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Glândula Adrenal: Estrutura e Funcionamento

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Yasmim Defanti 2024.2
GLICOCORTICOIDES 
Glândula Adrenal: Dividida em córtex e medula. O córtex é constituído por 3 camadas: zona glomerulosa, zona fasciculada e a zona reticular. A adrenal em si é responsável pela produção dos corticoides e catecolaminas. Os corticoides são essenciais à vida, enquanto as catecolaminas são necessárias em algumas situações de emergência. 
As catecolaminas são produzidas pela medula da adrenal, onde a enzima metabolizadora está presente, portanto, a NE é convertida em epinefrina devido a esse aparato enzimático. 
Fisiologicamente, a zona mais importante é a fasciculada, onde é produzido o cortisol. 
Zona glomerulosa: responsável pela produção da aldosterona (mineralocorticoide); Zona fasciculadaresponsável pela produção do cortisol; Zona reticuladaProdução de androgênios; MedulaPresença de células neuroendócrinas (catecolaminas) que são inervadas por um terminal pré-ganglionar simpático, sendo responsável pelo estímulo nas células neuroendócrinas, responsável pela produção de catecolaminas. 
Algumas características citológicas das células secretoras de esteroides: apresentam lisossomos, aparelho de golgi, vários lipídios distribuídos no citoplasma, retículo endoplasmático extenso, permitindo a essas células produzirem hormônios e além dessas características citológicas, existe a distribuição de enzimas em cada região da adrenal (córtex e medula) que permitem essa síntese hormonal baseada em uma estrutura fundamental. No caso dos hormônios esteroides, teremos o colesterol como precursor dessas substâncias. 
Nestas regiões do córtex, existem algumas substâncias estimuladoras frente a essa produção. Na zona fasciculada, temos como substância reguladora o ACTH, o qual é produzido pela hipófise anterior, a partir da proteína precursora pró-opiomelanocortina (POMC), caindo na corrente sanguínea, atuando em locais distantes do local de liberação (atuação endócrina) e a partir disso promove o estímulo da zona fasciculada e, dessa forma, o ACTH será responsável pela produção dos glicocorticoides. 
Na imagem à esquerda, temos um corte histológico normal da adrenal, em um animal com a produção hormonal normal de ACTH, pode-se observar uma extensa área da zona fasciculada, enquanto que após a hipofisectomia, não se tem essa produção de ACTH (reduzindo drasticamente), observando-se uma redução drástica da região da zona fasciculada, mostrando o quanto ela é responsiva ao ACTH (imagem à direita). 
Desta forma, o eixo hipotalâmico hipofisário adrenal irá funcionar a partir do momento em que o hipotálamo libera o hormônio liberador de corticotropina (CRH), atuando da hipófise anterior, onde teremos células responsivas à ele, obtendo produção de ACTH, o qual é lançado na corrente sanguínea, atua no córtex da adrenal, na zona fasciculada, produzindo assim o cortisol que terá ação sistêmica e nós teremos mecanismos de retroalimentação negativa, então quando a concentração de cortisol estiver alta no sangue, ocorre um bloqueio na produção de ACTH pelas células hipofisárias, bloqueando a produção de CRH nas células hipotalâmicas. Em quadros patológicos, situações de estresse ou devido a concentrações supra fisiológicas exógenas, pode-se ter alterações graves no indivíduo. 
COMPONENTES DO CÓRTEX SUPRA-RENAL E ENZIMAS ESTEROIDOGÊNICAS (PARA QUE SE TENHA A SÍNTESE DESSES HORMÔNIOS):
Na zona fasciculada, teremos as enzimas CYP11B1, CYP17, enzimas que permitem a produção do cortisol. Na zona glomerulosa, temos a enzima CYP11B2, responsável por seguir a via de produção da Aldosterona, enquanto a CYP17 é responsável por seguir a via de produção do DHEA (na medula). Então essas características frente a expressão enzimática, a expressão de enzimas esteroidogênicas é fundamental para ter uma divisão frente a síntese de hormônios, dividido por zonas. 
