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Maria Paula M. Mattei | Tutorial 7 UC 13 1 Cefaleia O paciente com cefaleia aguda de início recente tem a probabilidade de se encontrar uma causa grave bem maior do que na cefaleia recorrente. Meningite, hemorragia subaracnóidea, hematomas extradural ou subdural, glaucoma, tumor e rinossinusite purulenta. Abordagem ao Paciente com Cefaleia Anamnese Sexo Idade Início → como se instalou a dor (súbito, insidioso) Intensidade Quando foi o primeiro episódio Frequência Sintomas relacionados → fotofobia, fonofobia, náusea, vômitos, febre, perda de peso, congestão nasal, acuidade visual, tontura, perda de força, parestesias, papiledema, hiperemia oftálmica Duração da crise Horário das crises Caráter da dor (pulsátil, latejante, marteladas, aperto) Localização (um lado – enxaqueca; em faixa – tensional; temporal – vascular; retroocular – em salvas) Fatores de melhora e piora Aspectos psicológicos Se existem sintomas de aviso (pródromo) Exame Físico → Feito para eliminar causas secundárias Aferição de PA, FC, FR Inspeção da cabeça e pescoço: Avaliação do meato acústico e mastoide Palpar ATM – pedir para abrir e fechar a boca Analisar couro cabeludo Olhar dentes Palpar seios da face (melhor rx e tomo) Exame neurológico: Verificar nível de consciência, irritação meníngea, alterações neurológicas Pares cranianos Marcha Testes de equilíbrio como Romberg Simetria Rigidez da nuca Sinal de Brudzinski → irritação meníngea Reflexo de Babinski Sinais meníngeos → fotofobia, dor de cabeça, rigidez nucal, sinal de Kernig e Brudzinski SEMPRE FAZER ESSES SINAIS QUANDO PACIENTE TIVER CEFALEIA Fundoscopia e a análise dos olhos do paciente (midríase; miose; estrabismo) Exames Complementares Raio-x (ruim e não se usa), TC (é a primeira opção), angiotomografia, líquor (para sinais meníngeos) Exame de urina → função renal Eletroencefalograma Ressonância Magnética Sinais de Alarme Início súbito Sempre no mesmo lado Pior dor da vida Hemorragia subaracnoide → tomografia (se vier normal, fazer coleta de líquor). Mudança no padrão e/ou característica da dor Piora com exercício ou postura Hipertensão intracraniana → neoplasia ou cistos Exame neurológico alterado Sinais ou sintomas sistêmicos Febre e rigidez de nuca → meningite (coletar líquor) Início da dor depois dos 50 anos (em pessoas que nunca tiveram) ou mudança de padrão da dor que sempre teve (arterite temporal). Padrão thunderclap – muito rápida e muito forte que se resolve em menos de 2 minutos (120 segundos) História de perda de peso História de imunossupressão (HIV, transplantados, medicamentos) Alteração de consciência Não respondem a analgésicos → SNOOP S (systemic): sinais sistêmicos como toxemia, rigidez de nuca, rash cutâneo, neoplasia ou HIV N (neurologic): déficits neurológicos focais, edema de papila, convulsão O (older): cefaleia que se iniciou após os 50 anos O (onset): cefaleia de início súbito ou primeira cefaleia P (pattern): mudança de padrão da cefaleia prévia ou cefaleia progressiva ou refratária Cefaleia Primária Enxaqueca Epidemiologia Maria Paula M. Mattei | Tutorial 7 UC 13 2 2ª causa mais comum de cefaleia e a mais comum causa de incapacidade neurológica relacionada à cefaleia. Mais comum dos 25 até 45 anos. Está relacionada à genética Mais incidente em mulheres. É uma síndrome recorrente de cefaleia associada a outros sintomas neurológicos. Etiologia | Fisiopatologia O encéfalo desse paciente é muito sensível a estímulos