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IMUNOLOGIA – 29/03/2021 Os vírus são agentes infecciosos acelulares Fora das células hospedeiras são inertes e sem metabolismo próprio No entanto, dentro das células hospedeiras, seu ácido nucleico torna-se ativo, podendo se reproduzir Não são organismos vivos Não produzem energia própria Protozoários, vermes, fungos, células vegetais e animais podem ser hospedeiros do vírus CARACTERÍSTICAS GERAIS Possuem um envoltório proteico que protege o material genético denominado capsídeo Capsídeo pode ou não ser revestido por um envelope lipídico derivado das membranas celulares Possuem um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA Existem vírus com DNA de fita dupla, simples, RNA de fita dupla ou simples São parasitas intracelulares obrigatórios Multiplicam-se dentro de células vivas usando a maquinaria de síntese das células Não possuem metabolismo Toda energia que utilizam provém da célula hospedeira Latência: permanecem dormente nas células hospedeiras por anos, sem atividade e sem sintomas ou sinais Muitos não se incorporam ao cromossomo É como se fosse um período onde o vírus está se replicando BACTÉRIAS x VÍRUS Nenhuma máscara é capaz de ser pequena o suficiente para bloquear a passagem de um vírus Possuem a capacidade de passar através de filtros bacteriológicos Vírus, diferente de bactérias, não são sensíveis a antibióticos São sensíveis a anti-virais e interferon Células NK liberam interferon e, este, auxilia na destruição do vírus ESPECIFICIDADE DO VÍRUS Vírus de RNA possui uma proteína em forma de abóbora que está se ligando a célula que vai ser parasitada ou infectada Proteína que identifica o vírus é uma PUMP, que vai ser reconhecida por uma PRR PUMP ou proteínas litigantes PRR ou receptor de interação Proteínas litigantes: são proteínas que permitem a ligação do vírus à célula hospedeira Em relação ao coronavírus, a PUMP ou proteína litigante vai ser “S” e, a PRR ou receptor de interação, vai ser “ACE2” SARS-Cov-2 entra na circulação e, através do receptor ACE2, entra nas células Células M também permitem a entrada do antígeno No caso do covid, antes dele atravessar a barreira, ele passou por um período de latência Dessa forma, ele não causa um grande recrutamento do sistema imune Quando o vírus estoura, ele causa: destruição dos alvéolos, hipóxia, síndrome respiratória aguda e aumenta o recrutamento de células do sistema imune Células apresentadoras de antígeno apresentam o vírus para as células T: ativa uma resposta mediada por CD8 e CD4 Macrófago, no caso do covid, além de ser uma célula fagocítica e destruidora, vai se comportar como uma célula apresentadora de antígenos Uma vez que esse macrófago está ativado, ele apresenta: IL-1β, IL-6, IL-10, IFN-γ, TNF-α e MCP-1 Coronavírus pode infectar diretamente o macrófago Devido à grande liberação de citocinas pelos macrófagos, o paciente vai recrutar muitas células do sistema imune Inicia-se um processo de liberação de mais citocinas, levando a uma resposta pró- inflamatória A resposta pró-inflamatória desenvolve no paciente uma síndrome respiratória aguda é a forma como o organismo respondeu, de forma exagerada, a presença do covid Linfócito TCD8 ativado causa linfopenia Cada vírus tem uma característica específica, no entanto, observa- se uma alteração no número de linfócitos Ao longo do processo, há recrutamento de células NK e ativação do linfócito TCD4 Tem que ter linfócito B evoluindo para plasmócito e, posteriormente, secreção de anticorpos Anticorpos contra covid marcam o que se tinha na circulação e, essa marcação na porção FC, vai ser reconhecida pelo monócito e vai realizar a fagocitose e destruição do vírus Fatores de recrutamento e IL-6 chamam as células que estão na circulação, para que elas possam auxiliar no processo de destruição do antígeno REPLICAÇÃO e ESTRUTURA VIRAL Período onde vai acontecer a multiplicação do vírus Alguns tipos de multiplicação: a. Multiplicação de bacteriófagos: ciclo lítico e ciclo lisogênico b. Multiplicação de vírus de DNA c. Multiplicação de vírus de RNA d. Multiplicação de retrovírus Como acontece a replicação viral? Proteína litigante (PUMP) está presente no capsídeo e se liga ao PRR na superfície da célula Essa ligação permite que se tenha uma abertura no capsídeo e somente o material genético seja liberado na célula Material genético tem que conseguir desviar de todas as proteínas e enzimas, presentes dentro da célula, para conseguir chegar até o núcleo Desnudamento: proteínas capazes de fazer o desnudamento do material viral Vírus de envelope: apresenta uma proteína litigante no envelope que vai se ligar ao PRR Envelope vai ser retirado e, o vírus dentro do capsídeo, entra dentro da célula Genes tardios sofrem splicing: saem os íntrons e ficam os éxons Não codifica proteínas nos humanos Codifica proteínas virais nos vírus Proteínas que auxiliam na construção do vírus e no processo