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04_Nocoes_de_Criminalistica

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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITEP-RN 
 
 
 
1. Criminalística: 1.1. Definição. 1.2. Histórico. 1.3. Doutrina. .............................................................. 1 
2. Perícia: 2.1. Definição e conceitos. 2.2. Requisição. 2.3. Prazo para elaboração do exame e do laudo 
pericial. 2.4. Principais perícias elencadas no Código de Processo Penal. ............................................... 6 
3. Locais de crime: 3.1. Conceituação e classificação. 3.2. Isolamento e preservação de local de crime. 
3.3. Finalidades dos levantamentos dos locais de crime contra a pessoa e contra o patrimônio. ........... 12 
4. Locais de morte: 4.1. Morte violenta. 4.2. Local de morte por arma de fogo. 4.3. Local de morte por 
instrumentos contundentes, cortantes, perfurantes ou mistos. 4.4. Local de morte provocada por 
asfixia........... .......................................................................................................................................... 38 
5. Cadeia de Custódia: 5.1. Conceitos. 5.2. Etapas. 5.3. Fase Interna. 5.4. Fase Externa. 5.5. 
Rastreabilidade. ..................................................................................................................................... 49 
6. Vestígios de interesse Forense. ..................................................................................................... 51 
7. Levantamento papiloscópico. ......................................................................................................... 53 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Contexto Histórico: 
 
A criminalística foi lançada no final do século passado, com HANS GROSS e a escola alemã. É 
conhecido como o fundado da Criminalística e da Criminologia, termo que ele mesmo criou. Sempre 
observou os métodos ineficientes para a investigação policial, tendo em vista que para se obter 
informações era necessário o uso da tortura e castigo corporal. 
GROSS trabalhou por 20 anos, sem fazer barulhos e reuniu conhecimentos e experiência, que foram 
trazidos na obra. 
 
Em 1.898 foi completado o manual para juízes de instrução, através da obra “Die Kriminal Psychologie” 
(A Psicologia Criminal) e ampliada novamente com a “Coletânea de Temas Criminalísticos”. 
 
Em 1.897, GROSS criou o o “Arquivo de Antropologia Criminal e de Criminalística” (Archiv für Kriminal-
Antropologie und Kriminalistik) que, em junho de 1944, já contava com 114 volumes. 
Outros nomes também mereceram destaque, como EDMOND LOCARD, um dos pioneiros da 
Criminalística na França. 
Após muitos anos de estudo, LOCARD, queria organizar uma equipe de cientistas, que pudessem 
utilizar todos os recursos, de modo a detectar o crime. 
Em 10 de janeiro de 1910, LOCARD cria o “Laboratório de Polícia” ou, segundo outros, do “Laboratório 
de Polícia Técnica” de Lyon, o primeiro do gênero em todo o mundo. 
 
Os estudos realizados por LOCARD sobre as impressões digitais, levaram-no a demonstrar em 1912, 
que os poros sudoríparos que se abrem nas cristas papilares dos desenhos digitais, obedecem também 
aos postulados da “imutabilidade” e da “variabilidade”; criou assim a técnica microscópica de identificação 
papilar a que deu o nome de “Poroscopia”.1 
No domínio da documentoscopia, LOCARD criou o chamado “Método Grafométrico”, baseado na 
avaliação e comparação dos valores mensuráveis da escrita. Apresentou notáveis contribuições no 
tocante à falsificação dos documentos escritos e tipográficos , ao grafismo da mão esquerda e à 
anonimografia. Interessou-se, além do mais, pela identificação dos recidivistas, publicando artigos e obras 
neste domínio. 
 
