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Avaliação Nutricional Aula 03: Avaliação bioquímica Apresentação A avaliação bioquímica está relacionada a um conjunto de exames e testes que devem fazer parte da consulta do paciente com o pro�ssional nutricionista com �nalidade de tratar, diagnosticar, acompanhar, coletar dados e auxiliar na prevenção das doenças. Faz-se necessário tal procedimento para que a avaliação nutricional seja completa. O diagnóstico nutricional tem por objetivo a recuperação do estado nutricional do paciente por meio da obtenção de um maior número de dados, principalmente, de exames bioquímicos, essenciais na recuperação do paciente. Objetivo Reconhecer a importância de interpretar exames bioquímicos em nutrição; Identi�car as técnicas de interpretação de exames bioquímicos; Relacionar os exames bioquímicos com o exame clínico e anamnese alimentar. Palavras iniciais Os exames bioquímicos necessários ao acompanhamento dietoterápico do paciente pelo nutricionista estão regulamentados de acordo com a Lei Federal nº 8234/1991, que dispõe sobre a solicitação de exames laboratoriais. Fonte: shutterstock Solicitar exames laboratoriais é de extrema importância para o acompanhamento nutricional, principalmente para a prescrição dietética, e é de competência do pro�ssional. Os exames têm o objetivo de trazer informações importantes para a avaliação do estado nutricional do paciente, e para que sejam feitos ajustes na dieta do paciente, é necessário que tenha a complementação com os métodos de antropometria, anamnese alimentar e exame físico do paciente. Nesta aula conheceremos alguns exames bioquímicos importantes para o diagnóstico nutricional, ressaltando a importância da equipe interdisciplinar no reestabelecimento do estado nutricional do paciente o mais rápido possível. Vamos iniciar com o hemograma completo, pela série vermelha. Uma das primeiras células são as hemácias, que podem apresentar alterações de tamanho, forma e coloração dependendo da patologia que está em curso. Já a hemoglobina é uma proteína presente nos eritrócitos, que têm como principal função o transporte de oxigênio e de�ne a condição da anemia se ferropriva ou talassêmica etc., variando sua concentração entre gênero e idade. Fonte: shutterstock Outra célula sanguínea é o hematócrito, que indica por unidade de volume a massa total de células sanguíneas. O hematócrito avalia a porcentagem de hemácias que pode estar reduzida em doenças renais, hemorragias e/ou em perdas como hemólise, queimaduras, e depende do volume ocupado pelos eritrócitos, pois são mais numerosos que os leucócitos e plaquetas. Já o volume corpuscular médio – VCM é de�nido como o tamanho das hemácias e é o melhor índice para classi�car as anemias. Se estiver reduzida, é denominada de anemia microcítica, que pode ser uma anemia por possível de�ciência de ferro (anemia ferropriva) ou talassemia. Atenção A talassemia é conhecida como anemia do mediterrâneo, pois alguns casos incialmente identi�cados ocorreram em famílias residentes do Mar Mediterrâneo, sendo uma desordem hereditária que pode causar anemia. A condição não é contagiosa, contudo é provocada por uma falha genética, a qual leva a uma malformação da hemoglobina. Existem dois tipos principais de talassemia: alfa e beta, sendo que a segunda é mais comum. Para formar a hemoglobina, o corpo precisa das proteínas alfa-globinas e beta-globinas, as quais, por sua vez, precisam de alguns genes em nosso corpo para que sejam construídas. Na anemia ferropriva ocorre a redução anormal do tamanho da célula (anemia microcítica) e diminuição da coloração das hemácias por redução da hemoglobina (hipocromia). Já na macrocitose pode ocorrer outras condições como: anemia megaloblástica, alcoolismo, hepatopatia e hipotireoidismo. A anemia megaloblástica é resultante