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1. O que é e como é realizada a Manobra de Leopold? Qual a idade gestacional para ser aplicada? 2. Como se organiza o serviço de pré-natal? E o que ele deve ter pra funcionar e pra ser ativado? 3. Quantas semanas, dias, trimestres duram uma gestação? E como são divididos esses trimestres? 4. Qual o número de consultas pré-natais que uma gestante tem que ter no mínimo? E como são divididas essas consultas por trimestre? (Incluindo as consultas trimestrais). 5. O que é plano de parto, nomenclatura gesta, para e aborto? 6. Qual a posição que o útero toma de acordo com a gestação? Por quê? 7. Cite tudo sobre mobilograma. 8. O que é a DDP? Como se calcula? O que é a IG? Como se calcula? Explique a Regra de nagelly. 9. Como é feita a avaliação nutricional da gestante? 10. Quais os parâmetros dos BCFs? 11. Quais vacinas a gestante deve tomar? Quais vacinas são contraindicadas? Manual SBIM 12. Quais os exames solicitados no pré-natal em cada semestre? 13. Como se faz o diagnóstico da gravidez? Explique e especifique os sinais de presunção, probabilidade e certeza da gestação. 14. Quais os riscos que uma infecção urinária traz para a gestação? 15. Qual a quantidade de urina residual que deve permanecer na bexiga? 16. Qual o tempo correto para prescrever o sulfato de ferro na gestação? 17. O que é a rede cegonha? Discorra sobre o pré-natal do parceiro. 18. Especifique o período exato para o feto: pré-termo, à termo, pós-termo, pós datismo. 19. Discorra sobre os principais fatores que levam a morbimortalidade materna. 1. O que é e como é realizada a Manobra de Leopold? Qual a idade gestacional para ser aplicada? REFERÊNCIAL TEÓRICO: É uma técnica que visa a identificação da apresentação, posição e situação fetal. Temos a apresentação cefálica ou pélvica. Situação transversal oblíqua ou longitudinal. Posição direita ou esquerda. Variedade de posição (anterior, posterior e transversa). O profissional primeiro deve certificar-se que a mulher esvaziou a bexiga previamente, a mulher deve deitar de costas com os seus ombros levemente elevados com um travesseiro (MATA, J. A L., 2017). O abdômen da mulher deve ser descoberto, e como ato de humanização é importante que o profissional aqueça as mãos antes da palpação. É possível a realização da manobra a partir da 36° semana de gestação e são quatro passos para a total realização da Manobra de Leopold: ETAPA DESCRIÇÃO Delimitação do fundo do útero Promoção do rechaço fetal. Palpação Palpar o dorso fetal e membros através do espalmar das mãos no dorso do útero, uma fixa e outra móvel, ao encontrar a superfície rígida e contínua identifica-se o dorso onde se ausculta os BCFs ao lado e a espessura do útero. Exploração da mobilidade cefálica Explora a mobilidade do polo fetal em relação ao estreito superior do trajeto pélvico. Ao apreender esse pólo fetal entre o polegar e o indicador da mão direita, imprimindo movimentos laterais para procurar precisar o grau de penetração da apresentação na bacia. Exploração da escava Com as extremidades dos dedos, palpa-se a pelve para tentar reconhecer o pólo cefálico ou o pélvico, e,assim, determinar o tipo de apresentação do concepto. O produto dessa palpação pode ser: -Escava completamente ocupada pela região fetal (que é o polo cefálico); - Escava incompletamente ocupada (polo pélvico); - Escava está vazia (apresentação córmica). Na apresentação cefálica, se a cabeça está alta e móvel, os dedos quase se tocam pelas extremidades e descem por igual enquanto se apresenta como insinuada, o toque se mostra desigual. Na apresentação pélvica, mesmo insinuada, os dedos de um lado e de outro transpassam igualmente. Reconhece-se um corpo esferóide, irregular, redutível e a indicação para as manobras de Leopold são para gestantes a partir do segundo trimestre gestacional (MATA, J. A L., 2017). REFERÊNCIAS: Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem , Saúde Materna, Neonatal e do Lactente. Módulo 6: Saúde materna, neonatal e do lactente: Enfermagem na atenção à saúde materno-fetal – pré-natal. Acessado em: 10/12/2019. Disponível em: https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/13944/mod_resource/content/4/un03/top0 4p04.html MATA, J. A. L. da; SHIMO, A. K. K. Apresentação social da arte da pintura do ventre materno para gestantes. Revista pequisa qualitativa. São Paulo (SP), Vol. 5, N° 8, Pág. 250-268, Agosto – 2017. Acessado em: 12/12/2019. Disponível em: https://editora.sepq.org.br/index.php/rpq/article/view/113/80 MEU ESPAÇO: Realização dos 4 passos da Manobra de Leopold: https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/13944/mod_resource/content/4/un03/top04p04.html https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/13944/mod_resource/content/4/un03/top04p04.html https://editora.sepq.org.br/index.php/rpq/article/view/113/80 2. Como se organiza o serviço de pré-natal? E o que ele deve ter pra funcionar e pra ser ativado? REFERÊNCIAL TEÓRICO: O serviço do pré-natal se inicia antes mesmo do diagnóstico da gravidez, no período pré concepcional, onde a mulher realiza o planejamento familiar e já recebe as suas primeiras orientações quanto a suplementação alimentar, exames preventivos, utilização do ácido fólico e a implementação de intervenções para cada demanda levantada na anamnese completa (BRASIL, 2012). Existe a necessidade de um bom conhecimento territorial dentro do programa de pré-natal pois quanto mais cedo for captada a gestante - o ideal é que seja até a 12• semana - melhor será seu acompanhamento e mais agravos serão prevenidos, dessa forma, melhor será a assistência integral. Além disso, esse segmento tem como porta de entrada as unidades de atenção básica e são dotados da necessidade de vínculo com os demais níveis de atenção em complexidade para gestantes bem como de um bom sistema de referência e contra referência visto que para a necessidade do acompanhamento da gestante em um serviço de alta complexidade ou até mesmo de neonatal, ela precisa estar em posse de seu caderno gestacional, seus dados médicos e com uma devolutiva do que lhe leva a tal serviço (RODRIGUES, W. F. G., 2017). São asseguradas pelo Caderno de Atenção Básica Pré-natal, no mínimo 6 consultas e continuidade do atendimento. O programa também consiste na atividade de educação em saúde ou rodas de conversa com a população feminina e de gestantes a respeito de assuntos pertinentes a necessidade e a importância do pré-natal bem como sobre os cuidado com o neonato e o período de puerpério (BRASIL, 2012). A mulher deve passar pelo processo de rastreamento de câncer do colo do útero e câncer de mama através do exame de colpocitologia oncótica e a ultrassonografia da mama/mamografia, respectivamente. Também será necessária a indicação ao serviço de testagem rápida para sífilis, hiv e as hepatites assim como essas usuárias devem ser orientadas quanto a imunização antitetânica e para hepatite B (RODRIGUES, W. F. G., 2017). Também deve ser realizada a triagem nutricional, as orientações e o estímulo a uma alimentação saudável e de qualidade bem como a prática de atividade física considerando as dificuldades e vulnerabilidades a qual essa usuária está sujeita conforme a visão holística preconizada no atendimento em saúde. Outro aspecto a ser investigado e orientado para essas mães e futuras mães cabe ao reconhecimento dos diversos tipos de violência que essa mulher já viveu ou está vivendo sem que reconheça (THOMASI, E., 2017). Na perspectiva do parceiro, é estimulada a sua inserção no pré-natal pelo programa do pré-natal do parceiro onde ele é integrado a todo o processo de cuidado e orientado quando a sua importância e suas possíveis atribuições nesse processoassim como também é assistido no sentido de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e a cuidados relacionados à saúde e qualidade de vida. Também se faz necessário o rastreio do acompanhamento pré natal e ao binômio puérpera-neonato (pré termo ou a termo), até o 42• dia após o parto, para diminuir o índice de evasão do serviço e torná-lo mais eficiente (BRASIL, 2012). Nesse processo é muito importante que seja estabelecido vínculo entre a equipe multidisciplinar, gestante e parceiro, UBS e serviço de alta complexidade além da inserção da mulher na compreensão da importância do aleitamento materno, da existência e funcionalidade do Banco de Aleitamento Humano (BAH), ao reconhecimento dos sinais de pré-parto bem como a instrução e aconselhamento quanto a opção por um parto natural e humanizado, assim como a educação quanto aos primeiros cuidados com o neonato e o período puerperal e pós-puerperal. Para isso, as consultas são as ferramentas mais importantes, porém, as rodas de conversa em sala de espera e as atividades lúdicas de educação em saúde são extremamente importantes para a consolidação de tais informações (BRASIL, 2012). Segundo a cardeneta da atenção básica (2012), no tocante a estrutura, para que o serviço funcione é preciso de recursos humanos qualificados conforme a Política Nacional de Assistência Integral a Saúde da Mulher, área física adequada e dotada de higienização e ventilação para