Tudo o que o insigne mestre estudou no campo da Criminalística, aliado à sua experiência pessoal, 
achava-se exposto em sua obra clássica, o “Traité de Criminalistique”, em seis volumes, publicado entre 
os anos de 1931 a 1940. O resumo do que se contém nesta obra acha-se condensado no manual de 
“Technique Policière” cuja segunda edição foi traduzida para o castelhano, sob o título de “Manual de 
Técnica Policiaca”. 
Nunca aceitou um cargo público e os seus projetos de pesquisa consumiram quase toda a fortuna da 
família. Para equilibrar o seu orçamento nos últimos anos de vida, viu-se na contingência de vender, um 
por um, os selos raros de sua coleção e, para manter a sua equipe de colaboradores, inteirava com os 
seus próprios recursos, os escassos salários que o governo lhes pagava. 
 
Em 1913, por iniciativa do Dr. RAFAEL DE SAMPAIO VIDAL, quando Secretário de Justiça e 
Segurança do Estado de São Paulo, foi convidado o Professor RUDOLPH ARCHIBALD REISS, diretor 
do Laboratório de Polícia Técnica e titular da cátedra de Polícia Científica da Universidade de Lausanne, 
a fim de realizar uma série de conferências didáticas para as autoridades policiais daquele Estado. O 
Professor REISS, considerado na época um dos mais eminentes mestres da Policiologia, veio ao nosso 
país acompanhado do Dr. MARC BISCHOFF, que além de assistente-secretário, foi seu sucessor na 
cátedra e na direção do Laboratório de Polícia Técnica de Lausanne. 
 
1 http://www.ic.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=5 
1. Criminalística: 1.1. Definição. 1.2. Histórico. 1.3. Doutrina. 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 2 
A estadia deste mestre de renome internacional no Estado de São Paulo e no Distrito Federal, onde 
também realizou excelentes preleções, foi das mais proveitosas, segundo informa MANOEL VIOTTI. Este 
autor salienta em seu comentário, o nome do Dr. VIRGÍLIO DO NASCIMENTO, que muito se distinguira 
nos cursos prelecionados, a ponto de captar a estima e consideração do mestre, que o levava em sua 
companhia para aperfeiçoar-se na Universidade de Lausanne. 
 
Em 1925, fundou-se a Delegacia de Técnica Policial em São Paulo, a qual foi transformada no ano 
seguinte em Laboratório de Polícia Técnica, por iniciativa do Dr. CARLOS DE SAMPAIO VIANA, 
considerado um dos pioneiros do estudo técnico-policial no país. 
Em janeiro de 1933, o Gabinete de Identificação do Rio de Janeiro, sob a direção do Professor 
LEONILDO RIBEIRO, eminente mestre da Medicina Legal, foi transformado num verdadeiro Instituto, 
ocasião em que também foi criado o Laboratório de Polícia Técnica e Antropologia Criminal, inaugurado 
no dia 20 de junho daquele ano. 
 
Com o surgimento de novas áreas de conhecimento nas áreas técnicas e científicas, como física, 
química, biologia, matemática, toxicologia, etc., tornou-se imprescindível uma nova disciplina para a 
pesquisa, análise, interpretação dos vestígios materiais encontrados em locais de crime, tornando-se 
assim, meio eficaz de apoio à polícia e à justiça. Estamos falando da criminalísticacomo ciência 
independente em sua ação, como as demais que a constituem. 
 
Conceito 
 
O termo Criminalística foi lançado por Hans Gross para designar o “Sistema de métodos científicos 
utilizados pela polícia e pelas investigações policiais” 2 
 
O conceito de criminalística envolve questões complementares, trata-se da disciplina que tem por 
objetivo a análise dos indícios extrínsecos relativos ao crime ou à identidade do criminoso. 
 
Os indícios extrínsecos são os exames realizados por peritos criminais competentes. A palavra –ex 
nos dá a ideia de fora, o que não está dentro, portanto devemos entender que envolve os exames 
realizados fora do corpo da vítima. Geralmente esta perícia é realizada nos objetos, armas e demais 
substâncias relacionadas com o crime, ao contrário do termo vestígios intrínsecos que se refere aos 
exames que são conferidos ao Perito Médico Legista, que irá examinar a parte interna do corpo da vítima. 
 
