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TCC Terceirização 22102020

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10
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 
2 METODOLOGIA
2.1 NATUREZA DA PESQUISA E TIPO DE PESQUISA
2.2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
2.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS
3 ORIGEM E CONCEITO DO DIREITO DO TRABALHO
3.1 CONCEITO DO DIREITO DO TRABALHO
3.2 ORIGEM DO DIREITO DO TRABALHO
3.2.1 Período Pré-Industrial
3.2.2 Indústria e o trabalho assalariado
3.2.3 As primeiras leis trabalhistas
3.2.4 Direito do trabalho no Brasil
3.3 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT) E RELAÇÕES TRABALHISTAS 
3.3.1 A Organização Internacional do Trabalho
4 O TRATAMENTO DA TERCEIRIZAÇÃO NO BRASIL
4.1 TERCEIRIZAÇÃO DO TRABALHO NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 E NO DIREITO DO TRABALHO
5 REFLEXOS E ALTERAÇÕES PROMOVIDAS PELA LEI Nº 13.429/2017
CONCLUSÃO	
1 INTRODUÇÃO
	
	A primeira vez que surgiu a modalidade denominada terceirização, no capitalismo moderno, foi durante a 2ª Guerra Mundial, nos Estados Unidos; as indústrias bélicas demandavam uma maior produção e decidiram focar-se nas atividades-fim, quais sejam a fabricação de armas e munições, assim como efetuar a contratação de empresas especializadas exclusivamente nas atividades-meio, que eram atividades que não eram norteadas para a atividade principal do contratante.
Na década de 1980, o processo de terceirização das grandes empresas tomou forma. No Brasil, a tendência chegou na década de 1990, na época de reengenharia, as empresas, a fim de baratear custos, tiveram que verificar exatamente o que é sua atividade-fim e o que é sua atividade-meio. A predominância das empresas começou a terceirizar escolhendo as áreas mais simples, como serviços gerais ou segurança.	
Resumidamente, é possível e correto afirmar que a terceirização é o processo que consiste na ação de uma empresa conceder a outra instituição as atividades que não são fundamentais ao seu funcionamento, ou seja, que não é constituinte de suas atividades-fim.	
	No âmbito internacional, a terceirização é denominada Outsourcing e sua tradução pode ser bem esclarecedora para entender a ideia básica do que se propõe a terceirização. Traduzida livremente, em inglês, a palavra "out" significa "fora", e "source" significa "fonte", ou seja, a expressão é alusiva a uma fonte que está no exterior, "fonte de fora" e na área das empresas, isso implica em relações estreitas da empresa com outras fontes de serviço.
	As modificações mundiais, as quais se dão em intensidade mais alta a cada dia, vinculadas à facilidade e velocidade de informação são as maiores motivadoras para a busca pela terceirização, pode agilizar e direcionar as atividades empresariais.
	É importante ressaltar que a diminuição de custos, proporcionada pela terceirização, é de extrema relevância, a qual é proveniente do fato de as empresas delegarem a terceiros, funções que ela não é especializada, concedendo a especialistas, funções menos importantes, tornando a gestão empresarial de pessoas um processo menos complicado por não ter responsabilidade direta sobre esses trabalhadores.
	O Direito do Trabalho, em seus primórdios, surgiu para sanar lesões e condições de extrema penúria, as quais outrora afetavam a maior parte da classe proletariada que surgia no continente europeu, em meados do século XVIII, tanto é que, em sua obra “Mundos do Trabalho”, o historiador Eric J. Hobsbawm (2000, p. 420) cita que “as leis protetoras das relações trabalhistas surgiram mesmo antes do advento da Revolução Industrial”. 
	Ao trabalhador, não devem ser oferecidas, restritivamente, apenas as condições ideais de trabalho e a garantia do vínculo empregatício: é indispensável resguardar seu âmbito moral. Tal proteção é vinculada à boa qualidade de vida no trabalho, pautada pela dignidade e preservação dos direitos personalíssimos. Assim, faz-se necessário ajustar a terceirização aos concernidos preceitos, com vistas a respaldar o desenvolvimento empresarial e manter-se a obediência à legislação trabalhista vigente.
Então surge a seguintes problemática norteadora deste artigo: a terceirização é vantajosa para a empresa contratante?
	O escopo do presente trabalho é de estudar o fenômeno da terceirização de mão de obra na indústria nacional e demonstrar algumas vantagens para o setor. Para tanto será necessário: conceituar o direito do trabalho, discorrer a respeito da terceirização no Brasil e apresentar as alterações promovidas pela lei n° 13.429/2017.
Esta pequisa tem natureza exploratória, por meior de uma revisão bibliográfica, realizada a partir de artigos selecionados, legislação específica e matérias jornalística, tratando sobre temas que abarcam o Direito do Trabalho, a terceirização de mão de obra e as vantagens desta para a empresa, sob o viés da Constituição da República Federativa do Brail de 1988.
O método de abordagem utilizado foi uma suplementação entre o quantitativo e o qualitativo, com o respaldo de Gil (2010), Richardson (2011) e Severino (2011), os quais foram os autores nos quais inspirou-se a orientação para elaboração desta pesquisa
2 DESENVOLVIMENTO
	
2.1 CONCEITO DO DIREITO DO TRABALHO
O direto do trabalho é um sistema de regras, princípios e instituições pertinentes as relações de emprego e outras situações semelhantes. Isto porque engloba também as relações de trabalhos avulsos (GARCIA, 2013).
