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LEI MARIA DA PENHA - Lei 11 340

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LEI MARIA DA PENHA 
Lei 11.340/06 -@rotinadeumaoabeira_ 
Breve histórico 
Essa lei é uma das mais importantes que o Brasil 
criou nos últimos tempos. Veio para atacar um 
problema sério, que não é exclusivo do Brasil e 
sim mundial. Veio cumprir expressamente o 
princípio da igualdade (IGUALIDADE 
SUBSTANCIAL) 
Repara mais de 100 anos de machismo. Vem para 
quebrar uma visão patriarcal de abuso da 
sociedade brasileira. 
Possui uma importância histórica e social muito 
grande. 
Lei que trouxe grande mudança – Segurança 
psicológica para a mulher 
É uma lei multidisciplinar (penal, civil, 
administrativo, processual penal...) – Não é só 
instrumento criminal. Ver a Lei Maria da Penha 
só como criminal é um grande erro. 
Essa Lei é a marca do Brasil. A Constituição já 
previa sobre esse crime no artigo 226, §8º. Esse 
artigo só existiu por causa de acordos 
internacionais que foram firmados pelo país. 
• Decreto 4377/02 – Convenção sobre a 
eliminação de todas as formas de 
discriminação contra as mulheres. 
• Decreto 1973/96 – Convenção 
interamericana para prevenir, punir e 
erradicar (fazer sumir da face da terra) a 
violência contra a mulher. 
Mesmo já havendo a previsão constitucional e 
os acordos firmados, a lei só saiu em 2006. 
Grande discussão – Aplica para mulher biológica 
ou sociológica (qualquer pessoa que se sente 
mulher)? 
Sexo feminino é diferente de ser mulher 
• Alguns tribunais, inclusive o STF já tem 
decido que pode sim aplicar a lei para a 
pessoa que se sente mulher. 
A Lei Maria da Penha é destinada a relações 
duradouras e efetivas. 
• Relações esporádicas (eventuais) não se 
encaixa nessa lei, porque ela tutela 
violência doméstica e familiar. 
A própria lei dita a regra de interpretação dela. 
a) Fins sociais buscados pela lei – Proteção 
e reinserção da mulher na sociedade 
b) Situação da mulher em condição de 
vulnerabilidade 
 
Atipicidade material – Ofensividade da conduta 
perante o bem jurídico. 
• Quando o bem jurídico é lesionado – 
Típico materialmente 
• Quando o bem jurídico não é lesionado – 
Atípico materialmente 
A teoria da atipicidade material (princípio da 
insignificância) na Lei Maria da Penha: 
 STF RHC 133.043/MT 
 STJ HC 333.195/MS 
Ambos rechaçaram a aplicação do princípio da 
insignificância na Lei Maria da Penha. 
• O STJ editou uma súmula nova 
exclusiva para a Lei Maria da Penha – 
Súmula 5.589 
 
Reconciliação 
Chamada de bagatela ou insignificância imprópria 
– Condutas que inicialmente afetam o bem 
jurídico, mas no decorrer do processo ela se 
torna atípica materialmente (desnecessária). 
Discussão: Em caso de reconciliação do casal, a 
denúncia e o processo podem ser extintos? 
A bagatela imprópria é condizente com o 
D.Penal? 
• O STJ entende que a reconciliação tem 
efeito pró futuro, mas não apaga o 
passado. (STJ HC 369.673) 
 
I- Disposições Gerais 
A lei define o que é violência doméstica – Artigo 
5º da Lei 11.340 
Sentido amplo (lato sensu) – Artigo 5º da Lei 
Sentido estrito (stricto sensu) (crime de violência 
doméstica) – Artigo 129, §9º. 
 
A Lei Maria da Penha identifica 5 formas de 
violência doméstica: 
a) Física 
b) Psicológica 
c) Sexual 
d) Patrimonial 
e) Moral 
Não existe crime de Maria da Penha, qualquer 
crime pode ser Maria da Penha. Qualquer uma 
dessas formas se combina com qualquer crime. 
Essa lei cria um regime diferenciado (Afasta a Lei 
9.099) 
CRIME + COMBINADO COM A LEI MARIA DA 
PENHA 
Não é qualquer tipo de lesão que se enquadra 
na lei., ou seja, a lei fixa formas (as cinco que já 
foram mencionadas). Além disso ela fixa também 
um ambiente para o cometimento daquele crime 
Ambiente 
a) Unidade doméstica – Ambiente de 
convívio permanente. Independe de 
vínculo familiar. Pessoas que tem livre 
acesso àquele local. Conceito 
extremamente amplo de família. 
b) Família – No sentido estrito. Unidade de 
relação/afinidade de pessoas que são ou 
se consideram aparentados. 
• Pode ser: 
I. Sanguíneo 
II. Afinidade 
III. Manifestação de vontade. 
Exemplo: adoção 
c) Qualquer relação intima de afeto 
(conviveu ou tenha convivido 
independente de coabitação) 
 