Outros doutrinadores conceituam criminalística como o conjunto de procedimentos científicos que a 
justiça poderá se valer para investigar o fato delituoso e suas características, serão utilizados meios 
adequados para que os vestígios do crime sejam estudados. 
 
Para um dos mais nobre e renomados peritos brasileiros, o Dr. ERALDO RABELLO, segue a definição 
de criminalística: 
"É uma disciplina autônoma integrada pelos diferentes ramos do conhecimento técnico-científico, 
auxiliar e informativo das atividades policiais e judiciárias da investigação criminal tendo por objeto o 
estudo dos vestígios materiais extrínsecos à pessoa física, no que tiver de útil à elucidação e à prova das 
infrações penais e, ainda, à identificação dos autores respectivos.” 
 
Para Von Liszt, a Criminalística é a Ciência do Direito Penal. 
 
Para Ladislao Thot a Criminalística é aquela ciência auxiliar do Direito Penal que ocupa dos métodos 
e modos práticos de elucidar as circunstâncias de perpetração dos delitos e individualizar os culpados. 
 
De forma geral, a Criminalística é o conjunto de procedimentos científicos, voltados a justiça moderna, 
para que se possa averiguar o fato delituoso e suas características, permitindo o estudo dos vestígios 
deixados pelo crime, através dos métodos adequados. 
 
Objetivos da criminalística 
 
- verificar a ocorrência do ilícito penal através da materialidade do fato; 
 
2 3. CODEÇO, A. G. Elementos Básicos da Perícia Criminal. Rio de Janeiro: Lélu, 1991 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 3 
- constatar os meios e formas que foi praticado o delito, através do perito que fará a leitura do local, 
com os vestígios que foram deixados; 
- indicar quem foi o autor do delito, quando possível; 
- elaborar a prova técnica, por meio dos indícios materiais; 
- qualificar a infração penal, com base nos vestígios que foram periciados no local do crime; 
- repetir a cena do crime, com todos os elementos presentes; 
 - mesmo que difícil, tentar obter êxito para identificação da vítima. 
 
Princípios 
 
Por se tratar de um sistema multidisciplinar, a Criminalística adotou os princípios que comportam os 
demais procedimentos científicos de todo o mundo. 
 
Estes princípios devem ser respeitados, pois são espécies de leis que devem ser seguidas, 
apresentam caráter irrevogável. A ciência se baseia nos princípios para a criação de leis e normas, de 
modo a socializar os procedimentos científicos com os relacionamentos humanos. 
 
Vamos aos princípios que regem a Criminalística: 
 
a. Princípio da Observação: como é difícil a constatação dos indícios do crime, seja por parte dos 
autores ou até mesmo da vítima, serão necessárias análises minuciosas, através de aparelhos 
microscópicos ou de alta precisão. 
 
b. Princípio da Interpretação: também conhecida como princípio da individualidade, a perícia deve 
obedecer a três ordens: através da identificação genérica, a específica e a individua. 
 
c. Princípio da Análise: a perícia irá recriar o acontecimento do crime, trazendo à tona o maior número 
de detalhes realizados. Serão utilizadas diversas ciências com a elaboração do laudo pericial. A perícia 
científica irá definir como o fato ocorreu, com a coleta de dados e se necessário irá elaborar exames 
complementares. 
 
d. Princípio da Descrição: como dito acima no laudo serão expostas todas as particularidades sobre 
o cometimento do crime, desta feita, o perito deve se valer de linguagem ética e jurídica. Os resultados 
desses exames se baseiam em princípios científicos, devendo ser fundamentados de maneira clara, 
racional e bem explanada. 
 
e. Princípio da Documentação: os exames, perícias devem ser documentados, desde o momento da 
realização do crime, passando por seu local e aspectos finais. Essa fase de análise que será assegurada 
por meio do documento assegura a veracidade da prova material, evitando o surgimento de provas ilícitas 
ou forjadas que possam levar a um injusto julgamento. 
 
