Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto Relação médico-paciente Ética X Moral: São conceitos conectados, mas diferentes. • A palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter; • É um conjunto de valores e princípios que orientam a nossa conduta; A moral se fundamenta na obediência a normas, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos e a ética, busca fundamentar o modo de viver pelo pensamento humano. Principais temas abordados: Conjunto de normas e princípios nos quais o profissional de saúde deve se basear para exercer seu trabalho: • Direitos dos médicos; • Responsabilidade profissional; • Direitos humanos; • Relação com pacientes e familiares; • Sigilo profissional; • Pesquisa científica; • Relações da medicina com a indústria farmacêutica. Código de Ética Médica Foi criado com o intuito de aprimorar o exercício da medicina, em benefício da sociedade. Em 30 de abril de 2019, entrou em vigor o sexto Código de Ética Médica reconhecido no Brasil, incorporando abordagens pertinentes às mudanças do mundo contemporâneo. O símbolo desse código é Janus, o deus romano dos portais, dos começos e dos fins. A escolha desse símbolo para essa edição tem como propósito: unir, em um só traço, o passado, presente e futuro. Este Código de Ética Médica é composto de: • 26 princípios fundamentais do exercício da medicina; • 11 normas diceológicas (direitos); • 117 normas deontológicas (deveres); • 04 disposições gerais. O Comportamento do estudante de medicina: • Amadurecimento frente a profissão escolhida; • Postura em relação ao paciente; • Vestimentas adequados: o Risco de acidentes; o Necessidade do uso de uniforme; • Relacionamento com equipe: o Trabalho multidisciplinar. Contato com o Paciente • Respeito ao momento da consulta; • Cuidado em estar atento as queixas do paciente; • Trabalhar a timidez e constrangimento durante a anamnese; o “As doenças podem ser semelhantes, mas os pacientes nunca são iguais”. o “As verdades em medicina são relativas e provisórias” • Exame Físico: o Cuidado com o paciente o Situações de Constrangimento com sexo oposto, idosos, alterações anatômicas atípicas. Princípios da Ética Médica O Principialismo é um conjunto de postulados básicos que, mesmo não possuindo um caráter de princípios absolutos, serve para ordenar as discussões bioéticas. Em Bioética, o ponto de partida para orientar qualquer discussão ética deve ser a análise de quatro princípios: • Justiça • Não maleficência • Beneficência • Respeito à autonomia Princípio da Não Maleficência: • Estabelece que o médico deve qualificar se para o atendimento e habilitar-se para a comunicação. O médico deve tomar decisões que causem o menor dano ao seu paciente. • “primun non nocere” = "em primeiro lugar, não fazer mal" Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto Princípio da Beneficência: • Deve-se procurar o maior benefício possível, respeitando seus próprios valores. • É praticar o bem para o outro; portanto, as ações profissionais da saúde devem ser de acordo com o melhor interesse do paciente. Ou seja, aumentar os benefícios e reduzir o prejuízo. • O médico deve assegurar de que as técnicas aplicadas sejam sempre para o bem do paciente. Princípio da Justiça: • Todas as pessoas merecem a mesma consideração e respeito. • Ninguém deve ser discriminado: raça, sexo, idade, crenças ou posição social. Relação Médico - Paciente • É uma relação entre pessoas → Cada um com seus direitos e seus deveres. • Esta relação deve ser benéfica para ambas as partes: o Paciente – competência do médico ao ser atendido; o Médico - satisfação pessoal/profissional; Direitos Fundamentais dos Pacientes Ter assegurado, durante as consultas, internações, procedimentos diagnósticos e terapêuticos: • Integridade física, psíquica e moral; • Direito a intimidade pessoal e familiar; • Informação e consentimento informado; • Não ser discriminado em razão de sexo, idade, doença, religião, raça, nacionalidade, orientação sexual ou condição socioeconômica; • ter um local digno e adequado para o atendimento; • confidencialidade de toda e qualquer informação