Gráfico: Esse ritmo de esteroidogênese segue um ciclo ao longo do dia: o ciclo circadiano. Desta forma, pode-se observar no gráfico, no eixo Y, do lado esquerdo, a concentração plasmática do ACTH dosado no plasma, e no eixo Y a direita, temos a dosagem plasmática de hormônios que sofrem a metabolização para síntese de cortisol. Nesse período da manhã (8 e 9 horas), observa-se que ocorre um pico na produção de ACTH, refletida em uma dosagem alta no plasma. Logo após, ocorre um pico na produção de cortisol e durante o dia essa concentração vai caindo, tanto do ACTH quanto do cortisol até que no período noturno, no início do período de sono, existe uma baixa concentração de ACTH e cortisol, diminuindo o efeito de atividade que o cortisol dispara frente a mecanismos fisiológicos no organismo. 
FATORES QUE INFLUENCIAM A BIOSSÍNTESE DE CORTICOSTEROIDES:
São fatores principalmente relacionados com o estresse, equilíbrio emocional, que podem disparar respostas de estímulo a esta produção elevada, sendo prejudicial ao organismo, principalmente ao sistema cardiovascular, que responde de forma intensa ao cortisol durante o ciclo circadiano. 
GLICOCORTICOIDES:
O primeiro cortisol comercializado foi a cortisona (1949) modificações estruturais do cortisol e formação de novos compostos, como a Prednisona e Prednisolona e posteriormente foi avaliado que mudanças na estrutura fundamental dessas substâncias poderiam trazer impactos na farmacoterapia, e isso foi evoluindo até que na clínica existem fármacos de alto metabolismo de primeira passagem por exemplo, que para a maioria dos fármacos é prejudicial mas que para os glicocorticoides isso ajuda a reduzir efeitos adversos e mesmo tendo um alto metabolismo pré-sistêmico, como por exemplo a mometasona, ainda temos benefícios anti-inflamatórios destes glicocorticoides, apesar de ter um alto metabolismo pré-sistêmico. Na década de 60, tiveram estudos frente ao transplante de órgãos, sendo um estudo positivo, já que foi avaliado que os glicocorticoides têm uma ação imunossupressora e frente o transplante de órgãos existe o benefício do uso deles para evitar a rejeição. 
AÇÕES DOS GLICOCORTICOIDES:
Ações Metabólicas:
-Sobre carboidratos;
-Sobre proteínas;
-Sobre lipídios
Ações Reguladoras:
-Sobre o hipotálamo e a hipófise anterior;
-Sobre os eventos vasculares;
-Sobre os eventos celulares;
-Sobre os mediadores inflamatórios e imunes
Sobre o hipotálamo e a hipófise anterior:
Retroalimentação negativa, resultando em diminuição dos glicocorticoides endógenos. Desta forma, altas concentrações de glicocorticoides administrados no paciente, farão o feedback negativo, bloqueando a produção dos hormônios do hipotálamo e hipófise, suprimindo o eixo hipotálamo-hipófise anterior. 
Sobre os eventos vasculares:
Vasodilatação reduzida;
Diminuição da exsudação de líquidos 
Ou seja, os efeitos inflamatórios são reduzidos, fazendo com que se diminua a permeabilidade celular. Os glicocorticoides têm ação de redução de leucotrienos, tromboxanos, envolvidos na resposta inflamatória. 
Ação anti-inflamatória e imunossupressora:
Redução na produção de citocinas, eicosanoides, IgE e dos componentes do complemento. Então existe uma integração da farmacologia dos glicocorticoides com a resposta imune. 
Os glicocorticoides inibem a produção de fatores por múltiplas células, que são decisivos na geração da resposta inflamatória. Em consequência, ocorrem liberação diminuída de fatores vasoativos e quimioatraentes, redução da secreção de enzimas lipolíticas e proteolíticas, extravasamento diminuído dos leucócitos para as áreas de lesão e, por fim, diminuição da fibrose. Os glicocorticoides também podem reduzir a expressão de citocinas pró-inflamatórias, bem como a COX-2 e NOS2. 