da inibição da síntese de DNA na produção de glóbulos vermelhos e frequentemente ocorre devido à de�ciência de vitamina B12 e/ou de ácido fólico, levando a defeitos na síntese de DNA. A de�ciência de vitamina B12 por si só não causa a síndrome na presença de ácido fólico su�ciente. Outra célula analisada é a hemoglobina corpuscular média, que é de�nida como a média da hemoglobina por eritrócito, e que pode estar reduzida na microcitose e elevada na macrocitose. Já a concentração da hemoglobina corpuscular média signi�ca a concentração de hemoglobina presente em 100 mL de hemácias, permitindo que seja realizada avaliação do grau de saturação de hemoglobina no eritrócito. Uma saturação normal signi�ca hemácias normocrômicas, hipocrômicas (saturações diminuídas) e quando saturação elevada, hipercrômicas. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Leucócitos A série branca do exame bioquímico é chamada de leucograma. Aqui os leucócitos são células do sangue responsáveis pela defesa do organismo contra toxinas, vírus e bactérias. Os leucócitos são classi�cados em granulócitos como neutró�los, basó�los e eosinó�los, além dos linfócitos e monócitos. Ilustração mostra os cinco tipos de leucócitos detectados em um leucograma. Fonte: Double Brain/Shutterstock.com [adaptado] O exame do leucograma é obtido pela contagem de diferentes tipos de leucócitos, numa lâmina, por meio de um microscópio. O exame é indicado para diagnóstico ou acompanhamento de infecções e in�amações, alérgicas ou leucêmicas, porém em situações de estresse, gravidez, exercício físico, alimentação e o uso de corticoides podem ter resultados alterados. Fonte: shutterstock A seguir alguns exemplos de valores de referência: SÉRIE BRANCA VALORES DE REFERÊNCIA LEUCÓCITOS 4.500 até 13.000 mm3 NEUTROÓFILOS 40 a 69% EOSINÓFILOS 0 a 5% BASÓFILOS 0 a 1% LINFÓCITOS 25 a 45% MONÓCITOS 2 a 10% Comentário Quando os leucócitos estão aumentados, recebem o nome de leucocitose;. Quando estão diminuídos, chamamos de leucopenia. Quando notamos aumento ou redução dos valores dos leucócitos, é importante ver qual das seis linhagens descritas mais adiante é a responsável por essa alteração. Como neutró�los e linfócitos são os tipos mais comuns de leucócitos, eles geralmente são os responsáveis pelo aumento ou diminuição da concentração total dos leucócitos. Grandes elevações podem ocorrer nas leucemias. Enquanto processos infecciosos podem elevar os leucócitos entre 20.000-30.000 células/mm , na leucemia, os valores ultrapassam facilmente as 50.000 cel/mm . As leucopenias normalmente ocorrem por lesões na medula óssea, e podem ser resultado de quimioterapia, por ingestão de drogas, invasão de células cancerígenas ou por invasão por microrganismos. A seguir os tipos de leucócitos, cada um com suas particularidades: 3 3 Clique nos botões para ver as informações. O neutró�lo é o tipo de leucócito mais comum. Representa, em média, de 45 a 75% dos leucócitos circulantes e são especializados no combate a bactérias. Na presença de uma infecção bacteriana, a medula óssea aumenta a sua produção, fazendo com que sua concentração sanguínea se eleve. Portanto, quando temos um aumento do número de leucócitos totais, causado basicamente pela elevação dos neutró�los, estamos diante de um provável quadro infeccioso bacteriano. Os neutró�los têm um tempo de vida de aproximadamente 24-48 horas. Quando o processo infeccioso é controlado, a medula diminui a produção de novas células e seus níveis sanguíneos retornam rapidamente aos valores basais. Neutro�lia: aumento do número de neutró�los, Neutropenia: redução do número de neutró�los. Neutró�los Os linfócitos são o segundo tipo mais comum de glóbulos brancos. Representam de 15 a 45% dos leucócitos no sangue. Essas células são as principais linhas de defesa contra infecções por vírus e contra