o usuário e sua família, testes rápidos conforme a lista a seguir: Teste rápido de gravidez (imediatamente a queixa de sinais e sintomas que indiquem processo gravídico na própria unidade); Teste rápido de triagem para sífilis e sorologia para sífilis (VDRL/RPR); Teste rápido diagnóstico para HIV e sorologia para HIV I e II; Proteinúria (teste rápido a fim de descartar pré-eclâmpsia); Dosagem de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht), investigando anemias; Grupo sanguíneo e fator Rh com atenção para a Eritroblastose Fetal e profilaxia; Teste de Coombs Indireto: coleta de sangue materno para identificação de alterações do feto; Glicemia em jejum: identificação de diabetes melitus, diabetes gestacional, risco de obesidade, diabetes e para o feto; Teste de tolerância com sobrecarga oral de 75g de glicose em 2 (duas) horas (dextrosol); Exame sumário de urina (tipo I) para identificar infecções do trato urinário inferior (ITUI); Urocultura com antibiograma: identificação de ITU superior como a pielonefrite, por exemplo; Exame parasitológico de fezes; Colpocitologia oncótica; Bacterioscopia do conteúdo vaginal; Eletroforese de hemoglobina. Exames complementares conforme queixas apresentadas pelas gestantes. Além disso se faz necessária adequação ao sistema SisPréNatal, preenchimento do cartão da gestante que é importante nos revivo de referência para a atividade de contrarreferência é que fica sempre sob o domínio da gestante. Instrumentos de registro e acompanhamento da evolução do processo gravídico, do parto e do puerpério, instrumento de avaliação das ações de assistência pré-natal alimentadas com os dados de cada consulta realizada e a ficha perinatal contendo os dados da gestação, do parto e do puerpério (THOMASI, E., 2017). É de extrema importância que os dados referentes à ficha perinatal, cartão da gestante, nos Mapas de Registro Diário da unidade de saúde, nos relatórios obtidos por intermédio do SisPreNatal e no processo de referência e contrarreferência sejam realizados com a regularidade solicitada pois é através desses registros que são construídos os indicadores do desempenho do serviço a fim de levantar problemas no trajeto do serviço e melhorar a qualidade da assistência (BRASIL, 2012). O novo sistema SisPreNatal web tem a finalidade de cadastrar as gestantes por intermédio do acesso à base do Sistema de Cadastramento de Usuários do SUS (CAD- SUS), disponibilizando informações em tempo real na plataforma web, o que torna possível a avaliação dos indicadores pela Rede Cegonha e o cadastramento das gestantes para vinculação ao pagamento de auxíliodeslocamento, conforme dispõe a Medida Provisória nº 557, de 26 de dezembro de 2011. Para isso são utilizados os seguintes indicadores: REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – Distrito Federal, 2012. Acessado em: 08/12/2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf RODRIGUES, W. F. G.; TAVARES, S. J.; SILVA, V. R. F. Atenção ao pré-natal de baixo risco: caderno de atenção básica. Ver. Enf. Online UFPE – Recife. Vol. 11, Supl. 9, Pág. 3694-7, Set. – 2017, Recife – Pernambuco. Acessado em: 08/12/2019. Disponível em: file:///C:/Users/FABRICIO%20HONORIO/Downloads/234504-103813-1-PB.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf file:///C:/Users/FABRICIO%20HONORIO/Downloads/234504-103813-1-PB.pdf TOMASI, E.; FERNANDES, P. A. A.; FISCHER, T.; SIQUEIRA, F. C. V. SILVEIRA, D. S. da; THUMÉ, E. et al. Qualidade da atenção pré-natal na rede básica de saúde do Brasil: indicadores e desigualdades sociais. Caderno de Saúde Pública, N° 33, Vol. 3, Ed. 00195815, São Paulo – SP, 2017. Acessado em: 09/12/2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v33n3/1678-4464-csp-33-03-e00195815.pdf MEU ESPAÇO: http://www.scielo.br/pdf/csp/v33n3/1678-4464-csp-33-03-e00195815.pdf 3. Quantas semanas, dias, trimestres duram uma gestação? E como são divididos esses trimestres? REFERÊNCIAL TEÓRICO: Segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstétricia (FEBRASGO, 2018), até a 8• semana de gestação, trata-se de um embrião e só após esse período é que se torna um feto. Uma gestação tem em média 268 dias, 38 semanas e 2 dias com um desvio padrão de 10 dias ou ainda com variação de 3,7% ou mesmo 3 trimestres. O primeiro trimestre corresponde da 0• semana até a 13• semanas e 6 dias. Na quarta semana de gestação, já se formaram três camadas de células dando origem a um embrião alongado com um tamanho de cerca de 2 milímetros. Já se pode fazer o teste gravidez, porque o hormônio gonadotrofina coriônica humana já é detectável na urina. Com 5 semanas de gestação, que é o início do 2º mês de gravidez, é marcado pelo surgimento de um sulco nas costas do embrião, e uma pequena protuberância que será a cabeça (REZENDE, 2014). Pode-se notar que todos os blocos que darão origem aos órgãos vitais do bebê já estão formados, a circulação do sangue entre o bebê e a mãe já está acontecendo e microscópicos vasos sanguíneos estão se formando. O embrião recebe oxigênio através da placenta e o saco aminótico está formado enquanto o coração está iniciando seu desenvolvimento. Com 6 semanas o ritmo cardíaco é mais facilmente observado através da ultrassonografia mas a circulação sanguínea ainda é muito discreta. Os pulmões vão demorar quase toda a gravidez para estarem definitivamente desenvolvidos (FEBRASGO, 2018). Com 7 semanas inicia-se a gênese dos órgãos do bebê porém ainda não desempenharão suas devidas funções. Braços e as pernas já existem mas ainda estarão bastante unidos ao tronco e os músculos e os ossos continuam a se desenvolver. Nesta fase o bebê poderá se mexer, mas a mãe provavelmente só sentirá com 18 semanas de gestação. Com 8 semanas de gestação, equivalente a 2 meses, algumas discretas características faciais podem ser percebidas mas os olhos ainda estão bastante afastados e as pálpebras ainda não se separam (BRASIL, 2012); Com 10 semanas o sexo do bebê ainda não está definido porque os órgãos genitais, ovários ou testículos, ainda não estão completamente desenvolvidos,mas as características femininas e masculinas já começam a se revelar. Os dedos dos pés e das mãos já estarão devidamente separados. Apesar de já possuir um bom desenvolvimento do aparelho auditivo, o ouvido interno ainda não está perfeitamente formado, as orelhas começam a se deslocar para a região lateral da cabeça e o bebê ainda não está com sua acuidade auditiva em perfeito funcionamento (BRASIL, 2012). Já o segundo trimestre, ainda de acordo com a FEBRASGO (2018), corresponde da 13• semana e 6 dias até a 27• semana e 6 dias. As 14 semanas de desenvolvimento geralmente são marcadas pelo aparecimento da linha negra na barriga. Nesse momento, o feto já possui a habilidade de mexer a cabeça para ambos os lados e demonstrar expressões faciais ainda que não possua o controle ideal sobre elas. Seu corpo passa a se desenvolver mais rápido que a cabeça mas sua pele ainda é bastante sensível sendo possível visualizar até seus vasos. Ao adentrar a 15° semana de gestação, geralmente já se consegue definir o sexo do feto pois seu órgão sexual já estará formado, além disso, os ossículos dos ouvidos já estarão formados e a partir daí o bebê já poderá escutar sons externos à barriga. Nessa fase o bebê se mexe bastante, seus órgãos estão formados em maioria apesar de ainda estarem se maturando. Mesmo com tamanha evolução, os pulmões ainda estão imaturos e o feto continua engolindo líquido amniótico e respondendo a estímulos de treino para o desenvolvimento do pulmão (REZENDE, 2014). Entre a 20° e a 24° semana de gestação é o período ideial para que aquelas usuárias que tenham acesso e o desejo, realizem a ultrassom morfológica. Com 22 semanas, é comum que as mães cheguem para a consulta de pré-natal com queixa de hemorroidas. Outra alteração frequente, importante e que exige acompanhamento e tratamento no período de gravidez são as infecções urinárias (trato superior e inferior) além de alterações de apetite e gástricas (REZENDE, 2014). No terceiro trimestre, que compreende da 28° semana até a 40-41° semana. Com a chegada da 28° semana, os 7 meses de gestação, o bebê já está com a definição do seu ciclo de sono-vigília em processo de estabelecimento e por acumular mais gordura, sua aparência é menos enrugada. Seu pulmão ainda não completou o desenvolvimento então ele continua a engolir líquido amniótico, porém nesse momento, já acumula conteúdo em seu intestino o que contribui para a formação do mecônio (FEBRASGO, 2018). Com 32 semanas, 8 meses de gravidez, o feto já se movimenta muito, geralmente já está de cabeça para baixo encaixando-se na sínfise púbica ou sentado sendo necessária a execução de alguns cuidados para estimular sua virada, ou ainda, posicionado em apresentação occiptoposterior, pélvica verdadeira/completa ou incompleta, ou ainda em posição transversa (REZENDE, 2014). REFERÊNCIAS: Fundação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO. Assistência no pré-natal. São Paulo – SP, volume 4, 2018. Acessado em: 11/12/2019. REZENDE, C. A. L. et al. Guia de bolso de obstetrícia. Editora atheneu – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, 2010. Acessado em: 11/12/2019. Rezende obstetrícia fundamental/ Carlos Antonio Barbosa Montenegro; Jorge de Rezende Filho – 13 ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Acessado em: 13/12/2019. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/61191322/rezende- obstetricia-fundamental-13-edicao Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – Distrito Federal, 2012. Acessado em: 08/12/2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf https://www.passeidireto.com/arquivo/61191322/rezende-obstetricia-fundamental-13-edicao https://www.passeidireto.com/arquivo/61191322/rezende-obstetricia-fundamental-13-edicao http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf MEU ESPAÇO: 4. Qual o número de consultas pré-natais que uma gestante tem que ter no mínimo? E como são divididas essas consultas por trimestre? (Incluindo as consultas trimestrais). REFERÊNCIAL TEÓRICO: O início do acompanhamento pré-natal deve acontecer imediatamente a confirmação da gestação através de ultrassonografia e visualização do saco gestacional ou por meio da ausculta dos batimentos cardiofetais, complementar à esses parâmetros, avalia-se também a concentração do hormônio beta HCG em sua análise quantitativa e qualitativa. Vale ressaltar que isoladamente, a mensuração do beta HCG não é considerada uma técnica de diagnóstico pois a elevação de tal hormônio também pode estar relacionada a outras alterações fisiológicas. Mais um aspecto importante a ser dito é que o acompanhamento a mulher no ciclo gravídico-puerperal só se encerra após o 42° dia de puerpério, na sua ultima consulta puerperal (BRASIL, 2012).. Para isso, as consultas acontecem na unidade básica de saúde pelo serviço público (Sistema Único de Saúde – SUS) e devem ser iniciadas ainda no primeiro trimestre, devem ser acompanhadas regularmente e todo o dado produzido a partir dela é imprescindível que esteja contido no Cartão da Gestante e na Ficha de Pré-natal. São preconizadas no mínimo 6 consultas de acompanhamento intercalado entre os profissionais médico e enfermeiro. Até a 28° semana, são previstas consultas mensais; da 28° até a 36° semana, consultas quinzenais e da 36° até a 40°-41° semana, consultas semanais. É importante ressaltar que caso não haja o estímulo natural para o parto acontecer mesmo após a 41° semana, a gestante deve ser encaminhada para unidade de maternidade referência na alta complexidade para avaliação do índice de líquido amniótico e monitoramento dos batimentos cardio-fetais para reduzir o risco de sofrimento fetal e óbito perinatal ou neonatal (BRASIL, 2012). A primeira consulta é onde se conhece todo o contexto em que a gestante está inserida, seus hábitos, suas vulnerabilidades e cada detalhe da sua história de vida e os marcos dela até o momento, sendo dessa forma uma das mais longas consultas do acompanhamento. Questiona-se sobre os antecedentes pessoais gerais/ginecológicos e obstétricos, onde alguns dos principais componentes a serem investigados nessa conversa são: i. Data da última menstruação (DUM); ii. Regularidade dos ciclos menstruais; iii. Uso de anticoncepcionais; iv. Paridades (número de partos); v. Intercorrências clínicas, obstétricas e cirúrgicas; vi. Detalhes de gestações prévias; vii. Hospitalizações anteriores; viii. Uso de medicações; ix. História prévia de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs); x. Exposições ambientais ou ocupacionais/laborais de risco; xi. Reações alérgicas; xii. História pessoal ou familiar de doenças hereditárias ou mal formações; xiii. Gemelaridade anterior; xiv. Fatores sócioeconômicos; xv. Uso de álcool, drogas lícitas ou ilícitas e tabaco; xvi. História infeciosa prévia; xvii. Vacinações; xviii. Histórico de violência; xix. Em relação a gestação: náuseas, vômitos, dor abdominal, cefaleia, constipação, síncope, sangramento ou corrimento vaginal, disúria, poliaciúria e edemas. Segue no quadro os principais questionamentos à serem realizados em cada esfera de conteúdo histórico da gestante: IDENTIFICA ÇÃO SOCIOE CONÔMI CO ANTECE DENTES FAMILIA RES ANTECEDE NTES PESSOAL GERAL ANTECEDE NTES GINECOLÓ GICOS SEXUALI DADE ANTECE DENTES OBSTÉT RICOS Nome Grau de instrução HAS Hipertensão arterial crônica, cardiopatias Ciclo menstrual Coitarca N° de gestaçõe s, abortos, geavidez ectópica Cartão SUS Ocupa- ção DM DM Anticon- cepcionais Menarca Idadena primeira gestação e intervalo de tempo entre gestaçõe s Cor/Raça Estado civil Malfor- mação congêni- ta/heredi -tária Etilismo, tabagismo, consumo de drogas lícitas/ilíci- tas Infertilidade /esterilidade (diagnóstico e tratamento) Dispa- neuria N° de filhos vivos Naturalidade Condi- ções de moradia, situação financei- ra e distância entre a residên- cia e a unidade Anoma- lias genéticas Doença renal ISTs e cirurgias ginecológi- cas Sexo durante gestação e número de parceiros Isoimu- nização Endereço atual - História de gêmeos na família Anemias e déficits nutricionais Malforma- ções uterinas, patologias e tratamentos realizados no útero e mamas Uso de preserva- tivos Compli- cações perina- tais e neonatais ou durante puerpé- rio Unidade de referência - História de doenças: CA mama, CA colo do útero, tubercu- lose hanse- níase, doença de chagas, HIV (investi- gar parceiro) Transfusões de sangue... Data da última colpocitolo- gia oncótica - Aleita- mento... Quanto a gestação atual, a mulher deve ser questionada sobre a DUM, peso prévio e altura, sinais e sintomas, hábitos alimentares, prática de atividades físicas, medicamentos utilizados na gestação e internações relacionadas a ela, consumo de álcool e drogas, características pertinentes a sua atividade laboral ou ocupação (exposição a agentes químicos e físicos, esforço físico, ambiente estressor), identificar rede de suporte à gestante, calcular idade gestacional (IG) e data provável do parto (DPP). No mais, é realizado o exame físico direcionado para mãe e feto (BRASIL, 2012). É na primeira consulta que são transcritos ou prescritos os exames referente ao primeiro trimestre gestacional ou de acordo com o tempo gestacional da mulher, já nas consultas subsequentes é realizada novamente uma anamnese, mas dessa vez de forma sucinta para reavaliar o risco gestacional, verificar o calendário vacinal, analisar os resultados dos exames prescritos/transcritos anteriormente, solicitar exames referentes a idade gestacional no momento e atualizar o cartão da gestante e a ficha pré-natal (FEBRASGO, 2014). Além disso, deve ser realizado o calculo da idade gestacional, pesar e calcular o IMC da gestante para alimentar os dados do gráfico que fornecerá a curva de crescimento nesse processo gravídico a fim de monitorar o ganho de peso, aferir a pressão arterial, realizar a palpação obstétrica e medir altura do fundo uterino (AFU) para também alimentar seu respectivo gráfico observando a curva de crescimento relacionada ao seu desenvolvimento (VIELLAS, E. F. et al, 2014). Ainda em relação ao exame físico direcionado, examinar mamas para perceber a presença de vasos dilatados, mamilos (comum a presença dos Tubérculos de Montgomery), fazer o exame ginecológico, observar pele, presença de melasma gestacional, queda de pelos das sobrancelhas, cílios e até mesmo queda de cabelo. No abdome gravídico, observar dilatação de vasos, estado do coto umbilical, presença de linha negra e o posicionamento do feto. Auscultar os batimentos cardiofetais, observar e registrar os movimentos fetais (VIELLAS, E. F. et al, 2014). Por fim, interpretar a anamnese e dados coletados no exame físico juntamente a analise dos resultados de exames anteriores para orientar a gestante e fazer os encaminhamentos necessários além de orientar quanto ao aleitamento e ao reconhecimento dos sinais e sintomas de que é preciso buscar o serviço de saúde, como reconhecer que o processo de parto está iniciando, estimular alimentação saudável e a pratica de exercícios físicos, suplementar a gestante caso seja necessário e esclarecer aos possíveis questionamentos à medida que também incentiva o pré-natal do parceiro e o acompanhamento do mesmo nas consultas regulares (VIELLAS, E. F. et al, 2014). REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – Distrito Federal, 2012. Acessado em: 08/12/2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf VIELLAS, E. F.; GAMA, S. G. N. da; DOMINGUES, R. M. S. M. et al. Assistência de pré-natal no Brasil. Cad. Saúde Pública, N°30, Supl. 1, Ago. – 2014. Acessado em: 13/12/2019. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csp/2014.v30suppl1/S85- S100/ Manual de assistência pré-natal / Sérgio Peixoto. -- 2a. ed. -- São Paulo : Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2014. Acessado em: 13/12/2019. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_Novos/Manual_Pre_na tal_25SET.pdf MEU ESPAÇO: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf https://www.scielosp.org/article/csp/2014.v30suppl1/S85-S100/ https://www.scielosp.org/article/csp/2014.v30suppl1/S85-S100/ https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_Novos/Manual_Pre_natal_25SET.pdf https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_Novos/Manual_Pre_natal_25SET.pdf 5. O que é plano de parto, nomenclatura gesta, para e aborto? Discorra a respeito do pré-natal do parceiro. REFERÊNCIAL TEÓRICO: A Organização Mundial da Saúde recomenda o uso do plano de parto desde 1986 conforme posterior divulgação do Ministério da saúde por meio da Rede Cegonha. O plano consiste em uma série de intenções, na qual a gestante declara o atendimento que espera para si e para o seu bebê. Cita quais procedimentos médicos e intervenções que aceita se submeter, quais são suas expectativas e como deseja ser tratada. Isso é, a mulher está se empoderando e se transformando em protagonistas do seu parto (MEDEIROS, R. M. K. et al, 2019). Além disso, o plano de parto é uma forma de comunicação entre o casal e os profissionais de saúde, incluindo obstetrizes e médicos, que irão assistir a gestante durante o trabalho de parto e parto. Se embasa nos princípios da bioética que são a autonomia, beneficência, a não maleficência e a justiça (MEDEIROS, R. M. K. et al, 2019). A mulher é orientada nas consultas de pré-natal a realizar a caderneta da gestante, a desenvolver seu plano de parto, é educada quanto a obstétrica e desmistifica conceitos culturalmente pré existentes dentro desses assuntos. Também é orientada quanto a liberdade de movimento terapêutico pré-parto e sobre sua espontânea vontade para escolher o local e a forma como quer vivenciar o parto. Encerrado o processo de parto, a mãe não se separa do bebê, é educada para a hora dourada onde o contato pele a pele e o aleitamento se inicia (BRASIL, 2012). Para trazer o assunto de abortamento se faz necessário compreender outros sufixos que fazem referência ao processo gravídico. Os termos gesta e para, correspondem a gravidezes e partos que já ocorreram e não ao número de relações onde houve intenção de conceber um bêbe. Já o termo aborto corresponde a interrupção da gestação antes do período perinatal que é definido pela OMS como sendo a partir de 22 semanas completas (~154 dias), quando o peso do feto é de aproximadamente 500g. O aborto pode ser classificado como precoce se ocorrer antes das 13 primeiras semanas da gestação e como tardio se ocorre entre as 13 e 22 semanas de uma gestação (REZENDE, 2014). REFERÊNCIAS: GIUGLIANI C, RUSCHEL AE, SILVA MCB, MAIA MN, OLIVEIRA DOPS. O direito ao aborto no Brasil e a implicação da Atenção Primária à Saúde. Rev Bras MedFam Comunidade. 2019;14(41):1791. Acessado em: 14/12/2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc14(41)1791 Supremo Tribunal Federal. A interrupção voluntária da gravidez: bibliografia, legislação e jurisprudência temática. Brasília, Agosto de 2018. Acessado em: 14/12/2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc14(41)1791 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/bibliotecaConsultaProdutoBibliotecaBibliografia/anexo/Int errupcao_voluntaria_gravidez_2.pdf Rezende obstetrícia fundamental/ Carlos Antonio Barbosa Montenegro; Jorge de Rezende Filho – 13 ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Acessado em: 13/12/2019. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/61191322/rezende- obstetricia-fundamental-13-edicao Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – Distrito Federal, 2012. Acessado em: 15/12/2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf MEDEIROS, R. M. K.; FIGUEIREDO, G.; CORREA, A. C. de P.; BARBIERI, M. Repercussões da utilização do plano de parto no processo de parturição. Ver. Gaúcha de Enfermagem, 2019, Minas Gerais, 40e: 20180233. Acessada em: 15/12/2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v40/1983-1447-rgenf-40-e20180233.pdf MEU ESPAÇO: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/bibliotecaConsultaProdutoBibliotecaBibliografia/anexo/Interrupcao_voluntaria_gravidez_2.pdf http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/bibliotecaConsultaProdutoBibliotecaBibliografia/anexo/Interrupcao_voluntaria_gravidez_2.pdf https://www.passeidireto.com/arquivo/61191322/rezende-obstetricia-fundamental-13-edicao https://www.passeidireto.com/arquivo/61191322/rezende-obstetricia-fundamental-13-edicao http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v40/1983-1447-rgenf-40-e20180233.pdf 6. Qual a posição que o útero toma de acordo com a gestação? Por quê? REFERÊNCIAL TEÓRICO: Antes da concepção, o útero é um órgão muito pequeno, com cerca de 5 mL de volume e um palmo de longitude, tendo um formato triangular discreto. Nas 8 primeiras semanas o útero começa imediatamente a crescer e a reorganizar-se, assumindo o tamanho equivalente a uma laranja ao fim desse período e mesmo assim, essa mudança ainda é imperceptível à mulher. São diversas as alterações uterinas e no início da gestação, pode-se dizer que são as mais importantes, entre elas, o aumento da quantidade de vasos sanguíneos dentro do órgão, preparando-o para nutrir o feto em crescimento (MARINHO, 2017). Até a 30• semana útero aumenta progressivamente seu volume e tamanho, assumindo um formato esférico protuberante. É neste período que o órgão começa a tornar-se visível na região abdominal da mulher, sendo palpável na altura do umbigo até a região púbica baixa, o que ocorre normalmente a partir da vigésima semana de gestação e que pode ser mensurado quantitativamente através da medida da altura do fundo uterino (AFU) na consulta de pré-natal (BRASIL, 2012). Durante a gravidez, o colo do útero é recoberto por uma membrana mucosa, evitando que o feto seja contaminado por bactérias e outros agentes infecciosos. Vale citar que o exame ginecológico de colpocitologia oncótica pode ser realizado até o 6° mês gestacional na região da ectocérvice e se necessário na região de endocérvice de forma cautelosa e seguindo a elegibilidade de necessidade. A parte de cima do órgão é reforçada por um potente tecido muscular, que realizará as fortes contrações futuramente necessárias para expulsar o feto no parto. Todo este desenvolvimento acompanha o crescimento do feto e dos órgãos que o envolvem: a placenta e a bolsa com o líquido amniótico (REZENDE, 2010). Nas últimas semanas da gestação, o útero normalmente alcança o ápice de seu desenvolvimento, com uma capacidade de mais de 4 litros e meio de volume e pesando aproximadamente 1 kg além do peso do próprio bebê, placenta e líquido amniótico, ocupando toda a região abdominal da mulher, podendo ser apalpado na altura das últimas costelas até a região púbica e deixando nítida a silhueta associada a gravidez e o bebê já faz movimentos intensos contra a parede uterina, o que pode ser sentido e visto através da parte externa do abdome (REZENDE, 2010). Toda essa mudança anatômica e endócrina pela qual a mulher passa durante o processo gravídico traz impactos na funcionalidade de outros órgãos como a bexiga, por exemplo, que é pressionada e tem seu volume reduzido, o que aumenta a frequência das idas ao banheiro, alças intestinais também são pressionadas podendo levar a um certo grau de constipação, o que é muito comum na fase final da gravidez. Além disso, vasos de alto calibre que passam pela região abdominal podem ser pressionados levando a um déficit do retorno venoso e provocando o aparecimento de varizes e inchaço nas pernas da gestante e outros desconfortos com dores na região da coluna lombar (GINECOB, 2017). As semanas que antecedem ao parto são marcadas por um deslocamento do útero para a região pélvica o que chamamos de rebaixamento uterino. É nesse momento o feto faz o encaixe perfeito se posicionando de fórmica córmica, com a cabeça encaixada de forma a facilitar a passagem pelo canal vaginal apesar de poder se apresentar em diversas outras posições sendo necessária intervenção para reposicionar o bebê ou até mesmo optar pelo parto cesariana caso a integridade dele seja ameaçada. Próximo ao momento do nascimento, o colo do útero começa a se dilatar e o órgão inicia uma série de contrações vigorosas - estimuladas pelo hormônio ocitocina - para dar início ao trabalho de parto (REZENDE, 2010). Após a expulsão do bebê, o útero começa imediatamente a passar pelo processo de regressão de seu tamanho e volume. Os próximos dias serão marcados com contrações e espasmos musculares com a finalidade de reorganizar os vasos que fizeram a irrigação do órgão e da placenta no período da gestação. Aproximadamente após 6 semanas o útero conclui seu processo de retorno ao tamanho inicial o que mostra a grande adaptação da mulher ao momento da gestação (MARINHO, 2017). Porém, anatomicamente, o útero pode estar posicionado de forma diferente na mulher antes da gestação ou após ela. Entre as anomalias de posição, destacam-se a anteposição e a retroposição que é quando o útero se encontra respectivamente mais anterior ou mais posterior do que o habitual em relação ao eixo da vagina, e a sinistroposição e dextroposição, quando está deslocado para a esquerda ou para a direita. Ainda entre as anomalias, em relação a flexão do útero, as mais significativas são a anteflexão e a retroflexão, quando o corpo do útero se encontra curvado para a frente e para trás respectivamente em relação ao colo uterino (MARINHO, 2017). Essas alterações podem ser congênitas, ou seja, provocadas por uma alteração no