2.2 ORIGEM DO DIREITO DO TRABALHO
2.2.1 Período Pré-Industrial
	A relação do homem com o trabalho vem desde a pré-história com a necessidade de subsistência, no entanto esta relação tal qual conhecemos hoje iniciasse quando o homem passa a viver em tribos, tendo início a escravidão. No período pré industrial não havia um sistema de normas jurídicas de direito do trabalho, predominando a escravidão e sendo o trabalhador apenas um objeto, não sendo equiparado ao sujeito de direito (BARROS, 2010).
No período feudal seguiu com pouca diferenciação, tendo proteção do senhor feudal, no entanto sem que fosse considerado livre. E repassavam aos senhores feudais parte de sua produção como pagamento pela proteção e pelo direito de cultivar determinada fatia de terra (NASCIMENTO, 2011).
As classes sociais desabonadas exerciam atividade laboral nas propriedades agrícolas dos senhores feudais, cedendo a predominância da produção para o castelo, em troca de moradia, vestimentas, proteção e alimentação, tal qual uma relação simbiótica: “Eles eram escravos alforriados ou homens livres que, diante da invasão de suas terras pelo Estado e, posteriormente, pelos bárbaros, tiveram que recorrer aos senhores feudais em busca de proteção” (BARROS, 2010, p. 58-59).
As corporações de ofício houve uma maior liberdade do trabalhador e havia uma possibilidade de ascensão, mesmo que difícil, de um trabalhador sendo aprovado, segundo os regulamentos da corporação, passar a ser mestre artesão, que era o dono da oficina, essas corporações cotavam com os companheiros que recebiam salário dos mestres e os aprendizes eram menores que recebiam ensinamento dos mestres de um ofício ou profissão (BARROS, 2010).
	O advento da Revolução Industrial, no século XVII e no século seguinte, segundo Delgado (2010, p. 82), provocou a substituição das corporações de ofício por uma relação de emprego, determinando a ruptura definitiva com o feudalismo. Tal evento é o sustentáculo para a solidificação das relações de emprego, efetivando-se um modelo absoluto de vínculo laboral, o qual estabeleceu-se integralmente com a ampliação da indústria nos Estados Unidos e na Europa, no decurso do século XIX. Neste sentido, Delgado (2010, p. 82) respalda que “o Direito do Trabalho é, pois produto cultural do século XIX e das transformações econômico-sociais e políticas ali vivenciadas”.
	Desta feita, registra-se o decréscimo produtivo dos itens manufaturados, intensificando os produtos de origem industrial, consolidando a subserviência dos operários ao patronato, de forma que a atividade laborativa passa a ser coordenada diretamente pelos empregadores, donde surgiu a modalidade de trabalho assalariado, como reação do trabalhador aos abusos do burgo (DELGADO, 2010).A divisão da história do Direito do Trabalho se dá em quatro estágios, segundo Barros (2010, p. 68), a qual foi elaborada pelos autores, quais sejam: o primeiro estágio é conceituado como Período da Formação (1802 a 1848), no qual surgiram as primeiras leis, como Ato da Moral e da Saúde de 1802, a qual vedava o trabalho de indivíduos de menoridade por períodos superiores a doze horas, assim como proibia o labor destes jovens no período da noite, tendo características humanitárias. 
	Houve ainda uma outra forma de relação de trabalho que era a de locação de serviço, onde o trabalhador recebia para executar determinada tarefa por tempo determinado e a locação de obra ou empreitada onde se recebia para executar determinada obra.
2.2.2 Indústria e o trabalho assalariado
Com o surgimento da indústria e do trabalho assalariado surgem os primeiros esboços de direito de trabalho, no século XVIII com a Revolução industrial houve uma grande transformação dos meios produtivos passando a ter fábricas sobrepujando a manufatura, principalmente com a utilização da máquina a vapor como fonte de energia, tanto nas fábricas como nos meios de transporte.
Podemos assim constatar que o direito do trabalho e a economia caminham juntos desde os primeiros passos de desenvolvimento da indústria até nossos dias atuais, sendo cada vez mais acentuada e crescente.
A reivindicação dos trabalhadores passou a ter mais força depois do surgimento dos sindicatos e quando estes passaram a ser tolerados pelos Estados, assim esta relação entre o trabalhador e o empregador passou a ter delimitações mais claras (NASCIMENTO, 2011).
	Neste contexto, se dá a Fase da Consolidação do Direito do Trabalho, entre os anos 1890 e 1919, com início na Conferência de Berlim (1890) e com a publicação da Encíclica Papal Rerum Novarum de Leão XIII, a qual destacava a demanda por um justo salário.
	É relevante ressaltar a falta de pronunciamento da Igreja Católica neste contexto, visto que, no ano de 1891 (BARROS, 2010, p. 64) o mundo foi surpreendido com a publicação da Encíclica Rerum Novarum pelo Papa Leão XIII, que abordava de direitos e deveres dos envolvidos na produção industrial e agrícola, assim como de muitos outros aspectos que não eram abordados, era a primeira vez que um documento oficial da Igreja Católica tratava de assuntos não diretamente espirituais. 
