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DIREITO PENAL I - PROF MAYANA (RESUMO PART 1)

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Prévia do material em texto

1 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
 
• Conceito formal: Conjunto de normas de jurídicas que 
preveem o crime e sua respectiva função. 
• Conceito material: Condutas perigosas e violadoras ao 
bem jurídico. 
• Sociológico: Uma das formas de controle social e a de 
resposta gravosa. 
O Direito penal é um ramo do direito público, pois 
quem tem o poder de punir é o Estado. Atualmente, 
utilizamos mais a expressão “Direito Penal” do que 
“Direito Criminal”, mas isso não significa que essa 
expressão tenha sido deixada de lado. A maioria dos 
crimes é de ação pública, e alguns crimes do código 
penal são de ação privada, sendo que, quem processa 
o autor é o próprio ofendido e não o Estado. O 
individuo apresenta uma queixa crime contra o infrator. 
Ex: Eu falo que determinada pessoa é p### mesmo 
que esta não seja, e obviamente isso fere a honra da 
pessoa ofendida. Nesse viés, essa pessoa tem o direito 
de contratar um advogado e processar seu ofensor, já 
que isso é um crime contra a honra – calúnia, injúria e 
difamação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que o Estado permite às vezes é que o ofendido 
faça um juízo de oportunidade – decida se quer 
processar ou não -. Mesmo nesse caso que nos temos 
uma ação privada, temos um processo que vai tramitar 
no poder judiciário, correr de acordo com as normas 
de processo judicial e no final o juiz/poder judiciário 
(que representa do Estado) aplica a sansão. Não é 
transferida essa possibilidade de transferência da pena 
para o ofendido. 
A divisão do direito penal abrange a própria divisão do 
código penal. O direito penal é dividido em três formas: 
 Geral: não estuda o crime em si e as condutas 
delituosas, mas sim todas as circunstâncias que 
envolvem a existência teórica de um crime e aplicação 
da pena. Essa parte geral no código encontramos do 
art 1 ao 12. 
 Especial: Trata dos tipos penais e crimes em 
espécie como homicídio, estelionatário e estupro. A 
parte especial do nosso crime vai do art 121 até o 366. 
 Legislação penal especial ou extravagante: Está 
fora do Código Penal, pertence a outros códigos, como 
o Ambiental, por exemplo, porém há sanções 
administrativas para crimes ambientais. Leis que tratam 
de outros temas podem prever procedimentos 
específicos, relacionam-se com o código penal, mas 
não estão inseridas nele.. 
É o direito positivo, normas jurídicas que tratam do 
direito penal. LIMITA O PROPRIO DIREITO PENAL 
SUBJETIVO PORQUE SE O DIREITO PENAL OBJETIVO 
É A NORMA POSITIVADA/O QUE ESTÁ PREVISTO, O 
ESTADO SÓ PODE PUNIR DE ACORDO COM O QUE 
ESTÁ PREVISTO. 
 
Crime de dano: afeta 
diretamente o ofendido, por 
isso não é considerado um 
crime de ação penal privada 
e o individuo pode decidir se 
quer ou não processar o 
infrator. Ex:. Alguém quebrar 
o celular de outra pessoa. 
 
Se eu for 
condenada a 
sanção é imposta 
pelo estado, pois o 
direito de punir 
continua sendo dele. 
 
 
 
2 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
Exercício do direito de punir por parte de punir por 
parte do Estado exercendo sua função de controle 
social. 
Classificação não usada, pois não se tem mais essa 
divisão porque embora a maioria dos livros ainda 
mencione. O direito substantivo é o material que trata 
do crime, enquanto o adjetivo é a formalização do 
processo penal. 
Difere-se do direito penal comum porque são aplicados 
por órgãos da justiça especializada. Ex:. Alguém comete 
um crime militar, a conduta é processada por 
intermédio de a justiça militar que é especializada. 
O geral é aplicado em todo território nacional e é a 
regra. A constituição permite que uma lei 
complementar autorize o estado a legislar em matéria 
penal, o estado vai criar a lei apenas de interesse local 
com a aplicabilidade apenas nesse lugar. O local é uma 
lei complementar que autoriza o estado a legislar 
quanto ao interesse local. 
Interveem em valores e bens que são essenciais para a 
vida em sociedade, e é a principal função do direito 
penal de acordo com Claus Roxin. Em contrapartida, 
Gunther Jakobs discorda de ROXIM e dirá que o direito 
penal não tem a função de proteger o bem jurídico 
porque a partir do momento que o direito penal é 
chamado a atuar, quer dizer que o bem penal já foi 
violado/atingido. Se minha casa foi assaltada, o direito 
penal vai incidir depois que meu patrimônio foi violado. 
Para ele a função do direito penal é a confirmação da 
 
 
 
validade da norma, e que se você cometeu o crime à 
norma incide na sua conduta. Serve para mostrar que 
as normas impostas são válidas e que se você infringir 
a norma terá a aplicação do direito penal. 
•Função de controle social- direito penal seria uma 
forma de controle social, mas não é a solução pra tudo 
e não é a principal função. 
•Função de garantia- garantia para a sociedade, pois 
temos a garantia que só podemos ser punido por aquilo 
que é considerado crime, limite de poder do estado. 
•Função motivadora- motivadora de não cometimento 
de crimes, pois sabemos que levará a sanções. 
DIREITO PENAL – VISA A PROTEÇÃO DO BEM 
JURÍDICO. 
 O direito penal é autônomo. Isso não significa 
dizer que ele não se relaciona com outros ramos do 
direito, pois temos pontos de interseção entre direito 
penal e outros ordenamentos: direito penal com o 
constitucional, penal e administrativo, penal e com o 
direito do trabalho. 
O critério utilizado é político, de escolha de acordo com 
o momento histórico, mas a base dessa escolha vem 
dos interesses da constituição federal. 
Saberes ligados a área do direito penal que buscam 
mostrar sua autonomia. 
Dogmática jurídico-penal – estuda a aplicação e a 
interpretação da norma. Em contraposto a criminologia 
é uma ciência empírica que estuda o criminoso, a 
vítima e o próprio crime. A política criminal vai à linha 
de procurar mecanismo que auxiliarão no controle 
social. Esta por sua vez, analisa o crime para diminuir 
sua ocorrência. 
 
