Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O que é o plano diretor? O plano diretor é uma lei municipal que trata de todo território do município, definindo como ele deve funcionar, crescer e se desenvolver. O plano deve ser elaborado com participação de toda a população e precisa ser obrigatoriamente revisto ou refeito a cada 10 anos, pois as cidades mudam e as leis que as regulam também devem se atualizar. E como é o plano diretor em Teresina? Em Teresina, a lei do plano diretor está passando por uma revisão obrigatória em 2019, passando a chamá-lo de Plano Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT. Essa lei serve como instrumento para definirmos o tipo de cidade que queremos viver daqui para a frente, garantindo os direitos de todos cidadãos. Por ser uma lei que se aplica a todo território municipal, ela vale tanto para as áreas urbanas quanto para as áreas rurais, definindo quais regiões da cidade podem ser usadas para moradia, para comércio, para instalação de indústrias, para produção agrícola, etc; indica também para onde a cidade pode crescer, aproveitando as redes de esgoto, luz, água, transporte público coletivo já existentes, entre outras coisas. O Plano Diretor de Ordenamento Territorial busca alcançar um conjunto de objetivos: olá! eu sou a Maria Teresa! sou moradora de Teresina e fiquei sabendo que a minha cidade vai ter um novo plano diretor. queria entender melhor o que é este plano... garantir a função social da cidade e da propriedade garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos habitantes de Teresina proporcionar uma cidade que cresça de modo sustentável. OBJETIVOS DO PLANO DIRETOR DE TERESINA CARTILHA ILUSTRADA DO PLANO DIRETOR DE TERESINA elaborada a partir da Minuta do PDOT de setembro/2019 Prefeito Firmino da Silveira Soares Filho Secretário Municipal de Planejamento e Coordenação José João de Magalhães Braga Júnior Secretária Executiva de Planejamento Urbano Jhamille Wellenn Almeida Vasconcelos Cardoso Vice-prefeito Luiz de Sousa Santos Júnior 2019 Apoio técnico WRI Brasil Projeto gráfico versa urbanismo, paisagismo e arquitetura estratégias as ações para atingir os objetivos as regras que vão moldar a cidadenormativas PLANO DIRETO R PROPRIEDADE SEM FUNÇÃO SOCIAL interesses particulares PROPRIEDADE CUMPRE FUNÇÃO SOCIAL interesses coletivos compartilhados hm, entendi! quer dizer que precisamos pensar não apenas em nós, mas no interesse de todos moradores da cidade atual e de toda população futura! não entendi! o que significa função social e crescimento sustentável? As estratégias são maneiras de chegar aos objetivos definidos. Por exemplo, para que o objetivo de garantir o bem-estar dos moradores da cidade seja alcançado, existe a estratégia de proporcionar Qualidade do Ambiente, que por sua vez lista uma série de atitudes (chamadas diretrizes) que vão ajudar a concretizar este desejo por qualidade de vida: preservar os rios, plantar árvores nas cal- çadas, prever parques e praças para momentos de lazer, etc. As normativas são regras que vão moldar e definir a forma física da cidade, também buscando atender aos objetivos definidos anteriormente. Ou seja, por meio destas regras é que vamos ter como resultado a quantidade e altura dos prédios permitidos em cada área, o uso permitido em cada região da cidade, os locais da cidade onde serão previstas habitações populares, quais são as principais avenidas e quais ruas devem permanecer tranquilas, etc. As normativas definem as zonas da cidade, cada uma com suas regras específicas. Como o Plano Diretor garante isso? Para que estes objetivos sejam alcançados, o plano diretor possui dois grandes grupos de ideias: as estratégias e as normativas. Crescimento sustentável Para crescer de forma sustentável, a cidade deve ser capaz de se desenvolver economicamente, proporcionando melhor qualidade de vida para todos, sem esgotar os recursos da natureza que são necessários para a vida humana (como água, ar puro, vegetação, etc.). Utilizando esses recursos de maneira eficiente, é possível que eles se renovem para que as gerações futuras também possam usufruir deles. Função social da