	A aludida encíclica deu força ao surgimento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), no ano de 1919 (BARROS, 2010, p. 68), a qual foi regulamentada pelo Tratado de Versailles, provendo instruções e sugestões do ordenamento jurídico trabalhista para os países membros. Barros verifica os fatores que a encíclica ressalta:
Em síntese, pode-se afirmar que a doutrina social da Igreja condena os excessos capitalistas, socialistas e comunistas. Vejamos: o Estado deve intervir nas relações de trabalho para assegurar o bem comum; a propriedade não é direito absoluto, e ao dono corresponde, na realidade, uma função de administrador, devendo submeter-se às limitações necessárias, dada a função social (BARROS, 2010, p. 64).
Finalmente, o estágio da Autonomia, desde 1919 até a hodiernidade, inicia-se com a instituição da OIT, pelas Constituições do México (1917) e Constituição da Alemanha de Weimar (1919), aprimorando a universalização do Direito do Trabalho. Desta feita, é possível constatar que, no século XX, as constituições passaram a contemplar as primeiras normas alusivas ao direito do trabalho.
Barros demonstra que Evaristo de Moraes Filho apresenta uma síntese das essenciais razões do aparecimento do Direito do Trabalho, em nível mundial:
[...] os vícios e consequências da liberdade econômica e do liberalismo político; o maquinismo; a concentração de massas humanas e de capitais; as lutas de classes, com as consequentes rebeliões sociais com destaques para os ludistas ou cartistas na Inglaterra; as revoluções de 1848 e 1871, na França, e de 1848, na Alemanha; livres acordos entre grupos econômicos e profissionais regulando as relações entre patrões e operários, mais tarde, reconhecidos pelo Estado como lei; a Encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII; a guerra (1914-1919) conferiu ao Direito do Trabalho posição definitiva nos ordenamentos jurídicos nacionais e internacionais (BARROS, 2010, p. 69).
Delgado declara, acerca do surgimento do Direito Trabalhista:
[...] é cientificamente desnecessária a busca de manifestações justrabalhistas em sociedades anteriores à sociedade industrial contemporânea. Nas sociedades feudais e antigas, a categoria do trabalho subordinado pode, eventualmente, ter surgido – como singular exceção -, mas jamais foi uma categoria relevante do ponto de vista socioeconômico. Muito menos erigiu-se em categoria socialmente dominante, a ponto de poder gerar um fenômeno de normatização jurídica abrangente como o Direito do Trabalho. O Direito do Trabalho é, desse modo, fenômeno típico do século XIX e das condições econômicas, sociais e jurídicas ali reunidas (DELGADO, 2010, p. 83).
	
	Entretanto, a Revolução Industrial (séc. XVIII), a qual contemplou os personagens do operário e do patrão, foi caracterizada pela precária qualidade de vida, de forma que os trabalhadores foram desprovidos da liberdade e da dignidade. Os operários, quase na total integralidade, eram prejudicados pelas relações de trabalho, com péssimas condições laborais, implicando em baixa produtividade, proporcionando baixa lucratividade para o detentor dos meios de produção. Tal circunstância fomentou a regulamentação das normas. Souto Maior, acerca do aparecimento do Direito Trabalhista, afirma:
O direito do trabalho surge, portanto, mais como fruto de uma luta de ideias do que de uma reação instintiva dos trabalhadores pela sobrevivência, podendo-se destacar, também, que o resultado dessa luta, ou seja, a regulação das relações de trabalho, em certa medida, foi uma conquista, mas em outra, uma reação do próprio capital como tática de sobrevivência. Neste sentindo o Estado-Providência foi uma criação do próprio capitalismo (SOUTO MAIOR, 2000, P. 60).
Assim sendo, até os anos 1850, segundo o retro mencionado autor, “inicia-se a conscientização de classe (o reconhecimento dos trabalhadores de que estavam, por assim dizer, no mesmo barco e que tinham interesses comuns a defender)” (SOUTO MAIOR, 2000, p. 59). 
A união dos operários promoveu sua organização, com vistas a satisfazer a regulamentação das relações trabalhistas, visando a conquista de melhor qualidade de vida e condições de trabalho (PAULO; ALEXANDRINO, 2014).
	
2.2.3 As primeiras leis trabalhistas
As primeiras leis foram ordinárias, entre elas destacam-se naInglaterra a “Lei de Peel” de 1802, de proteção aos menores nas fábricas e limitando a jornada de 12 horas diárias, na França proibindo os menos de 8 anos a trabalhar de 1814, na Alemanha, a proibição do trabalho de menores de 9 anos de 1839 e as leis sociais de Bismarck de 1833, na Itália a proteção do trabalho do menor e da mulher de 1886, entre outras. Evoluindo para as leis constitucionais (NASCIMENTO, 2011).
	A primeira Constituição a citar o direito do trabalho foi a do México em 1917, que em seu artigo 123 disciplinava a jornada de trabalho diária em 8 horas e a noturna em 7 horas, a proibição de trabalho de menores de 12 anos, limitação de jornada do menor de 16 a 6horas, descanso semanal, a proteção a maternidade, o direito ao salário mínimo, à igualdade salarial, à proteção contra acidentes de trabalho, direito de sindicalização, de greve, de conciliação e arbitragem dos conflitos, de indenização de dispensa e de seguros sociais (SOUTO MAIOR, 2000). 