ambientais e sensoriais, eles não se acostumam facilmente aos estímulos. Nas mulheres, essa sensibilidade é amplificada durante o ciclo menstrual. Ela tende a ter um estímulo desencadeante, como luz, ruídos, fome, estresse, cansaço físico, tempestades, alterações da pressão barométrica, flutuações hormonais, ausência ou excesso de sono, álcool e outros estímulos químicos. A sensibilidade sensorial aumentada provavelmente se deve a uma disfunção dos sistemas de controle sensitivos no tronco encefálico e hipotálamo. A principal via para dor na enxaqueca é a via aferente trigeminal, que possui nervos que inervam vasos sanguíneos cefálicos, principalmente meníngeos e cerebrais. Teoria Vasogênica: a vasoconstrição intracraniana é responsável pelos sintomas da aura e a dilatação resulta em cefaleia (ativa axônios nociceptivos perivasculares). Teoria Neurogênica: as alterações vasculares são o resultado e não a causa da enxaqueca. Em condições normais, o cérebro mantém o equilíbrio do meio extracelular → glia e neurônios captam íons ou transmissores liberados das células para o meio extracelular. Os vasos sanguíneos são um mecanismo de limpeza de reserva que não é usado nessas condições normais. Antes do início da enxaqueca, os mecanismos que levam à oligemia também levam à liberação de substâncias e bloqueiam a sua captação normal → balanço extracelular se perde. As substâncias acumuladas sensibilizam as fibras nociceptivas não mielinizadas e fornecem gatilho para a cefaleia. *Oligemia: deficiência no fornecimento sanguíneo para um órgão ou tecido* Sinais e Sintomas Em geral, é uma dor episódica associada a outras manifestações, como (disposto do mais para menos frequente): ▪ Náusea ▪ Fotofobia ▪ Sensação de cabeça vazia ▪ Hipersensibilidade no couro cabeludo ▪ Vômitos ▪ Distúrbios visuais ▪ Parestesias ▪ Vertigem ▪ Fotopsia ▪ Alteração do nível de consciência ▪ Diarreia ▪ Espectros de fortificação ▪ Síncope ▪ Convulsões ▪ Estado confusional Migrânea com Aura Tudo igual a sem aura + Distúrbios visuais ((flashes brancos) → em 25% dos pacientes), auditivos, linguísticos, parestesia e paresia (esses 2 últimos tem q ficar ligado pra ver se é AVC) Persiste de 5min a 1h e depois dá início à cefaleia ou durante Diagnóstico A pessoa deve ter crises repetidas de cefaleia que duram 4 a 72 horas, com exame físico normal e nenhuma outra causa externa para a cefaleia. As características acimas somadas a pelo menos 1 das seguintes manifestações: Náusea / vômito Fotofobia e fonofobia Tudo isso em associação a pelo menos 2 dessas manifestações: - Dor unilateral - Dor latejante - Agravamento por movimento - Intensidade moderada ou grave Quando possível, podemos instruir o paciente a fazer um diário de sua enxaqueca para ajudar a definir o diagnóstico, Maria Paula M. Mattei | Tutorial 7 UC 13 3 avaliar a incapacidade e frequência do tratamento para crises agudas. Tratamento A partir do momento que se estabelece o diagnóstico, precisamos avaliar a extensão e incapacidade da doença. Uma ferramenta muito boa é a Migraine Disability Assessment Score (MIDAS): Temos que explicar que a enxaqueca pode ser modificada e controlada por ajustes no estilo de vida, bem como por medicamentos, mas não pode ser erradicada. Devemos falar que a enxaqueca não está associada a doenças graves ou ameaçadoras à vida na grande maioria dos pacientes. Tratamento Não Farmacológico: Achar o gatilho e prevenir entrar em contato com ele. Os pacientes com enxaqueca não mais estressados