propriedade Todo cidadão brasileiro tem direito à propriedade, mas ela deve atender ao que chamamos de “função social”. Isto é, o terreno ou edificação deve servir aos interesses da cidade como um todo, e não apenas do seu proprietário. Uma propriedade cumpre com a sua função social quando possui um uso compatível com o que prevê o Plano Diretor da sua cidade, ou seja, que sirva para moradia, comércio, serviço, indústria, produção de alimentos, etc. Um imóvel não está cumprindo com sua função social quando está abandonado, não utilizado ou subutilizado (por exemplo, quando alguém tem um terreno em uma área com infraestrutura e não o utiliza esperando valorizar para vender - o que chamamos de especulação imobiliária). 3 RECONFIGURAÇÃO E APROPRIAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS diversidade direito à arte direito às tradições preservação do patrimonio valorização dos rios combate às enchentes arborização nas ruas integração e mobilidade agricultura orgânica turismo rural QUALIDADE DO AMBIENTE SUSTENTABILIDADE DO TERRITÓRIO RURAL mistura de usos densidade adequada controle da dispersão urbana priorização do transporte coletivo espaços públicos atrativos e acessíveis a todos diversidade preservação do patrimônio direito à arte direito às tradições valorização dos rios integração agricultura orgânica turismo rural combate às enchentes arborização nas ruas esfera pública como local democrático interação social mobilidade a pé e por bicicleta ESTRATÉGIAS As estratégias do plano diretor, como explicamos antes, são os métodos que a cidade vai adotar para alcançar os objetivos. No plano diretor de Teresina, temos dois tipos de estratégias: Estratégias Territoriais Buscam definir qual a forma física que a cidade deve ter. Assim como pessoas diferentes têm formas físicas diferentes, as cidades também têm. Por meio do Plano Diretor, podemos escolher se queremos cidades mais espalhadas, mais compactas, mais altas, mais baixas, etc. O plano diretor busca pensar no modelo com melhor “custo-benefício”, tentando conciliar os desejos de todos os cidadãos. As estratégias territoriais são: Estratégias de Desenvolvimento Sustentável e Gestão São as estratégias que propõem como a cidade deve ser cuidada pelo seu governo e pelos seus cidadãos. As estratégias de desenvolvimento sustentável e gestão são: 1 2 3CIDADE COMPACTA, COORDENADA E CONECTADA MOBILIDADE URBANA INTERMODAL APROPRIAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS 2029 Gestão, acompanhamento e controle do planejamento urbano -planejamento urbano democrático e participativo -planejamento urbano como processo contínuo e transparente Desenvolvimento sustentável -desenvolvimento econômico inclusivo desenvolvimento econômico inclusivo planejamento urbano democrático e participativo -planejamento urbano como processo contínuo e transparente 2029 Gestão, acompanhamento e controle do planejamento urbano -planejamento urbano democrático e participativo -planejamento urbano como processo contínuo e transparente Desenvolvimento sustentável -desenvolvimento econômico inclusivo desenvolvimento econômico inclusivo planejamento urbano democrático e participativo -planejamento urbano como processo contínuo e transparente 2029 Gestão, acompanhamento e controle do planejamento urbano -planejamento urbano democrático e participativo -planejamento urbano como processo contínuo e transparente Desenvolvimento sustentável -desenvolvimento econômico inclusivo desenvolvimento econômico inclusivo planejamento urbano democrático e participativo -planejamento urbano como processo contínuo e transparente DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO INCLUSIVO PLANEJAMENTO URBANO DEMOCRÁTICO E PARTICIPATIVO PROCESSO CONTÍNUO E TRANSPARENTE* * * temos que ficar de olho! 4 300m 300m então em uma cidade compacta eu possofazer tudo a pé, de ônibus, pertinho... RECONFIGURAÇÃO E APROPRIAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS diversidade direito à arte direito às tradições preservação do patrimonio valorização dos rios combate às enchentes arborização nas ruas integração e mobilidade agricultura orgânica turismo rural