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Partes e procuradores - Direito Processual do Trabalho - 2020 1

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Yasmim Martins de Magalhães – Direito Processual do Trabalho – 2020.1.1 
1 
 
 
AULA 06 
 
 
Partes e Procuradores. Partes: capacidade para ser parte; capacidade postulatória – jus postulandi; 
representação por advogado; assistência judiciária; representação e assistência; litisconsórcio. 
Substituição processual. Sucessão processual. 
 
1. SUJEITOS DO PROCESSO E SUJEITOS DA LIDE 
 
A expressão “sujeitos do processo” possui significado mais abrangente do que a expressão 
“sujeitos da lide ou da demanda”. 
 
Os sujeitos da lide são os titulares da relação de direito material que figuram como partes no 
conflito de interesse deduzido em juízo. Neste sentido todos que participam do contraditório são 
sujeitos da lide. Nem sempre coincidem sujeitos da lide com sujeitos do processo. No caso de 
substituição processual, por exemplo, o substituto é sujeito do processo (e da ação) e o trabalhador 
substituído processualmente é o sujeito do direito material (ou da lide). 
 
Há, no entanto, outras pessoas que também atuam no processo, praticando atos processuais, 
mas não tem qualquer interesse (jurídico) na lida. São os auxiliares do juízo, que podem ser 
permanentes (p. ex.: distribuidor, secretário de audiência, oficial de justiça), eventuais (p. ex.: peritos, 
tradutores, intérpretes e outros) e terceiros (p. ex.: testemunhas, licitantes, outros). 
 
2. PARTES 
 
Partes são o autor e o réu, aqueles que têm interesse jurídico no resultado da lide. São também 
partes os terceiros intervenientes. 
 
O Autor chama-se RECLAMANTE e o réu RECLAMADO. Já nos dissídios coletivos, suscitante 
(geralmente, o sindicato da categoria profissional) e suscitado (sindicato patronal ou empresa). No 
inquérito judicial para apuração de falta grave, autor (empregador) é chamado requerente e o réu 
(empregado), requerido. Nos recursos trabalhistas, são recorrente e recorrido, agravante e agravado, 
embargante e embargado. 
 
3. LITISCONSÓRCIO 
 
A pluralidade de pessoas no pólo ativo ou no pólo passivo da relação processual, ou em ambos. 
Tal fenômeno do litisconsórcio, que é a cumulação de lides que se ligam no plano subjetivo. 
 
É preciso lembrar que não se aplica, no processo do trabalho, o prazo em dobro para os 
litisconsortes com procuradores distintos, tal como previsto no artigo 191 do CPC, conforme OJ nº 
310 da SBDI-1 do TST. 
 
3.1. Espécies de Litisconsórcio 
Pode ser ativo, passivo ou misto, dependendo da posição dos litisconsortes (CPC, art. 46, caput). 
Outra classificação se refere ao momento de sua formação: Litisconsórcio inicial, quando 
indicado, 
desde logo, na petição inicial, ou litisconsórcio ulterior, que se forma no decorrer do 
prosseguimento do 
processo. Ambas hipóteses são permitidas pelo artigo 842 da CLT. 
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Processual do Trabalho – 2020.1.1 
2 
 
 
 
Também poderá ser classificado segundo a obrigatoriedade ou não de sua formação. Neste caso 
haverá o litisconsórcio facultativo e o necessário, conforme artigo 47 do CPC. 
 
Tratando-se de litisconsórcio necessário passivo, o Juiz deverá ordenar que o autor, no prazo 
que determinar, promova a notificação de todos os litisconsortes passivos, sob pena de extinção do 
processo (art. 267, IV c/c art. 47 da Lei de Ritos). Todavia, estando “ausente litisconsórcio necessário 
ativo, tem o juiz o dever de determinar a sua citação de ofício. 
 
Finalmente, o litisconsórcio pode ser classificado quanto à exigência ou não da uniformidade da 
decisão a ser proferida. Se a sentença tiver que ser uniforme para todos os litisconsortes, teremos o 
litisconsórcio unitário; não havendo tal uniformidade, estar-se-á diante de litisconsórcio simples. 
 