Áreas de atuação da Criminalística 
 
Com o surgimento de novos conhecimentos e desenvolvimentos das áreas técnicas, como física, 
química, biologia, matemática, toxicologia, etc., tornou-se indispensável a criação de uma nova disciplina 
para a pesquisa, análise, interpretação dos vestígios materiais encontrados em locais de crime, tornando-
se assim, fonte imperiosa de apoio à polícia e à justiça. Dessa forma, a criminalística surge como ciência 
independente em sua ação, como as demais que a constituem. 
 
O Departamento de Polícia Técnica compreende o Instituto de Criminalística, Instituto Médico Legal, 
Instituto de Identificação e o Laboratório. Com a evolução e necessidade de manutenção do homem no 
meio social, aumentou o número de crimes, com sua diversificação. 
 
Em decorrência deste processo evolutivo, cabe ao Estado prevenir os delitos punindo os criminosos, 
competindo à polícia prender e a justiça julgar. Modernamente, surgiu uma vertente na Polícia, 
denominada de Polícia Técnica ou Científica cujo objetivo é produzir a prova técnica, que após exame e 
análise de casos elabora Laudos Periciais pelos quais auxiliam a Polícia e a Justiça. 
 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 4 
Com relação aos biomédicos, eles também atuam nesta área, podendo participar de investigações 
policiais utilizando seus conhecimentos em biologia molecular e análises. 
 
A Modelização pela Criminalística Estática3 
 
A criminalística nasceu como Criminalística estatística, que certifica a prova de acordo com o 
paradigma vigente. A passagem da prova empírica para a científica acompanhou uma ruptura de visão 
de mundo, uma nova forma de o homem interagir consigo mesmo e com a natureza. 
 
Como se nota, trata-se de uma imposição dos tempos. Com o desenvolvimento da ciência moderna, 
após as contribuições de Newton, firmou-se a convicção que os conhecimentos eram objetivos, 
comprovados e não havia questionamentos a respeito. 
 
A criminalística tem por base as ciências naturais, ou seja, as ciências da matéria, que apresenta traços 
de objetividade, já que quando se fala em natureza, se fala em matéria. Nesse tipo de criminalística, o 
perito via e repetia, extraindo conclusões lógicas diretas, que seriam até dispensáveis ou anunciavam 
uma dedução, com base no resultado da aplicação de algum princípio considerado inquestionável. 
 
A tarefa do perito em apenas ler e escrever já não era suficiente, de modo que a criminalística evoluiu 
para a Criminalística dinâmica, somando conteúdos subjetivos, a inter-relação entre os fatos, contanto 
que estes não fossem utilizados no alinhavo das conclusões periciais. 
 
Essa associação entre ciência da natureza e vestígio material é até muito evidente, posto que, em 
resumo, todo o mundo material é chamado de natureza, de modo que poderíamos denominá-lo de ciência 
da matéria. 
 
Questões 
 
01. (PC/DF - Perito Médico-Legista – FUNIVERSA/2015). Com relação aospostulados e princípios 
da criminalística, é correto afirmar que: 
(A) o conteúdo de um laudo pericial criminalístico pode sofrer variações conforme o perito criminal que 
o produzir. 
(B) mais precisa será a conclusão da perícia, quanto mais rápidos e mais modernos forem os meios 
utilizados pelo perito. 
(C) todo contato deixa uma marca conforme o princípio da descrição. 
(D) a análise pericial deve sempre seguir o método científico. 
(E) dois objetos podem ser indistinguíveis, mas nunca idênticos conforme o princípio da análise. 
 
02. (PC/SP- Auxiliar de Necropsia – VUNESP). Criminalística pode ser definida como um conjunto 
de conhecimentos oriundos de várias ciências que permitem 
(A) antecipar, logicamente, futuros eventos criminosos. 
(B) localizar eventos futuros de forma preditiva. 
(C) descobrir crimes e seus respectivos autores. 
(D) preventivamente ocupar espaços voltados à macrocriminalidade. 
(E) informar as atividades de polícia preventiva. 
 