A Constituição da Alemanha de 1919 foi a segunda a inserir o direito do trabalho em seu texto repercutindo em toda a Europa, considerada a base das democracias sociais, chamada também de Constituição de Weimar. Com essa normatização crescente o Direito do trabalho se tornou uma necessidade dos ordenamentos jurídicos para regulamentar as relações de trabalho nos meios econômicos, as finalidades sociais e dirimir questõesque possam surgir no relacionamento entre os assalariados e as organizações que os empregam (CASTRO, 2012).
2.2.4 Direito do trabalho no Brasil
	No século XIX, o Brasil era caracterizado pelas atividades rurais, ao passo que no continente europeu, o âmbito industrial prevalecia, devido ao contexto social proveniente de fins do século XVIII. Assim sendo, o Brasil era caracterizado pela predominância agrária, de maneira que as classes sociais dominantes eram formadas por senhores de escravos e latifundiários. Com o término do tráfico negreiro, ocorreu a substituição da mão de obra escrava pela mão de obra dos imigrantes (SOUTO MAIOR, 2000, p. 64), até ocorrer a eliminação definitiva, no ano de 1870. 
	Barros (2010) considera que a Constituição Brasileira de 1824 tratava apenas acerca da forma de Estado e sistema de governo e no âmbito trabalhista, somente aboliu as corporações de ofício e assegurou a liberdade do trabalho. 	Neste diapasão, o art. 179 da aludida Constituição dispõe:
XXIV. Nenhum gênero de trabalho, de cultura, industria, ou comercio póde ser prohibido, uma vez que não se opponha aos costumes publicos, à segurança, e saude dos Cidadãos.
XXV. Ficam abolidas as Corporações de Officios, seus Juizes, Escrivães, e Mestres (BARROS, 2010, p. 70).
	
	No Brasil, fatos históricos foram fomentados pelas mudanças em nível mundial, tal qual a Lei do Ventre Livre, a qual libertava os filhos dos escravos, seguida pela Lei dos Sexagenários, libertando os escravos com idade superior a 60 anos e, em 1888, se deu a publicação da Lei Áurea, que libertava todos os escravos brasileiros. A abolição do trabalho escravo impulsionou a chegada de vultosa quantidade de imigrantes, os quais tinham a finalidade de trabalhar na lavoura e agricultura, caracterizando uma nova forma de trabalho, entretanto, os empregados era submetidos à autoridade exacerbada dos empregadores.
	Posteriormente, editou-se a Constituição de 1891 (PAULO; ALEXANDRINO, 2010, p. 26), a qual respaldou, no caput do seu art. nº 72, a liberdade de associação aos brasileiros e estrangeiros, vedando a intervenção policial, salvo se objetivar-se o restabelecimento da ordem pública:
[...] garante, no caput do art.72, a brasileiros e estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à segurança individual e à propriedade [...]
§ 8º - A todos é lícito associarem-se e reunirem-se livremente e sem armas; não podendo intervir a polícia senão para manter a ordem (BARROS, 2010, p. 70).
A Constituição Republicana de 1934 trata a ordem social do trabalhador e dos interesses econômicos do Brasil, inspirada na Constituição de Weimar, da Alemanha de 1919 (PAULO; ALEXANDRINO, 2010, p. 28). Três anos depois, no ano de 1937, revogou-se a Constituição de 1934 e outorga-se a Carta de 1937, dando início ao Estado Novo, “cujo art. 136 coloca o trabalho como dever social, assegurando a todos o direito de subsistir mediante seu trabalho honesto, o qual o Estado deve proteger”. (BARROS, 2010, p. 72). Tal Constituição amplia os direitos dos trabalhadores, dando origem à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no dia do trabalhador, do ano de 1943, ocorrendo o agrupamento da totalidade das leis trabalhistas em um documento só.
Vários fatores influenciaram o Brasil para que fosse instituída uma legislação trabalhista, as transformações que a Europa vinha sofrendo com as novas legislações trabalhistas, a imigração de muitos europeus para nosso país que inclusive, com ideias anarquistas, organizaram greves no final de 1800, início de 1900, a abolição da escravatura, o surto industrial proveniente da Primeira Grande Guerra o compromisso assumido internacionalmente com a assinatura do tratado de Versailles em 1919 e por fim a política trabalhista de Getúlio Vargas (CASTRO, 2012).
	O término da Segunda Guerra Mundial e o surgimento do Estado Novo marcaram a redemocratização brasileira, dando-se a promulgada a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil em 1946 (PAULO; ALEXANDRINO, 2014, p. 29), ocorrendo o retorno ao âmbito democrático da Constituição de 1934:
No art. 141 assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade dos direitos concernentes à vida, à liberdade, à segurança individual e à propriedade, nos seguintes termos: ‘§ 12. É garantida a liberdade de associação para fins lícitos. Nenhuma associação poderá ser compulsoriamente dissolvida senão em virtude de sentença judiciária’ (BARROS, 2010, p. 74).