infeccioso são provenientes da sequência de DNA Processo infeccioso chega ao núcleo e começa a modificar o processo de ativação do núcleo ativação dos genes tardios Retrovírus possuem uma transcriptase reversa São vírus de RNA e essa enzima faz a transcrição ao contrário (RNA vira DNA) Posteriormente, haverá a replicação e tradução da proteína Vírus é formado por: capsídeo, ácido nucléico, matriz proteica e envelope Capsídeo e ácido nucléico formam o nucleocapsídeo Genoma do vírus empacotado em uma cobertura proteica ou membrana Envelope é formado por proteínas codificadas pelo genoma viral Confere proteção e rigidez Tudo isso é produzido pela célula hospedeira a partir da ativação dos genes tardios Estrutura está relacionada com o que o vírus quer fazer Como não se sabe para qual sequência de proteína vai acontecer o splicing, não é possível regular o processo infeccioso e a estrutura viral Antes do vírus entrar na célula acontece uma desestabilização local, permitindo a entrada do vírus Envelope serve para proteger o vírus do processo inicial de infecção VÍRUS DA GRIPE Vírus são transmitidos pelo ar Transmissibilidade começou com o vírus da gripe (influenza) Características da Influenza: Causa doença respiratória aguda Afeta humanos, aves e vários mamíferos Tem distribuição mundial Apresenta ocorrência anual, com picos no inverno Alta morbidade e manutenção na população 1. Grande transmissibilidade 2. Variabilidade antigênica 3. Vacinação incipiente Geralmente benigna, mas pode complicar Foi identificado, pela primeira vez, em 1918 pela gripe espanhola (H1N1) Hemaglutinina e Neuraminidase são duas PUMPs do vírus da gripe Hemaglutinina auxilia a entrada do vírus na célula Liga-se ao ácido siálico (presente no suporte da galactose) para poder entrar na célula Há perda do envelope, vírus entra com o capsídeo e, núcleo da célula, ativa os genes tardios inicia a replicação Neuraminidase auxilia a saída do vírus na célula Liga-se ao ácido siálico para poder sair da célula As doenças infecciosas condicionaram a existência humana de várias maneiras: 1. Dizimando populações 2. Promovendo êxodos 3. Propiciando miscigenação 4. Fortalecendo ou enfraquecendo povos Para que uma doença possa se espalhar ela precisa de oportunidades As doenças infecciosas acompanham a humanidade desde sempre O homem fugiu da África em direção a Europa e Ásia devido às doenças e intempéries A criação das cidades facilitou a transmissão das doenças infecciosas, criando também as epidemias Grandes aglomerações,guerras e desastres naturais precedem grandes epidemias O processos da humanidade facilitou a disseminação das doenças Processo de infecção da influenza pode começar por um espirro e evoluir para algo mais grave Todos os anos, milhares de pessoas morrem de influenza Tudo começa quando o vírus entra nas vias aéreas superiores: liga-se a superfície das células epiteliais (proteína litigante se ligando ao PRR) Na superfície, existe a neuraminidase, auxiliando na liberação de vírus, canais iônicos que auxiliam a entrada do vírus nas células e hemaglutinina que auxilia na entrada do vírus na célula Vírus entra e interage com o ácido siálico, no entanto, ele precisa de proteínas do hospedeiro para que se tenha H1 e H2 Para que o vírus entre na célula, ele passa por um processo de endocitose e fica dentro de um endossoma (pH, quando se liga com o lisossoma, é acídico) pH vai ser mudado (básico) para facilitar a saída do vírus de dentro do endossoma para o citoplasma da célula e possa chegar no núcleo Hemaglutinina vai ser aberta e vai ser fusionada com a membrana nuclear para favorecer a saída do material genético Material genético da influenza chega ao núcleo da célula, ativa os genes tardios e produz novas células Para conseguir combater esse vírus, anticorpos monoclonais serão desenvolvidos Pandemias de influenza no século XX-XXI: 1918: gripe espanhola (H1N1) 1957: gripe asiática (H2N2) 1968: gripe hong-kong (H3N2) 2003: gripe aviária (H5N1) 2009: gripe suína (H1N1) H1N1 é pior para os humanos H: hemaglutinina N: neuraminidase Ciclo reprodutivo do vírus da gripe: 1. As glicoproteínas virais ligam-se aos receptores nas membranas das células hospedeiras 2. Os vírus entram na célula por endocitose 3. As membranas do vírus e de vesículas fusionam-se, liberando o vírion 4. O RNA viral produz mRNA via uma RNA polimerase que é dependente do RNA viral 5. RNA viral produz mais cópias de genomas de RNA viral por meio de dois eventos sucessivos com RNA polimerase 6. mRNA viral é traduzido gerando as proteínas virais 7. Vírion é empacotado 8. As glicoproteínas do envelope são produzidas no RE do hospedeiro e transportadas para o complexo de golgi 9. Novos vírus são montados por brotamento 10. Vírus são liberados Sinais clínicos: Cefaleia Letargia Faringite Tosse seca Congestão/corrimento nasal Dores musculares Casos graves podem evoluir para pneumonia Duração: 2-3 dias até duas semanas Forma