Buscar

PAIXÕES E O TRABALHO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

PAIXÕES POLITICA E O TRABALHO
“Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. 
É a única paixão sem grandeza, é a única que é capaz de 
imbecilizar o homem.” (Nélson Rodrigues)
 Por Sérgio Weinfuter
 O que dizer de uma médica pediátrica que se recusa atender um paciente devido a mãe votar no 
Partido dos Trabalhadores (PT)? O que dizer a uma profissional que deixa as opiniões e escolhas 
dos seus pacientes influenciar como serão tratados por ela, e se serão... Não há o que dizer...
 A não ser que esta médica se esqueceu de tudo que estudou sobre moral e ética, esqueceu-se 
das pessoas, esqueceu-se do ser humano, esqueceu-se de seus juramentos, esqueceu-se de si 
mesma. Esqueceu-se que a vida é mais importante que qualquer decisão pessoal que tomamos 
movidos por orgulho e preconceito, esqueceu-se que seus pacientes são crianças que vivem em 
um mundo onde não existe política, não há ideologias, preconceitos ou qualquer outro rotulo 
idealizado pela sociedade, a não ser, a sua inocência. 
 Como será explicar a criança que sente dor e depositou todas as suas esperanças na “doutora” a 
sua frente, mas esta se recusa atendê-la poque não concorda com as escolhas pessoais da mãe de 
sua paciente? Com certeza em sua inocência não saberá entender porque foi rejeitada pela 
profissional que era sua esperança. Talvez a única! 
 No juramento de Hipócrates está descrito “A vida que professar será para beneficio dos doentes e
para o meu próprio bem, nunca para prejuízo deles ou com malévolo propósito.” Parece que a 
profissional deixou ser levada por suas opiniões e ideologias, tão profundamente que começou 
atrapalhar seu local de trabalho ou teve influencia exterior, pois o sindicato que a profissional faz 
parte lançou uma nota dizendo: “Se não vai ser prazeroso para ti atender aquela pessoa, tu deves 
dizer para ela.” 
 Não sei o que é pior, a profissional negar-se atender uma criança ou a orientação do seu 
sindicato. Somente uma coisa sei, ambas as ações são absurdas e não condiz com o tratamento a 
um ser humano, muito menos este ser humano sendo uma inocente criança.
 Quando preferências, ideologias, ufanismos, preconceitos e outros absurdos deixam interferir no 
ambiente de trabalho, utilizando destes artifícios para dizer quem será atendido, quem vive ou 
morre, quem será promovido e quem nunca sairá de seu atual cargo, precisamos parar e repensar. 
 Já faz muito tempo que o ser humano vem se perdendo e perdendo sua sensibilidade. Cada dia 
mais somos cobrados pela produtividade, efetividade e resultados positivos, não importando a 
área que atuamos, todos estão sobre pressão. Mas, quando os interesses das empresas e 
profissionais ultrapassam a ética e a moral, deixando o ser humano e a vida humana em segundo 
plano, concentrando-se somente no lucro ou no bem-estar da empresa, começamos a trilhar o 
caminho fácil para a bestialidade. 
 Infelizmente esse episódio é somente um dos muitos que acontecem diariamente ao redor do 
mundo e em sua maioria, ninguém fica sabendo. É o chefe que promove sua amante, seus amigos, 
parentes e vizinhos, sem ao menos eles terem competências necessárias para assumir os cargos 
“adquiridos” por eles. Outros promovem somente funcionários que compactuam com seus pontos 
de vista e os que não enxergam do mesmo jeito e muitas vezes apontam seus erros, caem em 
desgraça, nunca são promovidos.
 Sem falar nos cargos que são negociados todos os dias, tráfico de influencias e por ai a fora, com 
vários benefícios em troca, sem nem ao menos verificarem o curriculum do pretendente. Se ele for
amigo de alguém influente será atendido, estará empregado, caso contrário, seu curriculum não 
tem o menor efeito. Pior ainda se não torcer para o mesmo time, não gostar das mesmas coisas ou
não votar no mesmo partido, nunca vai conseguir crescer na empresa. 
 O ser humano vive de paixões e durante sua vida vivem uma grande variedade delas, mas isso 
não pode afetar o seu ambiente de trabalho e ditar as regras do que será feito ou para quem será 
feito. Não poderemos fazer somente o que gostamos e com o que nos sentimo bem. Devemos 
lembrar de nossos juramentos, promessas e o que mais fizermos e não colocar o lucro, a ambição, 
a riqueza, a ganancia, o supérfluo a frente do seu humano, a frente da vida humana. Não podemos
deixar as paixões interferirem em nosso ambiente de trabalho. 
Escrito em: 09.04.2016

Outros materiais