Algumas leis esparsas iniciaram a nossa legislação trabalhista surgindo no final de 1800 como as leis que tratavam de trabalho de menores de 1891, a de sindicatos rurais de 1903, sindicatos urbanos de 1907, férias de 1925, a que criou o ministério do Trabalho, Indústria e Comércio de 1930, trabalho das mulheres de 1932, salário mínimo de 1936, Justiça do Trabalho de 1939, para por fim haver a sistematização de todas as leis esparsas acrescidas de novos instrumentos pelos juristas que criaram assim a Consolidação das Leis Trabalhistas a CLT em 1943, que é considerada um marco do Direito do Trabalho brasileiro e claro vieram as leis posteriores para acompanhar o dinamismo do Direito do Trabalho assim como regular as novas necessidades das relações de trabalho (NASCIMENTO, 2011).
A partir da Constituição de 1934, chamada de Constituição da República Nova, tendo como uma de suas fontes a Constituição Alemã de Weimar e a Constituição republicana espanhola de 1931, trouxeram além da introdução do voto secreto e direito ao voto para as mulheres, a criação da Justiça do trabalho, definindo como direitos constitucionais do trabalhador uma jornada de 8 horas diárias, repouso semanal e férias remuneradas. Também autorizou a criação do pluralismo sindical na base territorial de mais de um sindicato para a mesma categoria profissional ou econômica. A partir desta, todas as Constituições brasileiras contemplam o Direito do trabalho em seus textos.
A Constituição de 1937 trouxe restrições aos movimentos sindicais com a concepção da politica do estado Novo e teve um enquadramento dos sindicatos em categorias definidas pelo próprio Estado pelo Conselho Nacional de Economia, voltou a proibir o pluralismo sindical e proibiu as greves que foi considerado um recurso anti-social e nocivo à economia (BARROS, 2010).
Já na Constituição de 1946 foi restabelecido o direito de greve aos trabalhadores e transformou, a até então de natureza administrativa, justiça do Trabalho em órgão do poder Judiciário (BARROS, 2010).
A Constituição de 1946 é sequenciada pela de 1967, na qual registrou-se a Emenda Constitucional nº 1 de 1969, que trouxeram grandes e importantes inovações na área trabalhista, expõe Barros:
A Constituição de 1967 e a Emenda Constitucional nº 1 de 1969, introduziram a cogestão e o regime do FGTS que, de início, conviveu com o da estabilidade e o da indenização, competindo ao empregado a ‘opção’ por um deles. O salário-família foi assegurado aos dependentes do trabalhador. A idade mínima para o trabalho foi reduzida para 12 anos, ao contrário dos outros textos. A mesma Constituição (1967), no inciso XX, garante a aposentadoria da mulher aos 30 anos de trabalho, com vencimento integral. (BARROS, 2010, p. 77).
	
A atual Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 declara diversas obrigações e direitos, no que concerne ao Direito Trabalhista, discriminando, no 7º artigo, os direitos sociais dos empregados urbanos e rurais, assim como demais direitos, os quais almejam o aprimoramento das condições sociais dos cidadãos do Brasil. 
Em 1967 foi inserido no texto constitucional o conteúdo a lei ordinária de 5.107 de 1966, regulamentando o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o FGTS (SOUTO MAIOR, 2000).
Quando da chegada da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, veio a valorização do direito coletivos, proibindo a intervenção do Estado nas organizações sindicais, no entanto manteve o sindicato único e em ser Art. 7º enumerou uma série de direitos individuais dos trabalhadores(NASCIMENTO, 2011).
2.3 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT) E RELAÇÕES TRABALHISTAS 
2.3.1 A Organização Internacional do Trabalho
	O Tratado de Versalhes (1919) criou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a qual é a primordial instituição do direito internacional trabalhista. A composição se dá por cento e oitenta e cinco países, de maneira que : Alemanha, Brasil, China, Estados Unidos, Federação Russa, França, Índia, Itália, Japão e Reino Unido são membros permanentes do Conselho, devido a relevância industrial (OIT, 2012).
A OIT é detentora de uma função específica, qual seja a atenuação dos efeitos sociais provenientes da crise econômica mundial, visto que a criação de emprego consista na elementar prioridade política em todos os países, é necessário que seja tal fato considerado como prioridade econômica. Sem um emprego produtivo, os objetivos de um nível de vida digno, desenvolvimento social e econômico e realização pessoal não passam de ilusões (OIT, 2012, p. 21).
	O princípio norteador da OIT é o tripartismo, que consiste no fato das decisões de interesses dos interlocutores sociais serem tomadas com a participação das três partes interessadas: o Estado, os trabalhadores e os empregadores, com igualdade, assim é disposto:
A OIT é responsável pela formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho (convenções e recomendações) As convenções, uma vez ratificadas por decisão soberana de um país, passam a fazer parte de seu ordenamento jurídico. O Brasil está entre os membros fundadores da OIT e participa da Conferência Internacional do Trabalho desde sua primeira reunião (OIT, 2015).
	Os países componentes da OIT reúnem-se com regularidade, com vistas a promoção da análise de assuntos de destacada relevância para os receptores das aludidas reuniões, sendo as matérias levadas à conferências. Quatro são os escopos da OIT, no âmbito de estratégia:
Promover e aplicar as normas do trabalho, bem como os princípios e direitos fundamentais no trabalho; Criar mais oportunidades para mulheres e homens obterem um emprego e um rendimento dignos; Melhorar a cobertura e a eficácia da proteção social para todos; Reforçar o tripartismo e o diálogo social (A OIT..., 2012, p. 11).