do que os sem cefaleia, mas possuem uma resposta excessiva aos mesmos níveis de estresse. Temos que diminuir essa resposta → yoga, meditação, hipnose e outras técnicas de condicionamento. Na maioria dos pacientes esses tipos de tratamento não vão ser efetivos sozinhos, mas vão ser bons adjuvantes à farmacoterapia. Tratamento Medicamentoso: → Nunca tratar com opioide, apenas quando a dor é insuportável na crise aguda Profilático - amitriptilina, beta-bloqueadores, bloqueador de canais de cálcio,anticonvulsivantes. Tratamento por 6 meses e reduzir para verificar se consegue ficar bem. A maioria dos medicamentos eficazes no tratamento são: AINEs, agonistas dos receptores 5-HT1B/1D e agonistas do receptor de dopamina. Se em 60 min precisarmos dar uma dose adicional à primeira, significa que ou os sintomas retornaram ou não diminuíram → aumentar a dose inicial nas próximas crises ou tentar outras classes. AINEs: diminui a gravidade e duração da crise e são mais eficazes quando tomados no início da crise. Não é eficiente nas enxaquecas moderadas e graves. Agonistas do Receptor de 5-HT1B/1D: Orais: conseguem interromper uma crise aguda. Monoterapia não resulta em alívio rápido, consistente e O tratamento da enxaqueca é individualizado e não dá para ter uma abordagem padrão. É provável que tenhamos que constantemente ir aprimorando o esquema terapêutico até identificar um que forneça alívio rápido, completo e consistente com o mínimo efeito colateral. Maria Paula M. Mattei | Tutorial 7 UC 13 4 completo em todos os pacientes. Contraindicados em história de doença cardiovascular e cerebrovascular. *Triptanos (sumatriptano, almotriptano, eletriptano, rizatriptano e zolmitriptano) não são eficazes na enxaqueca com aura, mas podem ser administrados após o fim da aura e o início da cefaleia. Nasais: em teoria fornecem alívio mais rápido e eficaz, mas sua eficácia relatada é de 50/60%. Parenterais: usadas para alívio rápido. Se uma crise ainda não tiver atingido o pico, a administração de 1 mg de di- hidroergotamina por vias subcutânea ou intramuscular é suficiente para 80 a 90% dos pacientes. Antagonistas dos Receptores de Dopamina: Orais: são terapia adjuvante. Quando AINEs e/ou triptanos não atingem o efeito esperado, pode-se adicionar essa classe para aumentar a absorção gástrica e diminuir náuseas/vômitos. Parenterais: podem ser usados em associação aos agonistas dos receptores de 5-HTB/D parenterais. Tensional Epidemiologia Síndrome de dor de cabeça caracterizada por um desconforto bilateral como faixa apertada. Distúrbio cefalálgico primário mais comum de todos. Mais comuns em mulheres Tendem a começar na 2ª década de vida Prevalência diminui com o aumento da idade Fatores socioeconômicos não contribuem para o risco Etiologia | Fisiopatologia Costuma se desenvolver lentamente, oscilar em intensidade e pode persistir de maneira mais ou menos contínua por muitos dias. Crônica = presente por mais de 15 dias por mês É um distúrbio na modulação de dor no SNC (a enxaqueca envolve um distúrbio da modulação sensorial mais generalizado) Não há evidências da tensão como etiologia. Pode ser advinda da soma dos impulsos nociceptivos dos vasos, fontes miofasciais e musculares no tronco cerebral. Sinais e Sintomas É isenta de náuseas, vômitos, osmofobia, latejamento e agravamento com movimentos. A dor pode ser em aperto (faixa), bilateral, leve a moderada e que duram de minutos até dias. Não pioram com o esforço físico rotineiro, mas a