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Lepstospirose Doença bacteriana da família das espiroquetas do gênero Leptospira. Agente esse, que apresenta vários subgêneros, sendo os dois mais importantes: L. interrogans e L. kirschneri. Porém, há também variantes sorológicas ou também denominada como sorovares (sorotipos) que apresentam diferentes antígenos de superfície, a fim de serem detectadas sorologicamente de formas diferentes porque há de se pesquisar esses antígenos específicos que esses sorovares tem, já que esses iram apresentar imunidades particulares em decorrência de sua singularidade. Portanto, um indivíduo imunizado por um tipo de sorovar, não obterá resposta imunológica por outro sorotipo correspondente a outro subgênero. Exemplos de subgêneros da Leptospira: -L. icterohaemorrhagiae -L. canicola -L. grippotyphosa -L. pomona -L. bratislava -L. autumnalis -L. hardjo -L. Bataviae Sendo os quatro primeiros os mais importantes causadores de doenças em animais e humanos, aonde os em azul aquelas que causam a síndrome hepatorenal e as em verde são as sorovares emergentes na década de 90 e acabaram sendo colocadas nas vacinas comerciais a despeitos de muitas discussões, sendo soravares importantes dos mais prevalentes no mundo todo e que tem uma patogenicidade e uma virulência importante. Dentro todas que se há conhecimento a L. pomona é a que apresenta maior mortalidade. Entretanto, a partir do momento que começamos a vacinar contra esses quatro (em destaque) sorovares existente a soroprevalencia dessas se reduz dando espaço para novos casos sendo destacados com outros sorotipos (por exemplo, esses quatro últimos subgêneros descritos acima). Logo, concluímos que sempre haverá novos sorovares emergentes, o que justifica a dificuldade para o controle pleno da leptospirose. Com relação a epidemiologia, temos essa afecção muito atrelada com a presença de reservatórios que são indivíduos que podem não apresentar sintomatologia, mas que fazem a excreção renal da bactéria por longos períodos. A maior parte dos reservatórios é não sintomática. Um exemplo bem característico são os roedores sinantrópicos que convivem em regiões de urbanização - ratazanas (Rattus norvegicus), camundongos (Mus musculus), ratos de telhados (Rattus rattus), roedores do mato como a própria capivara, também podem atuar como reservatórios da bactéria. Pelo o que se conhece, o cão é reservatório de apenas um único tipo de sorovar que é o L. canicola na qual ele é um hospedeiro adaptado, justificando por vezes o fato desse animal não apresentar sintomatologia para tal. Mas vão determinar a contaminação do ambiente, possivelmente a infecção de novos hospedeiros. O cão eventualmente pode ser portador de outros sorovares mas normalmente esse já passou pela doença clínica, se recuperou e eliminou a bactéria pelos rins. As variáveis para os indivíduos apresentarem sintomatologia mais graves ou doenças mais brandas vão contemplar a virulência do agente, ou seja, a capacidade do mesmo em determinar a doença, a resposta imune determinada pelo hospedeiro. CARACTERÍSTICAS DO AGENTE São sensíveis a radiação solar direta, a quaisquer tipos de desinfetantes antissépticos (principalmente se esse acidificar ou alcalinizar muito o meio, pois esses agentes são habituados a um pH mais neutro). Portanto, em casos que teremos um paciente infectado, no local onde o mesmo ao urinar, um modo de precaução é utilizar sabões/detergentes sobre essa urina. O congelamento se passar de uns 4 dias aproximadamente também destrói a bactéria. Condições favoráveis para a leptospira é temperaturas entre 0º a 250ºC, pH em torno de 7,2/ 7,4. São resistentes em meio salinos por alguns dias e em meios poluídos a bactéria encontra nutrientes satisfatórios e proteção contra a radiação solar direta. Logo, condições de esgotos a céu aberto favorece a permanência do mesmo no meio. INFECÇÃO A infecção se dá pela penetração ativa por