	Para que haja a relação de emprego é necessário que haja o cumprimento de cinco requisitos e isso é indispensável para admissibilidade de vinculo entre as partes, são estes:
Pessoalidade: empregado ou colaborador, como tem sido adotado nos últimos tempos, deve obrigatoriamente ser uma pessoa física ou natural, tratasse de natureza personalíssima e não é admitido pessoa jurídica nessa relação. A legislação trabalhista é voltada a pessoa física ao ser humano que trabalha. Os serviços prestados por pessoa jurídica são regulados pelo Direito Civil (BARROS, 2010).
Habitualidade: não pode ser eventual a prestação desse serviço o empregado deve prestar continuamente o serviço. O contrato de trabalho é para a prestação habitua do serviço, não sendo assim o empregado se torna sim um trabalhador eventual, não podendo ser respaldado pelos direitos constantes na CLT (BARROS, 2010).
A habitualidade não é apenas para o trabalhador que exerce essa função diariamente, desde que o trabalhador exerça duas ou três vezes na semana em dias e horários definidos pelo empregador, caracteriza-se a habitualidade. Caso o empregado defina dias e horários conforme sua agenda fica descaracterizada a continuidade ou habitualidade da prestação (BARROS, 2010).
Subordinação: quando o empregado para exercer a sua atividade é dirigido por outra pessoa, ou seja, em posição de sujeiçãoem relação ao empregador é caracterizada a subordinação. Se as atividades são executadas de maneira autônomas sem que haja quaisquer tipo de subordinação ou dependência será caracterizado como autônomo (BARROS, 2010).. 
Salário: deve haver remuneração ao empregado, pelo serviço que presta, deve recebe uma retribuição. Caso os serviços sejam prestados gratuitamente pela sua própria natureza, trabalho voluntário, religioso, ou algo do gênero não se configurará a relação de emprego (BARROS, 2010)..
A gratuidade, porém, deve ser inerente à natureza do serviço prestado. Em caso de alguém prestar um serviço que é remunerado em sua normalidade, seja qual for, tem-se ai um contrato tácito de trabalho e que deverá ser ressarcido inclusive com juros e mora.
Pessoalidade: o empregado não pode colocar outra pessoa em seu lugar sem o consentimento do empregador, ele deve prestar pessoalmente o serviço. Por isso é considerado intuitu persona e o contrato de trabalho é assim regulado (BARROS, 2010).
2.4 O TRATAMENTO DA TERCEIRIZAÇÃO NO BRASIL
2.4.1 Terceirização do trabalho na constituição da república federativa do brasil de 1988 e no direito do trabalho
	Na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo 1º, inciso III, é ressaltada a Dignidade da Pessoa Humana; em seu inciso IV do aludido, artigo rege-se a respeito da livre iniciativa. Seu art. 170 caput onde volta a ter a valorização do trabalho humano e livre iniciativa, entendendo-se assim que o empreendedor tem o direito de exercer suas atividades, desde que lícita. 	
	Desta forma, como em seu art. 5º, inciso II, que reza que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei, remete-se ao princípio da legalidade, compreendendo-se.
	É necessário, no entanto, fazer distinção entre oque é lícito e oque não é em se falando de terceirização, a Súmula 331 do TST que rege sobre o assunto sempre deve ser sempre observada juntamente com a legislação trabalhista. Sendo a terceirização lícita aquela que observa os direitos dos trabalhadores, jamais tendo a intenção de fraudar tais direitos. Já a ilícita, refere-se a locação permanente de mão de obra, trazendo prejuízos aos trabalhadores (PEREIRA, 2015).
O conceito de terceirização chegou ao Brasil nos anos 50 e veio juntamente com as primeiras multinacionais ou transnacionais e a indústria automobilística, no entanto a legislação começou a contemplar essa forma de relação de trabalho a partir do art. 17 da Lei nº 4.594/64 dispondo sobre a necessidade dos corretores autônomos ou corretora para a venda de seguros (PEREIRA, 2015).
Registra Pereira:
Com o desenvolvimento da economia mundial, a sobrevivência das empresas ficou condicionada à busca de produções em grande escala e com qualidade, mas com o menor custo possível.   Logo, a terceirização contribuiu nesse processo, para que as empresas alcançassem o ápice da produção de suas atividades fim, com uma gestão de pessoal menos onerosa (PEREIRA, 2015, p.1).
	Tendo como as atividades pioneiras na terceirização as empresas de limpeza e conservação, que iniciaram suas atividades em meados dos anos 60, juntamente com os serviços de vigilância bancária.
	A atividade terceirizada está presente em todo o mundo, sendo em maior intensidade ou não, na nossa indústria é muito comum para atividades de serviços de qualidade, tais como, inspeções, retrabalhos, entre outros, ou serviços técnicos, como os de engenharia, além dos já consagrados serviços de vigilância, limpeza e conservação etc (MACIEL, 2008).
	Na maioria dos casos surge a terceirização em momentos de em que há desemprego na sociedade, nas crises econômicas, onde o empresário tem por meta diminuir os custos, principalmente com mão de obra (MACIEL, 2008).
Isto posto há de se atender a vários requisitos para que a terceirização seja lícita e que não haja implicações jurídicas para o tomador dos serviços.
