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Lara Honório – Acadêmica de Medicina Criação e desenvolvimento do SUS: Inaugura uma ruptura sobre o modo de pensar e fazer saúde. Seu modelo é contra hegemônico e o maior desafio do país. Engloba a promoção, prevenção e assistência à saúde. Seus princípios basilares são: UNIVERSALIDADE, EQUIDADE e a INTEGRALIDADE. Diretrizes do SUS: A gestão organizadora é única, porém existe autonomia nas unidades. A regionalização e hierarquização (porta de entrada: atenção básica > média complexidade > alta complexidade) permite a aproximação com a população ao dividir as regiões. A atenção básica deve ser a ordenadora e coordenadora do cuidado e só então ir à outros graus de atendimento, subindo para a média e alta complexidade. Arcabouço legal do SUS: Quem instituiu o SUS foi a Constituição Federal. A lei Orgânica 8080/90 regulamenta o SUS e a Lei 8142/90 embasa a participação da comunidade e financiamento do SUS. Houve a necessidade de atualizar a 8080 por conta do evento da década de 90 onde tudo girava em torno de processos de privatização. Constituição Federal de 1988: Art 196: A saúde é direito de todos e dever do Estado...acesso igualitário, universal...promoção, proteção e recuperação. Art 198: rede regionalizada e hierarquizada....descentralizada, atendimento integral e participação comunitária. Lei Orgânica do SUS 8080/90: Institui SUS, define organização, direção e gestão do SUS e, tem por competência as atribuições das três esferas (tripartite) do governo. Dista sobre a participação complementar dos serviços privados de assistência à saúde e recursos financeiros, gestão financeira (fundo nacional de saúde, fundo municipal de saúde e fundo nacional de saúde), planejamento e orçamento. Execução das ações: Vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, saúde do trabalhador, assistência terapêutica integral (inclusive farmacêutica); Participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; Ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; Obs.: Os remédios que tem desconto nas farmácias estão dentro do programa de farmacêutica do SUS, onde o desconto é exatamente o financiamento da medicação feito por meio do SUS. Att.: As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados conveniados que integram o SUS. Competência da união: coordenar ações de vigilância epidemiológica sanitária, alimentação e nutrição, formular políticas sanitárias e de meio Lara Honório – Acadêmica de Medicina ambiente, elaborar o planejamento estratégico nacional e coordena a avalição financeira em cooperação com estados, município e Distrito Federal. Competência do estado: Promover a descentralização para os municípios por meio da organização de uma rede regionalizada e hierarquizada, prestar apoio técnico e financeiro no município, identificar estabelecimentos hospitalares de referências e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional, além de divulgar os indicadores de morbidade e mortalidade, no âmbito da UF. Competência do município: Função de gerir, planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e serviços de saúde; Executar serviços de saúde (prevenção, promoção e assistência), vigilância epidemiológica, sanitária, alimentação e nutrição; Formar consórcios administrativos intermunicipais; Celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde. Marcos da constituição do SUS: Reforma psiquiátrica e politica de humanização; Saúde bucal; Tabagismo; Política de Genéricos e Aceso à Assistência Farmacêutica; Vigilância Epidemiológica e Sanitária. Lei 8142/90: Atualiza a Lei 8080/90 agregando a participação comunitária e explica o financiamento do SUS. Criou as instâncias colegiadas: Conferência de Saúde: Reúnem-se a cada 4 anos com a representação doa vários segmentos sociais para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da politica de saúde nos níveis correspondentes. Isso é, tem a conferencia municipal, que é procedida das conferencias dos distritos sanitários (territórios formados por bairros da cidade) onde são eleitos delegados que atuarão como representantes daquela região e participarão das conferencias municipais informando o olhar de cada distrito sanitário e propor diretrizes para a formulação da politica de saúde no município. Com a conferência municipal, se delibera considerações e propostas a serrem levadas para a conferência estadual, que leva para a conferência nacional o olhar e necessidades de cada município e estado envolvidos nesse processo. Conselho de saúde: Composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários (50% da composição). Atua na formulação de estratégias e no controle de execução da politica de saúde na instancia correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. Essas reuniões acontecem uma vez por mês de forma ordinária. Não é de ordem consultiva, mas sim deliberativo. Isso é, decide sobre as Lara Honório – Acadêmica de Medicina politicas que serão homologadas pelo chefe do poder executivo em cada esfera do governo e essa deliberação precisa ser cumprida. Acontece em conformidade com o dispositivo da legislação do SUS, baseado nos parâmetros e estudos apresentados pelas equipes de saúde através dos dados de vigilância epidemiológica. Obs.: É uma atividade voluntária, não remunerada, não tem vinculo empregatício, não são servidores, nem possuem cargos de confiança do ministério, não recebem nenhuma gratificação pelo trabalho desenvolvido. Os recursos desse fundo são passados de forma automática para os município (70%) Estados (30%) e o Distrito Federal. Os municípios poderão estabelecer consórcios para execução de ações e serviços de saúde remanejando recursos para outros municípios que tem maior necessidade estrutural. Financiamento tripartite – Emenda 29/2000: Recursos: 15% dos impostos relativos à seguridade social vão para o município, 12% para o estado e para a união não existe um percentual parametrizado, ela aplica um valor correspondente ao exercício anterior + variação do PIB atualizado. Um fator complicador é a PEC 95 que congela recursos de varias politicas publicas de saúde, com o novo regime institui divisão de recurso e a união acabou aplicando o recurso do exercício de 2017 corrigido apenas pelo IPCA que é um índice ainda menor que a variação do PIB e será assim pelos próximos 20 anos devido ao congelamento de recursos. Desafios do SUS: Sub-financiamento crônico; Federalismo exigindo grande esforço de construção de consenso; Fragilidade dos municípios; Setor dos trabalhadores mais organizados apoiando o SUS na retorica, mas fortalece o setor privado na pratica; Os políticos incorporam discurso de saúde para todos, mas na pratica não o faz; Dinâmica do capitalismo na saúde (pró-mercado): governo estimula e dá subsídio pró-setor privado; Consolidação da visão de que o SUS deve priorizar os mais pobres apenas com ações básicas (sistema pobre para o pobre); Mercantilização do sistema de saúde.
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