 
3 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
Determinismo biológico – o indivíduo nasce predisposto 
à vida do crime. 
É o ato de criação material que prevê um crime a sua 
respectiva sansão. O ato de criar uma lei formal que 
tipifica e criminaliza determinada conduta, é o que torna 
determinada conduta delituosa, a formalização material 
de uma lei que prevê um crime e sua sanção. 
Acontece quando o direito penal incide em pessoa 
concreta. Criar a lei geral, para todos. Acontece quando 
o Direito Penal vai à cima de quem transgrediu a norma. 
O jurista Zaffaroni defende que esta é seletiva e atinge 
os vulneráveis, já que por mais que tenhamos uma 
norma, sua aplicação não seria igualitária. Leem-se 
como pessoas vulneráveis, aquelas que se encontram 
as margens da sociedade. A lei penal mostra-se 
divergente dentro de uma mesma sociedade. 
Ocorre na execução da pena, quando o sujeito já foi 
condenado e está cumprindo a pena. 
FENOMENO QUE BUSCA TRAZER COMO PARTE 
IMPORTANTE NA RESOLUÇÃO DE UM CONFLITO. 
Não é mais adequado esse termo porque o direito de 
punir continua sendo do estado. Por isso muitos 
estudiosos criticam esse conceito. 
O respeito penal nesse contexto trás de volta a vítima 
como um sujeito importante, pois, por muito tempo a 
vítima foi protagonista dentro de um processo penal. 
Em tempos primórdios tinha o “olho por olho, dente 
por dente” e a vítima era a protagonista do crime. 
Depois que o Estado tomou pra si o direito de punir, 
colocamos a vítima e seus anseios em segundo plano. 
 
 
A lei penal é irretroativa. 
Legalidade: Pelo princípio da legalidade, temos a 
menção de que somente a lei pode prever o crime e 
julgar uma pessoa como culpada se aquela lei estiver 
prevista na lei como crime. nellum crimen nulla poena 
sine lege = não há crime nem pena sem lei 
Previsão legal: Inciso 39 Art. 5 da Constituição/ Art. 1 do 
Código Penal 
É necessáriaque a lei que preverá o crime só seja 
aplicada em fatos que sejam posteriores da sua 
publicação. Não basta que a lei preveja o crime, a lei 
precisa ser anterior ao crime. Sua vigência só pode ser 
para frente, só é crime se ocorrer depois da existência 
da lei. Lei não retroage, de maneira geral. Porém, há a 
retroatividade benéfica ao réu (de forma que se for 
reduzir a pena ou algo do gênero, é permitido 
retroagir, se a pena for piorar, não). 
Previsão legal: Art. 5. 
Por este princípio, o direito penal deve intervir somente 
quando for extremamente necessário. É a “ultima ratio”, 
a última instância, a última razão, por possuir as 
intervenções mais graves que protegem os bens 
jurídicos mais importantes. O direito penal não vai 
intervir em quem dever aluguel, por exemplo, o direito 
Civil já cuida dessa parte. O direito Penal é a ultima 
recorrência. 
Nem todo bem jurídico merece a proteção penal. 
Assim como, nem toda conduta lesiva a bens jurídicos 
importam ao direito Penal. 
 
 
4 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
 
Quando os outros ramos do Direito falharem, ou não 
seja suficiente na prática, o direito Penal é subsidiário. 
Sua aplicação é apenas válida quando as outras áreas 
do direito não conseguirem resolver. É subsidiário por 
não ser a principal forma de controle. Aplicabilidade 
permitida apenas em última instância. 
Por este princípio, não pode haver penas que violem a 
dignidade da pessoa humana. A punição é a privação da 
liberdade, não há um combo com maus tratos à 
dignidade humana. 
Previsão Legal: Art. 5, XLVII; Não são permitidas 
punições cruéis. A pena de morte é proibida, salvo em 
caso de guerra. 
Somente quem cometeu o crime pode ser 
responsabilizado. Pais, mães, filhos, não podem cumprir 
a pena por outra pessoa. No entanto, a obrigação de 
reparar o dano do crime pode ser repassada aos seus 
herdeiros na medida da sua herança. 
Ex.: o sujeito foi condenado a três anos de prisão e 
pagar uma indenização de 500 mil. Se o sujeito morrer, 
a prisão não vai pra ninguém, porém será abatido o 
valor de 500 mil do seu patrimônio a ser repassado 
para seus herdeiros. 
Previsão legal: Art. 5, CF. XLV - nenhuma pena passará 
da pessoa do condenado, podendo a obrigação de 
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens 
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e 
contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido; 
 
 
 
Previsão legal: Art. 5, XLVI CF; 
É preciso aplicar uma sanção penal de forma individual 
quanto às condutas. Não podem ser feitas 
generalizações, pode-se dizer que existem graus nos 
atos cometidos. Ex; A lei de drogas proibia concessão 
de liberdade provisória, da mesma forma que a lei 
crimes hediondos. Essas leis, generalizam, equiparam, 
afirmam que todos aqueles que cometeram crimes 
hediondos/ou no âmbito de tráfico merecem a mesma 
resposta do Estado. Cada caso é um caso. O maior 
traficante do país, não deve obter a mesma punição 
que o cara que liga para o traficante quando a polícia 
chega ao bairro. Essas leis generalizatórias são 
consideradas inconstitucionais. 
Proibição da dupla punição pelo mesmo fato. Previsão 
legal: Art. 62 do CP – circunstância agravante o crime 
ser praticado por motivo fútil. Art. 121. Homicídio; o 
motivo fútil constitui uma qualificadora. 
Homicídio Simples: Pena de 6 a 20 anos 
Homicídio Qualificado: 12 a 30 anos 
O homicídio já possui uma pena base. Sendo por 
motivo fútil, aumenta-se a pena. Porém, se o crime for 
qualificado pelo motivo fútil, pode aumentar a pena 
novamente? Não, o crime não pode ser fúteis duas 
vezes. No entanto, existem outras especificidades que 
possam agravar. Não é permitido valorar a mesma coisa 
mais de uma vez 
É necessária noção proporcional criminal: quanto mais 
grave o crime, mais grave será a pena. Quando o 
legislador prevê um crime, ele avalia a gravidade, e 
propõe uma pena proporcional para aquele delito. 
Exemplo: em todo homicídio é igual, pesa-se o requinte 
 