mucosas (podendo ser nasal, ocular, oral e/ou genital) ou pele lesionada (micro lesões). Através do contato com água e/ou urina contaminadas ou carcaças de animais infectados. • Importante ressaltar que animais podem se infectar entrando em contato com carcaças alocadas em locais inadequados em que, o cão carniceiro pode ocasionalmente gerar uma infecção por meio dessa característica epidemiológica. Surtos em animais e em humanos podem apresentar caráter de sazonalidade, se essas regiões apresentarem climas bem definidos em que haja altos índices pluviométricos favorecendo assim a ocorrência de enchentes. TRANSMISSÃO Com relação a transmissão da leptospirose, podemos ter a direta ou a indireta. Sendo a direta por meio contato com a fonte de infecção, ou seja, urina, sangue, venérea, placentária (pode acontecer a transmissão da mãe para o feto, mas ocorre a trombose placentária e abortamento) e pela pele (desde que essa apresente lesões). A mais relevante tendo em vista o cão é a transmissão indireta que se caracteriza pelo contato indireto com a fonte de infecção, mas que tenha contato com meios contaminados tais como: solo, água e alimentos. Os alimentos, tem grande importância epidemiológica no contexto de leptospirose urbana em decorrências dos mesmos estarem contaminados com urina de portadores da lepto como o caso dos roedores. Entrando aí dois fatores de risco, sendo eles: a compra da ração a granel mal armazenada nos depósitos e o outro é a oferta de ração ad libitum para o animal sendo este alimento exposto ao ambiente favorecendo o trânsito de roedores sobre o alimento. Exposição de forma contínua e prolongada para o animal. Vale ressaltar que muitas vezes o animal nem tem contato com o rato propriamente dito, mas sim com as excreções do mesmo. PATOGENIA Houve exposição das mucosas ou lesões na pele ao agente, esse penetra, vai para a circulação realizando uma fase da doença denominada leptospiremia, onde irá ocorrer uma reação imunológica contra o agente e em decorrência disso, o organismo irá realizar muitos complexos antígeno/anticorpo determinando uma vasculite generalizada. Alguns indivíduos podem ou não realizar reações imunológicas em resposta a essa vasculite, tais quais: uveíte, destruição dos glóbulos vermelhos (anemia hemolítica imunomediada) e alguns podem realizar trombocitopenia de consumo podendo principiar uma coagulação intravascular disseminada. Após esses processos haverá a migração da bactéria “para onde ela quer”, porém, a mesma possui tropismo para os rins. Logo, todo qualquer animal irá apresentar glomerulonefrite seja de maior ou menor grau, dependendo da quantidade da virulência do agente. Quando estabelecida esta glomerulonefrite iremos determinar nestes indivíduos alterações tanto no glomérulo (inicialmente já comprometendo a filtração glomerular) mas posteriormente a bactéria irá atingir as células do túbulo contorcido proximal (que são o objetivo da leptospira), nessa replicação 7 dias depois da infecção elas causam uma lesão renal aguda. Em que toda lesão renal aguda que comprometa mais 70% dos néfrons ela se traduz como uma Insuficiência renal aguda, este indivíduo se torna azotêmico que vai ser tão importante que o paciente entrará em uremia, ou seja, ele apresentará sinais de uma insuficiência renal aguda. A partir do momento em que a bactéria chega até os túbulos ela irá se replicar nas células do epitélio tubular e a começar daí, por aproximadamente um período de duas semanas já temos um indivíduo apresentando se como um portador. Em que o mesmo vai começar a eliminar bactéria pela urina teremos uma fase denominada como leptospirúria. Baseando-se nesse contexto, duas coisas podem acontecer: no tratamento ou devido a imunidade do indivíduo ele elimina esse estado de portador conseguindo a cura completa ou o mesmo se torna portador crônico principalmenteaqueles que não tiveram uma doença clínica importante que não foram