RESUMINDO: 
MULHER- CITAÇÃO DA VIOLENCIA 
DOMÉSTICA (NÃO DO CRIME) -AMBIENTE 
 
I) ATENDIMENTO POLICIAL – 
Noticiado a PM do fato, deve-se: 
• Proteção Policial comunicando o 
Ministério Público do fato 
• Imediato encaminhamento da mulher ao 
hospital ou IML 
• Transporte gratuito para a mulher e 
seus dependentes para um abrigo ou 
lugar seguro, desde que esteja em 
situação de risco. 
• Acompanhamento da mulher à casa para 
a retirada de seus pertences 
• Informar os direitos dela 
Havendo crime, existe o atendimento flagrancial 
– Receber vítima na delegacia; registrar a 
ocorrência (normalmente já vem registrada) e 
iniciar procedimento flagrante se necessário 
(artigo 12 da LMP) 
Além disso, o delegado vai procurar saber da 
vítima o interesse dela por medida protetiva. O 
pedido de Medida protetiva deve ser remetido 
ao juízo no prazo de 48 horas contado o seu 
encerramento (quando ela assinou o pedido). 
Quem pede a medida protetiva é a mulher, o 
delegado só representa essa vontade 
O flagrante segue o rito normal de flagrante, 
como prevê o Código de Processo Penal (como 
em qualquer outro) 
 
Os crimes cometidos no âmbito na Lei Maria da 
Penha não se aplicam a lei 9.099, como disposto 
no artigo 41 da LMP 
Observação: A lei fala CRIMES e não 
CONTRAVENÇÃO 
Se for contravenção contra a mulher aplica a lei 
9.099/95 
 
O STF tem uma decisão recente que fala que o 
artigo 41 quando falou “crime” ele estava falando 
em “delito”. Usando o termo crime em sentido 
amplo. E, portanto, a lei 9.099 deve ser afastada 
até em contravenção penal. 
• Ele sofre uma grande crítica pois fez uma 
interpretação ampliativa de uma norma 
penal e processual penal incriminadora, 
que segrega direitos. Toda norma penal 
incriminadora deve ser interpretada de 
forma restrita e não ampliativa. 
 
 
II) ASSISTÊNCIA A MULHER 
O juiz pode encaminhar a mulher a um 
atendimento assistencial estadual, municipal e 
estadual. Além disso o juiz pode encaminhá-la 
com prioridade ao SUS. 
 
Existem duas medidas legais relevantes: 
a) Servidora pública tem prioridade na 
remoção (se ela sofreu violência 
doméstica) 
b) Manutenção de vínculo trabalhista por até 
6 meses quando é necessário o 
afastamento do local do trabalho 
 
 
III) PROCEDIMENTOS 
 
Justiça especializada (artigo 14 LMP) – Permite a 
criação de varas especiais para a violência 
doméstica, podendo realizar atos (audiência) 
inclusive no período noturno. 
Vão ter natureza hibrida, ou seja, cível e penal. 
 
Representação – A LMP não retira a exigência 
de representação nos crimes que precisam. Não 
muda ação pública condicionada para 
incondicionada 
Exceção: Só na lesão corporal leve que retira. 
Na LMP a mulher só pode fazer retratação em 
audiência especial convocada pelo juízo para 
essa finalidade. Não basta manifestação singular 
dela. 
Penas substitutivas (artigo 17 da LMP)-É vedada 
a aplicação, nos casos de violência doméstica e 
familiar contra a mulher, de penas de cesta básica 
ou de prestação pecuniária , bem como a 
substituição de pena que implique o pagamento 
isolado da multa. 
Ou seja, não pode pagar para sair dessa 
 
• Súmula 588 do STJ – diz que nos crimes 
ou nas contravenções penais não cabe 
substituição. 
• HC 131.160 do STJ - Disse que a súmula do 
STJ cometeu um equívoco, pois a lei só 
fala em crime então o STF entende que 
em contravenção ainda pode ter 
substituição. Só que ele mantém todas as 
penas substitutivas vedadas. 
 