3.1.1. Litisconsórcio Ativo 
 
No artigo 842 da CLT há uma cumulação de lides que se ligam no plano subjetivo. É lícito aos 
empregados formar um litisconsórcio ativo facultativo (CPC, art. 45), fenômeno que ocorre com 
bastante freqüência e é intitulado “dissídio individual plúrimo” ou “reclamatória plúrima”. 
 
Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite com a ampliação da competência dada pela EC/45, não 
há o que se falar em litisconsórcio Ativo quando se tratar de demanda que não se discuta relação de 
emprego, dada a literalidade do art. 842 da CLT. 
 
O art. 46 §único do CPC determina que o magistrado pode, quando a lide tratar de 
litisconsórcio ativo facultativo, limitar o numero de autores quando houver comprometimento da 
rápida solução do litígio ou mesmo dificultar a elaboração da peça de defesa. 
 
3.1.2. Litisconsórcio passivo 
 
O litisconsórcio passivo é admitido no direito do trabalho, normalmente quanto o autor alega 
responsabilidade solidária ou responsabilidade subsidiária, conforme artigos 2º, § 2º, 455, ambos da 
CLT e súmula 331, IV do TST. Caberá, ainda, na hipótese de ação rescisória oriunda de demanda em 
que o sindicato atuou como substituto processual, conforme súmula 406 do TST. 
 
Vale lembrar o que a Súmula 128, III do TST prescreve: “Havendo condenação solidária de 
duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a 
empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide”. 
 
4. SUCESSÃO DAS PARTES 
 
4.1. Conceito: Trata-se de verdadeira hipótese de substituição das partes (Reclamante e/ou 
Reclamado) no curso do processo, assumindo assim a titularidade da ação. A sucessão pode ocorrer 
por ato inter vivos ou causa mortis. 
 
A sucessão processual da parte, quando esta é pessoa física, ocorre com a morte. Assim, 
falecendo empregado ou empregador durante o processo, serão substituídos pelo espólio, que é, 
segundo já vimos, representado pelo inventariante. Nestes casos, opera-se o incidente processual da 
habilitação, devendo o juiz determinar a suspensão do feito e proferir decisão (NCPC, arts. 313, I, 687 
e 692). 
 
É de se destacar, porém, que a morte do empregador pessoa física (ou constituído em empresa 
individual) não implica, necessariamente, a extinção do contrato de trabalho (CLT, art. 483, § 2º), mas, 
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se a morte ocorrer no curso do processo, deverá o juiz intimar o espólio, como sucessor da parte, que 
passará a ser representado pelo inventariante. Tratando-se de “pequenas heranças”, a Lei n. 6.858, de 
24 de novembro de 1980, permite que os “dependentes econômicos” do empregado falecido possam 
receber, por meio de alvará judicial, as suas respectivas cotas de salários, saldos salariais, férias, décimo 
terceiro salário, FGTS etc., relativas ao extinto contrato de trabalho, independentemente de inventário 
ou arrolamento. São dependentes para essa modalidade de sucessão processual os beneficiários do de 
cujus perante a Previdência Social (art. 16 da Lei n. 8.213/1991). 
 
Quando o empregador for pessoa jurídica, haverá sucessão processual nas hipóteses previstas 
nos arts. 10 e 448 da CLT(SUCESSAO DE EMPREGADORES). 
 
No que concerne à cessão de crédito trabalhista, o que implicaria sucessão (por sub-rogação) no 
polo ativo da demanda, o art. 100 da Consolidação dos Provimentos da Corregedoria-Geral da Justiça 
do Trabalho veda tal espécie de negócio jurídico entre empregado e terceiro que não figure como 
sujeito da lide. Todavia, com a ampliação da competência da Justiça do Trabalho (EC n. 45/2004), 
poderá haver cessão de créditos de natureza não trabalhista, isto é, entre demandantes não 
considerados empregados ou empregadores, razão pela qual o conceito de sucessão processual deverá 
ser ampliado, nos moldes do CPC, para permitir a sua aplicabilidade nas demandas oriundas das 
relações de trabalho distintas da relação de emprego. 
 