desenvolvimento do feto, e encontram-se presentes desde o nascimento, embora também possam ser originadas por lesões nos ligamentos e restantes estruturas que mantêm o útero na sua posição, como por exemplo, devido a rupturas no momento do parto, traumatismos ou até mesmo infecções. Na maioria das vezes, essas alterações não provocam dor e por isso não são nem reconhecidas pela mulher, mas, em alguns casos, provocam dores na região supra-púbica ou ainda nas costas. Quando percebidas, as dores geralmente são exacerbadas período pré-menstrual e nas relações sexuais (GINECOB, 2017). Quando apresenta sintomatologia, o útero anterovertido pode ainda estar fixo ou móvel. Se fixo, a mulher apresenta dor na região dos quadris, cólicas menstruais intensas além de dor na relação sexual (dispaneuria), dor ao urinar (disúria) ou evacuar (proctalgia). Caso esteja condicionado a mobilidade,geralmente a mulher não apresenta sintomas, apenas cólicas fracas durante e após o ciclo menstrual ou em posições específicas no contato intimo. Se relacionada a gestação, na maioria das vezes o útero anterovertido não traz grandes complicações exceto se estiver fixado, o que intensificaria as dores relacionadas a condição além de dificuldade para urinar após o primeiro trimestre gestacional (MARINHO, 2107). Já o útero retrovertido tem como principal causa a endometriose, miomas ou mesmo uma gestação, principalmente aquela que ocorrer na adolescência. Essa condição tem por sinonímia u útero reverso, retroflexo ou ainda “virado”. A mulher pode nascer com essa condição ou adquiri-la no parto devido a flacidez dos ligamentos que fixam o útero a pelve, também pela presença de miomas ou cicatrizes relacionadas a endometriose ou ainda por infecções pélvicas. Quando não se tratar de uma condição assintomática, a mulher pode sentir cólicas menstruais intensas, dispaneuria, proctalgia (dor na evacuação), disúria (dor na micção) além lombalgia (de dor na região lombar) (MARINHO, 2017). REFERÊNCIAS: Manual de Ginecologia da Sociedade brasileira de ginecologia e obstetrícia de Brasília - 2° Edição. Brasília, 2017. MARINHO, C. M.; SILVA, L. K. de A. Prevalência de dor lombo-pélvica relacionada a gestação e sua interferência em relação a funcionalidade: perfil de gestantes acompanhadas do pré-natal do município de Frei Miguelinho – PE. Repositório digital ASCES – UNITA. Recife - Pernambuco, Março – 2017. Acessado em: 21/12/2019. Disponível em: http://repositorio.asces.edu.br/handle/123456789/468 Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – Distrito Federal, 2012. Acessado em: 21/12/2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf REZENDE, C. A. L. et al. Guia de bolso de obstetrícia. Editora atheneu – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, 2010. Acessado em: 11/12/2019. Rezende obstetrícia fundamental/ Carlos Antonio Barbosa Montenegro; Jorge de Rezende Filho – 13 ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Acessado em: 13/12/2019. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/61191322/rezende- obstetricia-fundamental-13-edicao MEU ESPAÇO: http://repositorio.asces.edu.br/handle/123456789/468 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf https://www.passeidireto.com/arquivo/61191322/rezende-obstetricia-fundamental-13-edicao https://www.passeidireto.com/arquivo/61191322/rezende-obstetricia-fundamental-13-edicao 7. Cite tudo sobre o mobilograma. REFERENCIAL TEÓRICO: O mobilograma é um instrumento de registro dos movimentos fetais, que também compreende a função da placenta a medida que se é possível observar o comprometimento da oxigenação para o feto e reflete possíveis alterações por via de fatores endógenos como a insuficiência placentária, a isoimunização pelo fator Rh ou até mesmo por malformações congênitas. O prognóstico tranquilizador para essa ferramenta é de pelo menos 6 movimentos fetais em até 1h sendo iniciada a observação após 30 minutos da última refeição. É necessária a repetição do teste caso os movimentos esperados não aconteçam no período estabelecido e se houver novamente a ausência de movimentos ou movimentos diminuídos se faz necessária a ida para a unidade de saúde mais próxima (GOMES, M. S., 2016). Segundo o Manual do Cuidado no Pré-natal e Puerpério na Atenção Primária em Saúde de 2017, é extremamente importante a orientação das gestantes em relação ao mobilograma durante as consultas de pré-natal, até porque, o ritmo dos movimentos fetais sofre influencia também de agentes exógenos como fatores estressores para o feto, o que pode ser manejado pela gestante. Esse é um método clínico, muito eficaz para a avaliação do bem estar fetal, deve ser realizado diariamente pela própria gestante e registrado para avaliação contínua; para isso. Existem muitos modelos de mobilograma, o profissional pode investir na personalização do quadro de controle como uma forma de incentivar a adesão ao recurso. Ainda quanto o referido manual, em gestações de alto risco, indica-se o mobilograma a partir da 24° semana. Já em gestações de risco habitual, a partir da 34° semana. Existem outras situações pontuais para a indicação da ferramenta, são elas: relato da diminuição dos movimentos fetais, gestação à termo sem sinais de parto ou até mesmo ansiedade materna em relação ao bem estar do bebê. A utilização de tal recurso é de baixo custo, feita em casa e de rápida aplicação. A gestante deve ser orientada a se alimentar, pois o jejum reduz a movimentação fetal, procurar um local tranquilo, aconchegante e reservado para que se deite em decúbito lateral esquerdo onde irá sobrepor a mão sob o abdome e se concentrar nos movimentos que o bebê irá realizar durante uma hora, sempre anotando esses dados (BRASIL, 2012). Segue abaixo, exemplo de anotação: REFERÊNCIAS: GOMES, M. S.; FREITAS, A. B. de; LIMA, L. C. de A. Orientação sobre utilização do mobilograma em sala de espera de emergência obstétrica. IX Congresso brasileiro de enfermagem, obstetrícia e neonatal. Belém – Pará, 2016. Acessado em: 22/12/2019. Disponível em: http://www.abenfo.org.br/site/ixcobeon/EIXO%202_288- 325/310.ORIENTA%C3%87%C3%83O%20SOBRE%20UTILIZA%C3%87%C3%83 O%20DO%20MOBILOGRAMA%20EM%20SALA%20DE%20ESPERA%20DE%20 EMERG%C3%8ANCIA%20OBST%C3%89TRICA.pdf Prefeitura Municipal de Londrina. Secretária Municipal de Saúde de Londrina. Manual do Cuidado no Pré-natal e Puerpério na Atenção Primária em Saúde. Londrina – Paraná, 2017. Acessado em: 22/12/2019. Disponível em: http://www.abenfo.org.br/site/ixcobeon/EIXO%202_288-325/310.ORIENTA%C3%87%C3%83O%20SOBRE%20UTILIZA%C3%87%C3%83O%20DO%20MOBILOGRAMA%20EM%20SALA%20DE%20ESPERA%20DE%20EMERG%C3%8ANCIA%20OBST%C3%89TRICA.pdf http://www.abenfo.org.br/site/ixcobeon/EIXO%202_288-325/310.ORIENTA%C3%87%C3%83O%20SOBRE%20UTILIZA%C3%87%C3%83O%20DO%20MOBILOGRAMA%20EM%20SALA%20DE%20ESPERA%20DE%20EMERG%C3%8ANCIA%20OBST%C3%89TRICA.pdf http://www.abenfo.org.br/site/ixcobeon/EIXO%202_288-325/310.ORIENTA%C3%87%C3%83O%20SOBRE%20UTILIZA%C3%87%C3%83O%20DO%20MOBILOGRAMA%20EM%20SALA%20DE%20ESPERA%20DE%20EMERG%C3%8ANCIA%20OBST%C3%89TRICA.pdf http://www.abenfo.org.br/site/ixcobeon/EIXO%202_288-325/310.ORIENTA%C3%87%C3%83O%20SOBRE%20UTILIZA%C3%87%C3%83O%20DO%20MOBILOGRAMA%20EM%20SALA%20DE%20ESPERA%20DE%20EMERG%C3%8ANCIA%20OBST%C3%89TRICA.pdf http://www1.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_saude/protocolos_clin icos_saude/manual_do_cuidado_no_pre_natal_e_puerperio_na_atencao_primaria_em_s aude.pdf Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – Distrito Federal, 2012. Acessado em: 22/12/2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf MEU ESPAÇO: http://www1.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_saude/protocolos_clinicos_saude/manual_do_cuidado_no_pre_natal_e_puerperio_na_atencao_primaria_em_saude.pdf http://www1.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_saude/protocolos_clinicos_saude/manual_do_cuidado_no_pre_natal_e_puerperio_na_atencao_primaria_em_saude.pdf http://www1.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_saude/protocolos_clinicos_saude/manual_do_cuidado_no_pre_natal_e_puerperio_na_atencao_primaria_em_saude.