Tabela para melhor compreensão 
LEI Prestação 
pecuniária e 
multa 
Só não pode 
substituir a pena 
por prestação 
pecuniária 
STJ Crime e 
contravenção 
Não pode 
nenhuma 
substituição. Vai 
ter que cumprir 
a pena 
STF Crime Só nos crimes 
não pode ter 
nenhuma 
substituição, 
somentenas 
contravenções 
As decisões do STJ e do STF são ilegais. 
 
Medidas protetivas 
As Medidas protetivas previstas na LMP 
lembram a restrições de direito do Direito Civil. 
Tem a mesma natureza (origem) da prisão 
processual, que tem o objetivo de proteger o 
interesse. 
LEMBRANDO 
Existem dois tipos de prisão: Prisão pena 
(cumprir pena) e prisão processual (visa 
proteger o processo) 
Medida protetiva de urgência 
Medidas alternativas a prisão. Serve para 
proteger a mulher para que ela não sofra 
reiteração de conduta. Visam impedir um mal 
maior, colocando restrições ao direito do autor 
O CPP sofreu uma modificação em razão a LMP, 
que diz que falidas as medidas protetivas, 
decreta-se a prisão preventiva. Porém nada 
impede que em casos mais grave decreta-se de 
imediato a prisão preventiva 
Em tese a prisão preventiva cabe em quartas 
hipóteses (artigo 312 CPP) 
• Risco a ordem publica 
• Risco a ordem econômica 
• Garantir a instrução penal 
• Garantir a aplicação da lei penal 
Entretanto na prática, essas quatro hipóteses 
ficavam muito restritos. Foi então que o CPP 
ampliou para que pudesse se aplicar a LMP 
 
Legitimados para pedir a medida protetiva 
I- Ofendida – Capacidade de pleitear em 
nome próprio medidas protetivas. Não 
precisa se valer de terceira pessoa 
II- Ministério Público – Pode solicitar 
medidas protetivas contra a vontade 
da ofendida. 
Quando solicitado medida protetiva 
pela ofendida o MP é noticiado para 
participar. Para ver se há violação de 
direito dos incapazes ou efetiva 
proteção da mulher. 
A lei só concede legitimidade a esses dois 
Artigo 20 LMP- O juiz pode decretar a prisão 
preventiva de ofício 
Divergência quanto a legitimidade do juiz para 
decretar a medida protetiva. 
Falta a legitimidade do juiz para decretar medidas 
protetivas na LMP. Ou seja, se perguntarem: Pela 
Lei Maria da Penha o juiz pode decretar medidas 
protetivas? Não, pois não está previsto 
expressamente na Lei. 
Nucci faz uma leitura da LMP – Diz que a 
menção do artigo 20 da LMP o juiz tem o poder 
de decretar a prisão preventiva de ofício. O 
código deve ser interpretado de forma sistêmica 
Se o juiz tem legitimidade de decretar prisão 
preventiva, ele também pode decretar medidas 
protetivas. “Se ele pode o mais, ele também 
pode menos” – Teoria dos Poderes implícitos. 
(Corrente majoritária) 
A Lei deve ser interpretada dentro dos 
princípios do direito. 
• O delegado é legitimado? 
Não. Ele somente positiva a vontade da 
mulher (Ela assina e ele encaminha. É 
como se fosse o “carteiro” da mulher) 
Prisão preventiva – Artigo 20 LMP 
 Inquérito 
policial 
Instrução 
criminal (pós 
denuncia) 
De ofício X X 
Requerimento 
do MP 
X X 
Requerimento 
de autoridade 
policial 
X O 
 
O Artigo 311 do CPP é mais amplo. Trata da prisão 
preventiva de forma mais ampla. Ele acrescenta 
dois legitimados – Querelante ou assistente de 
acusação. 
Para esse artigo temos a seguinte tabela 
 Inquérito 
policial 
Instrução 
criminal (pós 
denuncia) 
De oficio O X 
Requerimento 
do MP 
X X 
Requerimento 
de autoridade 
policial 
X O 
Querelante ou 
assistente de 
acusação 
O X 
 
Querelante: Promove ação penal privada (pela 
vítima através de um advogado ou defensor 
público) 
Assistente de acusação: Terceiro interessado no 
processo 
• O artigo 311 do CPP amplia, mas restringe 
a norma. 
 