QUALIDADE DO AMBIENTE SUSTENTABILIDADE DO TERRITÓRIO RURAL mistura de usos densidade adequada controle da dispersão urbana priorização do transporte coletivo espaços públicos atrativos e acessíveis a todos diversidade preservação do patrimônio direito à arte direito às tradições valorização dos rios integração agricultura orgânica turismo rural combate às enchentes arborização nas ruas esfera pública como local democrático interação social mobilidade a pé e por bicicleta 4 65PATRIMÔNIO CULTURAL PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE NATURAL ÁREA RURAL SUSTENTÁVEL *O modelo DOTS é uma estratégia que busca integrar o transporte público às demais regras e usos da cidade. Este modelo é aplicado em várias cidades do mundo, e o Plano Diretor de Teresina também está usando. A ideia é deixar a cidade mais compacta, conectada e coordenada: integrando diferentes tipos de transporte e também diminuindo a necessidade de deslocamentos. Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável gr an de s co m ér ci o ou se rv iç os , c om o su pe rm er ca do , es co la s, h os pi ta is , e tc AT IV ID AD ES Â NC OR A fe ch am en to d o te rr en o em vi dr o, g ra de o u m at er ia l q ue pe rm it a a vi sã o PE RM EA BI LI DA DE V IS UA L ed ifí ci os q ue te nh am r es id ên ci as , co m ér ci o, s er vi ço s EM PR EE ND IM EN TO M IS TO an da r té rr eo a be rt o co m ac es so p úb lic o FR UI ÇÃ O PÚ BL IC A fr en te d o ed ifí ci o co m co m ér ci o ou s er vi ço , c ri an do in te gr aç ão c om a r ua FA CH AD A AT IV A re si dê nc ia s pr óx im as a o tr an sp or te US O HA BI TA CI ON AL Para isto, o Plano Diretor vai indicar quais são as principais avenidas da cidade, para que nelas se instalem os corredores exclusivos para ônibus. Em uma distância de até 300m para cada lado dessas grandes avenidas, deverão ser implementadas algumas características: ÁR EA C EN TRA L FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE E DA CIDADE RESILIÊNCIA AMBIENTAL CIDADE SUSTENTÁVEL REDUÇÃO DE EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA MODELO DE ORDENAMENTO TERRITORIAL MACROZONEAMENTO Como em cada município existem áreas com características diferentes, o Plano Diretor criou um Modelo de Ordenamento Territorial que divide Teresina em áreas que apresentam semelhanças entre si, para que compartilhem princípios e visões estratégicas de desenvolvimento. O modelo de ordenamento territorial tem como objetivo promover: MACROZONA DE DESENVOLVIMENTO área da cidade mais ocupada e consolidada, com transporte público, saneamento, etc., onde a prioridade é qualificar o espaço público e densificar MACROZONA DE OCUPAÇÃO MODERADA área residencial que ainda tem alguns problemas que devem ser solucionados com ações (como complementação da infraestrutura) MACROZONA DE INTERESSE AMBIENTAL área em que podem acontecer alagamentos e inundações, tem prioridade para receber investimentos em infraestrutura de drenagem, sendo desincentivada a sua ocupação e aumento da população MACROZONA DE OCUPAÇÃO CONDICIONADA já que essa parte da cidade ainda não foi desenvolvida, a ideia é manter pouca gente morando lá, para que ela sirva como uma área de crescimento no futuro, só depois da Macrozona de Ocupação Moderada na macrozona de desenvolvimento será aplicado o modelo DOTS! Para começar a colocar os objetivos em prática, o Plano Diretor subdividiu o território municipal em área urbana, onde mora mais gente, tem mais infraestrutura, comércio e serviços, e em área rural, onde as pessoas costumam morar mais longe umas das outras, acontece produção rural e se localizam as as áreas de preservação, ou seja, grandes áreas verdes. No futuro, a Prefeitura Municipal de Teresina vai fazer um plano só pra área rural, levando em consideração o que está escrito no Plano Diretor para desenvolver um Modelo Territorial Rural (MTR). Por enquanto, já está bem detalhado o que vai acontecer no Modelo Territorial Urbano (MTU). 