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf 8. O que é a DDP? Como se calcula? O que é a IG? Como se calcula? Explique a Regra de nagelly. REFERENCIAL TEÓRICO: Aidade gestacional (IG) é calculada de acordo com a data do primeiro dia do último sangramento menstrual (DUM) até o momento da consulta (BRASIL, 2012). É preciso somar o intervalo do número de dias entre a DUM e a data da consulta, dividir o resultado por 7, obtendo um resultado em semanas. Outro método para reconhecer a IG é através do gestograma, ferramenta utilizada para estimar a semana em que a gestante está sem ser necessário a realização de cálculos pelo profissional (HENRIQUES, L. B. et al, 2019). Para utilizar tal recurso, é necessário saber a DUM, e ao observar o dia e mês em um lado da seta, relaciona-lo ao lado subsequente que informa o dia da consulta e correlacionar ao resultado final na circunferência que irá apontar a semana estimada da gestação. Na utilização do gestograma, vale citar que caso a DUM não seja conhecida, considera-se os dias 5, 15 e 25 a depender do período de início, meio ou fim do mês, soma-se o número de dias entre a estimada DUM e a consulta e divide por 7 para também obter o resultado em semanas (BRASIL, 2019). A fim de calcular a data provável do parto (DPP), considera-se a DUM relacionando ao tempo gestacional de uma gravidez normal (aproximadamente 280 dias ou 40 semanas). Soma-se sete dias ao primeiro dia da última menstruação, subtrai três meses ao mês que ocorreu a última menstruação ou adicionar nove meses se corresponder aos meses de janeiro a março, esse cálculo é chamado de Regra de Nagelly (BRASIL, 2019). Assim como em todos os procedimentos realizados na consulta de pré-natal, esses dados devem ser registrados na caderneta da gestante. Além disso, considera-se a DPP para iniciar profilaxia para algumas infecções aproximadamente 15 dias antes da data estimada para o parto (REZENDE, 2010). REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Nota técnica para a organização da rede de atenção à saúde com foco na atenção primária à saúde e na atenção ambulatorial especializada. Saúde da mulher na gestação, parto e puerpério. Brasília – Distrito Federal, 2019. Acessado em: 23/12/2019. HENRIQUES, L. B.; ALVES, E. B.; VIEIRA, F. M. dos S. B.; CARDOSO, B. B.; D’ANGELES, A. C. R.; CRUZ, O. G.; SILVA, M. F. R. da; SARACENI, V. Acurácia da determinação da idade gestacional no Sistema de Informações sobre nascidos vivos (SINASC): um estudo de base populacional. Cad. De Saúde Pública, n° 35, Vol. 3, 2019. Acessado em: 23/12/2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v35n3/1678-4464- csp-35-03-e00098918.pdf http://www.scielo.br/pdf/csp/v35n3/1678-4464-csp-35-03-e00098918.pdf http://www.scielo.br/pdf/csp/v35n3/1678-4464-csp-35-03-e00098918.pdf Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – Distrito Federal, 2012. Acessado em: 23/12/2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf REZENDE, C. A. L. et al. Guia de bolso de obstetrícia. Editora atheneu – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, 2010. Acessado em: 23/12/2019. MEU ESPAÇO: Cálculo da DPP: Importância da DPP em casos de infecções reincidentes: Exemplos de cálculo da DPP: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf Gestograma: 9. Como é feita a avaliação nutricional da gestante? REFERENCIAL TEÓRICO: A avaliação nutricional da gestante inicia na primeira consulta de pré-natal com a mensuração de peso, altura e índice de massa corporal (IMC) além de relacionar tais dados a IG, a fim de acompanhar o ganho de peso no decorrer da gestação ou até mesmo a perda dele; por isso a gestante precisa ser pesada todas as consultas e ter o seu IMC recalculado e registrado no gráfico que consta na caderneta da gestante. A estatura só precisa ser medida novamente caso a gestante seja adolescente ou tenha menos que 20 anos (BRASIL, 2012). Até a 12°-13° semana de gestação têm-se o peso de base para avaliação devido as modificações gravídicas do sistema gastro-intestinal que já são esperadas por se tratar de um processo fisiológico pois os primeiros meses da gestação correspondem a adaptação do organismo para essas alterações. Dessa forma, a gestante precisa ser classificada na 1° consulta de pré-natal e a avaliação da gestante segue todas as consultas subsequentes, portanto a classificação da mulher não pode mudar durante o processo gravídico, as alterações são equivalentes ao esperado para a gestação mas não é orientado dietas para ajustes de peso. Os valores adotados como de referência para o resultado do IMC são: IMC menor ou igual ao valor da coluna correspondente ao baixo peso = BAIXO PESO; IMC compreende relação à coluna de valores adequados = ADEQUADO; IMC compreende relação à coluna de sobrepeso = SOBREPESO; IMC igual ou maior aos valores associados a coluna de obesidade = OBESIDADE. É fundamental para uma boa avaliação nutricional a anamnese completa da gestante, conhecer as vulnerabilidades socioeconômicas as quais a mulher possa estar submetida, dispor de dados importantes sobre seus hábitos alimentares e prática de atividade física, bem como investigar sobre possíveis doenças crônicas não transmissíveis como diabetes e hipertensão além de saber o histórico familiar dessa gestante e possíveis dados nutricionais ou patológicos associados a nutrição que possam ter existido em gestações anteriores. No mais, avaliar exames parasitológicos, possíveis infecções e hiperêmese gravídica (BRASIL, 2010). Durante o processo gravídico a gestante ganha naturalmente entre 12,5 – 18kg, em média 2,3kg no primeiro trimestre e até 0,5kg por semana no segundo e terceiro trimestre gestacional em se tratando de uma gestação de risco habitual. Assim como é assertivo informar que gestantes com IMC em nível adequado devem ganhar em média até o fim da gestação entre 11,5 – 16kg enquanto as que estavam em sobrepeso acumulam entre 7 -11.5kg ao mesmo tempo em que gestantes obesas apresentam ganho em torno de 7kg (CAMPOS, A. C. S. et al, 2019). É de suma importância o registro de todos os dados obtidos consulta à consulta tanto no sistema do prontuário eletrônico da gestante e prontuário físico caso a unidade não tenha acesso ao sistema virtual, assim como os mesmos dados e orientações devem ser relatadas do Cartão da Gestante. Ter o total controle e acesso rápido a tais informações dá livre acesso para o trabalho preventivo e de manutenção da saúde, preservando a saúde da mãe e do feto além de ser um importante respaldo legal para o profissional e torna-lo atento a sinais clínicos relacionados a diversas patologias, inclusive as parasitárias além de anemias (BRASIL, 2012). Vale ressaltar que todos os parâmetros citados acima devem ser reconsiderados no caso de gestantes adolescentes, nesses casos, devido ao processo de crescimento os dados são interpretados de forma flexível e para adolescentes que engravidaram dois ou mais anos após a menarca seus dados de referência a mulheres adultas enquanto as que engravidaram menos de dois anos após a menarca, geralmente serão classificadas como gestantes de baixo peso (CAMPOS, C. A. S. et al, 2019). Se faz necessário a orientação quanto a rotina de realizar ao menos 3 refeições por dia e evitar passar mais que 3 horas em comer, aumentar ingesta hídrica, comer devagar, incentivar o consumo de cereais, frutas, verduras, hortaliças de cor verde escura sendo não cozidos e bem lavados. Além disso, orientar o consumo de sementes e derivados lácticos que são gorduras saudáveis e nutritivas (BRASIL,, 2010) Estar atento ao consumo de sal e açúcar bem como temperos industrializados, sendo incentivado o uso de sal iodado e temperosnaturais (REZENDE, 2010). Um outro fator de enorme importância na avaliação nutricional é a análise dos níveis de ferritina relacionados a presença de anemia na gestante, para isso deve ser sugerida uma alimentação rica em ferro e deve-se consumir algum suco de fruta natural ou até mesmo a própria fruta que seja fonte de vitamina C como acerola, limão, laranja, caju (BRASIL, 2010). Segue abaixo algumas orientações quanto aos hábitos alimentares: REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – Distrito Federal, 2012. Acessado em: 23/12/2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf Brasil. Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. Brasília – Distrito Federal, 2010. Acessado em: 24/12/2020. REZENDE, C. A. L. et al. Guia de bolso de obstetrícia. Editora atheneu – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, 2010. Acessado em: 23/12/2019. CAMPOS, C. A. S. et al . Ganho de peso gestacional, estado nutricional e pressão arterial de gestantes. Rev. Saúde Pública, São Paulo , v. 53, 57, 2019 . Acessado em: 25/12/2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 89102019000100248&lng=en&nrm=iso TEIXEIRA, C. S.; CABRAL, A. C. V. Avaliação nutricional de gestantes sob acompanhamento em serviços de pré-natal distintos: a região metropolitana e o ambiente rural. RBGO Gynecology and Obstetrics. Vol. 38, N° 1, 2016. Acessado em: 25/12/2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v38n1/0100-7203-rbgo- 38-01-00027.pdf MEU ESPAÇO: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102019000100248&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102019000100248&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v38n1/0100-7203-rbgo-38-01-00027.pdf http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v38n1/0100-7203-rbgo-38-01-00027.pdf 10. Quais os parâmetros dos BCFs? REFERENCIAL TEÓRICO: Primeiramente, caracterizar o perfil da gestante como de risco habitual e alto risco durante a consulta pré-natal em posse dos dados coletados e exames avaliados permite a organização do processos de trabalho com o objetivo de garantir a segurança materna e fetal. A identificação do nível de complexidade obstétrica da parturiente, realizada por médico e enfermeira obstetra, durante o processo gravídico, possibilitará melhor direcionamento das ações assistenciais com vistas à humanização e interdisciplinaridade, além da segurança materna e fetal (GOMES, C. B. de A. et al, 2019). Após as 12 primeiras semanas da gestação os batimentos cardiofetais já podem