 
5 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
de crueldade, os níveis de violência, etc.. Esse princípio 
serve como orientação ao legislador e ao julgador, 
tanto para prever a pena, quanto para a sua 
aplicabilidade. 
Esse princípio informa que apesar de um crime ser 
previsto, em situação concreta pode não ser 
considerado delituoso por conta da adequação social. A 
adequação social no Brasil, não é capaz de revogar 
uma lei. Esse princípio serve como parâmetro para 
condutas que não eram criminalizadas, passarem a ser. 
Assim como para dar um norte de quais princípios 
sociais precisam ser revogados. Serve para mostrar as 
condutas que se adéquam a sociedade atual. 
SÓ PODEMOS PUNIR AÇÕES LESIVAS AOS BENS 
JURÍDICOS MAIS IMPORTANTES. O legislador tem limite 
material ao poder de punir do Estado, esse limite é 
justamente sobre O QUE punir, ele não pode punir o 
que quer. Posso punir que não usa capacete ao andar 
de moto? Esse princípio só pode punir aquilo que traz 
um perigo ao bem jurídico relevante. 
É uma decorrência do principio da lesividade. Para que 
determinada conduta seja punida, é preciso que o 
sujeito externalize o fato. Se ele apenas pensa, cogita, 
não faz o pensamento não pode ser punido. 
–
Para que o direito penal possa incidir é preciso que o 
sujeito externe o que se passa na sua cabeça – ele 
tem que fazer, e não somente pensa. O direito penal 
não se preocupa com aquilo que você pensa ou cogita. 
 
 
 
–
O direito penal só se preocupa com ações que 
lesionam o bem jurídico de terceiros e não ao seu 
próprio bem jurídico. Exatamente por isso, o direito 
penal não se preocupa com a tentativa de suicídio, pois 
essa minha tentativa é indiferente. Exatamente por isso 
o direito penal não pode punir condutas como – não 
usar cinto de segurança, e nem capacete, pois isso 
atinge a minha esfera. É com base no principio da 
alteridade que temos a defesa da descriminalização DO 
USO de substancias entorpecente, pois isso afetaria o 
meu próprio bem jurídico – fumar maconha atinge a 
minha esfera. 
Preocupa-se com aquilo que você faz efetivamente e 
não com quem você é. Difere-se do principio da 
materialidade, pois não se preocupa se você é uma 
pessoa boa, ruim, justa. Ex: o direito penal não se 
preocupa você tem uma péssima conduta social e não 
é querida. Conquanto, o nosso direito penal é do fato e 
leva em consideração o autor – o que se pune é o 
que você fez, mas no momento da punição é levado 
em consideração o que você é. Se você tem um 
histórico nefasto, a pena será maior. 
Exclusiva proteção de bens jurídicos: O direito penal 
serve apenas para a proteção de bens jurídicos MAIS 
IMPORTANTES. Direito penal protege bem jurídicos, e 
não se preocupa com todo comportamento imoral. 
Um dos princípios mais alegados na prática. Significa 
dizer que o direito penal não se preocupa com 
lesões/condutas insignificantes. Os requisitos para 
entendermos qual conduta é insignificante são 
Mínima ofensividade da conduta – a conduta ser 
minimamente ofensiva 
 
 
6 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
 
Ausência de periculosidade social da ação – não pode 
ser socialmente falando perigosa 
Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento – 
é pouco reprovável, pois ofendeu minimamente o bem 
jurídico. 
Inexpressividade da lesão jurídica: Quanto mais ofensiva 
mais inexpressiva. 
Tipicidade formal: Adequação perfeita da conduta que 
foi praticada a uma norma penal. Existe uma norma que 
prevê aquela conduta como delituosa 
Tipicidade material: Significa dizer que vou analisar o 
grau de lesão ao bem jurídico tutelado/protegido. 
Se faltares qualquer uma das duas, não há TIPICIDADE 
e a conduta será atípica. Para que a mesma exista tem 
que estar presente a tipicidade formal e a tipicidade 
material. É nessa linha que entrao principio da 
insignificância – tenho tipicidade formal e não material, 
portanto, eu não tenho tipicidade. 
Toda e qualquer situação de qualquer valor não cabe à 
aplicação do princípio da insignificância. Ex: por mais 
que eu tenha um roubo de 20 reais, eu não tenho a 
possibilidade de aplicar a insignificância, pois o bem 
tutelado não é apenas o patrimônio do individuo bem 
como sua saúde psíquica. Também não cabe o 
princípio da insignificância crimes contra a administração 
pública, porque o bem jurídico protegido não é só o 
patrimônio, mas a moral, que não tem como ser 
quantificada. 
Além disso, os crimes praticados contra a violência 
domestica “Lei Maria da Penha” também não cabe à 
aplicação do principio da insignificância. Crime 
relacionado ao uso de substancias entorpecente 
também não cabe a aplicação do princípio da 
insignificância – quanto maior a quantidade mais chance 
 
 
de ser enquadrado como tráfico. Ademais, crime 
ambiental também não se aplica a insignificância. 
Em alguns momentos a lesão ao patrimônio não pode 
ser considerado insignificante. 
Ex: se alguém roubar 50 mil de Neymar provavelmente 
não irá fazer tanta falta assim, mas mesmo assim esse 
valor não pode ser considerado insignificante. A 
capacidade financeira da vítima é levada em 
consideração, no entanto, não pode ser o único critério. 
O principio da insignificância pode ser aplicado em 
vários âmbitos. O delegado pode não atuar um 
flagrante com base no principio da insignificância 
Falar de teorias legitimadoras é falar de teorias que 
legitimam, que concordam que o direito penal é uma 
forma de controle social. Que esse direito serve sim, e 
deve sim, existir. São teorias que concordam que o 
direito penal é uma instancia de controle social. Kant e 
Hegel são adeptos a teoria absoluta e pensam que a 
finalidade da pena é retributiva, no entanto um utiliza o 
fundamento moral, o outro, jurídico. 
Kant - defende que a pena representa uma retribuição 
moral pelo Estado. Se eu pratico uma conduta que é 
moralmente inadequada há a necessidade da imposição 
da pena como uma retribuição moral pela prática da 
conduta delituosa. Kant irá falar que se a sociedade for 
desfeita, o último assassino precisará ser morto, porque 
essa retribuição tem caráter moral e ético. Kant irá 
ratificar os postulados da lei do Talião “olho por olho, 
dente por dente”. 
A ideia de Hegel também é retribucionista, só que seu 
fundamento é diferente do de Kant – retribucionismo 
moral. Para Hegel o retribucionismo é jurídico, e quando 
você comete um crime, está negando o direito. A 
norma é manifestação da vontade racional, e o crime 
 