Temos, portanto, a seguinte tabela: 
 Inquér
ito 
policial 
(artigo 
20 
LMP) 
Inquér
ito 
policial 
(artigo 
311 
CPP) 
Instruç
ão 
crimina
l (pós 
denun
cia) 
(artigo 
20 
LMP) 
Instruç
ão 
crimina
l (pós 
denun
cia) 
(artigo 
311 
CPP) 
De oficio X O X X 
Requerim
ento do 
MP 
X X X X 
Requerim
ento de 
autoridade 
policial 
X X O O 
Querelant
e ou 
assistente 
de 
acusação 
- O - X 
 
Conflito aparente de normas – Critérios para 
solucionar conflito 
1- Hierarquia: Norma superior 
hierarquicamente revoga lei inferior 
2- Especialidade: Lei especial afasta lei geral 
3- Temporalidade: Norma mais nova 
prevalece sobre a mais antiga 
No primeiro critério ambas as leis são iguais 
No segundo critério a LMP ganha do Código de 
processo penal 
No terceiro critério o CPP (2011) prevalece sobre 
a LMP (2006) 
Correntes – São 2 intepretações: 
1- Esses critérios também devem ser 
analisados de forma hierárquica (1-2-3). De 
acordo com essa interpretação, a LMP 
prevaleceria sobre o CPP 
2- Leva em consideração o princípio da 
codificação (o código cria regras gerais 
que influenciam todo o ordenamento e as 
leis especiais disciplinam os micros 
regimes/universo particular). Porém toda 
vez que um código entra em vigor, ele 
revoga todas as disposições contrárias. 
 
Quem sustenta essa corrente diz que as 
mudanças feitas em 2011 não foi uma 
mudança e sim uma micro reforma. 
Portanto se é uma micro reforma, ela 
revoga toda a lei geral (revoga todas as 
disposições contrárias) 
 
Durante as medidas protetivas a ofendida deve 
ser notificada de todos os atos processuais. 
A lei prevê 3 tipos de medidas: 
I- Medida em face do agressor – 
Limitam o poder do agressor 
II- Medida em favor da vítima 
III- Medidas patrimoniais 
 
 
I- Medidas em face do agressor (artigo 
22 LMP) 
• Suspensão do porte de arma e/ou 
restrição do porte de arma 
• Afastamento do lar, domicílio ou local de 
convivência 
• Proibição de determinadas condutas 
a) Aproximação da ofendida de seus 
familiares e das testemunhas 
b) Proibição de conduta 
c) Proibição de frequentar determinados 
locais 
d) Restrição ou suspensão de visitas aos 
dependentes menores 
e) Prestação de alimento provisório ou 
provisional 
 
II- Medidas para a vítima (artigo 23 LMP) 
a) Encaminhamento da mulher a programa 
de atendimento ou proteção (vítima e 
seus dependentes) 
Abrigos humanizados 
b) Recondução ao domicílio com a retirada 
do agressor 
c) Afastamento do lar 
Importante: Ela não vai ser penalizada na 
guarda dos filhos nem no patrimônio 
O tempo que ela ficou fora de casa por 
causa do trauma que passou não pode 
ser usado contra ela. 
O estado trata como se não tivesse 
acontecido 
d) Determinar a separação de corpos 
(separação judicial) 
Separação é a medida preliminar do 
divórcio 
Crítica quanto a falta de eficácia das medidas 
protetivas 
 
III- Medidas patrimoniais (artigo 24 LMP) 
a) Restituição imediata de bens 
indevidamente apossados 
b) Proibição temporária de celebração de 
atos de compra e venda e de locação de 
bens comuns 
Ele tem que provar que o bem é dele 
c) Suspensão de procurações da vítima e 
seus dependentes para o agressor 
d) Prestação de caução provisória 
Juiz fixa um valor provisório de 
indenização para garantir o processo. 
Garantir o pagamento da indenização 
 
IMPORTANTE: O juiz não está vinculado ao 
pedido da vítima, ele escolhe quais medidas 
cabíveis serão fixadas. 
• Ele pode ampliar as medidas? Decretar 
medidas que a ofendida não pediu? 
➢ Quem acredita que o juiz pode 
decretar medida de ofício, ele e, 
tese pode fixar as medidas que ele 
acha cabível, mesmo que a 
ofendida não tinha solicitado 
➢ Quem acredita que o juiz não 
pode decretar de ofício, ele está 
restrito ao pedido da ofendida. Ele 
pode restringir as medidas 
• O juiz a qualquer momento de ofício, a 
pedido da defesa ou a pedido do MP 
pode mudar as medidas decretadas. 
O descumprimento da medida protetiva pode 
fundamentar um pedido de prisão preventiva (se 
for durante o processo o juiz pode decretar de 
ofício) e a responsabilização pela desobediência 
de medida protetiva. 
 