ser asucultados pelo sonar, a medida que apenas a partir da 20° semana é que pode ser auscultado com o Pinar. Como padronização, tem-se como parâmetro de normalidade para o BCF os valores entre 120-160bpm e tem por média o valor de 140bpm. Para realizar a ausculta, a gestante precisa estar deitada em decúbito dorsal, identifica-se o dorso do feto através da Manobra de Leopold ou ainda questionar a gestante em qual lado que ela mais sente movimentos fetais, o lado a ser auscultado será oposto ao referido (BRASIL, 2012). O enfermeiro deve se certificar de que a gestante esvaziou a bexiga antes da aferição e estar atentos no procedimento a frequência, ritmo e intensidade dos BCFs. Alguns fatores que dificultam a realização da ausculta, são eles: excesso de líquido amniótico, implantação anterior da placenta, grande espessura abdominal ou até mesmo a contração uterina (NOMURa, R. M. Y., 2010). Ao posicionar o sonar sob o abdômen, contar o número de batimentos por 1 minuto, repetir a contagem por 3 vezes e realizar uma média do resultado, obtendo o valor final. Deve-se respeitar o tempo de 1 minuto pois nesse intervalo os batimentos podem acelerar ou desacelerar a medida que o bebê recebe estímulos. É preciso estar atento a localização em que se está auscultando pois a placenta e o cordão umbilical também emitem sons pulsantes. Portanto, através da ausculta identifica-se a vitalidade fetal, fazer o diagnóstico de gravidez e até mesmo identificar a quantidade do líquido amniótico (BRASIL, 2012). Além do sonar e do Pinnar, também existe a cardiotocografia e o cardioscópio da ultrassonografia, bem como a ausculta pode ser realizada, mas não tão eficaz, de forma direta, quando se encosta o ouvido diretamente na barriga da gestante. Vale ressaltar que em referência à ausculta nas gestações gemelares, existirão dois valores diferentes e geralmente a diferença de batimentos entre um feto e outro está entre 8-10bpm (BRASIL, 2010). É preconizado como significativos para valores de referência os batimentos conforme quadro abaixo (BRASIL, 2012): É importante a verificação dos BCFs bem como a adesão da gestante ao mobilograma pois alterações nos batimentos podem estar por muitas vezes relacionadas a problemas na gestação e servem como indicativo de alterações importantes como a rotura uterina ou até mesmo o descolamento prévio da placenta dentre outros problemas relacionados a mal formação fetal (REZENDE, 2010). REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – Distrito Federal, 2012. Acessado em: 27/12/2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf REZENDE, C. A. L. et al. Guia de bolso de obstetrícia. Editora atheneu – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, 2010. Acessado em: 27/12/2019. Brasil. Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. Brasília – Distrito Federal, 2010. Acessado em: 27/12/2020. GOMES, C. B. de A.; DIAS, R. da S.; SILVA, W. G. B.; PACHECO, M. A. B.; SOUSA, F. G. M. de; LOYOLA, C. M. D. Consulta de enfermagem no pré-natal: narrativa de gestantes e enfermeiras. Texto contexto –enf. , Vol. 28, Epub. 29/04/2019, Florianópolis – SC, 2019. Acessado em: 28/12/2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 07072019000100320&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt NOMURA, R. M. Y.; CAMPOS, C. F. C.; BESSA, J. de F.; MIYADAHIRA, S.; ZUGAIB, M. Comparação dos padrões de frequência cardíaca fetal no segundo e terceiro trimestres da gestação. Ver. Brasileira Ginec. e Obstet., Vol. 32, N° 9, Rio de Janeiro – RJ, 2010. Acessado em: 28/12/2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 72032010000900002 MEU ESPAÇO: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072019000100320&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072019000100320&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032010000900002 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032010000900002 11. Quais vacinas a gestante deve tomar? Quais vacinas são contraindicadas? Manual SBIM O Programa Nacional de Imunização junto ao serviço do Ministério da Saúde, preconizam o uso de vacinas com vírus não atenuados em gestantes segundo a prorrogativa de que a mesma contribui diretamente para a segurança da gestante e indiretamente para a do feto, bem como não ocasiona prejuízos a gestação ou ao bebê. O quadro abaixo orientaquanto a permissividade em relação as vacinas: VACINA INDICAÇÃO APRAZAMENTO CONTRAINDICAÇÃO DT Corresponde a profilaxia para o tétano acidental e tétano neonatal além de diftéria, em três doses e de inicio imediato ao pré- natal ou o mais cedo possível e a última dose deve acontecer no mínimo 20 dias antes da DPP. Gestante vacinada anteriormente com DTP/DT/dT: reforçar 3 anos após ultima dose. - Esquema anterior a gestação incompleto: completar esquema; - Última dose de esquema a mais de 5 anos ou menos que 10 anos: antecipar dose de reforço; - Ausência de registro: iniciar esquema precocemente com intervalo de 60 dias ou no mínimo 30 dias; - Esquema completo há mais de 10 anos: dose de reforço imediato. Hipersensibilidade, história de choque anafilático após administração, Síndrome de Guillain- Barré nas seis semanas posteriores a aplicação da vacina, eventos adversos, manifestações locais/sistêmicas. INFLUENZA Recomendada em qualquer período gestacional. Administração sob esquema sazonal conforme campanha anual tendo em vista que as gestantes estão classificadas como grupo de risco, com delineamento favorável a morbimortalidade. História de alergia à proteína do ovo e seus derivados bem como qualquer componente da vacina e pessoas com história de reações anafiláticas em doses anteriores. É preconizada a imunização após o primeiro trimestre, independente da faixa etária. O ideal é que seja - Gestantes com esquema incompleto: completar esquema; - Gestantes com esquema completo: dispensa vacinação; - Três doses: intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda e de 180 HEPATITE B realizado o teste para sorologia anti-HBs, se não for possível, investigar e avaliar estado vacinal para iniciar esquemas. entre a primeira e a terceira. Se a mãe for positiva para HBV, até 12h após o nascimento do bebê ele precisa ser submetido a vacinação profilática assim como a administração de imunoglobulinas humanas. FEBRE AMARELA ATENUADA A vacinação não é indicada a menos que o risco de se submeter as áreas geográficas com maior incidência e prevalência da doença sejam maiores que o risco à gestante ao ser administrada a vacina. Dose única. - Observação: Vacinas compostas por organismos vivos do sarampo, rubéola, caxumba e febre amarela, em situações convencionais não são prescritas, à menos que o benefício seja maior que o risco. REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – Distrito Federal, 2012. Acessado em: 30/12/2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf Brasil. Ministério da Saúde. Manual de normas de vacinação. Fundação Nacional de Saúde. Brasília, - Distrito Federal, Junho – 2001. Acessado em: 31/01/2020. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/manu_normas_vac.pdf Brasil. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Imunização. Brasília – Distrito Federal, 2003. Acessado em: 30/011/2020. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/livro_30_anos_pni.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/manu_normas_vac.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/livro_30_anos_pni.pdf MEU ESPAÇO: 12. Quais os exames solicitados no pré-natal em cada semestre? REFERENCIAL TEÓRICO: A gestação se divide em três trimestres e para cada um deles existem dados importantes a serem coletados por meio de exames laboratoriais e de imagem que tem como função a intervenção com profilaxia de doenças infecciosas, diagnóstico de doenças e indução de terapêutica para a condição analisada, seja ela fisiológica ou patológica. A Lei 7498/86 regulamenta a atuação do profissional de enfermagem na atenção básica dentro do serviço de pré-natal. Nesse contexto, o enfermeiro realiza a consulta de enfermagem, solicita exames de rotina e exames complementares, prescreve medicações conforme os programas de saúde pública que são aprovados pela instituição, alimenta o Sistema de Informação de Saúde (SIS), realiza o exame obstétrico e faz os encaminhamentos necessários conforme a demanda da gestante além de prepara-la para o parto, orientar os cuidados com o RN, amamentação e vacinação (BRASIL, 2012). Segundo o Protocolo de Saúde das Mulheres (2016), os exames requisitados à gestante por trimestre são: TRIMESTRE EXAME OBSERVAÇÕES 1° TRIMESTRE 1. Pesquisa de anticorpos IGG/IGM Antitoxoplasmose; 2. Eletroforese: identifica a doença falciforme que está relacionada a complicações materno-fetais pois pode interferir na evolução da gestação. 