 
7 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
manifestação da vontade irracional. Para Hegel, a 
imposição de uma pena é à negação da negação – ele 
considera que a partir do momento que você pratica 
um crime você esta negando o direito e violando o 
direito, se o estado aplica uma lei, o estado nega a você 
a possibilidade de você negar o direito a partir da 
imposição da pena -. 
Teorias absolutas – Pensam na aplicação de uma pena 
como forma de retribuição do mal causado. 
Baseada na ideia de prevenção de novos crimes. Um 
desdobramento dessa teoria é a ideia de prevenção 
geral – direcionada a sociedade como um todo, quando 
o Estado aplica uma pena a gente parte da premissa 
que o Estado com aquela pena quer prevenir a 
ocorrência de novos crimes. Essa prevenção geral 
pode ser 
1- Negativa: parte da premissa de coação 
psicológica, ou seja, medo, ponderação. Quando eu vejo 
uma pessoa recebendo uma pena, acaba coagindo 
outros sujeitos a não coagir a norma. 
2- Positiva: também direcionada a toda sociedade 
e visa mostrar que a norma existe e que ela é válida. 
Tenta mostrar que existem sanções que são previstas, 
e se você praticar o crime a norma vai ser aplicada. 
A teoria relativa mostra-se falha no Brasil, uma vez que 
não há o temor da aplicação da norma, além da 
sensação de impunidade. 
Direcionada ao individuo que já cometeu o crime e tem 
o víeis negativo e positivo. 
1- Negativo: passa uma ideia de neutralização e 
prevenção de novos crimes. 
2- Positiva: ideia de ressocialização para que o 
indivíduo não cometa crimes nem quando estiver 
 
 
 
 
neutralizado, nem depois que não esteja mais 
neutralizado. 
Nós temos também, as teorias mistas e chamadas de 
unitárias ou ecléticas. Estas unem as teorias anteriores e 
enxergam no direito penal uma dupla finalidade – 
retribuir o mal causado e prevenir novos maus O nosso 
código penal adota a teoria mista. 
Roxin afasta por completo a possibilidade de a pena ter 
caráter representativo e sim preventivo. Roxin une as 
teorias relativas que defendem a prevenção com base 
em momentos distintos. Para roxin a prevenção deve 
ser tanto geral como especial. Ele vai analisar a teoria 
preventiva com base na prevenção – fase do legislador 
quando ele prevê condutas delituosas, ou seja, isso é 
uma prevenção geral, da mesma forma quando um 
indivíduo pratica um crime e sofre as consequências 
desse crime o estado esta mostrando que a norma é 
válida, e isso é uma prevenção geral. Porém, a 
prevenção especial é no momento que o individuo 
cumpre a pena. Além disso, temos a aplicação - e 
execução da pena. 
Raul foi um defensor das teorias preventivas, e com os 
seus estudos sobre a teoria da pena acabou criando 
essa teoria a qual não acredita que a pena tenha fins 
declarados, e que tenha capacidade de ressocialização e 
prevenção de novos delitos, por ser um exercício de 
punição por parte do estado. Tenta demonstrar que a 
pena é um exercício de poder político, e que não 
temos uma explicação racional para a pena. Ele, que 
antes era um defensor das teorias preventivas, passa a 
chamar a sua teoria de agnóstica justamente por não 
acreditar nos fins que são declarados da pena. Ele dirá 
que existem fins declarados da pena, mas que estes 
 
 
 
8 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
 
não são os fins reais, pois, a pena seria aplicada como 
forma de manutenção do poder de punir do Estado. 
O movimento de tolerância zero foi um movimento 
que nasceu na década de 80 nos EUA, mais 
precisamente em Nova York e consistia na tolerância 
zero às práticas de infrações penais, ou seja, não 
importava se a infração era grave ou não, era 
necessária uma resposta estatal a altura. A partir do 
momento que eu não tolero a prática de delitos, eu 
teria consequentemente uma redução na prática de 
crimes. Esse movimento foi baseado em um 
experimento denominado “Teoria das Janelas 
quebradas”: foram colocados dois carros em locais 
distintos para ver as consequências do abandono 
desses carros nesses locais. Colocou-se um carro num 
barro nobre, e o outro foi colocado num bairro de 
pessoas com poder aquisitivo reduzido. Concluiu-se que 
o carro do bairro que estava no bairro inferior, foi 
totalmente destruído, enquanto o carro que estava no 
bairro nobre permaneceu intacto. As conclusões foram: 
1- A pobreza e dificuldade econômica é uma das 
causas da criminalidade. 
Na segunda fase do experimento, pegaram esse carro 
que estava intacto e quebraram a janela desse carro, e 
deixaram lá. A partir do momento que essa janela foi 
quebrada o carro passou a ser destruído. 
2- Se você quebra uma janela e não conserta, a 
tendência é que outras janelas sejam destruídas. 
O movimento de tolerância zero pegou esse 
experimento da teoria das janelas quebradas e trouxe 
para o direito penal, ou seja, se você tolera que 
pequenos delitos aconteçam, a tendência é que mais 
delitos comecem a acontecer. A partir do momento 
 