Em várias oportunidades pude presenciar a falta de conhecimento do direito por parte, tanto da empresa tomadora dos serviços como da terceirizada, sendo o trabalhador da terceirizada claramente subordinado ao hierárquico do tomador, entre outras situações em que se caracterizava de forma evidente o vínculo entres eles (MACIEL, 2008).
Desta forma elencamos a necessidade de observância de alguns pontos para que seja considerada lícita a terceirização. Com o entendimento do TST de que sendo atividade meio consideradalícita e possível desde que não haja pessoalidade e subordinação direta entre o tomador de serviço e o trabalhador. Cabe ao intérprete, fazer a distinção entre atividade fim e atividade meio, que de modo geral a atividade meio é aquela que não se refira ao objeto essencial do empreendedorismo do tomador, chamadas também de atividades suporte, tarefas que não sejam prioritárias ao objeto social do contratante sendo as atividades que não gere lucro ao tomador. E em contrapartida a atividade fim é a que aufere lucro e deve ser realizada pelo tomador, sendo esta atividade proibida de ser terceirizada salvo em caso de trabalho temporário, conforme súmula 331 do TST (ALVES, 2016)
Registra a aludida súmula:
“I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.74). (...) III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.83), de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta (BRASIL, 2000, p.1).
Neste sentido, faz constar Maciel (2008):
Admite-se a terceirização em serviços especiais, tais como os de vigilância, conservação e limpeza, e em outras atividades vinculadas à atividades meio do tomador de serviços. A não ser a Súmula nº 331 do TST, não há propriamente uma legislação regendo a matéria, sendo que, em princípio, e não havendo legislação específica possibilitando a terceirização em determinados tipos de serviços, observa-se estar ela vinculada à atividade-meio, não havendo fraude quanto à figura do empregado e seus elementos caracterizadores (MACIEL, 2008, p.135).
As modalidades de contratação de interpostas elencadas no ordenamento jurídico são o trabalho temporário, os serviços de segurança, os serviços de limpeza, estes amplamente utilizados em nossas indústrias, os contratos por empreitada, utilizados na construção civil e as cooperativas (CENTA, 2016).
Na legislação civil temos regulamentadas a prestação de serviços, dos artigos 593 à 609 da lei 10.046/02 e a empreitada nos artigos 610 ao 636 da mesma lei. Para o professor Sergio a terceirização ilícita é aquela que busca somente o menor preço (MARTINS, 2011).
2.5 REFLEXOS E ALTERAÇÕES PROMOVIDAS PELA LEI Nº 13.429/2017
	Na década de 1980, o processo de terceirização das grandes empresas tomou forma. No Brasil, a tendência chegou na década de 1990, na época de reengenharia, as empresas, a fim de baratear custos, tiveram que verificar exatamente o que é sua atividade-fim e o que é sua atividade-meio. A predominância das empresas começou a terceirizar escolhendo as áreas mais simples como serviços gerais ou segurança (RAMOS, 2001). 
Resumidamente, é possível e correto afirmar que a terceirização é o processo que consiste na ação de uma empresa conceder a outra instituição as atividades que não são fundamentais ao seu funcionamento, ou seja, que não é constituinte de suas atividades-fim (RAMOS, 2001). 
Dora Maria de Oliveira Ramos, citando Ciro Pereira da Silva, conceitua:
[...] transferência de atividades para fornecedores especializados, detentores de tecnologia própria e moderna, que tenham esta atividade terceirizada como sua atividade-fim, liberando a tomadora para concentrar seus esforços gerenciais em seu negócio principal, preservando e evoluindo em qualidade e produtividade, reduzindo custos e garantindo competitividade (RAMOS, 2001, p.50). 
As modificações mundiais, as quais se dão em intensidade mais alta a cada dia, vinculadas à facilidade e velocidade de informação são as maiores motivadoras para a busca pela terceirização, pode agilizar e direcionar as atividades empresariais.
Terceirização ou outsourcing pode ser definida como a contratação de terceiros para executar parte ou a totalidade de determinadas funções da organização. Na realidade, trata-se de uma transferência de atividades de uma organização para outra [...] que passam a ser fornecedores. [...] substituindo-se custos fixos por custos variáveis e efetuando-se desinvestimento em ativo fixo (CHIAVENATO, 2000).
	É importante ressaltar que a diminuição de custos, proporcionada pela terceirização, é de extrema relevância, a qual é proveniente do fato de as empresas delegarem a terceiros, funções que ela não é especializada, concedendo a especialistas, funções menos importantes, tornando a gestão empresarial de pessoas um processo menos complicado por não ter responsabilidade direta sobre esses trabalhadores.
	O Projeto de Lei nº 4.302/1998 foi sancionado pela presidência da República, de maneira que a principal mudança elementar na legislação, prevista pelo referido PL, diz respeito à contratação, pelas empresas, de empregados terceirizados para o exercício de atividades fins. Anteriormente, só havia a permissão da terceirização nas atividades contributivas para as funções de outros colaboradores; ou seja, só era possível terceirizar-se as atividades-meio (SANTOS, 2017).