Ministério Público (artigo 25 e 26 da LMP) 
O MP quando não for parte, será intimado para 
participar do processo (“Custus legis” –Fiscal da 
Lei). O MP intervém em todas as medidas 
protetivas 
O MP pode a qualquer momento: 
1- Requisitar auxílio policial 
2- Requisitar prestação de serviços públicos 
(saúde, assistência social, educação) com 
prioridade 
Atenção: Isso dentro darealidade local 
3- Poder-dever de fiscalizar os 
estabelecimentos de atendimento à 
mulher 
4- Criar um cadastro de estatísticas 
referentes a violência doméstica (Fazer 
uma estatística confiável) 
 
Assistência jurídica (artigo 27 LMP) 
Garantir a intervenção da defensoria pública 
Atendimento por equipe multidisciplinar a mulher 
(artigo 29 da LMP). São pessoas especializadas 
para ajudar no atendimento 
 
Crime de desobediência (artigo 24-A da LMP) 
Artigo 24-A: Descumprir decisão judicial que 
defere medidas protetivas de urgência previstas 
nessa Lei nº 13.641, de 2018) 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) 
anos. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) 
§1º: A configuração do crime independe da 
competência civil ou criminal do juiz que deferiu 
as medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) 
§2º: Na hipótese de prisão em flagrante, apenas 
a autoridade judicial poderá conceder fiança. 
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) 
§3º O disposto neste artigo não exclui a 
aplicação de outras sanções cabíveis. (Incluído 
pela Lei nº 13.641, de 2018) 
 
Comentários relevantes sobre esse artigo 
• Elemento subjetivo: Doloso – Ele precisa 
saber que descumpriu medidas protetivas. 
É necessário ter ciência que a medida 
protetiva está funcionando. 
• Por mais que seja uma lei protetiva, ela 
não inverte o ônus processual. Na dúvida 
em favor do réu (in dubio pró réu) 
• A pena desse crime veio com o objetivo 
de se adequar ao grau do 
descumprimento dele. É crime de menor 
potencial ofensivo e cabe suspensão 
condicional do processo. 
• A Lei Maria da Penha afasta a lei 9.099 
• Medidas protetivas são medidas cíveis 
• Regra: Crimes com pena até 4 anos – 
Fiança pode ser fixado tanto pelo juiz 
como pelo delegado e crimes com penas 
com mais de 4 anos – somente o juiz 
fixa a fiança. 
Nesse crime a fiança só pode ser fixada 
pelo juiz por força do §2º (exceção à 
regra) 
• Antes desse crime, discutia-se na doutrina 
se o descumprimento de medida 
protetiva gerava o crime de 
desobediência? 
Corrente majoritária: Não, porque a 
própria LMP previa sanções especificas. 
O legislador, com esse parágrafo já 
previu que o autor responde pelas 
sanções que vierem juntos. Evitando a 
interpretação anterior (que era 
majoritária) 
O crime do artigo 24-A existe 
independente de outras sanções. Você 
responde pelo crime por outras sanções 
que vierem juntos. (§3º) 
• Em local que não tem vara especializada 
o juiz criminal exerce função civil e penal 
 
Recentemente o artigo 158 do CPP foi alterado 
– Crimes que deixam vestígios é obrigatório 
exame de corpo de delito. 
A reforma criou um parágrafo único que fala 
sobre PRIORIDADE. Tem prioridade no exame de 
corpo de delito: 
I- Violência doméstica 
II- Criança, adolescente, idoso e 
deficiente. 
 
Atualização legislativa incluída pela Lei 
13.827/19 
Inseriu o artigo 12-c na lei 11.340/06 (Lei Maria da 
Penha) 
Na hipótese de risco atual ou iminente dentro do 
expecto familiar, a medida protetiva de 
afastamento do lar ou do local de convivência 
poderá ser decretada de imediato em primeiro 
caso por autoridade judicial, autoridade policial ou 
pelo próprio policial 
• O artigo 12 C não precisa de autorização 
da vítima 
• Mudanças nos incisos II e III. A autoridade 
policial pode decretar medida protetiva 
desde que o município não seja sede de 
comarca (ai o delegado de polícia pode 
decretar) 
• Pode ser decretada também pelo policial 
(tipo extremamente aberto/amplo) 
• Concedida a medida por um desses dois, 
tem um prazo de 24 horas para 
comunicar o juiz. E o juiz tem igual prazo 
para decidir se mantem ou revoga 
Artigo 38 A foi inserido na lei. Ele cria um 
banco de dados nacional sobre a 
responsabilidade do CNJ sobre a concessão 
de medidas protetivas.

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