 
 
que você institui um movimento de tolerância zero à 
prática delituosa, a tendência é a diminuição do delito. A 
partir do momento que uma janela quebra e eu 
conserto de imediato, a tendência é que outras janelas 
não sejamquebradas. É isso que o movimento faz: 
passa a promover uma punição em massa de várias 
condutas que resultariam em infrações mínimas, e 
temos segundo esse movimento, uma consequente 
redução da criminalidade. 
Nessa época que foi instituído o movimento de 
tolerância zero, se constatou uma redução da 
criminalidade, e há quem atribua essa redução à 
adoção da adoção desse movimento. Nessa época 
tivemos um encarceramento em massa nos EUA. Os 
EUA, no momento em que a criminalidade estava lá em 
cima, vinha passando por uma grave crise econômica, e 
quando o movimento de tolerância zero foi instituído, 
tivemos consequentemente um crescimento da 
economia como um todo. Não necessariamente foi o 
movimento que fez com que a redução da 
criminalidade acontecesse. A própria teoria das janelas 
quebradas dirá que a pobreza é um dos fatores de 
cometimento de crime. A partir do momento que nós 
temos uma melhora da economia, e uma distribuição 
mais igualitária, há uma tendência de redução da 
criminalidade. O fato dos EUA ter conseguido reduzir a 
criminalidade, se deve a própria melhora econômica 
naquela época. 
Se pensarmos no movimento de tolerância zero, 
princípios como o da insignificância jamais seriam 
aplicados, pois uma vez que aplicado, não estaríamos 
aplicando o movimento de tolerância zero. Não 
podemos falar que no Brasil há o movimento de 
tolerância zero, pois temos a aplicação de alguns 
institutos despenalizadores, transação penal, e aplicação 
do principio da insignificância. Contudo, ao mesmo 
tempo temos a sensação de que o direito penal 
resolve tudo e que trás algum tipo de beneficio em 
 
 
9 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
relação à redução da criminalidade. Portanto, seria 
necessário que tenhamos um direito penal com base 
no modelo democrático, para conter esse exercício do 
poder de punir. Não teríamos na aplicação de uma 
pena, uma explicação racional, a pena assim como a 
guerra teria apenas uma explicação política e seria um 
exercício desse poder político. Precisamos do direito 
penal, porque ele legitima a imposição dessa pena – o 
estado precisa de uma limitação e o direito penal faz 
isso. 
É uma teoria defendida por Jakobs e ele faz uma 
separação do direito penal como se fossem dois 
direitos: o direito penal daquele que não é inimigo, e o 
direito penal daquele que é considerado inimigo, sendo 
que a aplicação da pena em cada caso é diferente, 
podendo ter inclusive, a aplicação de penas 
desproporcionais – direito penal seria próprio para 
aquele que fosse considerado inimigo, ou seja, estivesse 
a margem. Essa caracterização de determinada pessoa 
como inimigo ou não, vai muito pela prática de 
determinadas ações penais, ex: os terroristas seriam 
considerados inimigos, por serem pessoas que estão a 
margem e não merecem o direito penal que nós 
temos e as suas respectivas garantias (direito para o 
cidadão bom). Aquele que está a margem da sociedade 
e que pratica ações graves, não merece esse direito 
penal. 
Percebemos que essa teoria legitima muito o direito 
penal, e de uma forma, que o direito penal poderia ser 
aplicado de maneira diferente. 
As críticas que as teorias deslegitimadoras fazem, são 
totalmente pertinentes. O abolicionismo penal tem 
várias vertentes, e todas elas de uma forma ou de 
outra trazem críticas que são extremamente 
importantes e reais em relação ao direito penal. Quando 
 
 
falamos em teorias deslegitimadoras estamos falando de 
teorias que discordam do direito penal como uma 
forma de controle social, ou seja, deslegitimam o 
sistema penal como um todo e consideram que o 
direito penal não é uma forma legítima de controle 
penal. 
De Louk Hulsman – 
Ele começa a questionar a pena de prisão quando ele 
é preso pela polícia holandesa quando participou do 
movimento de resistência à invasão nazista. Durante a 
sua prisão, ele passou a questionar os efeitos da pena 
de prisão e a sua função. Ele defende a abolição 
irrestrita do direito penal, ou seja, a abolição do sistema 
penal como um todo. Desse modo, não teríamos 
promotor, advogado criminal, vara criminal. Ele considera 
que os conflitos devem ser resolvidos pela própria 
sociedade, ou seja, não é o Estado que deve resolvê-
los. É como se o Estado tivesse se apropriado de um 
problema que não é dele, portanto, não seria a parte 
legítima para solucionar esse conflito. As três razões 
principais para abolição do sistema penal são. 
1- O sistema penal causa sofrimentos 
desnecessários que são distribuídos de forma injusta, 
sob o ponto de vista social: o direito penal não incide 
igualmente para todos e o direito penal seleciona as 
classes mais vulneráveis. 
2- O sistema penal não oferece nenhum efeito 
positivo em relação às pessoas que estão envolvidas 
no conflito: Hulsman faz uma critica ao direito penal 
alegando que este só preocupa-se com o infrator, e 
não leva em consideração os anseios da vítima. 
3- É muito difícil manter o sistema penal sobre 
controle, o que provoca abusos e excessos na 
persecução penal: A partir do momento que eu não 
consigo controlar, eu cometo excesso. Se eu tenho 
uma dificuldade de manter o sistema carcerário sob 
4- 
 
 
10 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
 
controle eu vou cometer excessos. Esse autor irá 
defender duas formas de abolicionismo 
Abolicionismo institucional: abolicionismo da justiça 
criminal como um todo. 
Abolicionismo acadêmico: prega a mudança de 
linguagem, por exemplo: o que chamamos de crime 
hoje não seria mais crime, e sim situação 
problema/conflito. A linguagem deveria ser modificada, 
pois temos denominações que trazem no seu conceito 
um caráter altamente estigmatizado. 
Ele tem uma formação marxista, então ele considera 
que o direito penal existe como forma de manutenção 
do poder da classe dominante, então, temos o Estado 
dominando essa classe. Para ele, teríamos que ter na 
resolução do conflito, uma compensação para a vítima 
que poderia ocorrer de diversas formas: compensação 
de natureza econômica, na forma de um sistema 
seguro simplificado - se acontecesse algum conflito 
teríamos um seguro em nome dessa pessoa -, com 
apoio simbólico nas situações em que ocorram lutam ao 
pesar – apoio simbólico a família em luto, criação de 
abrigos destinados a pessoas que necessitem de um 
apoio especial para a sua proteção – pessoas que de 
alguma forma estão mais vulneráveis, centro de apoio a 
mulheres espancadas, e direta solução dos conflitos 
quando possível – entre as partes -. 
Ele discute a existência de uma indústria de controle da 
criminalidade. O que ele vai defender é que existem 
pessoas e pessoas que estão interessadas no aumento 
da criminalidade e que lucram com a criminalidade, por 
isso não tem interesse com o não encarceramento. 
Por isso ele fala indústria de controle. Há um 
expansionismo desse punitivismo como forma de 
alcançar o lucro: na grande maioria dos Estados o 
sistema prisional é privatizado, ou seja, se eu mantenho 
 