tratados, sendo fontes de contaminação do ambiente. Dentro da doença, podemos ter comprometimento de outros órgãos, pois na fase de leptospiremia a bactéria pode migrar para diferentes locais. Como exemplo de outro local temos o fígado onde irá ocorrer um processo de hepatite grave. A doença renal que temos e que causa lesão renal aguda é uma nefrite aguda que se não for tratada de forma correta pode ser o primeiro passo para o indivíduo determinar uma doença renal crônica. Porque essa nefrite aguda que é essa inflamação em resposta a presença da bactéria, ela pode se tornar posteriormente uma nefrite crônica intersticial, pois ela deixa de comprometer só o túbulo e começa a comprometer o interstício renal. Então o indivíduo ou cura ou se torna um nefropata crônico. • “Todo paciente com leptospirose faz lesão renal, mas nem todo paciente com leptospirose faz lesão hepática.” Logo, se um paciente ficar amarelo, se não apresentar lesão renal, não é leptospirose. Para ser tal afecção o indivíduo deverá apresentar lesões nos rins e no fígado junto. Lesão isolada no fígado não é leptospirose. As alterações que ocorrem no fígado são lesões necróticas (centro lobular) que irá interferir na drenagem da bile - oclusão biliar, motivo pelo o qual eles podem ficar ictéricos. Todo indivíduo que realiza uma hepatite importante, um processo inflamatório hepatocelular importante (principalmente se for de característica necrótica), quando ocorre o comprometimento de mais de 80% do fígado o paciente entra em insuficiência hepática. Sendo assim, esse paciente irá reduzir a sua produção de albumina podendo gerar quadros de edema, efusões, acúmulo de líquido no organismo – entram em um quadro de ENCEFALOPATIA HEPÁTICA, pela não conversão de amônia em ureia, podendo apresentar sinais neurológicos. Ocorrerá também microangiopatia vascular com a agregação de plaquetas em virtude da coagulação intravascular disseminada (CID) que afeta a homeostasia por conta da formação de trombos por conta da agregação plaquetária. Pacientes quando entram em CID, já não há o que pode ser feito. Podem também realizar quadros importantes de hemorragias tal como hemorragia pulmonar, mas também pode ocorrer edema do mesmo órgão (tanto pela baixa concentração sérica de albumina quanto pela disfunção renal pela diminuição da filtração. Além dessas consequências, também pode ocorrer uveíte, abortamento a encefalite (sendo essa, podendo ser tóxica quanto por vasculite trombose cerebral) e anemia hemolítica e casos raros de poliartrite. SINTOMAS Apresentam sintomas inespecíficos tais como: febre, letargia, anorexia, depressão, mialgia (em razão da deposição de imunocomplexos - região do quadríceps da coxa nos amimais fica bem sensível) e lombalgia (referida a dor renal por conta da nefrite, sendo assim, o paciente pode apresentar uma postura antálgica podendo ser mal interpretada como uma dor na coluna) e sensibilidade abdominal (irradiada pela lombalgia). Alguns animais poderão apresentar icterícia (lembrar que nem todo indivíduo ictérico tem leptospirose, mas nem todo indivíduo que tem leptospirose tem icterícia). Diáteses hemorrágicas como por exemplo: púrpura, petéquias, equimose, epistaxe e efusão. Ocorrerá vômito e diarreia, tingidos ou não de sangue (esses irão ser em virtude tanto da insuficiência hepática quanto da insuficiência renal (maior probabilidade). Presença de um hálito urêmico e com altas concentrações de amônia no sangue isso levará a uma glossite necrosante (mais especificamente na ponta da língua). Poliúria e polidipsia já que o indivíduo terá uma lesão no túbulo contorcido proximal. Nefromegalia, em alguns casos, pode ser palpáveis dependendo do animal ou observa-se pelo ultrassom. Além da possibilidade de choques, edema pulmonar ou periférico. Gráfico acima representa a porcentagem de cada sintoma inespecífico para cada indivíduo com leptospirose. DIAGNÓSTICO É baseado em uma anamnese bem minuciosa