5. CAPACIDADE DE SER PARTE E CAPACIDADE PROCESSUAL 
 
5.1. Capacidade de ser parte – Todo ser humano tem capacidade para ser parte, tenha 
capacidade civil ou não e independentemente de sua idade ou condição psíquica ou mental. Trata-se 
de direito universal. As pessoas jurídicas também têm capacidadepara ser parte, além da massa falida, 
espólio, etc. 
 
5.2. Capacidade processual – A capacidade de estar em juízo, é outorgada pelo direito 
positivo às pessoas que possuem a capacidade civil (art. 7º do CPC). Trata-se da faculdade que tem a 
pessoa de praticar todos os atos da vida civil e de administrar os seus bens. Os absolutamente 
incapazes (art. 3º, CC e art. 8º do CPC) tem capacidade de ser parte, mas não tem capacidade 
processual. 
 
No direito do trabalho a capacidade civil plena dos empregados dá-se aos 18 anos, conforme 
artigo 402 da CLT. Logo os menores de 18 anos tem capacidade de ser parte no processo, mas não 
tem capacidade processual, sendo, para tanto representado (com menos de 16 anos) ou assistido (mais 
de 16 anos e menos de 18 anos). 
 
TODA PESSOA QUE POSSUI CAPACIDADE CIVIL PLENA POSSUI CAPACIDADE 
PROCESSUAL. 
 
5.3. Capacidade postulatória – Também conhecida como jus postulandi, é a capacidade para 
postular em juízo. Trata-se de autorização reconhecida a alguém pelo ordenamento jurídico para 
praticar atos processuais – Art. 791 da CLT. 
 
No âmbito do direito do trabalho a capacidade postulatória é facultada diretamente aos 
empregados e aos empregadores no termos do art. 791 da CLT, cuja aplicabilidade foi mantida pelo 
STF, através da ADI nº 1.127-8 proposta pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros). 
 
Sobre o tema vale observar a súmula 425 do TST, dispondo que o jus postulandi somente pode 
ser exercido no âmbito da Justiça do Trabalho, havendo a necessidade da contratação de advogado 
particular para a interposição de recurso extraordinário. Haverá ainda, a teor da súmula, a contratação 
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de advogado para a propositura de ação rescisória, ação cautelar, mandado de segurança e recursos de 
competência originária do TST. 
 
6. Assédio Processual 
 
Figura nova que vem sendo reconhecida pela doutrina é o assédio processual. Trata-se de um 
desdobramento do assédio moral, instituto de direito material, que pode assumir contornos próprios 
nos sítios do direito processual, civil ou trabalhista. 
 
Ressaltam Irany Ferrari e Melchíades Rodrigues Martins que a relação entre assédio processual e 
assédio moral: é porque os elementos componentes deste último se assemelham àqueles, em virtude 
da sua ocorrência pelas práticas reiteradas de atos que visam a retardar o desfecho do processo, como 
a criação de incidentes no curso do processo, reiteração de atos que sabidamente seriam inócuos para 
mudar a situação do processo e outras hipóteses que indicam a sua ocorrência. 
 
Nilton Rangel Barretto e Jaime Hillesheim conceituam assédio processual como “o conjunto de 
práticas reprováveis de uma das partes do processo, observadas ao longo do seu desenrolar, que 
aterrorizando, desgastando, desestimulando e humilhando a parte adversa, visam tumultuar e protelar 
o feito”. 
 
Vê-se, pois, que o assédio processual caracteriza-se pela reiteração de atos praticados por uma 
parte com o intuito de humilhar ou desestimular a outra, mediante utilização de artifícios 
aparentemente válidos, mas que visam, de forma dissimulada, à obtenção de vantagem de ordem 
processual, o que, não raro, implica vantagens de ordem econômica para quem pratica o assédio 
processual. 
 