pessoal, e a segurança do procedimento; Modelos Relação Médico-Paciente • Paternalista: Médico toma as decisões em nome do paciente, sem considerar seu consentimento. • Autônoma: Participação do paciente nas decisões: o Médico - Facilitador – Oferece as várias opções de diagnóstico e tratamento. o Paciente - Aceita, recusa ou opta por diferentes tratamentos. • Responsável: o Médico e paciente – assumem a responsabilidade e tomam as decisões de forma conjunta; O Médico: o aceita a vulnerabilidade do paciente o Proporciona elementos para sua livre escolha; o Respeita seus valores religiosos, políticos e culturais. Sigilo Profissional • É um segredo profissional que pertence ao paciente e o médico é quem o guarda. • A única possibilidade de revelá-lo é com a autorização expressa do paciente e, em situações de dever legal e justa causa. • Se o segredo for revelado fora dessas possibilidades, é considerado antiético e, a depender, um crime. • Confidencialidade: o Diagnóstico; o Tratamento; o Características da anatomia. • Se estende aos estudantes de medicina, pessoal administrativo, enfermeiras e técnicos/auxiliares de enfermagem. Sigilo Profissional Permanece o sigilo: • Conhecimento público das informações; • Morte do paciente; • Sob depoimento como testemunha: o Apresenta-se a autoridade e informa seu impedimento. • Menor de idade: o Tenha consciência de seu estado. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto O Direito à Informações do prontuário • Direito de saber o conteúdo do seu histórico médico. • O registro em si pertence ao médico (sob a forma de propriedade intelectual). • As informações – pertencem ao paciente (seu histórico de saúde e outros aspectos). • O médico deve fornecer as informações (cópias) ao paciente ou a terceiro, a pedido do paciente. Princípio do Consentimento informado Constitui direito do paciente de participar de toda e qualquer decisão sobre tratamento que possa afetar sua integridade psicofísica e o dever de o médico alertar sobre os riscos e benefícios das terapêuticas envolvidas. O exercício do consentimento informado somente se efetivará com informações precisas e claras. O profissional deve usar termos técnicos, para que o paciente possa se orientar de acordo com elas. Dessa forma, o médico deve ser preciso, escolhendo quais informações são importantes para a decisão do paciente, não devendo se ater mais aos benefícios do que aos riscos, sob pena de responder por omissão de dado relevante • O paciente aceita ou rejeita o ato médico: o Após ter compreendido as informações • Decisão livre de qualquer coerção; • Emergências não requerem consentimento informado: o Não pode decidir devido ao seu estado mental; o Não há nenhum responsável para decidir; • Questionar até compreender as informações; • Recusa não pode prejudicar o paciente. Atestado Médico • Atestado falso (atestar doença ou incapacidade sem que esta exista) é crime! • “A emissão de um atestado pelo médico, deve ser baseada em questões éticas, técnicas e objetivas. Ao banalizar o atestado, que é um documento jurídico, o médico além de descumprir o Código de Ética Médica (arts. 30, 80, 81), fere a Constituição Federal (art. 5º, inciso XIII), ataca o Código Penal (art. 302) e agride o CódigoCivil (art. 187). E assim procedendo, o médico emissor, à luz do Direito, comete ato ilícito: pratica uma ação voluntária, que viola um direito e causa danos a outrem (Código Civil Brasileiro, artigo 186).” Declaração de Óbito • No Brasil, a Declaração de Óbito (DO) é o documento padrão utilizado para a captação de dados de mortalidade para análise da situação de saúde de grupos populacionais, vigilância, monitoramento e avaliação de políticas e ações de saúde. • De acordo com o artigo 1º da Resolução CFM nº 1.779/2005, o preenchimento da DO é de responsabilidade do médico que atestou a morte. • É vedado ao médico atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal. • O atestado de óbito por causas não naturais (morte suspeita/violenta) foge à competência do médico que assistia o doente, passando para os serviços médico- legais.
Compartilhar