fotofobia e fonofobia podem estar presentes. Tratamento As episódicas geralmente respondem a analgésicos simples como paracetamol (650mg até 1 g) ou AINEs (aspirina [900mg a 1g], cetoprofeno [12,4 a 75mg], ibuprofeno [200 a 800mg] e naproxeno [250 a 500mg]). → O uso frequente de analgésico pode aumentar o número de cefaleia (nunca ultrapassar 3 dias por semana). As crônicas precisam de tto profilático geralmente com antidepressivos tricíclicos (amitriptilina inicialmente 10mg) ao deitar. Em Salvas Epidemiologia Muito mais rara que a tensional e enxaqueca. Acomete bem mais homens (6:1) Etiologia | Fisiopatologia Pode ocorrer por uma lesão única nas fibras do trigêmeo que convergem com projeções dos gânglios cervicais. Esse plexo está localizado no interior do seio cavernoso e o estreitamento do segmento cavernoso da artéria carótida foi observado em casos de cefaleia em salvas. Sinais e Sintomas Dor profunda unilateral, geralmente reto-orbital, muitas vezes com intensidade excruciante e explosiva. Início é noturno em metade dos pacientes. Uma das crises diárias de dor ocorre na mesma hora todo dia. Paciente tem surtos desde dias alternados, até 8 crises por dia de dor que duram 15 min a 3 h por 8 a 10 semanas por ano. O restante do ano não há dor. Crônica quando permanece em remissão menos de 1 mês sem tratamento. A cefaleia está associada a sinais ipsilaterais à dor, como hiperemia conjuntival ou lacrimejamento, rinorreia ou congestão nasal e ptose. Tratamento Crise Aguda: Tratamento precisa ter início rápido porque as salvas atingem o pico rapidamente. Pacientes com cefaleia em salvas tendem a andar balançando ou esfregando a cabeça e alguns podem se tornar agressivos → na enxaqueca pacientes preferem permanecer quietos. Maria Paula M. Mattei | Tutorial 7 UC 13 5 Muitos respondem super bem à inalação de O2 100% em 10 a 12L/min por 15 a 20min. Sumatriptano 6mg SC (subcutâneo) encurta a crise Spray nasal de sumatriptano (20mg) e zolmitriptano (5mg). Tratamento Preventivo: A escolha depende da duração da crise. Os pacientes com surtos longos ou cefaleia em salvas crônica requerem medicamentos seguros por precisarem de medicamentos por longos períodos. Surtos curtos → ciclos limitados de corticoides [prednisona por 10 dias, começando com 60 mg/dia durante 7 dias, seguidos de redução gradual rápida] ou metissergida orais. Surtos crônicos → lítio 400 a 800 mg todos os dias *Cuidar com verapamil porque pode causar bloqueio atrioventricular Cefaleia Secundária A dor é um sintoma de doenças neurológicas, sistêmicas ou de disfunções cranianas. Neoplásica Epidemiologia Pacientes com tumores cerebrais têm cefaleia em 50 a 70% dos casos. Se os sintomas se encaixam em cefaleia primária, o risco de ser neoplásica é de 0,045%. Pessoa com menos de 50 anos, história de cefaleia prévia sem alteração no padrão da dor, sem achados neurológicos, sem comorbidades e nenhum achado clínico novo na anamnese e exame físico. Tumor mais comum é o meningioma Etiologia | Fisiopatologia As dores ocorrem por aumento da pressão intracraniana, pelo desvio da linha média e pelo aumento do edema. Tumores de crescimento lento tendem a não causar cefaleia porque as estruturas têm mais tempo de adaptação. Sinais e Sintomas Clínica não específica e varia com a localização, tamanho e velocidade de crescimento do tumor. É mais prevalente pela manhã ou à noite, associada a náuseas e vômitos. Tende a ser moderada a grave, em pressão, aperto ou latejante e progressiva. Agravada