o surgimento de tumores, além de serem responsáveis pela produção dos anticorpos. Quando temos um processo viral em curso, é comum que o número de linfócitos aumente, às vezes, ultrapassando o número de neutró�los e tornando- se o tipo de leucócito mais presente na circulação.Os linfócitos são as células que fazem o reconhecimento de organismos estranhos, iniciando o processo de ativação do sistema imune e, portanto, são essas células que iniciam o processo de rejeição nos transplantes de órgãos. Linfócitos 1 São ativados em processos virais e bacterianos, representam de 3 a 10% dos leucócitos circulantes, e, quando um tecido está sendo invadido por algum germe, o sistema imune encaminha os monócitos para o local infectado. Os monócitos tipicamente se elevam nos casos de infecções, principalmente naquelas mais crônicas, como a tuberculose. Monócitos Eles são os leucócitos responsáveis pelo combate de parasitas e mecanismo da alergia, representando cerca de 1 a 5% dos leucócitos circulantes.O aumento de eosinó�los ocorre em pessoas alérgicas, asmáticas ou em casos de infecção intestinal por parasitas. Eosino�lia: aumento do número de eosinó�los; Eosinopenia: redução do número de eosinó�los. Eosinó�los O tipo menos comum de leucócitos no sangue e representam de 0 a 2% dos glóbulos brancos. Sua elevação normalmente ocorre em processos alérgicos e estados de in�amação crônica. Basó�los Plaquetas http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0097/aula3.html As plaquetas são fragmentos de células responsáveis pelo início do processo de coagulação, agrupam-se e formam um trombo, uma espécie de rolha que imediatamente estanca o sangramento. Ilustração 3D de plaquetas sanguíneas (Fonte: shutterstock) Quando um tecido de qualquer vaso sanguíneo é lesado, o organismo rapidamente encaminha as plaquetas ao local da lesão. Graças à ação das plaquetas, o organismo tem tempo de reparar os tecidos lesados sem que haja muita perda de sangue. O valor normal das plaquetas varia entre 150 a 450 mil por microlitro (uL). Com valores próximos de 50 mil, o organismo não apresenta di�culdades em iniciar a coagulação. Quando esses valores se encontram abaixo das 10 mil plaquetas/uL, há risco de morte, uma vez que pode haver sangramentos espontâneos. Trombocitopenia Redução, abaixo dos valores de referência, do número de plaquetas. Trombocitose Aumento, acima dos valores de referência, do número de plaquetas. É importante antes de cirurgias dosar as plaquetas, para saber se o paciente não se encontra sob elevado risco de sangramento, e na investigação dos pacientes com quadros de hemorragia ou com frequentes equimoses (manchas roxas na pele). A contagem total de linfócitos – CTL é um indicador de estado nutricional podendo estar aumentada nas infecções virais, agudas e doenças colagenosas, e pode estar reduzida em pacientes que fazem uso de corticoides e em doenças que estão relacionadas ao sistema imunológico. É obtida por meio de uma fórmula em que se utilizada o percentual de linfócitos e o número de células de leucócitos. CTL= % linfócitos x leucócitos / 100 Classi�cação da contagem total de linfócitos: Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Interpretação Valores de referência Depleção leve 1200 A 2000/mm Depleção moderada 800 a 1199/mm Percussão - Avaliação de “sons”, para determinar o contorno, formato e posição dos órgãos. - Nem sempre pode ser usada no exame físico relacionado à nutrição. Depleção grave < 800/mm Fonte: The Surgical Clinics of North America, 1981 3 3 3 A albumina é uma proteína sintetizada e secretada no fígado correspondendo à principal fração das proteínas totais no plasma, desempenhando várias funções, como transporte de substâncias endógenas (aminoácidos, ácidos graxos, bilirrubina e outros metabólitos) e exógenas (drogas e produtos tóxicos). Essa