relacionando características epidemiológicas, clínicas, os sintomas apresentados pelo indivíduo e os exames físicos realizados. A partir daí iremos realizar exames laboratoriais e para confirmar usufrui de teste específico para a presença do agente no organismo. Sendo esse, o PCR satisfaz mais. Os imunoensaios são utilizados mais para obter o resultado para fazer a notificação pois não podemos aguardar o resultado do mesmo para tratar o paciente visando o tempo, esse identifica a identificação da espécie/gênero do sorovar envolvido. Biópsia e histopatológico renal não é muito utilizado, o procedimento chegaria ao diagnóstico de leptospirose, mas pensando nas condições em que o paciente chega ao consultório não favorece a utilização do mesmo. EXAME FÍSICO Pode se notar: desidratação, pirexia, tremores, icterícia, petéquias e sufusões, sensibilidade abdominal e lombar, e/ou mialgia. Lembrar que para fazer a verificação do débito urinário o indivíduo tem que estar hidratado. Logo, fluidoterapia antes da avaliação renal. Posteriormente passa uma sonda no paciente e verifica quanta urina ele produz de hora em hora. PATOLOGIA CLÍNICA No hemograma iremos ver uma leucocitose por neutrofilia com um importante desvio para esquerda que acontece por conta dos processos inflamatórios muito intenso (vasculite) e trombocitopenia pode acontecer entre 10 a 50% dos casos aonde o que irá determinar isso será a virulência do agente e do grau de vasculite determinado. Na urinálise encontraremos sinais de glomerulonefrite tais como: proteinúria, cilindrúria, presença de leucócitos e hemácias e pela lesão do túbulo contorcido proximal também podemos ter glicosúria. Lembrar que células do epitélio renal presentes na urina mostra para nós que esses indivíduos tiveram lesão no local. No perfil bioquímico iremos ver a parte renal e hepática. Na parte renal é importante avaliar a ureia, creatinina e urólitos (principalmente fósforo e potássio, para verificarmos se estão hiper/hipo dessas substâncias - excesso de potássio mata!!!). No âmbito hepático, iremos avaliar enzimas do extravasamento, ALT (traduz em lesão hepatocelular que não necessariamente é necrótica) e AST (indica necrose hepatocelular, mas que também pode indicar lesão muscular), enzimas de colestase FA e GGT (mostra oclusão biliar – colestase: bile parada dentro do fígado) e avaliar bilirrubinas (nesse caso normalmente apresentam aumento tanto na bilirrubina direta quanto na indireta já que eles apresentam lesão hepatobiliar, mas eventualmente podem apresentar um grande aumento na bilirrubina indireta se eles realizarem anemia hemolítica) e albumina. Animais com esta afecção para verificar geralmente tem o aumento dessas quatro enzimas. Esses exames servem para nos direcionar acerca da gravidade da lesão e todas as vezes que revermos o paciente com a afecção refaz os mesmos para verificar a evolução do quadro e o prognóstico. OUTROS EXAMES Para a confirmação do diagnóstico o ideal é a visualização da bactéria por meio da microscopia de campo escuro, porém esse equipamento é utilizado mais em laboratório de pesquisa. A urocultura ela até pode ser utilizada, mas dependendo da fase o exame pode dar negativo, indivíduos que apresentam só a leptospiremia não vai apresentar a bactéria na urina logo. O que normalmente é utilizado é realizar a coleta de sangue e de urina para fazer PCR. Sendo o ideal se o indivíduo apresentar pirexia e/ou sintomas sistêmicos é fazer PCR do sangue já que o agente provavelmente está realizando uma “corrida circulatória”. Em uma segunda fase, a partir do momento em que já temos o controle do paciente a pesquisa pelo PCR da urina, apesar de que a pesquisa por meio da urina ela pode ser eliminada a partir de 7 a 10 dias após a infecção. Muitas vezes iremos utilizarde detecção sorológica, fazer imunoensaio para pesquisar anticorpo contra leptospira pode ser uma grande armadilha se não tivermos conhecimento de