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Tórax Trauma de Parede Torácica Fratura de arcos costais e esterno 4º ao 10º arcos costais são mais frequentes Na presença de comprometimento de um a dois arcos costais sem lesão pleural ou pulmonar, o tratamento é ambulatorial, com analgesia. 1º ao 3º arcos costais com ou sem fratura de escápula ou clavícula. Geralmente são traumas de alta intensidade e são acompanhadas de lesões de grandes vasos (aorta), TCE e TRM (raquimedular). O esterno não fratura facilmente, quando tem uma fratura de esterno geralmente tem também envolvimento de aorta, contusão miocárdica e pulmonar, perfuração esofagiana. Lesão de arcos costais inferiores (10º ao 12º) são associados a lesões hepáticas e esplênicas. Tórax Instável Ocorre em fratura de 2 ou mais arcos costais consecutivos. O tórax instável ocorre quando um segmento da parede torácica perde continuidade com o restante da caixa torácica. Respiração Paradoxal: a região torácica, não mais em continuidade com a caixa torácica, "encolhe" durante a inspiração (vítima da pressão intrapleural negativa) e sofre um abaulamento durante a expiração; este fenômeno produz uma excursão torácica ineficiente, o que leva a um aumento do trabalho em respirar e hipoventilação alveolar. Conduta Oxigênio com máscara facial Analgesia com opiáceos pode ser feita de 3 formas - intravenosa, bloqueios intercostais e epidural A melhora da dor permite uma maior expansibilidade torácica, o que leva ao alinhamento das fraturas (com maior rapidez da consolidação) e evita acúmulo de secreções pulmonares. Acesso Definitivo a VA com ventilação a pressão positiva deve ser feito se: FR >40, hipoxemia, rebaixamento de nível de consciência, doença pulmonar crônica e com lesões abdominais concomitantes. Trauma Pulmonar e Pleural Contusão Pulmonar Rotura de vasos no pulmão causando hemorragia alveolar, lesão intersticial, lesão em brônquios e bronquíolos. O RX apresenta consolidações. A imagem radiologia aparece de 24 a 48 após o trauma. Se aparecer antes o quadro é mais grave e pode evoluir rapidamente para insuficiência respiratória. A resposta inflamatória pode levar a SDRA - Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo. Conduta Se SaO2 > 90% - administração de O2 e analgesia Ventilação com pressão positiva se PaO2 < 60 mmHg e/ou SatO2 < 90 mmHg. Administração cautelosa de volume: pode piorar os infiltrados pulmonares e piorar o quadro respiratório Correção da Anemia: para que haja melhora na oferta de oxigenio Pneumotórax Hipertensivo Quando entra ar entre a pleura parietal e visceral. Desvio de mediastino que provoca desvio de traquéia. E isso provoca angulação de vasos da base dificultando o retorno venoso → jugulares túrgidas → sangue não consegue voltar para o coração → débito cardíaco cai → instabilidade hemodinâmica. Dispnéia + redução da expansibilidade do hemitórax acometido associado a: - Agitação pela hipoxemia - Turgência Jugular - Crepitação no tórax devido ao enfisema subcutâneo - Percussão timpânica - Murmúrio vesicular abolido Causa mais comum: lesões pleuropulmonares prévias, que passaram despercebidas durante o exame primário. Tratamento emergencial: Toracocentese realizado no 4º ou no 5º espaço intercostal, entre a linha axilar média e anterior. Tratamento definitivo: drenagem intercostal (toracostomia) em selo dágua, com a introdução de um dreno tubular no 4º ou no 5º espaço intercostal, imediatamente anterior à linha axilar média (ou seja, entre a linha axilar média e anterior, sendo que mais próxima da primeira), na linha mamilar. Se o pulmão do paciente não expande, se a toracostomia não foi eficaz, deve suspeitar de lesão em via aérea proximal que se comunica direto com a cavidade pleural. Então é recomendado a toracotomia exploradora. Pneumotórax Simples Não apresenta desvio de mediastino Não tem instabilidade hemodinâmica Pneumotorax simples pequeno: quando a perda de parênquima é inferior a 1/3 do volume do pulmão É recomendado observação clínica nas primeiras 24h, se piorar os sintomas ou tiver algum desconforto respiratório é feito o tratamento. Se o paciente for transportado de avião para outro hospital é preciso drenar o tórax antes. Pois o pneumotórax simples pode se transformar em um hipertensivo. Pneumotórax simples grande é caracterizado por colapso de todo ou quase todo o pulmão, sem a presença de desvio do mediastino ou hipotensão. Deve ser tratado (não emergencial), drenagem intercostal sob selo d'água. No acompanhamento clínico, os critérios para a retirada do dreno incluem um pulmão totalmente expandido e o não borbulhamento pelo frasco de drenagem por 48 a 72 horas. Pneumotórax Aberto É uma ferida torácica que apresenta uma solução de continuidade entre o ar atmosférico e a cavidade pleural, com a tendência a equilíbrio entre as pressões. O resultado é o pneumotórax com colapso pulmonar. Caso a ferida possua diâmetro igual ou superior a 2/3 do diâmetro da traqueia, o ar seguirá preferencialmente pela abertura torácica, o que levará à insuficiência respiratória. Pois a traqueia tem muita resistência. Conduta: curativo com aspecto quadrangular fixado em apenas três pontos . Esta medida permite a saída de ar da cavidade pleural com a expiração e impede a entrada de ar com a inspiração. Hemotórax Todo derrame pleural que aparece deve ser encarado como um hemotórax. Na maioria dos casos o sangue vem de lacerações pulmonares, vasos intercostais e art. mamária