pelo aumento da pressão intracrania → manobra de valsalva, tosse, espirro e defecação. Diagnóstico Verificar os sinais de alerta e caso 1 seja positivo, fazer exames de neuroimgaem (TC, RM) Tratamento Geralmente o tto do tumor melhora a cefaleia Pós Raquianestesia Epidemiologia Ocorre do 2º ao 7º dia após punção Desaparece em 90% dos casos (em 7 dias 70% das vezes e 90% em 6 meses) Etiologia | Fisiopatologia Pessoas que fizeram raquianestesia Extravasamento do LCR, diminuindo a pressão intracraniana e dilatando ou estruturas. Sinais e Sintomas Pode ser bilateral Irradiação frontal e occipital, menos frequentemente para temporal. Se estende para o pescoço Piora ao ficar ereta e melhora no decúbito dorsal. Pode apresentar zumbido, rigidez nucal e sintomas neurológicos. Tratamento Para prevenir, usar agulhas mais final e agulhas não- cortantes (com ponta de lápis) Reidratação Manutenção do decúbito dorsal → não é comprovada e nem preconizada. Medicação para dor (opioide e cafeína [300 a 500 mg VO ou IV {uma xícarade café tem 50 a 100 mg}]) Se a dor piorar ou sintomas graves persistirem em 24h: Injeção Peridural de Sangue Autólogo (tampão de sangue) de 20 a 30 ml. Vascular Epidemiologia As mais comuns são ruptura de aneurisma intracraniano e trombose venosa cerebral. Maria Paula M. Mattei | Tutorial 7 UC 13 6 Fumantes e hipertensos são mais propensos A hemorragia subaracnóidea aneurismática (HSA) é um evento grave. Metade dos pacientes morrem – se não houver tto – em 30 dias, e 2/3 em 48 horas. A idade média é de 50/53 anos Etiologia | Fisiopatologia Lesões estruturais intra ou extracranias HSA: Ruptura e sangramento abrupto, ficando o sangue limitado ao espaço do líquido cefalorraquidiano. Trauma é a causa mais comum, seguida pelo aneurisma Sinais e Sintomas A dor da ruptura de HSA é referida como a dor mais forte da vida, que aparece de forma súbita depois de um esforço e, muitas vezes, é a única manifestação → padrão thunderclap. Pode cursar com náuseas, vômitos e crises convulsivas. Uma diminuição transitória da consciência ou fraqueza nas pernas frequentemente acompanha a cefaleia. Embora um terço dos pacientes com HSA apresentem apenas cefaleia, o exame médico pode mostrar hemorragia retiniana, rigidez de nuca, agitação, diminuição do nível de consciência e sinais neurológicos focais. No caso de trombose, a dor é de início gradual (mas pode ser súbita), de intensidade variável. Pode estar acompanhada de borramento visual e náuseas Diagnóstico TC de crânio sem contraste → aneurisma Punção de líquor → aneurisma TC de crânio contrastada → trombose Angiorressonância → trombose Tratamento Cateterismo Cefaleia Crônica Diária (CCD) Epidemiologia O paciente típico é uma mulher com 30 ou 40 anos com história de enxaqueca episódica ou de cefaleia do tipo tensional começando na adolescência ou por volta dos 20 anos. Por meses ou anos, a cefaleia aumenta gradualmente de gravidade e frequência, a ponto de serem raros os dias consecutivos livres de cefaleia. Etiologia | Fisiopatologia Não é uma doença única, ela abrange várias síndromes de cefaleias, tanto primárias quanto secundárias. Frequentemente estão associadas ao uso excessivo de medicações analgésicas – mas nem sempre é o caso. Sinais e Sintomas Na verdade, é um termo usado para dizer que as dores ocorrem se não diariamente, quase todos os dias. A cefaleia mais frequente nesses pacientes são de intensidade leve a moderada, com qualidade compressiva ou levemente