Se o processo é instrumento ético de composição de conflitos e se o juiz tem o dever de zelar 
pela boa administração da justiça, observando os princípios que sustentam o Estado Democrático de 
Direito (CF, art. 1º), como a dignidade da pessoa humana e a cidadania, e norteiam os atos da 
Administração Pública (CF, art. 37), como a moralidade e a eficiência, cremos ser factível o 
reconhecimento do assédio processual na Justiça do Trabalho, máxime se considerarmos a 
possibilidade de aplicação das normas fundamentais que alicerçam a reparabilidade de danos por 
assédio moral (CF, art. 5º, V e X), bem como as previstas no plano infraconstitucional (CC, arts. 186, 
187 e 927). 
 
O assédio processual não se confunde com litigância de má-fé ou ato atentatório à dignidade da 
justiça, porque esses institutos estão expressamente previstos na legislação processual (NCPC, arts. 79, 
80, 81, 772, II, e 774) e são tipificados, em regra, por um ou alguns atos processuais previstos em lei; 
aquele “é conduta insidiosa, não prevista em lei, mas que tem por objetivo minar a resistência do 
litigante, atentando contra a sua dignidade, desencorajando-o a litigar”67. Além disso, as sanções para 
a litigância de má-fé ou ato atentatório à dignidade da justiça já estão expressamente previstas no 
NCPC (arts. 81, 311, I, e 774, parágrafo único), enquanto, no assédio processual, a fixação do valor de 
danos morais causados à vítima deve ser fixado pelo juiz, de ofício ou a requerimento, nos próprios 
autos, com base no juízo de equidade de ponderação, levando em conta a intensidade do assédio e 
seus efeitos negativos para a prestação jurisdicional, os danos sofridos pela vítima em sua honra, 
dignidade, intimidade, as condições socioeconômicas do assediador e do assediado, os fins 
pedagógicos e a compensação adequada da vítima. 
 
Eis alguns exemplos de assédio processual na esfera trabalhista: incidentes processuais 
reiterados do reclamado com o propósito de procrastinar o andamento do feito com o objetivo de 
pressionar o reclamante a celebrar acordo que lhe é altamente desvantajoso; recusa reiterada do 
reclamado em receber a notificação inicial em procedimento sumaríssimo (CLT, art. 852-B, II), 
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objetivando, maliciosamente, impedir o acesso do trabalhador à justiça; ajuizamento de diversas ações 
contra o mesmo empregador com o objetivo de dificultar, maliciosamente, o seu direito de ampla 
defesa68. 
 
Mauro Schiavi defende, inclusive, a possibilidade de assédio processual praticado pelo próprio 
magistrado, como nos casos em que este tenta abusiva e reiteradamente a conciliação sob a alegança 
intimidatória de que o processo vai demorar demais ou que há chances de o autor não receber nada 
ou de que a condenação vai “quebrar” a empresa. 
 
7. Jus postulandi e honorários advocatícios 
 
Na Justiça do Trabalho a regra geral sempre foi de que os honorários advocatícios somente 
seriam devidos na hipótese da súmula 219 do TST, ou seja, quando o empregado é assistido por 
sindicato (art. 14 da Lei 5.584/70). Tal entendimento foi reforçado pela súmula 329 do TST e OJ n. 
304 da SBDI-1. 
 
Com a reforma trabalhista foi incluído na CLT o art. 791-A estabelecendo a hipótese de 
recebimento de honorários advocatícios em favor do advogado que atue no processo, mesmo em 
causa própria ou em sede de reconvenção, estabelecendo o patamar mínimo de 5% e máximo de 15%. 
 
Ao atribuir o percentual o magistrado deverá analisar critérios objetivos específicos na lei – Art. 
791- A, §2º da CLT 
 
- Grau de Zelo do Profissional; 
- Lugar da Prestação do Serviço; 
- Natureza e Importância da Causa; 
- Trabalho Realizado Pelo Advogado e o Tempo Exigido para o seu Serviço; 
 
 
§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, 
vedada a compensação entre os honorários. (Incluído pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
 
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em 
outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência 
ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos 
subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de 
existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, 
passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. (Incluído pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
 
 
4. REPRESENTAÇÃO E ASSISTÊNCIA 
 
4.1. Representação das Pessoas Físicas 
 
Quenão tem capacidade civil será representado ou assistido por seus pais, tutores ou curadores, 
conforme determina a lei civil vigente. 
 