célula possui meia-vida de cerca de 20 dias, e sua concentração plasmática diminui lentamente, tornando-a insensível para a avaliação de distúrbios agudos e re�etindo tardiamente uma baixa ingestão proteica. Os níveis reduzidos de albumina ocorrem quando da diminuição de sua síntese, diminuição do consumo de proteínas na alimentação, catabolismo de proteínas corporais, induzido por doença ou estresse, excreção anormal de proteína na urina, como na síndrome nefrótica, e pode ocorrer edema, devido a albumina ter como função a manutenção da pressão oncótica do plasma. Valores de referência no soro em adultos: Interpretação Valores de referência Normal > 3,5 g/dL Depleção leve 3,0 a 3,5 g/dL Depleção moderada 2,4 a 2,9 g/dL Depleção grave < 2,4 g/dL Blackburn et al., 1979 A avaliação da tireoide (hipotireoidismo e hipertireoidismo) se dá por meio da tiroxina (T4 total e livre) e triiodotironina . Valor de referência para T4 total em adultos: de 4,5 a 12 µg/dL. Valor de referência para T3 em adultos: de 1,13 a 3,14 mmol/L. O hormônio tireoestimulante (TSH) é produzido pela hipó�se anterior e é responsável direto pela estimulação da glândula tireoide, aumentando, assim, a secreção de hormônios T3 e T4. Os valores de referência são expressos em termos de inibição da ligação do TSH: positivo – a partir de 1,5U/L; normal - < 1U/L; indeterminado – entre 1 e 1,5U/L. 1 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0097/aula3.html Exames utilizados para acompanhamento de doenças renais Clique no botão acima. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Ureia A ureia é uma molécula pequena que se encontra livremente entre os espaços extra e intracelular, concentrando-se na urina para excreção e pertence ao grupo dos compostos nitrogenados não proteicos. Os níveis elevados de ureia sugerem insu�ciência renal, e os níveis reduzidos podem estar associados com dietas pobres em proteínas, com a expansão do volume plasmático ou com hepatopatias graves. O valor de referência no soro ou na urina: de 10 a 45 mg/dL. Fonte: Shutterstock Creatinina De�nida como o produto �nal do metabolismo da creatina. A quantidade é proporcional à massa muscular esquelética do indivíduo, sendo a creatinina excretada de forma muito e�ciente pelos rins, e sua concentração plasmática torna-se elevada quando há insu�ciência renal. Valores de referência no plasma: Homens – de 0,8 a 1,2 mg/dl; Mulheres – de 0,6 a 1,0 mg/dl. Clearance de creatinina A depuração, ou clearance de creatinina, ou ainda, a taxa de �ltração glomerular (TFG) é um indicador da função renal, principalmente nos casos mais avançados, em que os níveis encontram-se bem abaixo do valor mínimo de referência (80 a 120 mL/min/1,73m ). Quando os valores estão ≤ 60 mL/min, indica-se um tratamento chamado conservador ou não dialítico, em que a oferta de proteína é controlada com o objetivo de retardar a progressão da insu�ciência renal. O tratamento dialítico é indicado quando a TFG é inferior a 15 mL/min. Sódio Tem como função avaliar os equilíbrios �uido-eletrólito e ácido básico, bem como as funções neuromuscular, renal e adrenal. Os níveis séricos de sódio elevados (hipernatremia) podem resultar de ingestão inadequada de água, perda de água com excesso de sódio (diabetes, função renal prejudicada, vômito ou diarreia graves) e retenção de sódio. Já os níveis séricos reduzidos de sódio (hiponatremia) podem resultar de ingestão inadequada, perda excessiva de sódio devido à transpiração profusa, terapia diurética, vômitos, queimaduras, síndrome nefrótica, insu�ciência cardíaca congestiva e insu�ciência renal crônica com acidose. Valor de referência: de 135 a 145 mEq/L. Potássio A de�ciência de potássio (hipocalemia) prejudica a função neuromuscular, tendo como sinais clínicos fadiga, mialgia e fraqueza muscular, paralisia, alterações no eletrocardiograma, taquicardia com alterações na onda T (achatamento ou inversão), e nos casos mais graves, arritmias ventriculares e parada cardíaca. As causas de hipocalemias podem ser: acidose tubular renal, uso de mineralocorticoides, aldosteronismo, uso de diuréticos e outras drogas, além de ingestão inadequada, má-absorção, perdas gastrointestinais por vômitos, diarreia, uso de laxativos, fístulas, queimaduras e sudorese excessiva. 