latejante, associadas com fotofobia e fonofobia leves (sem náuseas e vômitos). Podem ser contínuas ou intermitentes. Podem ocorrer ataques graves de dor de forma variável em cada paciente, desde 3 vezes por semana até 1 ou 2 vezes por mês. Podem estar (ou não) associados à náusea, fotofobia, fonofobia e às vezes vômitos. A dor é latejante, podem ser precedidos por aura enxaquecosa É frequentemente acompanhada de outros sintomas paroxísticos que são tão perturbadores quanto a cefaleia. Tonturas (vertiginosa e inespecífica), zumbido, fonofobia extrema, fadiga flutuante, alterações do humor e sensação de despersonalização. Diagnóstico Paciente tem cefaleia por 15 dias ou mais por mês. O paciente geralmente toma analgésicos diariamente para evitar a cefaleia. Quando a enxaqueca é o componente mais proeminente na CCD, chamamos de enxaqueca transformada. Temos que verificar se não existe nenhuma cefaleia secundária. Tratamento São os casos mais difíceis de tratar. Tricíclicos (amitriptilina ou nortriptilina) com doses de até 1 mg/kg, iniciando com doses baixas de 10-25 mg. Tomar 12h antes do horário que planeja acordar. Tipos de Anestesia Raquidiana Local injetado: Espaço subaracnóideo (entre pia e aracnóide) Como fazer: pacientem em decúbito lateral. Nível: A medula do adulto termina em L1 assim a punção é feita em L2-L3; L3- L4; L4-L5; Fármacos: bupivacaína e lidocaína Maria Paula M. Mattei | Tutorial 7 UC 13 7 Efeitos: falta de ar, diminuição da PA, arritmias, prurido, cefaleia e tremores. Complicações: síndrome da cauda equina e cefaleia pós- raqui Tipo de procedimento: ginecológicas e ortopedia Peridural Local injetado: peridural Como fazer: com agulhas mais calibrosas Nível: qualquer nível Fármacos: mesmos que a raqui, mas com cateteres Dose: maiores Efeitos: retenção urinária, infecção, diminuição dos batimentos cardíacos Complicações: em dose elevada pode gerar tontura, gosto metálico e zumbidos Tipo de procedimento: cx torácicas e abdominais Referências: GOLDMAN, Lee; I. SCHAFER, Andrew. Goldman‑Cecil Medicina. 25. ed. Elsevier, 2018. VON ROENN, Jamie H.; PAICE, Judith A.; PREODOR, Michael E. Current Diagnóstico e Tratamento da Dor. 1. ed. McGraw-Hill, 2008. L. LONGO, Dan. Manual de Medicina Interna de Harrison. 18. ed. Artmed, 2013. GIACOMOZZI, Ar et al. Consenso Latino-Americano para as Diretrizes de Tratamento da Migrânea Crônica. Headache Medicine, v. 3, n. 4, p. 150-161, dez. 2012. Disponível em: https://headachemedicine.com.br/consenso-latino-americano- para-as-diretrizes-de-tratamento-da-migranea-cronica/. Acesso em: 23 mar. 2021. ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROLOGIA. Protocolo Nacional Para Diagnóstico E Manejo Das Cefaleias Nas Unidades De Urgência Do Brasil - 2018. Departamento Científico de Cefaleia Sociedade Brasileira de Cefaleia, 2018. Disponível em: https://sbcefaleia.com.br/images/file%205.pdf. Acesso em: 23 mar. 2021. HEALTH UNION. MIDAS: Migraine Disability Assessment Questionnaire. Migraine.Com, 2012. Color. Disponível em: https://migraine.com/wp-content/uploads/2012/04/midas.pdf. Acesso em: 30 mar. 2021. VIEIRA, Fillipe Machado et al. QUANDO UMA CEFALEIA SINALIZA UM TUMOR CEREBRAL? Acta Médica, v. 39, n. 2, p. 370-379, jun. 2018. Disponível em: https://ebooks.pucrs.br/edipucrs/acessolivre/periodicos/acta- medica/assets/edicoes/2018-2/arquivos/pdf/34.pdf. Acesso em: 23 mar. 2021. BRUNO B ESMANHOTTO. Sociedade Brasileira de Cefaleia. 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