03. (IGP/SC - Auxiliar Pericial – Laboratório – IESES). A Criminalística é um sistema de métodos 
científicos utilizados pela polícia e pelas investigações policiais que tem como objetivo: 
I. O reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais extrínsecas, relativos ao crime ou à 
identidade do criminoso. 
II. Auxiliar e informar as atividades policiais e judiciárias de investigação criminal. 
III. Interpretar os elementos que conduzam à identificação do promotor do evento. 
IV. Realizar exames de vestígios intrínsecos (na pessoa), relativos ao crime. 
 
A sequência correta é: 
(A) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas. 
(B) Apenas a assertiva II está correta. 
 
3 Toccheto, Domingos. Espindula, Alberi. Criminalística: Procedimentos e Metodologias, editora Millennium, 3ª edição, 2015. 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 5 
(C) Apenas as assertivas II e IV estão corretas. 
(D) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
 
04. (IGP/RS - Perito Criminal – FDRH). Sobre a definição de Criminalística considere as seguintes 
afirmações. 
I – É a ciência que estuda o crime e o criminoso em tudo que for aplicável à elucidação de um crime 
ou de uma infração penal. 
II – É a ciência que estuda as lesões corporais, visando a diagnosticar se ocorreu homicídio, sui- cídio 
ou acidente. 
III – É um sistema de conhecimentos técnico-científicos que estuda os locais de crimes e os vestígios 
materiais, localizados superficialmente ou fora do corpo humano, visando a identificar as circunstâncias 
e a autoria da infração penal. 
IV – É o sistema de conhecimentos científicos que estuda os vestígios materiais extrínsecos à pessoa 
física, visando a esclarecer e identificar as circunstâncias do crime e determinar a identidade do criminoso. 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas a I. 
(B) Apenas a II. 
(C) Apenas a II e a IV. 
(D) Apenas a III e a IV. 
(E) AI, a II, a III e a IV. 
 
05. (PC/SP - Perito Criminal – VUNESP). Criminalística é a disciplina que tem por objetivo, com 
relação ao crime ou à identidade do criminoso, 
(A) o reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais extrínsecos. 
(B) o reconhecimento e a análise dos fatos materiais intrínsecos. 
(C) possibilitar a aplicação de teorias criminológicas no evento. 
(D) aplicar, por via indireta (exame), a dogmática penal-processual penal. 
(E) exercitar a ciência enquanto realidade normativo-legal. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: D 
No laudo serão expostas todas as particularidades sobre o cometimento do crime, desta feita, o perito 
deve se valer de linguagem ética e jurídica. Os resultados desses exames se baseiam em princípios 
científicos, devendo ser fundamentados de maneira clara, racional e bem explanada. 
 
02. Resposta: C 
O conceito de criminalística envolve questões complementares, trata-se da disciplina que tem por 
objetivo a análise dos indícios extrínsecos relativos ao crime ou à identidade do criminoso. 
 
03. Resposta: A 
A realização de exames de vestígios intrínsecos são de competência da área de Medicina Legal. 
 
04. Resposta: D 
I- ERRADO. A ciência que estuda o homem em relação ao crime, criminoso, vítima e criminalidade é 
a criminologia. 
II- ERRADO. A ciência que estuda as lesões corporais é a Medicina Legal e a Medicina Legal dá a 
causa médico-legal da morte e não a causa jurídica da morte (homicídio, suicídio, acidente). 
 
05. Resposta: A 
Os indícios extrínsecos são os exames realizados por peritos criminais competentes. A palavra –ex 
nos dá a ideia de fora, o que não está dentro, portanto devemos entender que envolve os exames 
realizados fora do corpo da vítima. Geralmente esta perícia é realizada nos objetos, armas e demais 
substâncias relacionadas com o crime, ao contrário do termo vestígios intrínsecos que se refere aos 
exames que são conferidos ao Perito Médico Legista, que irá examinar a parte interna do corpo da vítima. 
 