Ação sobre os eventos celulares:
Nas áreas de inflamação aguda: redução no influxo e atividade de leucócitos;
Nas áreas de inflamação crônica: redução da atividade das células mononucleares, da proliferação de vasos sanguíneos e fibrose;
Nas áreas linfoides: redução na expansão das células T e B e ação diminuída das células T secretoras de citocinas. 
Tecido epitelial:
Pele fina ocasionado pela inibição da proliferação de fibroblastos levando à perda de colágeno e tecidosconectivos. Ou seja, em altas concentrações de glicocorticoides exógenos ou hipersecreção de ACTH e cortisol, o paciente apresentará danos, como por exemplo a facilidade de apresentar estrias na pele, alto metabolismo proteico, o que vai atrapalhar a homeostase do tecido epitelial. 
Cardiovascular:
Hipertensão intensificando a resposta a substâncias vasoativas, sendo prejudicial nos casos de estresse, ou por exemplo na síndrome de Cushing, onde o paciente tem uma hipersecreção de cortisol/hidrocortisona, observando a hipertensão nesses pacientes. 
A relação entre a hipertensão e a ingestão excessiva e/ou prolongada de glicocorticoides está nas alterações que esses fármacos causam nos rins e nos vasos sanguíneos. Nos rins o que ocorre é uma mudança na absorção de sódio, o qual é aumentada pela ação dos glicocortidoides, intensificando o transporte de sódio. Já nos tecidos vasculares, os corticosteroides consistem em intensificar a reativdade vascular a outras substâncias vasoativas. O hipoadrenalismo está associado a uma resposta reduzida a vasoconstritores, como a NE e angiotensina II, devido, talvez, a uma redução da expressão dos receptores adrenérgicos na parede vascular. Em contrapartida, observa-se ocorrência de hipertensão em pacientes com secreção excessiva de glicocorticoides, na maioria dos pacientes com síndrome de Cushing e em um grupo de pacientes tratados com glicocorticoides sintéticos.
Os mecanismos subjacentes na hipertensão induzida por glicocorticoides também são desconhecidos. A hipertensão relacionada com a secreção endógena de cortisol, como a observada em pacientes com síndrome de Cushing, provavelmente resulta de múltiplos efeitos mediados por GR ou MR. Ao contrário da hipertensão causada por níveis elevados de aldesterona, a hipertensão secundária ao excesso de glicocorticoides é geralmente resistente à restrição de sódio. 
Músculo esquelético: 
Diminuição da capacidade de trabalho do músculo esquelético constitui um sinal proeminente de insuficiência adrenocortical. 
Doença de Addison- a fraqueza e a fadiga constituem sintomas frequentes.
Os glicocorticoides ou mineralocorticoides em excesso também comprometem a função muscular. 
Excesso de glicocorticoides por períodos prolongados, seja ele secundário à terapia com glicocorticoides ou devido ao hipercorticismo endógeno, provoca debilitação do músculo esquelético. Esse efeito é chamado de miopatia por esteroides. 
-Equilíbrio Hidroeletrolítico:
Aldosterona- corticosteroide mais potente no equilíbrio hidroeletrolítico, por isso, mesmo que o paciente possua insuficiência suprarrenal devido à doença hipofisária, seu equilíbrio hidroeletrolítico é relativamente normal. Os mineralocorticoides atuam sobre os túbulos distais e ductos coletores dos rins para intensificar a reabsorção de sódio a partir do líquido tubular, além disso, aumentam a excreção urinária de potássio e prótons. A partir disso, pacientes com deficiência de mineralocorticoides são particularmente predispostos a uma perda de sódio e depleção de volume através de sudorese excessiva em ambientes quentes. Cronicamente, o hiperaldosteronismo provoca hipertensão, ao passo que a deficiência de aldosterona pode levar à hipertensão e ao colapso vascular. 
