pois fazem parte do licenciamento pelo órgão ambiental competente. Por isso, para que esse órgão tenha conhecimento dos resíduos gerados, o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA dispõe de uma resolução com o objetivo de inventariar os resíduos sólidos gerados em todo o país, para que seja elaborado o Plano Nacional para Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gerados. O inventário é elaborado a partir de informações como quantidade, formas de acondicionamento e armazenamento e destinação final, enviadas trimestralmente ao órgão estadual competente (Resolução CONAMA nº 313/2002).” Disponível em: <https://goo.gl/06swDe>. Acesso em 12 nov. 2014 (com adaptações). Com base nas informações do texto, analise as afirmativas: I- O controle da geração de resíduos sólidos industriais depende da conscientização do consumidor a fim de que modifique seus hábitos. II- A redução na geração de resíduos sólidos está atrelada ao gerenciamento do acondicionamento, do armazenamento e da destinação final dos resíduos classificados como perigosos. III- A Resolução CONAMA nº 313/2002, que trata do Plano Nacional para Gerenciamento de Resíduos Sólidos, tem como objetivo conscientizar a área industrial para que exista a redução da geração de resíduos sólidos. Com base nas informações do texto, assinale a alternativa correta: Resposta Selecionada: e. Nenhuma afirmativa está correta. Respostas: a. I está correta. b. II está correta. c. I e III estão corretas. d. III está correta. e. Nenhuma afirmativa está correta. Feedback da resposta: Resposta: E Comentário: I – Afirmativa incorreta: os resíduos sólidos são gerados, como destaca o texto, pelos processos produtivos e, assim, a sua redução depende das indústrias, e não da conscientização do consumidor. II – Afirmativa incorreta: o texto destaca que os resíduos são gerados no processo de produção. III - Afirmativa incorreta: de acordo com o texto, a resolução tem o objetivo de inventariar os resíduos sólidos gerados em todo o país. Pergunta 10 1 em 1 pontos (Enade-2011) Leia o poema a seguir: Retrato de uma princesa desconhecida Para que ela tivesse um pescoço tão fino Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos Para que a sua espinha fosse tão direita E ela usasse a cabeça tão erguida Com uma tão simples claridade sobre a testa Foram necessárias sucessivas gerações de escravos De corpo dobrado e grossas mãos pacientes Servindo sucessivas gerações de príncipes Ainda um pouco toscos e grosseiros Ávidos cruéis e fraudulentos Foi um imenso desperdiçar de gente Para que ela fosse aquela perfeição Solitária exilada sem destino ANDRESEN, Sophia. M. B. Dual. Lisboa: Caminho, 2004. p. 73. No poema, a autora sugere que: Resposta Selecionada: d. O trabalho compulsório de escravos proporcionou privilégios aos príncipes. Respostas: a. Os príncipes e as princesas são naturalmente belos. b. Os príncipes generosos cultivavam a beleza da princesa. c. A beleza da princesa é desperdiçada pela miscigenação racial. d. O trabalho compulsório de escravos proporcionou privilégios aos príncipes. e. O exílio e a solidão são os responsáveis pela manutenção do corpo esbelto da princesa. Feedback da resposta: Resposta: D Comentário: O enunciado da questão apresente o poema “Retrato de uma princesa desconhecida”, de autoria da escritora portuguesa Sofia de Melo Breyner Andresen (Porto, 1919 – Lisboa, 2004). No início do texto, a autora faz o retrato descritivo de uma princesa: pulsos delicados, olhos frontais e limpos, espinha direita, cabeça erguida etc. Em seguida, argumenta que, para que tais características de beleza e sofisticação existissem, foi necessário o trabalho de “sucessivas gerações de escravos (...) servindo sucessivas gerações de príncipes (...) ávidos cruéis e fraudulentos”. Acrescenta que foi necessário “um imenso desperdiçar de gente” para que a princesa “fosse aquela perfeição solitária exilada sem destino”. A – Alternativa incorreta: Andresen não afirma que os príncipes e as princesas são naturalmente belos. Segundo a poetisa, foi necessária a exploração do trabalho escravo para que a princesa fosse bela. B – Alternativa incorreta: Andresen não afirma que os príncipes generosos cultivavam a beleza da princesa. Segundo a poetisa, os príncipes foram “ávidos cruéis e fraudulentos” e a beleza da princesa foi obtida por meio da exploração do trabalho escravo. C – Alternativa incorreta: Andresen não cita a miscigenação racial. D – Alternativa correta: Segundo Andresen, o trabalho compulsório de escravos proporcionou privilégios aos príncipes. E – Alternativa incorreta: Andresen não afirma que o exílio e a solidão fizeram com que a princesa mantivesse a silhueta esbelta.
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