 
um presídio eu quero que tenha muitas pessoas lá 
dentro. 
Nessa indústria de controle da criminalidade temos 
empresas que fornecem marmita, alimentação, 
segurança. Temos também empresas que circundam 
essa discussão sobre o sistema penal e ainda que não 
estejam envolvidas diretamente com o sistema 
carcerário, ganham dinheiro com a criminalidade alta. 
Assim como Hulsman, ele acredita que o Estado se 
apropriou de um conflito que não lhe pertencia, ou 
seja, que pertence a vítima e que a solução desse 
conflito poderia se dar de duas formas: 
1- Conferindo poder a determinada pessoa: 
alguém que não tenha relação com o conflito, um 
terceiro indivíduo. 
2- Não conferindo poder a quem quer que seja: 
as partes se resolvendo diretamente, até porque para 
Nils, alguns conflitos não precisavam ser solucionados, 
pois poderíamosconviver com eles. 
Desde os primórdios da humanidade tínhamos conflitos 
e forma de resolvê-los. O conflito é inerente à vida em 
sociedade. Além disso, não há um tempo específico 
para a resolução de conflitos, pois grande parte destas 
ocorreu simultaneamente. Quando existia uma infração 
penal, não se entendia que esta era praticada para com 
fulano, e sim para contra a divindade, deuses. Falamos 
de infração totêmica justamente por isso – o totem 
eram fenômenos naturais que existiam, como 
inundações e secas e que eram encarados como forma 
de retaliação dos deuses para determinada conduta 
praticada. O poder de punir nas sociedades primitivas 
era baseado na vingança para com o sujeito que 
cometeu a infração penal/conduta que de alguma 
forma afetava os deuses – aplicada de forma geral 
pelos sacerdotes e não pelo estado, sem qualquer 
noção de proporcionalidade, portanto, essa vingança de 
tornava muito cruel: decepar a cabeça, mutilar nariz, 
 
 
11 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
dentre outros. Nessa época não havia encarceramento 
enquanto pena, pois ocorria enquanto uma pessoa 
aguardava a sua sanção. (indivíduo cometia algo que 
desagradava os deuses, e enquanto este aguardava sua 
pena, ele ficava encarcerado). Encarceramento = 
medida de tortura ou cautelar até que a sanção fosse 
aplicada. 
Desagravo aos deuses = deuses perdoariam os 
desagrados feito por indivíduos e não mandaria mais os 
desastres naturais. 
Vingança Divina: 
Civilizações marcadas pela vingança divina foram: Egito, 
Israel, China, índia e Pérsia. 
Vingança privada: 
Apesar de ter um caráter de religiosidade muito forte, 
havia prevalência de clãs, e quando uma pessoa 
praticava algo para com um indivíduo de determinada 
tribo ou clã, a conduta não era atingia o indivíduo em si, 
mas o clã inteiro. Dessa forma, as condutas que não 
eram aceitas pela civilização eram consideradas crimes, 
quando um membro do clã praticava algo para alguém 
do próprio clã (vingança de cunho individual) havia a 
perda da paz, acarretando um esvaziamento de 
qualquer tipo proteção com você a partir daquele 
momento. 
Vingança de sangue – Conduta sendo praticada por um 
membro de uma tribo/clã para com outro membro de 
uma tribo/clã. Isso fazia surgir o direito para aquela tribo 
como um todo para se vingar da outra tribo, inclusive 
de pessoas que não tinham nenhuma ligação com a 
conduta que foi praticada. 
Vingança Pública – Continua tendo forte influencia 
religiosa, porém, o poder de punir centrado nas mãos 
de um poder político central, ou seja, saímos da figura 
do sacerdote e entramos numa demonstração do 
surgimento de um estado – embora não seja nos 
moldes que temos hoje -. O surgimento do direito 
 
 
penal passa ser no Japão e na coreia do sul, e temos 
as cinco penas chinesas: se você matou você vai 
morrer e não importa como você matou. As mortes 
ainda eram extremamente dolorosas e automutiladoras. 
Outra forma de sanção: esquartejamento, tortura, 
abraçar coluna de ferro incandescente. 
Código de Manu (índia) – Não era um código que 
estabelecia condutas que eram apenas impraticáveis, 
descrevia condutas consideradas boas e reprováveis, e 
diferenciava as condutas com base na divisão da 
sociedade em castas. O código de Manu já diferenciava 
furto e roubo, dolo e culpa. Passamos a ter um direito 
penal propriamente dito. 
Código de Hamurabi 
Trouxe previsões extremamente evoluídas, tratava 
tanto de direito civil como de direito penal, composto 
por 282 artigos, e trouxe a aplicação da lei de talião: 
olho por olho, dente por dente – noção de 
proporcionalidade, a pena cruel passa a ser aplicada 
apenas para delitos graves. Por mais que saibamos que 
o olho por olho dente por dente não é correto, pra 
época que foi criado, era positivo porque trouxe a 
noção de proporcionalidade que até então não existia. 
Entretanto, o principio de pessoalidade ainda não era 
respeitado, pois, muitas vezes a pena acabava atingindo 
mais de uma pessoa e não apenas o infrator. 
Direito penal na Grécia 
Início do processo de tornar o Estado Laico, sem 
religião determinada – para que tenhamos liberdade de 
crença. Nessa época, houve na Grécia legislações 
distintas. 
1- Draconiana: cuja legislação trazia uma 
concepção de tratamento desigual a determinadas 
classes, gerando revoltas e promovendo a criação de 
outra lei – leis de Sólon. 
 