 
 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 6 
 
 
Prezado candidato, este conteúdo será melhor estudado na matéria de Noções de Direito Penal 
e Direito Processual Penal, tópico: 1. Exame de corpo de delito e perícias em geral (artigos 158 ao 
184 do Código Processual Penal Brasileiro). 
 
Devido as constantes mudanças e evoluções que ocorreram na sociedade, os crimes acabam 
ocorrendo de variadas maneiras, nas mais diversas áreas. Para tanto, para que o crime seja decifrado é 
necessário um exame que esteja mais próximo da realidade, com eficácia. A perícia se faz necessária 
para esta comprovação. 
 
Para que a perícia aconteça, é necessário que haja um processo, de forma que seja requerido a melhor 
solução para a questão. Desta maneira, entende-se que a perícia contribui para o julgamento. 
Sua característica é a declaração de caráter técnico sobre um elemento da prova, pois ela verifica e 
certifica, sendo que na maioria dos casos ela é facultativa, apenas se fazendo obrigatória em casos 
indispensáveis. 
Como versa sobre fatos da causa, que não são do conhecimento ordinário, dependem de 
conhecimento especial. 
 
Vamos acompanhar as mais diversas modalidades periciais: 
 
Fotografias 
 
Ao se fotografar um cadáver no local do crume ou até mesmo um acidente que tenha ocorrido, temos 
o que se chama de fotografia estereomética. O laudo deve estar acompanhado por fotografias coloridas 
para ilustrar os tipos de lesão que são encontradas durante o exame. 
 
As fotos policiais ou judiciais devem ser tiradas de frente e perfil, não sendo permitido o uso de chapéu, 
boné, entre outros. 
 
A fotografia para documentos traz normas estabelecidas pelo Órgão expedidor; geralmente, é no 
tamanho 3 x 4 cm, em preto e branco ou colorida. A fotografia métrica permite a reconstituição das 
dimensões da fisionomia do identificado. 
 
São tipos de fotografia: 
 
Fotografia de Bertillon: é a foto tirada de frente e de perfil, que permite identificar o criminoso. As 
fotografias do tamanho 5x7 são colocadas em boletins e prontuários criminais, quando indiciado ou for 
acusado em inquérito ou processo criminal. 
 
Fotografia Judicial: é a fotografia tirada de busto, frente e perfil, sendo que não pode existir nenhum 
adorno na cabeça. 
 
Fotografia Métrica: é aquela que visa reconstituir as dimensões exatas da fisionomia do identificado. 
Ela é feita do tamanho natural e sob a foto é colocada uma fita métrica, a obtenção dessas fotografias se 
dá por meio de aparelhamento especial. 
 
Fotografia Oficial: é a fotografia documental, que serve como elemento subsidiário dos dados de 
qualificação. Cada órgão expedidor possui norma própria para aceitação da fotografia. O documento que 
exige padrão em todo país é a carteira de identidade. 
Não se exigirá fotografia de formato diferente de 3 x 4 cm, e não se fará qualquer exigência referente 
com o vestuário, salvo quanto a estar com a cabeça descoberta; não se exigirá fotografia datada. 
Excetuam-se os casosem que essa exigência seja expressa em lei. 
 
2. Perícia: 2.1. Definição e conceitos. 2.2. Requisição. 2.3. Prazo para 
elaboração do exame e do laudo pericial. 2.4. Principais perícias 
elencadas no Código de Processo Penal. 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 7 
Fotografia Pericial: nas fotografias periciais são retratadas as impressões papilares, traços 
grafológicos, traços fisionômicos, fotografia das anormalidades físicas, das lesões corporais, do local de 
crime, fotografia de peças, objetos e armas encontradas no local do crime, de acidentes ou incêndios e 
de cadáver. 
 