causa. Normalmente faz se sorologia para tal doença através de um método de soroaglutinação microscópica. Usualmente ela demora de 14 dias para se tornar positiva, ou seja, para que detecção títulos de anticorpos de leptospira no animal infectado. Portanto, é justamente por esse motivo que não utilizamos desse teste para ter base se vai ou não tratar o paciente. Por isso, faz se um outro teste antes com uma sensibilidade um pouco maior; trata o paciente e por fim faz a soroaglutinação para confirmar o diagnóstico e para notificar, pois precisamos fazer qual é o tipo de sorovar envolvido. Para isso, existe uma regra! Não é positivo ou negativo, pode ser uma resposta cruzada com outra leptospira, pode ser uma resposta imunológica inespecífica, pode ser que o indivíduo tenha tido hemólise na amostra e essa pode causar uma falsa impressão de aglutinação. Então vamos determinar uma nota de corte para transformar esse indivíduo em positivo sendo essa nota se o paciente bater num título de 800. Logo, se a diluição de 1:800 mostrar que ele tem anticorpos é apartir daí que definiremos esse positivo para. Porém temos um problema, isso seria para cães não imunizados. Para cães imunizados essa nota de corte será maior por apresentar anticorpos vacinais. Então para serem considerados positivo, animais que tomaram vacina em um intervalo de 1 a 1 ano e meio vamos considerar como nota de corte 1:3200, ou seja, um título de 3200. Na dúvida de se o animal é vacinado ou não, repetir o teste dentro de 14 dias para ver se algum sorovar aumenta no título em aproximadamente 4x. Na suspeita, inicia-se com antibiótico; colhe material para fazer a sorologia; a mesma deu negativa? Isso não significa nada, só traduz em um animal que não tenha sido soroconvertido. Então repete o exame após 14 dias, deu negativo? Ai sim concluímos que o animal não tem leptospirose. Acaso na repetição do exame tenha apresentado um resultado positivo, esse tem lepto. Se deu positiva menor que 800 da primeira, também preciso verificar se o paciente não vai se sorocoverter, ou seja, é como se tivesse dado negativo. Logo, repetimos o exame, se deu um valor 4 vezes maior em relação ao primeiro exame de qualquer sorovar testado, aí sim ele é considerado positivo, caso contrário o mesmo é negativo. TRATAMENTO O tratamento será com antibioticoterapia. Antigamente o mesmo era realizado em duas fases sendo elas: de leptospiremia e de leptospirúria. Sendo a primeira com a classe dos betas lactâmicos, principalmente as penicilinas, já a leptospirúria com aminoglicosídeos da família das estreptomicinas, como principal escolha diidroestreptomicina. O problema em questão é que a diidroestreptomicina apesar de ser um ótimo medicamento para retirar o paciente do estágio de portador, o mesmo se comporta como uma droga nefrotóxica causando necrose tubular renal fazendo com que esse paciente evolua para um quadro de insuficiência renal crônica de modo repentino. Outra droga na fase de leptospirúria além dessa citada anteriormente é a doxiciclina é útil podendo ser usada para tratar o indivíduo nas duas fases. Fase de leptospiremia tratamos por um tempo de 7 dias e fase de leptospirúria por 14 dias. Primeiro trata a leptospiremia e depois trata a leptospirúria. Portanto, o tratamento dura durante 21 dias. Sendo 7 dias de penicilina, amoxicilina ou ampicilina 14 dias de doxiciclina. Esse protocolo será utilizado para casos em que o paciente apresente a síndrome hepatorenal e não pode ser tratado com doxiciclina na primeira fase porque tem doença hepática e a droga é hepatotóxica. Logo, se o indivíduo não apresentar lesão hepática ele pode realizar todo o tratamento com doxicilina. Se ele apresentar, esperamos o mesmo recompor a parte hepática e depois trata o estado de portador com a doxiclicina. Outra possibilidade que temos para manter o tratamento clássico é se não tivermos a doxicilina injetável disponível no mercado, porque na fase aguda as