6 ÁR EA CE NTRAL ZONEAMENTO O Macrozoneamento Territorial Urbano leva em consideração a complexidade das características da área urbana. Por isso, ele divide o território do município em quatro macrozonas, onde são aplicadas as estratégias do Plano Diretor. Essas macrozonas foram subdivididas em partes ainda menores chamadas zonas. Nas zonas são definidas as normativas, que levam em consideração a macrozona da qual fazem parte e o contexto existente, ou seja, o que já existe por lá. ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL (ZEIS) áreas que podem ser usadas como instrumentos para produção de Habitação de Interesse Social Sustentável ou Regularização Fundiária Urbana de Interesse Social ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE CULTURAL (ZEIC) espaços em que a paisagem cultural se destaca como patrimônio, devendo ser valorizada e preservada ZONAS ESPECIAIS PARA PLANO ESPECÍFICO DE URBANIZAÇÃO (PEU) áreas designadas para acolher Planos Específicos de Urbanização (PEU), como a atual área do aeroporto e as as áreas beneficiadas pelos projetos estruturantes estratégias macrozoneamento normativas zoneamento PLANO DIRETO R ZONAS ESPECIAIS DE USO SUSTENTÁVEL (ZEUS) E ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) áreas com características ambientais muito relevantes que só poderão ser usadas caso a lei permita e desde que sejam conservadas e preservadas ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE INSTITUCIONAL (ZEII) áreas que têm edificações que se destacam por serem públicas ou por serem referência para a população, como centros de educação e administração municipal Algumas dessas zonas são chamadas de Zonas Especiais porque são partes do território que têm algumas características particulares, como qualidades culturais e/ou ambientais, existência ou previsão de áreas para a moradia das famílias de baixa renda e até mesmo um papel específico na estrutura urbana. O Plano Diretor definiu cinco Zonas Especiais: macrozonas zonasmunicípio são aplicadas no são aplicadas no ah, então é assim que se divide o território pra aplicar as estratégias! e como é que a gente vê isso na prática? 7 ESTRUTURAÇÃO DO TERRITÓRIO Na prática, para implementar o modelo de desenvolvimento do território de Teresina, o Plano Diretor também cria normas para os elementos que estruturam o município: traçado viário, alinhamento predial e parcelamento do solo. desenho das vias, com hierar- quia levando em consideração sua função, capacidade de tráfego e contexto urbano TRAÇADO VIÁRIO ALINHAMENTO PREDIALPARCELAMENTO DO SOLO limite entre a calçada e os terrenos divisão de uma área em partes menores (lotes ou terrenos) nossa, não sabia que até o tamanho de uma rua tem a ver com os objetivos da cidade toda... Em Teresina, as ruas são classi- ficas como vias de trânsito rápi- do, vias arteriais, vias coletoras e vias locais. Essas vias podem ter diferentes configurações em função do contexto urba- no (vizinhança) do seu entorno. Essa classificação é o que indica qual tipo de infraestrutura de transporte vai existir naquela rua, como corredor de ônibus, ciclovia, calçadas largas, etc. Isso vai ser melhor explicado no Plano de Mobilidade, que ainda vai ser revisado. O Plano Diretor define que o parcelamento para uso urba- no só pode ser feito em Área Urbana ou Área de Urbaniza- ção Específica. Já na área rural, o parcelamento deve seguir o módulo rural ou a parcela mí- nima, seguindo a lei federal vi- gente. Essas normas são aplicadas de forma diferente em cada regiãoda cidade, gerando lugares com características diversas entre si, como ruas de bairros, ruas principais e grandes avenidas. Os exemplos abaixo mostram estas variações e como o mesmo tipo de rua também muda de acordo com o que já existe ao seu redor: VIA LOCAL rua de bairro via de centralidade via de conexão de centralidade rua principal de bairroVIA COLETORA VIA ARTERIAL viu? ruas com a mesma categoria de hierarquia podem ser diferentes, dependendo da vizinhança 1,5 { } # x = m² % Σ x1,5x1,5 12,5%12,5% 25%25% 50%50% 1,51,5 1,51,5 1,51,5 1,5 { } # x = m² % Σ x1,5x1,5 12,5%12,5% 25%25% 50%50% 1,51,5 1,51,5 1,51,5 1,5 { } # x = m² % Σ x1,5x1,5 12,5%12,5% 25%25% 50%50% 1,51,5 1,51,5 1,51,5 e se eu tiver um terreno, como posso contruir nele? alguém explica? USO E OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO O uso e a ocupação do solo definem o tipo de atividade que um lote pode ter e a forma como ele pode ser edificado, contribuindo com a forma física (mais densa, mais baixa, mais alta) e a animação de seu quarteirão, bairro e cidade. Esse regramento é muito importante para potencializar ou alterar as características de uma determinada área conforme o que foi definido para a macrozona em que ela está inserida, levando em consideração as condições locais e evitando conflito com o entorno. Para orientar a ocupação do solo proporcionando conforto ambiental e aprimorando a qualidade do desenho urbano da cidade, foram estipulados instrumentos reguladores, que se aplicam às zonas da cidade. Antes de construir, você deve verificar em qual zona seu terreno está localizado e quais parâmetros e instrumentos se aplicam a ele. valor multiplicado pela área total do lote para definir a área que pode ser construída. o IA básico de Teresina é igual a 1,5 Índice de Aproveitamento (IA) proporção de terreno que pode ser ocupada com a edificação Taxa de Ocupação (TO) medida vertical máxima permitida entre o ponto mais alto do terreno e o topo da edificação Altura máxima alguns tipos de edificação precisam ter vagas de estacionamento Exigência de estacionamento distância que deve ser mantida sem construções entre o limite do lote e o começo da edificação Recuos As novas construções urbanas deverão ser pensadas para auxiliar na absorção de água da chuva, diminuindo os alagamentos MANEJO SUSTENTÁVEL DAS ÁGUAS PLUVIAIS proporção do terreno que deve permitir a absorção da água no solo, de preferência com vegetação Taxa de permeabilidade As novas construções urbanas deverão ser pensadas para auxiliar na absorção de água da chuva, diminuindo os alagamentos MANEJO SUSTENTÁVEL DAS ÁGUAS PLUVIAIS O surgimento de cidades provoca mudanças no solo, que fica com dificuldade de absorver a água da chuva por causa da diminuição das áreas verdes e da impermeabilização causada pela construção das ruas, dos telhados, dos pisos, etc. Por isso, quando acontecem chuvas mais fortes e a cidade não está preparada, pode haver alagamentos nas ruas e a água pode até entrar nas casas. área construída IMPERMEABILIZAÇÃO E ESCOAMENTO SUPERFICIAL área verde ABSORÇÃO E INFILTRAÇÃO 9 ah, então quer dizer que essas são nossas ferramentas! $ $ $ $ $ $ $ IA BÁSICO = 1,5 IA ADQUIRIDO FUNDO MUNICIPAL INVESTIMENTOS EM EQUIPAMENTOS PÚBLICOS, TRANSPORTE, HABITAÇÃO INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA Os instrumentos urbanísticos são ferramentas que podem ser utilizadas em áreas específicas da cidade para executar os princípios e objetivos do Plano Diretor, com finalidade de: Garantir o cumprimento da função social da propriedade; Promover a parceria entre os agentes público e privado; Viabilizar o interesse social no território; Assegurar a preservação do patrimônio ambiental e cultural no território. Os instrumentos do Plano Diretor são: OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR E DE ALTERAÇÃO DE USO Esse instrumento é uma permissão via pagamento para quando se quer alterar o tipo de atividade permitida para uma determinada área ou quando se quer construir acima do Índice de Aproveitamento (IA) básico de 1,5, que vale para toda a área urbana. Isso quer dizer que todos os proprietários podem construir edificações com área equivalente a 1,5 vezes a área do terreno, já que eles têm o direito de propriedade. Se alguém quiser construir a mais do que isso, é necessário pagar pela área adicional, ou seja, pagar pelo direito de construir - que pertence à coletividade. Esse dinheiro vai para um fundo municipal, que pode ser usado para financiar melhorias urbanas como habitação de interesse social, transporte público e áreas verdes. eita! como assim pagar “outorga”? vou receber um boleto na minha casa?! é um imposto? A outorga NÃO É UM IMPOSTO, mas uma contrapartida só para quem quer construir acima do permitido pelo IA básico. Ela só é cobrada quando se aprova um projeto novo. Não, Maria Teresa,não se preocupe! 