2 Já o excesso de potássio (hipercalemia) causa sinaisclínicos como confusão mental, fraqueza, hipoventilação e bradicardia. Essa condição re�ete excreção renal inadequada, mobilização do potássio dos tecidos, excesso do consumo oral ou de administração parenteral, uso de diuréticos poupadores de potássio e constipação intestinal. Valor de referência: de 3,6 a 5,0 mEq/L. Fósforo O aumento de fósforo sérico ocorre por diminuição da �ltração glomerular, aumento da reabsorção tubular renal e aporte endógeno ou exógeno. Valores séricos diminuídos são encontrados com uso de diuréticos, antiácidos, hiperparatireoidismo primário, septicemia, de�ciência de vitamina D, hemodialisados crônicos, presença de vômitos e na síndrome de realimentação. Valores de referência no soro em adultos: de 2,4 a 4,6 mg/dL em homens; de 2,3 a 4,3 mg/dL em mulheres. Cálcio Os quadros de hipocalcemia podem ser observados nos pacientes com doença renal crônica, muitas vezes associados à de�ciência de vitamina D. Já ahipercalcemia é uma condição que está presente em administração crônica de diuréticos, uso da vitamina D e antiácidos. Valor de referência em adultos: de 8,4 a 10,2 mg/dL. Magnésio Os sinais clínicos da depleção de magnésio só se manifestam quando os níveis séricos se encontram muito comprometidos, ou seja, em valores abaixo de 1mEq/L. As causas de de�ciência podem ser má-absorção, desnutrição, diarreia intensa, alcoolismo, pancreatite aguda, hiperalimentação por meio de terapia nutricional parenteral prolongada, diálise crônica e hiperaldosteronismo. Os sinais clínicos de hipomagnesemia são: fraqueza, tremores, irritabilidade, delírio, convulsões, tetania e alterações no eletrocardiograma. Os níveis séricos elevados de magnésio podem ocorrer nas desidratações intensas, na insu�ciência renal, na insu�ciência adrenocortical, em grandes traumas teciduais, no lúpus eritematoso sistêmico, no mieloma múltiplo, assim como pelo uso excessivo de antiácidos e de enemas ricos em magnésio. Os sinais clínicos da hipermagnesemia são: diminuição de re�exos, sonolência, arritmias e parada cardíaca. Valor de referência no soro: de 1,9 a 2,5 mg/dL. Ácido úrico É gerado como produto nitrogenado no ser humano, por meio do catabolismo das purinas (adenina e guanina). A concentração elevada de ácido úrico no sangue (hiperuricemia) está relacionada com o diagnóstico de gota, cálculo renal, insu�ciência renal, neoplasias, leucemia e linfomas. Já a redução de ácido úrico encontra-se em situações como síndrome de Fanconi, doença de Wilson e secreção inapropriada de hormônio antidiurético, diminuindo também sob efeito de drogas como alopurinol, aspirina em altas doses, contrastes radiológicos e altas doses de vitamina C. Valores de referência no soro: De 2,4 a 6,0 mg/dl em mulheres; De 3,4 a 7,0 mg/dl em homens. ; Oxalato na urina de 24 horas A necessidade de dosagem de oxalato em pacientes com nefrolitíase é importante, em razão de 90% dos cálculos renais formados serem de oxalato de cálcio. A maior fração do oxalato urinário é endógena e do metabolismo do ácido ascórbico (vitamina C), com fração de apenas 10 a 15% do seu total excretado proveniente da alimentação. Valores de referência: De 17 a 43 mg/24h em homens; De 24 a 47 mg/24h em mulheres. Atividades 1. Paciente VMR, sexo feminino, 28 anos, com sintomas de fraqueza, vômitos e diarreia, procurou o ambulatório de nutrição