Crescimento:
Redução do crescimento por reduzir a secreção de GH (hormônio do crescimento) e também por inibir o crescimento ósseo e reabsorção de Cálcio. Pacientes em uso crônico de glicocorticoides podem apresentar osteoporose, devendo fazer suplementação com cálcio. 
SNC:
Efeitos sobre o humor, comportamento e excitabilidade cerebral. 
Exemplo de desbalanço na síntese de corticoide:
Síndrome de Cushing: produção exagerada de ACTH e cortisol. Ao longo do tempo, acarreta em algumas alterações drásticas no paciente: face de lua cheia, bochechas avermelhadas, coxins de gordura, abdome pendular com deposição de gordura, estrias arroxeadas, contusões com equimoses, pele fina, vasos sanguíneos finos e sensíveis a contusões, desenvolvimento muscular precário (braços finos, pernas finas). Devido a perda da homeostase da pele, também ocorrerá uma dificuldade de cicatrização de feridas. 
Avaliação da função do eixo hipotalâmico adrenal: Teste de supressão do eixo, através da administração de um glicocorticoide exógeno, chamado de dexametasona (DXM), podendo ser administrado à noite, fazendo uma supressão no eixo hipofisário adrenal, reduzindo o ACTH e consequentemente o cortisol no plasma desse paciente, que pode ser dosado cerca de 9 horas após a administração e se mesmo assim a concentração estiver alta, conclui-se que o paciente possui hipersecreção de hormônios, caracterizando a síndrome de Cushing. 
FARMACOCINÉTICA E CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS:
Administração:
VO, parenteral (IM, IV) ou tópica (muito utilizada).
Transporte no sangue:
Globulina de ligação dos corticosteroides (CBG)- Transcortina (faz o transporte dessas substâncias no plasma).
Albumina (substância carreadora).
Obs: Penetra nas células por difusão passiva. Ou seja, essas substâncias possuem um grau de lipossolubilidade mais elevado, o qual permite que elas penetrem as membranas celulares sem a presença de um transportador. 
Metabolização:
Hepatócitos: redução da ligação dupla C4-C5 na estrutura fundamental dos glicocorticoides e após a metabolização dessa ligação dupla, inicia-se a perda da atividade, já que existe pontos cruciais na estrutura química para que a substância desempenha a sua ação farmacológica. 
Excreção:
Após a metabolização, seguida de Ésteres de sulfato e glicuronídeos, ocorre facilitação dos processos de excreção, já que esses metabólitos terão uma solubilidade aumentada, sendo facilmente excretados na urina. 
ESTRUTURA MOLECULAR DOS GLICOCORTICOIDES:
Observa-se a dupla ligação entre os carbonos 4 e 5, sendo parte dos grupos essenciais na estrutura molecular dos glicocorticoides. Destaca-se também o grupo cetônico em C3 (fundamental para a característica de corticoide e mineralocorticoide), hidroxila em C11 (dá o perfil de ação glicocorticoide), hidroxila no C21 (dá a característica de mineralocorticoide), hidroxila no carbono 17 (dá uma potência ótima). Observa-se nitidamente a relação estrutura-atividade dos glicocorticoides. Então, a adição de grupamentos funcionais ou retiradas de grupos funcionais ou duplas ligações irão alterar a atividade e perfil farmacológico dos glicocorticoides e, dessa forma, alguns grupos funcionais e ligações se tornam fundamentais pra os glicocorticoides e mineralocorticoides. 
Ex: cortisol, cortisona, metilprednisolona, Betametasona, Dexametasona, Prednisolona (uma substância mais hidrossolúvel e já está na sua forma ativa, não precisando sofrer metabolização), Prednisona (passa pelo metabolismo hepático, gerando a prednisolona, sendo um pró-fármaco e a diferença entre elas está na presença de uma hidroxila da prednisolona), triancinolona (mais usada topicamente) e Fludrocortisona (intensa atividade mineralocorticoide) Todas elas são substâncias exógenas. 