10 }I.A.MÍNIMO PR IOR IDAD E DA PREFEITURA $ $ $ PREFEITURAPREFEITURA U S O CE DE O US O $ $ $ $ $ TEMPO DESAPROPRIAÇÃO IPTU OU TR ANS FERE A POSSE NÃO EDIFICADO UTILIZAR / HABITAR SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO !2 ANOS 1 ANO + APRESENTAR PROJETO INICIAR OBRAS NÃO EDIFICADO / SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO 1 ANO UTILIZAR HABITAR X1 2 3 4 5 PARCELAR E / OU EDIFICAR }I.A.MÍNIMO PR IOR IDAD E DA PREFEITURA $ $ $ PREFEITURAPREFEITURA U S O CE DE O US O $ $ $ $ $ TEMPO DESAPROPRIAÇÃO IPTU OU TR ANS FERE A POSSE NÃO EDIFICADO UTILIZAR / HABITAR SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO !2 ANOS 1 ANO + APRESENTAR PROJETO INICIAR OBRAS NÃO EDIFICADO / SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO 1 ANO UTILIZAR HABITAR X1 2 3 4 5 PARCELAR E / OU EDIFICAR }I.A.MÍNIMO PR IOR IDAD E DA PREFEITURA $ $ $ PREFEITURAPREFEITURA U S O CE DE O US O $ $ $ $ $ TEMPO DESAPROPRIAÇÃO IPTU OU TR ANS FERE A POSSE NÃO EDIFICADO UTILIZAR / HABITAR SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO !2 ANOS 1 ANO + APRESENTAR PROJETO INICIAR OBRAS NÃO EDIFICADO / SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO 1 ANO UTILIZAR HABITAR X1 2 3 4 5 PARCELAR E / OU EDIFICAR }I.A.MÍNIMO PR IOR IDAD E DA PREFEITURA $ $ $ PREFEITURAPREFEITURA U S O CE DE O US O $ $ $ $ $ TEMPO DESAPROPRIAÇÃO IPTU OU TR ANS FERE A POSSE NÃO EDIFICADO UTILIZAR / HABITAR SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO !2 ANOS 1 ANO + APRESENTAR PROJETO INICIAR OBRAS NÃO EDIFICADO / SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO 1 ANO UTILIZAR HABITAR X1 2 3 4 5 PARCELAR E / OU EDIFICAR O Executivo Municipal poderá autorizar o proprietário de imóvel urbano, privado ou público, a exercer em outro local ou transferir a outra pessoa o direito de construir previsto no plano diretor. Isso pode acontecer quando o imóvel for de interesse público, como no caso de preservação de imóveis históricos, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social. TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR O município poderá oferecer ao proprietário de imóvel sem uso ou que está passando por regularização fundiária a possibilidade de consórcio imobiliário como forma de viabilizar financeiramente a obra ou o parcelamento. Nesses casos, o proprietário transfere o seu imóvel ao município e recebe em troca, por exemplo, um apartamento (para casos de edificação) ou um lote (para casos de parcelamento). CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS, IPTU PROGRESSIVO E DESAPROPRIAÇÃO Os imóveis não edificados, subutilizados e não utilizados são sujeitos ao parcelamento, edificação e utilização compulsórios (obrigatórios) com o objetivo de evitar a especulação imobiliária e incentivar o cumprimento da sua função social. Os proprietários de imóveis nessas condições têm prazos fixos para cumprir a lei. Caso não façam isso, o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) será cobrado de modo progressivo no tempo, ou seja, ficará cada vez mais caro. Se ao final de cinco anos de cobrança do IPTU progressivo o proprietárioainda não tiver tomado as atitudes necessárias, o imóvel poderá ser desapropriado, ou seja, perderá o imóvel e será pago com títulos da dívida pública. por mais que pareça complicado, o “parcelamento, edificação ou utilização, IPTU progressivo e desapropriação” e o “consórcio imobiliário” nada mais são do que duas maneiras diferentes de evitar que um terreno ou prédio permaneça vazio (não exercendo seu papel social, lembra?) 11 }I.A.MÍNIMO PR IOR IDAD E DA PREFEITURA $ $ $ PREFEITURAPREFEITURA U S O CE DE O US O $ $ $ $ $ TEMPO DESAPROPRIAÇÃO IPTU OU TR ANS FERE A POSSE NÃO EDIFICADO UTILIZAR / HABITAR SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO !2 ANOS 1 ANO + APRESENTAR PROJETO INICIAR OBRAS NÃO EDIFICADO / SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO 1 ANO UTILIZAR HABITAR X1 2 3 4 5 PARCELAR E / OU EDIFICAR O Poder Público municipal tem preferência na compra de um imóvel urbano privado que esteja à venda quando necessitar de áreas para cumprir objetivos como regularização fundiária e proteção de áreas ambientais. DIREITO DE PREEMPÇÃO }I.A.MÍNIMO PR IOR IDAD E DA PREFEITURA $ $ $ PREFEITURAPREFEITURA U S O CE DE O US O $ $ $ $ $ TEMPO DESAPROPRIAÇÃO IPTU OU TR ANS FERE A POSSE NÃO EDIFICADO UTILIZAR / HABITAR SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO !2 ANOS 1 ANO + APRESENTAR PROJETO INICIAR OBRAS NÃO EDIFICADO / SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO 1 ANO UTILIZAR HABITAR X1 2 3 4 5 PARCELAR E / OU EDIFICAR O proprietário pode passar a outros o direito de utilizar seu terreno, incluindo solo, subsolo ou espaço aéreo. Essa concessão pode ser por tempo determinado ou indeterminado, gratuita ou onerosa, ou seja, com pagamento. DIREITO DE SUPERFÍCIE PLANO ESPECÍFICO DE URBANIZAÇÃO (PEU) }I.A.MÍNIMO PR IOR IDAD E DA PREFEITURA $ $ $ PREFEITURAPREFEITURA U S O CE DE O US O $ $ $ $ $ TEMPO DESAPROPRIAÇÃO IPTU OU TR ANS FERE A POSSE NÃO EDIFICADO UTILIZAR / HABITAR SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO !2 ANOS 1 ANO + APRESENTAR PROJETO INICIAR OBRAS NÃO EDIFICADO / SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO 1 ANO UTILIZAR HABITAR X1 2 3 4 5 PARCELAR E / OU EDIFICAR Esse instrumento tem o objetivo de valorizar as características locais de áreas estratégicas da Área Urbana, com possibilidade de definir novas regras de uso e ocupação do solo para áreas específicas e estabelecer parcerias público-privadas. }I.A.MÍNIMO PR IOR IDAD E DA PREFEITURA $ $ $ PREFEITURAPREFEITURA U S O CE DE O US O $ $ $ $ $ TEMPO DESAPROPRIAÇÃO IPTU OU TR ANS FERE A POSSE NÃO EDIFICADO UTILIZAR / HABITAR SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO !2 ANOS 1 ANO + APRESENTAR PROJETO INICIAR OBRAS NÃO EDIFICADO / SUBUTILIZADO NÃO UTILIZADO 1 ANO UTILIZAR HABITAR X1 2 3 4 5 PARCELAR E / OU EDIFICAR É um conjunto de interven- ções e medidas coordenadas pelo Poder Público municipal, com a participação dos pro- prietários, moradores, usuá- rios permanentes e investido- res privados, com o objetivo de alcançar transformações urbanísticas estruturais, me- lhorias sociais e a valorização ambiental em uma área. OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA (OUC) tanto a PEU quando a OUC entendem que existem áreas especiais da cidade onde as “regras do jogo” podem mudar, para implementar melhorias ou fazer projetos que não estavam previstos se o município quiser construir por exemplo uma praça ou uma creche em uma área que não tem nenhum espaço livre, ele pode usar o direito de preempção pra ter preferência de compra quando um proprietário de lá quiser vender o seu terreno 12 SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DISPOSIÇÕES FINAIS ODS ODSODS De nada serve elaborar um Plano Diretor que fique apenas no papel: é preciso que ele seja colocado em prática de maneira fiel e eficaz, seguindo os princípios e objetivos estabelecidos. Para isso, é importante que sejam criados dispositivos de monitoramento e participação popular que constantemente acompanhem os resultados, promovendo debates participativos, articulando os temas de desenvolvimento do território e exigindo transparência e agilidade nos processos de licenciamento. Todos os cidadãos precisam participar! O Sistema de Acompanhamento e Controle é composto por três estruturas e um cadastro: CONSELHO DA CIDADE e suas câmaras técnicas: coordenador da instância participativa, decide sobre projetos importantes e norteia o cumprimento do plano multidisciplinar: órgão executivo que dá diretrizes e analisa projetos estruturais COMISSÃO TÉCNICA OBSERVATÓRIO CADASTRO MUNICIPAL da Agenda 2030 de Teresina: instrumento de gestão cidadã que visa dar transparência aos atos públicos multifinalitário: Principal ferramenta de monitoramento, inventário territorial do município. ODS A partir da aprovação da lei, a prefeitura tem o prazo de 180 dias para constituir a câmara técnica do Conselho da Cidade e fazer o Plano Diretor entrar em vigor, entre outras ações. Depois de 10 anos, a lei do Plano Diretor deve ser revista novamente. agora temos todos que buscar participar das audiências, do conselho da cidade e ver a lei completa! essa cartilha me ajudou a entender melhor o que é e pra que serve o Plano Diretor e também acompanhar e cobrar que o plano seja cumprido!
Compartilhar