sendo solicitado hemograma completo para diagnóstico nutricional. No exame antropométrico foram constatados os seguintes parâmetros: PA = 70Kg, PH = 87 Kg, A = 1,62m. Diante desses dados de�na o estado nutricional do paciente. Série vermelha Células Resultado Valor de referência Hemácias 3,2 4 a 5 milhões/mm Hemoglobina 11 13,5 a 18g/dL Hematócrito 32 40 a 50% VCM 70 80 a 98fl HCM 21 23 a 34pg CHCM 27 28 a 35% RDW 11 11 a14% 3 Série branca Células Resultado Valor de referência Leucócitos 9.000 4.500 a 10.000 células/mm Neutrófilos 42 40 a 80% Eosinófilos 2 0 a 5% Basófilos 2 0 a 2% 3 Linfócitos 20 20 a 50% Monócitos 0 0 a 12% Plaquetas 166.000 150.000 a 350.000 microlitros 2. Paciente J.M.N, 34 anos, com sintomas de náuseas e odinofagia, perda de peso recente e di�culdades de se alimentar, procurou o ambulatório de nutrição para tratamento nutricional. Ao exame nutricional foi constatado albumina de 2,4g/dL, CTL de 800 células/mm3, VCM de 98�. Peso atual de 52Kg, estatura de 1,73. Diante desses dados de�na o estado nutricional do paciente. 3. Sabendo da importância da prescrição de exames bioquímicos em um diagnóstico nutricional para um tratamento e�caz e correto de acordo com a necessidade do paciente e com os sinais e sintomas presentes, qual a importância de interpretar exames bioquímicos como albumina, ureia e creatinina? Notas Linfócitos1 Os linfócitos também são as células atacadas pelo Vírus da Imunode�ciência Humana - HIV. Este é um dos motivos da Síndrome da Imunode�ciência Adquirida – Aids causar imunossupressão e levar a quadros de infecções oportunistas. Linfocitose: aumento do número de linfócitos; Linfopenia: redução do número de linfócitos. Os linfócitos atípicos não têm nada a ver com câncer e são considerados um grupo de linfócitos com morfologia diferente, que podem ser encontrados no sangue, surgindo em quadros de infecções por vírus, como mononucleose, gripe, dengue, catapora etc. Algumas drogas e doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide e síndrome de Guillain-Barré, além das infecções, também podem estimular o aparecimento de linfócitos atípicos. Tiroxina (T4 total e livre) e triiodotironina2 A tiroxina (T4) é um hormônio secretado pela glândula tireoide que sofre conversão à triiodotironina (T3). Embora T4 seja secretada em quantidade 20 vezes maior que T3, esta última é a responsável pela maioria das funções tireoidianas no organismo, visto que é de 3 a 4 vezes mais potente que T4. Referências ______. Interpretação de exames bioquímicos. In: Portal Educação. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/nutricao/interpretacao-de-exames- bioquimicos/34970 <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/nutricao/interpretacao- de-exames-bioquimicos/34970> . Acesso em: 23 jul. 2019. BLACKBURN, G. L.; THORNTON, P. A. Nutritional assessment of the hospitalized patients. In: Med. Clin. North. Am., n. 63, 1103 – 1115, 1979. DUARTE, A. C. Avaliação nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo: Atheneu, 2007. KAMIMURA, M. A. et al. Avaliação nutricional. In: CUPPARI, L. (Ed.). Guia de nutrição: nutrição clínica no adulto. Barueri: Manole, 2002. p. 71-110. cap. 5. LIMA, A. O. et al. Métodos de laboratório aplicados à clinica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Roca, 2005. MAICÁ, I.; SCHWEIGERT, D. Avaliação nutricional em pacientes graves. In:Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 20, n. 3, p. 10, jul./set. 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Explore mais Indicação de leitura: CEMBRANEL, F. et al. Relação entre consumo alimentar devitaminas e minerais, índice de massa corporal e circunferência da cintura: um estudo de base populacional com adultos no Sul do Brasil. In: Cad. Saúde Pública 2017; 33(12):e00136616.
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