3. Pesquisa de antígeno de superfície do vírus da Hepatite B (HBV – HBSAG); 4. Teste não treponemico para detecção de Sífilis em gestantes; 5. Determinação direta e reversa do grupo ABO; 6. Coombs indireto; 7. Pesquisa de fator Rh (inclui D fraco); 1. IgG reagente e IgM não reagente: gestante não suscetível, trabalhar prevenção. IgG não reagente e IgM não reagente: gestante suscetível sem contato prévio com o Toxoplasma gondii, podendo adquirir a infecção durante a gestação, trabalhar a prevenção. IgG não reagente e IgM reagente: infecção aguda 8. Teste indireto de antiglibulina humana (TIA); 9. Exame citopatológico cervico- vaginal/microflora; 10. Ultrassonografia obstétrica; 11. Teste rápido para detecção de HIV na gestante ou pai/parceiro; 12. Teste rápido de Sífilis para gestante e pai/parceiro; 13. Sorologia para HIV; 14. Glicemia; 15. EAS/EQU; 16. Hemograma; 17. Urocultura. ou IgM falso positivo, deve- se repetir IgG e IgM em 3 semanas. IgG reagente e IgM reagente: caso provável ou possível a suspeita é investigada a partir do teste de avidez ao IgG. 5. Pesquisa anticorpos Anti-rH de mães portadoras de rH negativo enquanto o pai/parceiro é rH positivo ou grstante que tenha recebido transfusão de sangue inadequada. 2° TRIMESTRE 1. Determinação da curva glicêmica (2 dosagens); 2. Pesquisa de anticorpos IGG/IGM Antitoxoplasmose; 3. Coombs indireto; 4. Teste de tolerância à glicose; 5. Teste não treponemico para detecção de Sífilis em gestantes; 6. Ultrassonografia obstétrica; 7. Teste rápido de Sífilis para gestante e pai/parceiro; 8. EAS/EQU; 9. Hemograma; 10. Urocultura. 3. A partir da 24° semana; 4. 24° - 28° semana; 1. Pesquisa de anticorpos 1. Se IGG/IGM negativos no 3° TRIMESTRE IGG/IGM Antitoxoplasma; 2. Teste não treponêmico para detecção de sífilis em gestantes; 3. Teste rápido de Sífilis para gestante e pai/parceiro; 4. EAS/EQU; 5. Hemograma; 6. Urocultura. primeiro exame; 2. A partir de 28° semanas; Outros exames preconizados no pré-natal são os parasitológicos de febre, principalmente se houver história de anemia presente ou sugestiva; teste rápido de proteinúria indicado para mulheres com hipertensão na gestação; teste de rastreio por gota espessa para identificação de malária além do exame especular, em qualquer idade gestacional sempre que houver indício de infecção sexualmente transmissível. Vale salientar que no caso do exame especular,a coleta de material da endocervice não é proibida porém é necessário que seja bastante cuidadosa ou até mesmo que não ocorra, é comum que haja sangramento nessa coleta e a medida que a gestação se prolonga devido a ectropia do tecido do colo do útero, tal coleta se faz desnecessária (TELESSAÚDE, R. S.; 2019). REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – Distrito Federal, 2012. Acessado em: 30/12/2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf TELESSAÚDE, R. S. TeleCondutas: toxoplasmose na gestação. Regula SUS – virtual. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2019. Acessado em: 01/01/2020. Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/telecondutas/tc_toxoplasmosegestacao.p df BRASIL, M.S. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para prevenção da transmissão vertical de hiv, sífilis e hepatites virais. Brasilia, DF, 2018. Acessado em: 01/01/2020. MEU ESPAÇO: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/telecondutas/tc_toxoplasmosegestacao.pdf https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/telecondutas/tc_toxoplasmosegestacao.pdf Sífilis gestacional: 13. Como se faz o diagnóstico da gravidez? Explique e especifique os sinais de presunção, probabilidade e certeza da gestação. REFERENCIAL TEÓRICO: Uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde para a captação precoce de gestantes nas regiões de cobertura das unidades básicas foi a recomendação do Teste imunológico de gravidez (TIG) com relato de mais de quinze dias de atraso menstrual, solicitado pelo profissional médico ou enfermeiro, o lado negativo dessa ferramenta é o seu custo elevado. Para isso, outro método amplamente reconhecido e de boa confiabilidade é a dosagem de gonadotrofina coriônica humana que é uma proteína produzida pelo trofoblasto, o BHCG. Se trata da porção beta da proteína que pode ser identificada na urina ou no sangue, sendo mais bem visualizada no último (BRASIL, 2012). Aproximadamente entre 8 e 11 dias da concepção o nível de B-HCG é aumentado e atinge seu pico por volta de 60 até 90 dias de gestação. Esses níveis podem ser medidos qualitativamente ou quantitativamente. Por meio da urina, qualitativamente, identificando a presença ou ausência deste, Já pelo exame de sangue, quantitativamente, onde o teste positivo refere resultados entre 25-30 mUI/ml, o falso positivo entre 2-25 mUI/ml e negativo para abaixo de 5mUI/ml (REZENDE, 2010). Como diagnóstico de gestação apenas a visualização do saco gestacional por meio da ultrassonografia (4-5 semanas gestacionais), a presença de movimentos fetais (18-20 semanas) e a presença de batimentos cardíacos fetais (sonar = 12 semanas, pinar = 20 semanas), é por isso que esses são considerados os sinais de certeza. Já os sinais de probabilidade são o amolecimento da cérvice uterina e o aumento do seu volume, aumento da parede vaginal com vasos dilatados e até mesmo a visualização de pulsação da artéria da vagina bem como o resultado positivo para o BHCG a partir do oitavo ou nono dia após fertilização (BRASIL, 2012). Os sinais de presunção compreendem o atraso menstrual que é logo percebido pela mulher, manifestações clínicas como as náuseas e vômitos, tontura, salivação excessiva, incomodo com odores fortes, apetite prejudicado ou exacerbado, urgência urinária e sonolência. Além desses sinais, também se pode citar alterações anatômicas como o aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical bem como outras alterações características do período gravídico (REZENDE, 2011). REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – Distrito Federal, 2012. Acessado em: 03/01/2020. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf REZENDE, C. A. L. et al. Guia de bolso de obstetrícia. Editora atheneu – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, 2010. Acessado em: 03/01/2020. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf Rezende, Obstetrícia Fundamental/ Carlos Antonio Barbosa Montenegro, Jorge de Rezende Filho. - 12.ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. Acessado em: 03/01/2020. MEU ESPAÇO: SINAIS DE PROBABILIDADE 14. Quais os riscos que uma infecção urinária traz para a gestação? REFERÊNCIAL TEÓRICO: De acordo com Ministério da Saúde (2012) a infecção do trato urinário no período gestacional é mais comum em mulheres jovens e está associada ao trabalho de parto prematuro, ao aborto, à rotura prematura de membranas, à corioaminionite, ao baixo peso ao nascer, à infecção neonatal e ainda é considerada uma das principais de causas de sepcemia na gravidez. Algumas gestante são acometidas pela infecção bacteriana de forma assintomática mas apresentam pielonefrite aguda. As maiores incidências dessas infecções são as pacientes grávidas, onde é justamente neste período que o arsenal terapêutico antimicrobiano e as possibilidades profiláticas são mais restritas ao se considerar a toxicidade e as consequências dos antibióticos para o feto (PANCOTO, C., 2019). A Infecção do trato urinário (ITU) é enquadrada como a forma mais comum de infecção bacteriana durante a gestação e, que pode gerar impactos para o binômio mãe- filho. As ITUs são a terceira ocorrência patológica mais comum devido às alterações anatomo-fisiológicas do trato urinário durante a gestação. O exame mais usado para o diagnóstico da infecção urinária é o sumário de urina, onde analisa aspectos como a cor, densidade, presença de leucócitos, bactérias, sangue, glicose, urobilinogênio, bilirrubina, nitrito e sedimentos urinários. E é a partir de ações simples promovidas na Atenção Básica a Saúde, sobretudo nas Estratégias de Saúde da Família que pode-se reduzir o número de complicações, cabe assim portanto aos profissionais da saúde orientarem estas mulheres sobre questões que possam aumentar a qualidade de vida das mesmas neste período, atendando para ações que sejam desenvolvidas em conjunto com outros profissionais (PANCOTO, C., 2019). Fisiologicamente a bexiga faz uma reserva de resíduo de urina com aproximadamente 5 até 10ml para que essa urina possa exercer pressão sobre a parede muscular favorecendo a manutenção da forma da bexiga e dificultando o processo de colabamento ao qual o órgão estaria susceptível se não houvesse o resíduo. O hábito de não urinar quando se tem vontade e prender por algum tempo favorece não só as infecções urinárias como também pode provocar quadros de incontinência posteriormente (GUYTON et al, 2017). Em relação a variedade bacteriana que pode causar ITU na gestante, a Escherichia coli é o uropatógeno mais comum, responsável por aproximadamente 80% dos casos. Para o diagnóstico clínico das ITU durante a gravidez é necessário relembrar que alguns sintomas da infecção são difíceis de caracterizar, visto que, durante a gravidez, alguns deles podem estar presentes, a exemplo da polaciúria e disúria. No entanto, essas manifestações podem também estar presentes na cistite e na pielonefrite, por irritação do epitélio uretral ou como dor irradiada de um processo infeccioso mais alto no trato urinário, o que exige ainda mais atenção da equipe
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