 
12 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
 
Lei de Sólon: que pretendia diminuir a igualdade 
perante a lei e a extinção da escravidão por dívidas 
que antes era possível. 
Distinguia o crime público – o que afetava o estado de 
forma direita como o homicídio, do crime privado. Obs: 
os juízes resolviam os crimes públicos, e os indivíduos 
os crimes privados. Havia também uma limitação o 
poder sacerdotal, e o estado passam a tomar as rédeas 
de controle desse direito penal. 
Inicialmente pautado em concepções religiosas, tinha a 
figura do pater família – o que tinha poder de decisão 
e esta não poderia ser modificado pelo estado. Nesse 
contexto há também a criação das leis das XII tábuas – 
veio para tentar reduzir a aplicação diferenciada do 
sentido de direito, a desigualdade era muito grande e a 
classe desfavorecida começou a se rebelar e tentar 
criar uma legislação que trouxesse um tratamento mais 
igualitário. Nessa fase, para que a classe dominante não 
perdesse o domínio eles se juntaram para criar as leis 
das XII tábuas. Houve também a consagração entre 
ilícito público: crime que afetava a sociedade como um 
todo, privado: afetava vítimas direcionadas, e 
extraordinário: relacionado a figura do imperador. Ainda 
falando de Roma, tivemos o desenvolvimento dos 
institutos da culpabilidade e imputabilidade – quem pode 
ser responsabilizado e quem não pode ser. Da mesma 
forma, temos a criação do excludente de ilicitude. Em 
Roma, teremos um domínio maior do que seria um 
crime doloso e culposo. 
Desumanização da pena – Penas de caráter cruel, 
tortura para obtenção de prova. 
 
 
 
Direito Germânico: 
Direito consuetudinário. As infrações poderiam ter 
caráter público – aplicação da perda da paz, e caráter 
privado – o infrator era entregue a família da vítima 
para eles decidir o que iriam fazer. 
Canônico: 
Marcado pela religião e pela influencia da igreja católica. 
Tínhamos a lei eterna – lei divina, a lei natural – 
vontade de Deus na mente humana, e a lei humana – 
feita pelos homens. A lei eterna prevalecia nesse 
contexto. Tínhamos também uma distinção entre: 
1- Delitos eclesiásticos: Relação com heresias, e 
condutas praticadas contra os dogmas da igreja. 
2- Delitos seculares: Sem relação com os dogmas, 
eram os delitos comuns como furto e homicídio. 
Crimes mistos: envolviam infração comum e dos 
dogmas da igreja 
Sistema de Inquisição: O nosso processo penal vige o 
sistema acusatório – existe uma separação entre julgar 
e acusar, pois preciso ser imparcial. Esse sistema de 
inquisição deu surgimento ao sistema inquisitivo que 
não tinha qualquer relação de proporcionalidade. Tinha 
características autoritárias como coincidência dos papeis 
de acusação de julgamento, por imperar um poder 
inquisitivo, não tínhamos também o amplo direito a 
defesa, a tortura era legitimada como um meio de 
obtenção de prova. 
Cultura indígena: 
São poucas as informações sobre como eram as 
punições, isso porque o Brasil antes da chegada dos 
portugueses não tinha o costume de registrar seus 
 
 
13 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
acontecimentos e, além disso, os costumes dos 
indígenas eram bem diferentes dos costumes dos 
portugueses da época. Sendo assim, ate onde sabemos, 
os indígenas vigoravam um sistema de vingança, muito 
influenciada pelo misticismo, com utilização do suplico 
corporal (grave punição corporal ordenada por 
sentença,tortura, pena de morte). 
Período colonial: 
No dia 22 de abril de 1500 os portugueses chegaram ao 
Brasil dando início ao período colonial e como o Brasil 
não era uma nação independente durante muitos 
séculos prevaleceu as ordenações de Portugal (foi 
utilizada a legislação de Portugal). Após a chegada dos 
portugueses ate 1521 vigoraram as ordenações 
afonsinas, que então em 1569 entrou em vigor as 
ordenações manuelinas, que ficou até 1603, após isso a 
ultima ordenação foi à ordenação das Filipinas, que 
teve vigor ate 1830. Durante todas essas ordenações 
eram adotadas as penas de suplicio corporal (grave 
punição corporal ordenada por sentença, tortura, pena 
de morte). 
Também era comum a pena de capital (pena de 
morte) e DEGREDO (pena de desterro ou exílio 
imposta judicialmente em caráter excepcional como 
punição de um crime grave, constituindo uma forma de 
banimento). Criminavam-se práticas religiosas contrárias 
ao catolicismo, e uma serie de condutas imorais como, 
por exemplo: “cometer pecado de sodomia (sexo anal 
do sexo masculino ou feminino)” e “cristão que dorme 
com infiel”. 
Período Imperial: 
Após a proclamação da república (1822) o Brasil 
necessitava urgentemente de uma nova legislação, 
contudo, D. Pedro I ratificou as ordenações Filipinas até 
que à legislação brasileira fosse aprovada. Ate que em 
1824 foi outorgada a primeira constituição brasileira, 
levantando pontos importantes para o direito penal, já 
que foi proibido o uso de açoites, tortura, penas de 
 
 
marca de ferro quente e outras penas cruéis, com isso 
foi aprovado o código criminal “nas sólidas bases da 
justiça e da equidade”. 
Em 1827 foram apresentados dois projetos do código 
criminal, um por Bernardo Pereira Vasconcelos e outro 
por José Clemente Pereira, sendo aprovado em 1830 o 
código de Bernardo, Sendo considerado o primeiro 
código autônomo da América latina, onde, serviu de 
inspiração para grandes nações como, a legislação da 
Europa, da Espanha e de Portugal. Entretanto nem tudo 
foi tão perfeito assim, este código adotava a pena de 
morte ao imperador, ou seja, o imperador tinha o 
poder de escolher quem deveria ou não morrer, e 
após um inocente ser condenado foi abolido a pena de 
morte por D. Pedro II. 
Período Republicano: 
Em 1888 ocorreu à abolição da escravatura e a 
proclamação da república em 1889 o código criminal do 
imperador não atendia as necessidades da nova 
conjuntura social e política, então Batista Pereira criou o 
primeiro código penal em 1890 e diferente do código 
que antecedia este, foi o pior código já criado, pois 
criminalizavam uma serie de condutas que eram 
praticadas em ruas, como por exemplo, a capoeira de 
rua. Algum tempo depois foram criadas novas leis mais 
confusas e dispersas, na qual ficou conhecida como 
consolidação das leis piragibe. 
Foi aprovado em 7 de dezembro de 1940 o decreto-lei 
Nº 2.848, que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1942 
(este é o nosso código penal até os dias atuais) e em 
1984 foi aprovada a lei de número 7.209/84 que alterou 
a parte geral do nosso código. 
Importante dizer que em 2011 foi constituída uma 
comissão de juristas para elaborar um novo código 
penal, essa comissão entregou o trabalho em junho de 
2012, e esse projeto tornou-se senado federal o PLS 
 