Beclometasona, Budesonida, Fluticasona, Flunisolida São intensamente utilizadas para problemas respiratórios, como por exemplo a asma, de forma tópica; e Triancinolona. 
MODIFICAÇÕES NA ESTRUTURA MOLECULAR DOS GLICOCORTICOIDES:
Potência (afinidade e atividade intrínseca), atividade GC, MC e duração de ação podem ser alterados pela modificação na estrutura química. 
Prednisolona- tem uma maior afinidade pelos receptores glicocorticoides com relação à hidrocortisona, uma maior atividade anti-inflamatória, uma menor retenção de sódio e duração de ação intermediária, comparada a ação curta da hidrocortisona. Então é um fármaco de escolha para efeitos anti-inflamatório e imunossupressor sistêmicos.
Prednisona- Um pró-fármaco, ou seja, a princípio não ocorrerá interação com os receptores dos glicocorticoides, visto que precisa ser metabolizada em prednisolona. A partir disso tem os mesmos efeitos da prednisolona. Ela é uma substância inativa até ser convertida. 
Metilprednisolona- Tem afinidade alta pelos receptores dos glicocorticoides, comparado ao padrão(hidrocortisona), maior atividade anti-inflamatória (do que a prednisolona e hidrocortisona), retenção de sódio mínima e ação intermediária. Possui também ação imunossupressora. 
Triancinolona- Possui afinidade bem menor do que a metilprednisolona, um pouco menor do que a prednisolona e maior do que a hidrocortisona. Possui ação anti-inflamatória maior (assim como a metilprednisolona),não tem ação ou ação mínima frente a retenção de sódio, ação intermediária e é relativamente mais tóxica do que os outros glicocorticoides, sendo preferível seu uso tópico. 
Dexametasona- Fármaco utilizado para a supressão do eixo, no teste de supressão para a síndrome de Cushing. Possui alta afinidade para os receptores glicocorticoides (a maior), longa duração, mínima retenção de sódio, alta atividade anti-inflamatória (a maior) e imunossupressora. Utilizada em situações onde a retenção hídrica precisa ser evitada, por exemplo, em um edema cerebral (o que se deseja é prevenir esse edema).
Betametasona- Possui alta afinidade pelos receptores de glicocorticoides (menor do que a dexametasona, maior do que hidrocortisona e prednisolona), alta ação anti-inflamatória (a maior, junto com a dexametasona), retenção de sódio desprezível, duração de ação longa e ação imunossupressora. Possui as mesmas indicações clínicas que a dexametasona. 
Fludrocortisona- Possui afinidade pelos receptores de glicocorticoides (menor do que betametasona, dexametasona e metilprednisolona), ação inflamatória (só é menor do que a betametasona e dexametasona), ação curta, possui alta retenção de sódio comparado a hidrocortisona, então é considerado fármaco de escolha para efeitos mineralocorticoides (quando há necessidade de regular o balanço hídrico, em doenças em que o paciente apresenta desequilíbrio nesse balanço). 
Aldosterona- mineralocorticoide endógeno, não possui ação anti-inflamatório, possui alta retenção de sódio (a maior). 
Resumindo: 
Quanto a afinidade aos receptores glicocorticoides:
aldosterona<hidrocortisona<triancinolona<prednisolona<fludrocortisona<betametasona<dexametasona< metilprednisolona
Quanto a ação anti-inflamatória:
hidrocortisona<prednisolona<metilprednisolona,triancinolona<fludrocortisona<dexametasona <betametasona
*aldosterona: nenhuma
Duração de ação:
Curta: hidrocortisona, fludrocortisona
Intermediária: Prednisolona/Prednisona, metilprednisolona, triancinolona.