Se o incapaz não tiver representante legal, ou se os interesses daquele colidirem com os deste, o 
juiz dar-lhe-á curador especial (art. 72, I do CPC), o mesmo ocorrendo com a relação ao réu preso 
e o citado por edital, ou com hora certa (art. 72º, II, do CPC). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Processual do Trabalho – 2020.1.1 
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4.2. Representação do Empregado por Sindicato 
 
Segundo a regra do artigo 791 § 1º c/c artigo 513, a, da CLT os trabalhadores e os 
empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do respectivo sindicato representativo da 
categoria profissional ou econômica, independente de ser sócio ou não (art. 18 da lei 5584/70) 
 
4.3. Representação de empregado por outro empregado 
 
A redação do artigo 843, § 2º da CLT fala em representação de empregado por outro. 
Entretanto, a hipótese não é de representação. Na verdade o escopo da lei é apenas evitar o 
arquivamento da ação face a ausência do empregado, na medida em que quem comparece não poderá 
confessar, transigir, desistir da ação, por exemplo. Trata-se de um poder legal sui generis (singular). 
 
4.4. Representação na Reclamatória Plúrima e na Ação de Cumprimento 
 
Na hipótese do artigo 843 caput da CLT estamos diante de uma hipótese de litisconsórcio ativo e 
de substituição processual e não de representação. 
 
Na primeira que representa os trabalhadores é o advogado e não o sindicato e na audiência se 
admite o comparecimento de uma “comissão de trabalhadores” juntamente com o sindicato. 
 
Na ação de cumprimento, o sindicato atua como substituto processual em função de que atua 
em nome próprio, defendendo direitos alheios (individuais homogêneos), independentemente de 
autorização dos su bstituídos. 
 
5. Representação dos Empregados Menores e Incapazes 
 
5. 1. Empregados menores 
 
A regra do artigo 793 da CLT e o artigo 5º, § único, inciso V do C.C. devem ser interpretados 
em conjunto prevalecendo a seguinte regra: 
 
Entre 16 completos e 18 incompletos – Adquire capacidade plena para exercer todos os atos da 
vida civil, desde que tenha carteira de trabalho devidamente anotada e percebendo os direitos sociais 
trabalhistas correspondentes. Tem jus postulandi e pode contratar advogado para representá-lo. 
 
Menor de 16 anos – É incapaz para a prática de atos da vida civil. Logo será representado por 
quem detenha o poder familiar, ou na sua falta, sucessivamente, pelo MPT, pelo sindicato da 
correspondente categoria profissional, pelo MP Estadual ou curador nomeado pelo Juiz. 
 
5.2. Da Representação das Pessoas Jurídicas e outros entes sem personalidade 
 
Antes da Reforma: No caso do empregador Empresa é necessário que o preposto seja 
empregado da empresa exceto no caso de micro empresa ou pequeno empresário, conforme regra da 
Súmula 377 do TST e artigo 843 § único da CLT, exceção que se estende ao empregador doméstico. 
 
Após a Reforma: O preposto não precisa mais ser obrigatoriamente empregado da empresa, 
podendo a empresa, se quiser, ser representada por gerente ou outro empregado – Art. 791, §1 e §3 
da CLT 
 
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Processual do Trabalho – 2020.1.1 
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No caso de grupo econômico as empresas que a compõem podem ser representadas por um 
único diretor, que, por sua vez, poderá nomear um só preposto, para representar todo o grupo. 
 
Além das pessoas físicas e naturais existem as pessoas jurídicas de direito privado e público, cuja 
representação está disciplinada pelo artigo 12 do CPC. 
 
Quanto aos atos constitutivos não há um rigor excessivo quanto à necessidade de 
juntada dos atos constitutivos das pessoas jurídicas quando figurarem na relação processual 
como empregadores, conforme OJ número 255 da SDI-1 do TST. 
 
Entretanto, merece atenção especial a Súmula 456 do TST que trata da necessidade 
de observação de formalidade quanto a elaboração da procuração. 
 
No caso dos condomínios residenciais e comerciais a representação em juízo dos empregadores 
deve recair na pessoa do síndico eleito pelos condôminos. Tem sido admitida, porém, a representação 
dos condomínios pelo seu administrador, por aplicação analógica do artigo 12, IX da CPC. 
 