interna. É necessário fazer a drenagem intercostal sob selo d'água. Somente a expansão do pulmão para o sangramento. Hemotórax Maciço O diagnóstico é feito pela associação de choque, murmúrio vesicular ausente e macicez à percussão do hemitórax envolvido. Jugulares colabadas devido a hipovolemia. Drenagem imediata de > 1.500 ml OU Saída de > 200 ml/h nas primeiras duas a quatro horas. O sangue coletado deve ser preparado para autotransfusão. É indicada a toracotomia, tem lesão de grandes vasos. Quilotórax É a presença de linfa na cavidade pleural. Quando ocorre por lesão ou obstrução do ducto torácico, a linfa pode extravasar para a cavidade pleural. Tratamento é feito com drenagem intercostal sob selo d'água e reexpansão pulmonar. Além de suporte nutricional com triglicerídeos de cadeia média pois são absorvidos diretamente no sangue portal e não aumentam a produção de linfa. E a reposição de líquidos, eletrólitos e nutrientes é muito necessária. Trauma Cardíaco O coração pode ser atingido em feridas entre a linha hemiclavicular direita e a linha axilar média esquerda, verticalmente, e entre a fúrcula esternal e as extremidades anteriores dos arcos costais (até o décimo), horizontalmente Outras regioes: abdome superior, região escapular, torácica lateral e cervical Contusão miocárdica A câmara cardíaca que mais sofre é o VD, pois ele é anteriorizado. O miocárdio contundido não contrai de forma adequada e a disfunção do VD pode levar a hipotensão arterial, insuficiência cardíaca de VD e arritmias. O diagnóstico definitivo é anatomopatológico. Suspeita quando: - Hipotensão com aumento de pressão venosa central (PVC) - Alterações de motilidade de VD - Alterações no ECG - extrassístoles ventriculares múltiplas, taquicardia sinusal inexplicada, fibrilação atrial e bloqueio de ramo direito. Se tiver Supra de ST é necessário pesquisar IAM com dosagem de troponinas. O IAM pode ter sido a causa ou consequência do trauma. Tamponamento Cardíaco Causas: Ferida do tórax (lesão penetrante torácica) perfura o miocárdio, cai sangue na cavidade pericárdica e o buraco é bloqueado por coágulos presentes no mediastino e isso pode bloquear o sangue. Então o sangue fica represado no pericárdio e isso faz o tamponamento. O sangue na cavidade pericárdica exerce efeito compressivo sobre as câmaras do coração, ocasionando restrição do enchimento diastólico. Com isso, observamos turgência (estase) jugular bilateral e congestão pulmonar, esta última devido à restrição ao enchimento de câmaras esquerdas, com elevação da pressão capilar pulmonar. A redução do enchimento diastólicoacarreta uma redução do volume diastólico final, queda do débito cardíaco, hipotensão e choque. Manifestações clínicas: Tríade de Beck - Turgência jugular - Abafamento de Bulhas - Hipotensão Pode encontrar também: cianose, congestão pulmonar e pulso paradoxal (queda maior que 10 mmHg na PAS após o término de uma inspiração) Sinal de Kussmaul: aumento da pressão venosa na inspiração normal. Ou seja, intensificação da turgência jugular durante a inspiração normal. Diagnóstico: FAST (ultrassom) que identifica líquido na cavidade pericárdica. Se for inconclusivo pode ser feito um ecocardiograma transtorácico. Conduta: Toracotomia exploradora em centro cirúrgico. Caso a cirurgia não possa ser feita imediatamente pode ser feito uma pericardiocentese com agulha de ponta romba removendo 15-20 ml que já melhora as alterações hemodinâmicas. Traumatismo da Aorta A ruptura da aorta é responsável por cerca de 40% das mortes por acidentes automobilísticos. O local mais lesado é na aorta descendente a nível de ligamento arterioso. A maioria dos casos as vítimas morrem de imediato. Mas em 20% dos casos a lesão da aorta é tamponada por tecidos periaórticos pleurais ou pela túnica adventícia ainda íntegra. E esses pacientes ficam assintomáticos pois o sangramento é contido e não causa mais sintomas. Geralmente os indivíduos que sobrevivem têm lesões mais evidentes que colocam sua vida em risco como TCE, lesão abdominal, fraturas pélvicas instáveis, que precisam ser tratadas antes do traumatismo da aorta. Na radiografia é possível ver um alargamento de mediastino. Exame de escolha: TC Helicoidal de Tórax Contrastada Abordagem: Reparo cirúrgico ou terapia endovascular. Toracotomia no Trauma: Toracotomia de Reanimação (na sala de emergência) Toracotomia ântero lateral esquerda com massagem cardíaca externa e clampeamento de aorta para redistribuir o sangue para coração e cérebro. Indicação: Trauma penetrante de tórax + Parada cardíaca (em atividade elétrica sem pulso) Toracotomia no Centro Cirúrgico: - Pneumotórax Hipertensivo não responsivo a Drenagem Intercostal - Hemotórax Maciço - Tamponamento - Lesão da Aorta Trauma do Diafragma O diafragma pode ser acometido por lesões penetrantes ou traumatismos fechados. No caso de lesões penetrantes na região toracoabdominal pode desenvolver lesão de diafragma e isso promover herniação de vísceras da cavidade abdominal para o tórax. O trauma abdominal fechado em andar superior pode causar o desenvolvimento de laceração aguda de fibras diafragmáticas permitindo a herniação de vísceras do abdome para o tórax. Essa herniação ocorre de forma aguda causando um desconforto respiratório que pode evoluir com insuficiência respiratória. Diagnóstico: Radiografia Simples de Tórax que vai mostrar a câmara gástrica no hemitórax esquerdo. Conduta: Laparotomia
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