Longa: dexametasona, betametasona
Retenção de sódio:
triancinolona<betametasona<metilprednisolona <dexametasona<prednisolona/prednisona<hidrocortisona<fludrocortisona<aldosterona
FARMACODINÂMICA:
Teremos a ação desses glicocorticoides a nível gênico. 
Primeiramente temos a CBG (transcortina- ptn que faz o carreamento dos glicocorticoides no sangue) Quando o glicocorticoide chega na célula, atravessa a membrana por difusão passiva, deixando o CBG livre no plasma Dentro do citoplasma, o glicocorticoide vai se ligar à ptns específicas de ligação aos glicocorticoides. Primariamente, no citoplasma, observa-se a presença de um complexo proteico, constituído por 4 proteínas de choque térmico + a proteína de ligação ao glicocorticoide. Quando o glicocorticoide entra na célula ele se liga à esse complexo proteico desfaz toda a ligação com esse complexo proteico citoplasmáticoocorre dimerização desses receptores dos glicocorticoides citoplasmáticos (são necessários 2 subcomplexos de receptores de glicocorticoides citoplasmáticos ligados ao glicocorticoide)posteriormente esses dois complexos permeiam através da membrana nuclear, tendo como alvo os genes responsivos aos glicocorticoides e seus receptoresativação ou inibição de genes (ativação fará com que o RNAm seja produzido, ocorrendo a leitura desse RNAm, formando proteínas no citoplasma, alterando a função celular; ou a inibição dos genes pelos glicocorticoides). 
Os glicocorticoides possuem receptores intracelulares específicos de glicocorticoides, pertencentes a superfamília dos receptores nucleares:
Alterações na síntese proteica (indução ou supressão de genes).
Ações anti-inflamatórias e imunossupressoras
Inibição na transcrição de genes da COX, citocinas, moléculas de adesão e NOS. 
Teremos os esteroides inibindo as fosfolipases, o que será crucial para redução inflamatória. As fosfolipases degradam fosfolipídios de membrana, gerando ácido aracdônico que dá origem aos leucotrienos e as prostaglandinas. A partir do momento em que se tem os esteroides bloqueando a enzima que dá início à síntese, ocorrerá uma eficácia anti-inflamatória muito grande por parte dos glicocorticoides, dessa forma, diminuindo efeitos de vasodilatação, broncoespasmo, reduzindo a potencialização do edema, redução da permeabilidade vascular. 
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Terapia de reposição com substâncias exógenas frente à insuficiência adrenal aguda e crônica Insuficiência adrenocortical primária: Doença de Addison. 
Principais substâncias utilizadas: Dexametasona, Prednisolona, Prednisona, Hidrocortisona, fludrocortisona (perfil de retenção de sódio alto comparado ao padrão, ou seja, o paciente com doença de addison também precisará fazer o uso desse fármaco devido à deficiência de mineralocorticoides e não só de glicocorticoides- é necessário reposição dos dois!); 
Doença reumática inflamatória: Lúpus eritematoso sistêmico, Artrite reumatóide, Poliarterite nodosa (vasculite de artérias) onde as doses são primeiramente 1mg/kg/dia em doses fracionadas, suficientes para suprimir rapidamente a doençadose única diáriaredução gradual, até dose mínima com atividade glicocorticoide para tentar controlar a doença e se evitar doses elevadas que vão trazer efeitos adversos para esses pacientes. 
Esses pacientes podem fazer o uso de glicocorticoides + imunossupressores (ciclofosfamida e metrotexatro). Exemplo: O metrotexatro, o qual pode ser utilizado em concomitância com glicocorticoide para doenças reumáticas, tem ação imunossupressora e vai atuar a nível de células do sistema imune. Os glicocorticoides fazem redução da atividade da ação de macrófagos (responsáveis por levar à produção de citocinas pró-inflamatórias, como a IL-1 e o TNF-alfa). E a partir do momento em que há inibição da liberação de IL-1 e TNF-alfa, ocorrerá redução de ativações subsequentes de osteoclastos, fibroblastos, produção de metaloproteinases de matriz que causam erosão da cartilagem e do osso levando à lesão articular e redução de citocinas e quimiocinas inflamatórias, já que a redução da produção dessas substâncias consequentemente irão reduzir o influxo de células inflamatórias para estes tecidos e desta forma é possível observar ação sinérgica dos glicocorticoides e substâncias imunossupressoras para reduzir esses processos inflamatórios que levam a danos teciduais e de forma crônica até a perda da função. 
