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MARÍLIA ARAÚJO – P1 MEDICINA Noções em biossegurança Situações • Situação 1: Uma pessoa à procura de materiais que possam valer algum dinheiro revira sacolas e caixas em um lixão. De repente, um descuido. O catador se fere com uma seringa utilizada e abandonada no meio do lixo. • Situação 2: Fim de expediente para um profissional de um laboratório que lida com o bacilo da tuberculose. Ele encerra as atividades sem perceber que sua máscara de proteção estava mal colocada. Três semanas depois, a filha de sua empregada é diagnosticada com tuberculose. • Situação 3: SP – Um hóspede com sintomas de gripe permanece em um hotel por dois dias. Semanas depois, pessoas com H1N1 são identificadas em cinco países, incluindo Canadá e EUA. A investigação mostra que os casos estavam relacionados ao paciente do hotel Conceito • Conjunto de medidas voltadas para prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Locais • Hospitais • Indústria química • Laboratórios Legislação específica • Leis • Normas regulamentadoras • Estudos diversos Risco • Perigo mediado pelo conhecimento. Ex: Se eu e minha irmã de 4 anos saímos sem máscara durante a pandemia, ela corre riscos porque eu os conheço e não intervi • Perigo: é o desconhecido • Nem todo acidente envolve desconhecimento • Incidente: o perigo existe e eu assumo o risco. Ex: dirigir bêbado, sentar na varanda de um prédio alto Falta de conhecimento • Instrução inadequada • Supervisão ineficiente. Ex: na desparamentação o médico precisa ser observado • Práticas inadequadas • Mal uso de EPIs (equipamentos de proteção individual – óculos, jaleco, máscara) • Trabalho falho • Não observação das normas Aspectos Históricos • Robert Hooke (1665): As células – Menores unidades da vida • Florence Nightingale (1863): Redução da infecção hospitalar com medidas de higiene e limpeza • Louis Pasteur (1864): Derrubou a Teoria da Geração Espontânea. Técnica de pasteurização • Joseph Lister (1867): Tratamento de feridas com fenol • Robert Koch (1876): Doença infecciosa causada por um microrganismo específico • Década de 70: engenharia genética. Transferência e expressão da E.Coli. Reunião de Asimolar – EUA • Década de 80: Classificação de Riscos (OMS) • Brasil (1995): Comissão Técnica Nacional de Biossegurança / 2002: Comissão de Biossegurança - MS Tipos de Riscos • Riscos físicos • Riscos químicos • Riscos biológicos • Riscos ergonômicos • Riscos de acidentes Risco biológico • Agente de risco biológico - todo microrganismo que causa algum tipo de doença • Vias de contaminação – respiratória, digestiva ou cutânea Classificação dos agentes biológicos • Virulência (grau de patogenicidade de um agente infeccioso) • Modo de transmissão • Estabilidade do agente • Concentração e volume • Origem do material potencialmente infeccioso • Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes • Disponibilidade de tratamento eficaz • Dose infectante • Tipo de ensaio (tipo de manipulação feita) • Fatores referentes ao trabalhador • Classe de risco 1 - Baixo risco individual e comunitário. Ex: Lactobacillus sp, gripe comum • Classe de risco 2 - Moderado risco individual e limitado risco comunitário. Ex: Salmonella sp, Shiguella sp, H1N1, Schistosoma mansoni • Classe de risco 3 - Alto risco individual e moderado risco para a comunidade. Ex: HIV, Bacillus anthracis, COVID-19 • Classe de risco 4 - Alto risco individual e comunitário. Ex: Ebola *Classes relacionadas a tratamento e medidas profiláticas Níveis de biossegurança em laboratórios • NB-1: Classe de risco 1 • NB-2: Classe de risco 2 • NB-3: Classe de risco 3 • NB-4: Classe de risco 4 Medidas de contenção • Barreiras de contenção - Técnicas microbiológicas de segurança (boas práticas) - Barreiras primárias (medidas de segurança, EPIs e EPCs) - Barreiras secundárias (desenho, organização) • Programa de segurança *Proteção de profissionais e do meio ambiente, eficiência das operações, controle de qualidade OBS: Os jalecos são veículos potenciais na transmissão de microrganismos Boas práticas em laboratórios • Problema está na tecnologia ou no comportamento dos profissionais? • Modernos sistemas de esterilização X Lavagem das mãos X Manuseio e descarte de pérfuro-cortantes Riscos biológicos (conhecimento/conscientização) • Conhecer possíveis agentes etiológicos e os meios de transmissão • Lavagem das mãos • Imunizações • Manuseio e descarte de pérfuro-cortantes • Conhecer a rotina para atendimento de acidentes com material biológico • Conhecer as limitações da profilaxia pós- exposição Lavagem das mãos • Ação mais importante: prevenção do risco de transmissão de micro-organismos • Quando lavar as mãos? - Antes e após atividades que eventualmente possam contaminá-las - Ao início e término do turno de trabalho entre o atendimento a cada paciente - Antes de calçar as luvas e após a remoção das mesmas - Quando as mãos forem contaminadas (manipulação de material biológico e/ou químico) em caso de acidente • Importante: 1. O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos 2. Mantenha as unhas tão curtas quanto possível e remova todos os adornos antes das lavagens das mãos 3. Utilize técnicas que tratem todas as partes da mão igualmente 4. Realize o procedimento de lavagem de mãos a cada atividade 5. Lave as mãos em uma pia distinta daquela usada para a lavagem do instrumental • Importante (antes de procedimentos cirúrgicos): 1. Antissepsia das mãos ou área operatória - Digluconato de Clorexidina a 2% ou 4% - PVDI a 10% com 1% de iodo ativo 2. Luvas rasgadas e/ou puncionadas durante o procedimento. O que fazer? Interromper o procedimento e realizar novamente a antissepsia 3. Lesões nas mãos ou dermatites 4. Bancadas de trabalho - Hipoclorito a 2% - Álcool a 70% Lavagem das mãos – técnica 1. Abrir a torneira a molhar as mãos, evitando encostar-se à pia 2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão líquido p/ cobrir todas as superfícies das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo fabricante) 3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si 4. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa 5. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais 6. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai e vem e vice-versa 7. Esfregar o polegar esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando-se movimento circular e vice-versa 8. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa 9. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular e vice-versa 10. Enxaguar as mãos retirando os resíduos de sabão no sentido dos dedos para os punhos. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira 11. Secar as mãos com papel-toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo para os punhos. Desprezar o papel-toalha na lixeira para resíduos comuns OBS: Na ausência de pia com água e sabão realizar antissepsia com álcool etílico a 70% OBS: Tempo total de lavagem: 3 min
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