grave da influenza A: síndrome respiratória aguda Doença respiratória aguda caracterizada por febre superior a 38ºC, tosse e dispneia, acompanhada ou não de outros sintomas Diagnóstico: Material: swab nasal e ocular (fase aguda) e soro (fase aguda e de recuperação) Testes: isolamento e hemoaglutinação (antígeno), inibição da hemoaglutinação (anticorpos) e PCR em tempo real Tratamento: O tratamento é sintomático: analgésicos, antitérmicos e descongestionantes Repouso, alimentação leve e ingestão de muita água Indicação de tratamento antiviral Sem automedicação Vacinação contra H1N1: Vacina trivalente de subunidade (HA, NA) Eficácia: >95% Oferecida pelo SUS a grupos de risco: idosos, gestantes, indígenas, criança de 6 meses a 2 anos, portadores de doenças crônicas, adultos de 20-39 anos e trabalhadores em saúde Efeitos colaterais leves: dor, febre baixa, dores musculares, náuseas, cefaleia e diarreia COVID-19 Recebeu esse nome devido às espículas na sua superfície, que lembram uma coroa É um vírus de RNA, ou seja, ele se replica rapidamente Não tem transcriptase reversa Apresenta envelope Sete coronavírus causam doenças em seres humanos Quatro causam doenças respiratórias leves a moderada, semelhantes a um resfriado Anticorpos monoclonais reconhecem especificamente uma região, da hemaglutinina ou neuraminidase, e impedem o processo de entrada ou saída do vírus na célula Anticorpos impedem que o vírus consiga se fundir e liberar o material genético, saindo da célula Material genético sai da célula e vai para o núcleo Se isso não acontecer, vírus fica tempo suficiente no citoplasma para poder ser destruído pelas próprias proteínas presentes no citoplasma Tamiflu, medicamento utilizado no tratamento de pacientes com H1N1, liga-se à hemaglutinina Não permite a ligação do ácido siálico E, os que conseguem entrar, não vão conseguir sair (medicamento se liga a neuraminidase) Vírus ficam presos e são destruídos pelas células do sistema imune Esse medicamento é utilizado no início do processo infeccioso, uma vez que, se houver replicação do vírus dentro da célula, o medicamento não faz mais efeito comum, sobretudo em crianças, a nível mundial: HCoV-2295, HCoV-NL63, NCoV- OC43 e HCoV-HKU1 Três podem causar síndromes respiratórias graves: SARS-CoV, MERS- CoV e 2019-nCoV SARS-CoV: este vírus se originou de morcegos destacando sua capacidade zoonótica Pode infectar humanos e animais, incluindo macacos, gatos, cães e roedores GRIPE x RESFRIADO: Gripe é causada pelo vírus influenza (A, B ou C) Resfriado pode ser causado por rhinovírus e outros cinco tipos principais (adenovírus, rinovírus, parainfluenza e coronavírus) Em um resfriado, normalmente, não se observa febre no paciente Diferente da influenza, onde o paciente apresenta febre alta (38º) Sintomas mais comuns em um resfriado são a coriza e congestão nasal Já no caso da gripe, paciente apresenta dores musculares e dor de garganta, além de tosse e dor de cabeça Resfriado é mais leve Características de um resfriado: Transmissão: via respiratória Afeta as vias aéreas superiores, normalmente sem febre Profilaxia: evitar contato direto com doentes; evitar frio, bebidas geladas e ambientes fechados COVID-19: O efeito da vacina é a produção de anticorpo e linfócitos T de memória Não causa doença e nem replicação viral Nenhuma vacina tem 100% de eficácia Sorologia serve para fazer um diagnóstico indireto quando não se consegue fazer pelo PCR ou teste de antígeno Para se ter um PCR positivo é preciso ter: vírus se replicando ou restos virais de uma infecção já terminada A doença vem do desequilíbrio entre a defesa do hospedeiro e a virulência do patógeno Doenças (sinais e sintomas) X apenas portador Depende da relação entre sistema imunológico do hospedeiro e patógeno Doença: patógenos conseguem estabelecer um foco infeccioso COVID é uma doença sistêmica Tem uma proteína S (PUMP) que se encaixa no receptor (PRR) da célula chave para que o vírus possa entrar na célula RNA viral é produzido pelo maquinário da célula e vai formar novos vírus que irão infectar outras células Quando vírus entra na célula, tem-se ação da imunidade inata e da imunidade adquirida Imunidade inata: células NK destruindo o reservatório de infecção, IFN tipo I está protegendo as células que ainda não foram infectadas, célula dendrítica internaliza e apresenta o antígeno para os apresentadores de antígeno (CD8 e CD4 virgens) Imunidade adaptativa: IgG neutralizante vai se ligar ao vírus e não deixa ele infectar as células saudáveis, CD8 ativado vai destruir células infectadas e presença de CD8 de memória Carga viral mais baixa favorece o sistema imunológico Carga viral mais alta faz com que o sistema imune se torne um “inume” Inflamação é boa se for em uma quantidade normal, quando há uma homeostase Quando o gatilho da inflamação não é parado, leva à doença Citocina inflamatória = inflamação
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