Síndrome Nefrótica secundária (Lúpus eritematoso, hepatite B, câncer) tratamento de primeira linha – sendo recomendado a redução gradual das doses após a estabilização das doses e para pacientes que são resistentes aos glicocorticoides no qual não é observada a redução do quadro, faz-se a imunossupressão com ciclofosfamida ou azatioprina.
Terapias de doenças neoplásicas:
Em combinação com agentes citotóxicos;
Redução de edema cerebral (tumores cerebrais primários e metastáticos);
Leucemia linfocítica aguda e linfomas.
Na asma (por inalação, ou em casos graves, por via sistêmica- rápida metabolização de primeira passagem, reduzindo a possibilidade de efeitos adversos, mas em tratamento prolongado os pacientes podem apresentar efeitos adversos);
Tópico (condições inflamatórias da pele, ouvidos, nariz e olhos, podemos ter então colírios, pomadas, soluções otológicas e nasais);
Nos estados de hipersensibilidade (reações alérgicas graves a fármacos ou venenos de insetos);
Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, anemia hemolítica e púrpura trombocitopênica);
Transplante de órgãos- fármacos adjuvantes com ação imunossupressora para que não se tenha rejeição do órgão.
EFEITOS ADVERSOS:
Uso prolongado com doses suprafisiológicas;
Interrupçãoda terapia com esteroides, podendo gerar problemas graves, já que o paciente estará com seu eixo hipotalâmico hipofisário. 
Sinais clínicos a serem avaliados quanto ao uso de doses altas de glicocorticoides, podendo ser observados com o uso crônico dessas substâncias:
-Fragilidade capilar;
-Presença da giba (concentração de gordura na região dorsal no pescoço);
-Estrias;
-Fácies de lua cheia;
-Fraqueza muscular;
-Hipertensão
Esse quadro pode evoluir:
-Anormalidades hidroeletrolíticas;
-Ações metabólicas: hiperglicemia pode evoluir para diabetes;
-Miopatia (devido à alteração do metabolismo proteico, da constituição do músculo);
-Dislipidemia;
-Osteoporose (prevenção-aporte de cálcio: 1500 mg/dia; vitamina D; bifosfonatos);
-Catarata;
-Alteração comportamental;
-Hipertensão arterial;
-Hipertensão craniana;
-Supressão da resposta à infecção (pode-se ter pacientes que podem ficar susceptíveis à infecções)
-Crianças: prejuízo do crescimento. 
Sobre a interrupção súbita do tratamento:
Insuficiência supra-renal aguda: supressão da capacidade de síntese de corticosteroides porque ela está suprimida e “do dia para a noite” ela não vai realizar essa síntese, precisando de alguns dias para isso e por esse motivo a administração dos glicocorticoides devem ser reduzidos com o tempo. 
Recuperação da supressão do eixo HHSR: variação individual (semana a meses e ainda pode estender-se por 1 ano ou mais). 
· A prednisona deve-se evitar para pacientes hepáticos porque ela precisa sofrer uma metabolização hepática. A prednisolona é muito prescrita porque ela já está na forma ativa. 
· Os glicocorticoides são um bom exemplo da relação estrutura atividade na farmacologia no momento do fármaco com o receptor. Para todos os fármacos se a maioria dessas substâncias agem através de receptores específicos, isso está interligado à necessidade das interações clínicas para que se tenha desse reconhecimento. Exatamente essa característica estrutural que vai influenciar esse perfil dos corticoides. 
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