vezes não tem como tratar com doxicilina, devido a mesma só existir na apresentação por via oral. E a formulação oral é complicada para um paciente que apresenta êmese ou que está em anorexia/inapetência. Então aí realizamos o tratamento clássico, onde controlamos o vômito e depois entramos com a doxiciclina para fazer o tratamento crônico. Logo, temos duas grandes contraindicações da doxiciclina: se o indivíduo estiver vomitando muito e não tiver no mercado injetável e se o indivíduo apresentar quadros de hepatopatias. TRATAMENTO DA IRA Usufrui principalmente da fluidoterapia (ringer com lactado ou NaCl a 0,9%), trata de 6 a 8 horas reidratando o paciente e depois realiza a fluidoterapia de manutenção. Vol= P.V. (kg) x % desidx 10 Alguns pacientes do IRA se beneficiam bastante da diálise peritoneal ou da hemodiálise para a remoção de toxinas urêmicas na circulação. Lembrar que a insuficiência renal apresenta mais de 98 toxinas urêmicas circulantes. Mas de qualquer modo, iremos hidratar esses pacientes. TRATAMENTO PARA FALÊNCIA RENAL Indivíduos que param de urinar, começamos a medir o débito urinário dos indivíduos e se notarmos que a produção de urina por hora for menor do que 1ml/kg, o mesmo se apresenta com oligúria (baixa produção de urina pelo rim) que também pode levar o indivíduo para anúria (ausência de produção de urina). Logo, manteremos o indivíduo hidratado (taxa de 2 a 5 ml/kg/h de fluido valor de manutenção). Se o paciente estiver hidratado aí sim podemos entrar com diuréticos, com o objetivo de tentarmos desobstruir os túbulos renais que podem estar obstruídos por cilindros. Então inibimos a absorção de água pelos rins para fazer com que a água pelo rim para com que a água venha com maior pressão por dentro dos néfrons para empurrar os cilindros para adiante, resolvendo a oligúria ou anúria. Mas lembrar que isso só vale se for o rim quem não está produzindo a urina, não vale para animal que apresenta vesícula urinária cheia e que não consiga urinar. A medicação de escolha é o manitol, normalmente esse apresenta um resultado em menos de uma hora, caso não surte efeito repetimos a dose e caso não resolva entramos com furosemida (1- 2mg/kg - alguns autores sugerem de 2 a 6mg/kg desde que esse esteja bem hidratado – se houver uma resposta a cada 6 a 8h a gente aplica ¼ da dose que foi aplicada). Já outros autores, dizem que podemos realizar a infusão contínua dessa furosemida, ao invés de realizar uma aplicação de injeção inteira, aí realiza a infusão de 1mg/kg/h/6h e verifica o efeito, se o paciente reponde a terapia utiliza-se a infusão contínua de 0,1mg/kg/h. Se nenhuma das opções acima surtir efeito, a última opção que temos é utilizar a dopamina com uma infusão contínua de 2 a 5 mg/kg/min. E se nada der certo, não mais nada o que possa ser feito. TRATAMENTO SUPORTE Controle do vômito (ondansetrona, metarsaprina), suporte nutricional para aqueles pacientes que não comem que vão ganhar uma sonda para serem alimentados; tratar todos as alterações secundárias (CID, uveíte - anticoagulante/AINES); eventualmente se a proteína se apresentar muito baixa, utilizar de transfusão de plasma ou tomar um colóide com hetamido); se o fígado estiver afetado utilizar de substâncias hepatoregeneradoras como é o caso da silimarina, SAME que é antioxidantes, L- carnatina (aminoácidos), vale ressaltar que não há um tratamento específico para esse caso. PROGNÓTICO Se realizado o tratamento adequado e antecipado temos um bom prognóstico em 70 a 85% dos casos. E a morte acontece em um número pequeno, aonde normalmente quando ocorre o tratamento tardio da doença ou quando o paciente está infectado pela L. pomona. Todos os pacientes podemevoluir para um quadro crônico, é muito comum o paciente realizar uma IRA pela leptospirose e se desenvolver para uma doença renal crônica. E alguns indivíduos vão se tornar hepatopatas crônicos.
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