 
 
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Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
(plano de logística sustentável) nº 236/2012 atualmente 
trâmite (da casa legislativa). 
Escola clássica: seu pensamento era baseado no 
pensamento do livre arbítrio, foi uma linha teórica que 
pensa no sujeito que pratica a infração penal como 
aquele que escolheu, ou seja, ele tem livre arbítrio, pois 
eu tenho o poder de decidir se irei praticar 
determinado delito ou não. Principais contribuintes 
Feuerbach: desenvolveu o principio da legalidade, 
introduziu a ideia de função preventiva negativa da 
pena, e a tutela dos direitos subjetivos – meio 
ambiente, por exemplo. 
Carrara: o crime é constituído de duas fases: 
1- Força física: movimento corpóreo que o sujeito 
faz para a prática do crime 
2- Força moral: o meu intuito com esse 
movimento corporal 
Escola positiva – Adoção do paradigma determinista, 
negação do livre arbítrio. Marcada pela teoria do 
criminoso nato. 
Lombroso: Segundo ele, o criminoso nasce predisposto 
a realizar o crime. 
Enrico Ferri: Predisposição ao crime não era apenas 
hereditárias, mas também pelas questões sociais do 
ambiente. 
Raffaele Garofalo: Focou no crime em si 
Escola Francesa – o meio influencia as pessoas a 
cometerem determinados crimes. Escola Italiana – Uma 
escola crítica, e foi a primeira a questionar a duplicidade 
existente entre as 3 escolas. 
 
 
 
Manuel Carnevale, Bernadino Alimena, e João 
Impallomeni 
Não acreditavam/aceitavam à ideia de livre arbítrio. 
Escola de Marburgo – União internacional do direito 
penal, posteriormente extinta e depois recriada. 
Promoveu a distinção entre o direito penal e as outras 
ciências criminais. Nesta havia a ideia de imputabilidade e 
perigosidade. Imperava um caráter defensivo da pena 
(enaltece funções preventivas) e o crime era visto 
como fenômeno social e fato jurídico. 
Escola de defesa social – Sistematizadas por Adolphe 
Príns. 
Felipe Gramática cria o centro internacional da defesa 
social em 1945, defendendo a substituição do DP por 
um direito de defesa social, com o fito de adaptar o 
indivíduo a ordem social. 
Escola humanista - Vícenzo Lanza. 
Aproximação entre direito e moral, e o crime passa a 
ser a conduta que afronta os nobres sentimentos. Os 
atos praticados sob alguma excludente de ilicitude 
deveriam ser punidos, e a pena seria função educativa. 
Teoria psicossocial da criminalidade 
Francês Gabriel Tarde (expoente) opositor da escola 
positiva. A opção individual e o ambiente social são 
fatores que determinam a prática delituosa. O crime 
como fenômeno social, executado sob a ideia de 
imitação, pois se acredita no livre arbítrio e no efeito 
intimidativo da pena. Há a defesa da pena de morte, e 
esta deve observar critérios psicológicos: avaliação 
psicológica do sujeito. 
Quando pensamos em fontes, pensamos em origem, 
ou seja, de onde se origina algo. Quando pensamos em 
 
 
 
15 
Brenda Neiva Bagano – FBDG 
 
 
direito penal essa fonte é a origem e a forma que o 
direito penal se manifesta. 
Fonte material- 
Órgão encarregado de legislar em matéria penal e criar 
as normas penais. A união legisla em matéria penal, pois 
temos interesses específicos. Para que o estado possa 
legislar em matéria penal é necessário que esse 
assunto seja de interesse local e a lei autorize tal 
legislação. 
Fontes formais- 
Forma como o direito penal se manifesta/se apresenta. 
Podem ser 
Imediatas- 
Chamadas de direitas. A lei é a fonte imediata do direito 
penal, e quando a união enquanto fonte material cria 
normas, ela cria com base na lei. 
Mediatas- 
Indiretas. A constituição é uma fonte mediata. 
Costumes- 
Exemplo de fontes mediatas indiretas, pois, são estes 
costumes que fazem com que o legislador exclua 
direitos penais. 
Podem ser contra legem – contra uma norma jurídica, 
fazendo com que a norma entre em desuso e muitas 
vezes as pessoas não sabem que a prática é delituosa. 
Segundum legel – auxiliam o interprete a interpretar 
expressões utilizadas nas normas penais – conceitos 
subjetivos, como o conceito de decoro. 
Preter legem ou integrativos – servem para que 
possamos integrar normas penais não incriminadoras 
que tenham algum tipo de lacuna. 
Princípios gerais do direito – fonte mediata indireta 
 
 
Seriam postulados ou valores que regem nosso 
ordenamento jurídico ainda que não estejam escritos. 
Quando criamos uma norma penal, pensamos nos 
valores como: liberdade, equidade, etc – valores que 
regem o ordenamento jurídico. A norma penal não 
pode ir de confrontoa esses valores. 
Tratados internacionais – Em que o Brasil é signatário. 
O Brasil pode ser signatário de um tratado e ele não 
entrar no nosso ordenamento jurídico como lei. 
Somente os tratados que passam por tramitação 
formal para ser internacionalizado Esses tratados são 
considerados fontes mediatas do direito penal desde 
que seja internacionalizado no ordenamento jurídico. 
Atos administrativos- 
Atos da administração publica ex: portaria, decreto. Não 
é lei, não prevê crime, mas pode ser forma como o 
direito se manifesta indiretamente. 
Jurisprudencia – 
Conjunto de decisões reiteradas À jurisprudência e a 
doutrina não tem força vinculante por isso não são 
consideradas uma fonte formal mediata do direito.

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