A fotografia das impressões papilares é a referente às impressões papilares, nos casos de 
levantamento de impressões colhidas nos locais de crime, visando estabelecer a sua identidade. 
São tiradas fotografias de impressões completas ou fragmentos papilares que de qualquer modo, não 
possam ser transportados para o laboratório. 
Em locais de crime, as impressões são reveladas por intermédio de reagentes químicos ou moldagem, 
são transportados pela fita adesiva gomada para a lâmina de vidro d posteriormente fotografadas na 
lâmina ou fotografadas diretamente no suporte onde estiverem. Esse tipo de fotografia recebe o nome de 
peça motivo e peça padrão, podendo ser aceitas como testemunhas e suspeitas do crime. 
 
Fotografia dos poros: conhecida como poroscopia, analisa os poros. Em datiloscopia, constitui os 
desenhos formados pelos poros nos datilogramas, como forma complementar e segura para estabelecer 
a identidade, como por exemplo, o número de pontos característicos que são encontrados em uma 
impressão papilar que não for suficiente. 
 
Gozam das mesmas propriedades que as papilas dérmicas: perenidade, imutabilidade e variabilidade. 
Com relação aos poros nas cristas papilares, estuda-se: o número, a posição, as dimensões e a forma. 
 
Perícias em Informática 
 
Este tipo pericial é realizado para solucionar os crimes que se utilizam da Internet e demais recursos 
administrativos informatizados. Os exames são minuciosos, e analisam desde o local do crime na Internet 
até o local de armazenamento, com rastreamento de mensagens eletrônicas, identificação e localização 
de internautas e sites ilegais. 
 
Infelizmente, os crimes mais encontrados são exploração sexual de menores na Internet e fraude 
contra instituições financeiras. Visando encontrar os responsáveis por essas barbáries, os profissionais 
produzem a prova material que, por meio de exames e laudos periciais, evidenciam todos os rastros 
deixados pelos criminosos. 
 
Perícia Contábil e Financeira 
 
Os crimes contra o sistema financeiro são espécies de delito, que não necessita do uso de violência, 
danoso a sociedade e que tenha como objetivo final a obtenção de lucro. 
 
São os conhecidos crimes contra o colarinho branco, gestão fraudulenta de instituição financeira, 
evasão de divisas, manutenção de depósitos não declarados no exterior, sonegação fiscal, crimes em 
licitações, apropriação indébita de contribuição previdenciária, corrupção (ativa e passiva), peculato, 
crimes contra o mercado de capitais, crimes contra as finanças públicas, lavagem de dinheiro, entre 
outros. 
 
A perícia para este tipo de crime analisa os extratos e documentos provenientes de quebra de sigilo 
bancário e fiscal, com a finalidade de verificar possíveis incompatibilidades entre a movimentação 
financeira e as declarações do imposto de renda e evolução patrimonial incompatível. 
 
Perícias Documentoscópicas 
 
Estão presentes nas ações da Polícia Federal, realizadas em todo o Brasil, que são efetuadas em 
território brasileiro, com ênfase maior no combate aos crimes contra a fraude documental, comumente 
utilizado nos crimes contra o sistema financeiro nacional. 
 
Através dos exames, são feitas comparações e análises científicas em documentos, esclarecendo a 
autenticidade do material recolhido, permitindo que se revele os processos e métodos utilizados nas 
falsificações de papéis e assinaturas. O documento mais utilizado na documentoscopia é a grafoscopia, 
técnica utilizada para estabelecer a autenticidade ou autoria de textos escritos à mão. 
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Podem ser objeto de análise quaisquer documentos, como passaportes, títulos da dívida pública, 
carteiras de habilitação, cédulas de identidade, carteiras profissionais, selos, papel-moeda, vistos, 
certidões e formulários, entre outros. 
 