	Após a sanção presidencial, este PL foi convertido na Lei nº 13.429/2017. A respeito das contribuições previdenciárias, o texto do PL nº 4.302/1998 lastreia-se nas normas constantes na Lei nº 8.212/1991, de forma que estabelece-se que a empresa prestadora de serviços tem a responsabilidade do recolhimento do percentual de 11% dos salários dos empregados terceirizados para a contribuição previdenciária patronal, ao passo que poderá haver o desconto, por parte da contratante, da porcentagem sobre o montante pago à organização terceirizada (SANTOS, 2017).
	A respeito do trabalho temporário, tem-se que:
Art. 2º Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços (BRASIL, 2017, p.1).
	Isto posto, a nova lei regulamenta tal modalidade de contratação: o período de contratação pode ser flexibilizado de 90 para 180 dias, prorrogáveis por mais três meses, sendo possível sua alteração por vias de convenção coletiva de trabalho ou de acordo. Quando ocorrer o cumprimento do período antevisto, contando-se eventual período de prorrogação, poderá ocorrer a readmissão do empregado pela mesma empresa com o decurso de 90 dias, findo o contrato. 
	É necessário destacar que passasse a permitir, no presente caso, tal modalidade de contratação com vistas a efetuar a substituição de empregados que encontram-se em paralisação abusiva. Entretanto, a lei veda a contratação de empregados com vistas a substituir grevistas: “Art. 2º § 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei” (BRASIL, 2017, p.1).
	Todavia, a lei veda a contratação de empregados por organizações de agrupamentos econômicos correlatos, no caso da empresa contratante e da prestadora de serviço compartilharem o controlador (SANTOS, 2017).
	Enfatiza-se, no texto do concernido PL, a possibilidade da Quarteirização, ou seja, possibilita-se á prestadora de serviços a contratação de outras empresas a si semelhantes, para a implementação de serviços de direção, remuneração e contratação, no seio da empresa contratante (BRASIL, 2017). 
	Também estabelece-se que a contratante deve disponibilizar aos empregados terceirizados as mesmas instalações ambulatoriais, refeitórios e de assistência médica existentes e disponíveis aos demais empregados. A empresa contratante deve promover e respaldar um ambiente salubre, higiênico e seguro aos colaboradores terceirizados (SANTOS, 2017).
	Ou seja:
Art. 5º-A.  Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos (…).
§ 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatoriale de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado (BRASIL, 2017, p.1).
	A respeito do capital mínimo, tem-se uma alteração no seguinte sentido: o texto anterior, aprovado pela Câmara dos Deputados, regulamentava um capital mínimo de R$ 250.000,00. Entretanto, a redação constante no Senado passou a associar o capital à quantidade de trabalhadores que a empresa emprega, de forma que, para empresas com até 10 empregados, determina-se capital mínimo de R$ 10.000,00; entre 10 e 20 empregados, R$ 25.000,00; empresas com quantidade de empregados entre 20 e 50, capital social mínimo de R$ 45.000,00; entre 50 e 100 empregados, demanda-se o capital de R$ 100.000,00, enquanto que determina-se o capital mínimo de R$ 250.000,00 para empresas que empreguem mais de 100 pessoas (SANTOS, 2017).
	Finalmente, o texto permite a possibilidade de convenção coletiva ou de acordo dispondo de prazos diversos dos constantes em lei, ou seja, prevalece a negociação sobre a legislação.
3 CONCLUSÃO
	O maior foco de terceirização de mão de obra na indústria, além do transporte, conservação e limpeza, segurança e alimentação estão nas áreas de qualidade e tecnologia, nos focando mais na indústria automotiva, podemos perceber que cada vez mais estamos falando em manufatura enxuta e cada minuto perdido, em média, é um carro a menos no final do dia, então há a necessidade de que tudo esteja ao alcance da mão do colaborador no tempo certo e com a qualidade certa. 
	Assim, a maioria das empresas, quando há um problema de qualidade com peças de seus fornecedores, segrega o lote e disponibiliza outro acionando a empresa terceira para realizar a triagem para que não haja distúrbios na linha de produção, assim é feito em seu estoque e também no estoque do fornecedor. 
	Em casos de reincidência fica-se inspecionando por um período de um a três meses, sempre com empresa especializada nesse tipo de triagem. Com isso os esforços do fornecedor ficam concentrados em resolver o problema e do cliente em montar seus carros.
	Pude acompanhar a terceirização bem de perto em 3 países e acredito que a falta de regulamentação clara é o maior de todos os problemas, seja no México agora com a nova regulamentação, ou no Japão, onde está bem determinado oque e até onde se pode ir com a terceirização há um grande salto com agilidade e competitividade na indústria.
	Talvez estejamos no caminho com a discussão do projeto de lei 4.330 e uma possível aprovação, mas isso apenas após sua aprovação e a adequação das empresas a nova realidade nos dirá.
	Espera-se que, com o advento da Lei nº 13.429/2017, a regulamentação da terceirização implique em desenvolvimento econômico e social, visando a ampliação do aporte de capital por parte das organizações, decorrente do aprimoramento das formas de redução de custos na contratação de mão de obra.
	Foi possível concluir que o desenvolvimento da terceirização é efetivamente capaz de ocasionar benefícios às empresas contratantes, haja vista que possibilita-se a estas a redução dos custos concernentes ao trabalhador, resultando, consequentemente, na expansão de sua lucratividade. Entretanto, é imprescindível a observância ao texto legal.
	
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