Tratando-se de empregador doméstico a representação poderá se dar por qualquer pessoa do 
núcleo familiar, desde que tenha capacidade de ser parte. 
 
5.3. Representação por Advogado 
 
Previsão legal: Art. 791, §1º da CLT. 
 
Procuração (mandato) poderá ser ad judicia (habilita o advogado para o foro em geral) ou ad 
judicia et extra (além do foro geral dá poderes de representação em quaisquer repartições oficiais). 
 
Mesmo sem procuração o advogado poderá propor ação a fim de se evitar decadência ou 
prescrição ou mesmo para a prática de atos considerados urgentes, tendo um prazo de 15 dias para 
regularizar sua representação podendo ser prorrogado por mais 15, mediante despacho do magistrado 
(art. 37 do CPC). 
 
A UNIÃO, ESTADOS E MUNICIPIOS, DISTRITO FEDERAL, SUAS 
AUTARQUIAS E 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS estão dispensadas da apresentação de procuração ou comprovação de ato 
de nomeação, bastando que o procurador declare ser exercente de cargo de procurador – SÚMULA 
436 do TST. 
 
5.3.1. Mandato Tácito ou Apud Acta 
 
O mandato tácito decorre de um conjunto de atos praticados pelo advogado em nome da parte 
ou da sua simples presença à audiência. Neste tipo de mandato o advogado não está autorizado a 
confessar, transigir, desistir, receber ou dar quitação ou mesmo substabelecer (OJ 200 da SDI-1 do 
TST c/c art. 38 do CPC). 
 
O mandato apud acta exurge pelo fato do nome do patrono constar na ata de audiência e tem as 
mesmas restrições do mandato tácito. 
 
5.3.2 Estagiário 
 
OJ 319 da SDI-1 do TST 
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Processual do Trabalho – 2020.1.1 
8 
 
 
 
6. Substituição Processual 
 
Nos domínios do processo do trabalho, o MPT está legitimado extraordinariamente 
(substituição processual) para a defesa coletiva dos interesses individuais homogêneos. 
 
No caso de interesses difusos e coletivos entende Carlos Henrique Bezerra Leite que não se 
trata de legitimidade extraordinária e sim de legitimação autônoma para a condução do processo. 
 
7 . Sucessão Processual 
 
A sucessão processual da parte, quando esta é pessoa física, ocorre com a morte. Falecendo 
empregador ou empregado durante o processo, serão substituídos pelo Espólio (através do 
inventariante), mediante o incidente processual da habilitação (conforme artigos 265, I, 1.055 e 1.062 
do CPC). 
 
Sendo o empregador pessoa jurídica haverá a sucessão trabalhista, conforme artigo 10 e 448 da 
CLT. 
 
8. Assistência Jurídica e Gratuidade de Justiça 
 
Assistência jurídica é gênero do qual gratuidade de justiça é espécie. A primeira esta prevista no 
art. 5º, LXXIV da CF/88, que dispõe que “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos 
que comprovarem insuficiência de recursos”. 
 
A gratuidade judiciária ou justiça gratuita é a espécie do gênero assistência jurídica, e refere-se à 
isenção todas as custas e despesas judiciais e extrajudiciais relativas aos atos indispensáveis ao 
andamento do processo até o seu provimento final. Engloba as custas processuais e todas as despesas 
provenientes do processo. 
 
Antes da Reforma: Sobre o tema gratuidade de justiça importante lembrar a OJ 269 e 304 
ambas da SDI-1 do TST. 
 
Após a Reforma: Art. 790, §3 e §4º da CLT 
 
 
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamentodos honorários periciais é da parte sucumbente 
na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. 
m (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
§ 1o Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo 
estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do 
Trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
§ 2o O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. (Incluído pela Lei 
nº 13.467, de 2017) 
 
§ 3o O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias.
 (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
§ 4o Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
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Yasmim Martins de Magalhães – Direito Processual do Trabalho – 2020.1.1 
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créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a União 
responderá pelo encargo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 
2017) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1

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