Perícias em Audiovisual e Eletrônicos 
 
A Polícia Federal possui capacidade para atuar sobre estes tipos de crime e realizam suas atividades 
das mais diversas formas para saber do paradeiro de quem faz clonagem de cartões de crédito, possui 
centrais de telefonia clandestina, rádios piratas e provedores de Internet ilegais. 
 
O trabalho dos peritos será identificar a “autenticidade” de imagens estáticas, gravações em áudio e 
vídeo. Eles também realizam exames para a verificação do locutor e reconhecimento facial. 
 
Perícias de Química Forense 
 
A análise, a caracterização e o desenvolvimento de novas metodologias de exames em drogas, 
fármacos (medicamentos), agrotóxicos, alimentos, tintas, documentos, bebidas, combustíveis, em 
diferentes formas de apresentação, são atribuições da perícia em química forense da Polícia Federal. Os 
peritos, utilizando o laboratório, na maioria das vezes, realizam exames no material solicitado, para que 
possa identificar as substâncias presentes, sua quantidade, princípio ativo, além da prerrogativa legal, 
que tange à parte técnica, ou seja, à licitude da substância. 
 
Grande parte dos exames realizados nos laboratórios de química forense, distribuídos pelo Brasil são 
em drogas proscritas - cocaína, maconha, esctasy e LSD. Posteriormente, vêm os fármacos e os demais 
(agrotóxicos, fluídos biológicos (toxicologia forense), combustível, fertilizantes, acelerantes de incêndio, 
tintas, alimentos, explosivos, entre outros). 
 
Perícias de Engenharia 
 
Com o Superfaturamento de licitações, financiamentos e contratos de obras públicas estão entre os 
casos solucionados pelos peritos de engenharia. Essa perícia irá analisar se se uma rede de esgoto foi 
totalmente construída, qual o custo de mercado da escola no interior do estado, se a venda de um imóvel 
foi abaixo do valor de mercado ou a causa do rompimento de uma barragem. 
 
O foco das perícias em engenharia é muito abrangente, além dos casos acima, investiga desvio de 
verbas em obras públicas, avaliações de imóveis urbanos e rurais, acidentes aéreos e até mesmo análises 
em obras de arte. 
 
Perícias de Meio Ambiente 
 
Os peritos responsáveis pela área ambiental realizam exames e produzem laudos periciais com base 
em crimes que envolvam a fauna, flora, poluição, extração mineral e invasão de áreas protegidas. Além 
destes casos, incluem ainda, exames em sítios arqueológicos, fossilíferos e de patrimônio natural, que 
visam caracterizar e avaliar danos ambientais em áreas alteradas, identificar taxonomicamente 
organismos vivos ou partes deles, classificar minerais e, quando possível, valorizar economicamente os 
recursos naturais. 
 
Perícias em Genética Forense 
 
Este tipo de perícia realiza análises de identificação genética em humanos, animais e vegetais. Os 
exames e pesquisas do Departamento de Polícia Federal são realizados, exclusivamente, no Instituto 
Nacional de Criminalística, em Brasília. 
 
Os exames realizados com DNA humano buscam identificar a origem do material biológico 
questionado deixado no local de crime. O objetivo do exame de vínculo genético é identificar os restos 
mortais, principalmente ossadas ou corpos carbonizados. 
 
Outros exames biológicos também podem ser realizados, que são: sangue, sêmen, saliva, tecido 
epitelial, entre outros. 
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Já nos animais, o exame de identificação tem por finalidade determinar se o materialapreendido é 
originado de algum animal silvestre, o que configura crime, ou ainda, se é de espécie ameaçada de 
extinção. Para que se constate se houve ou não crimes contra essa espécie serão analisadas as Penas, 
pele, dentes, ossos e demais partes que forem pertinentes. Contudo, o mais comum, são fragmentos de 
carne de caça. 
 
Perícias em Balística 
 
Os profissionais responsáveis por essa área pericial são os peritos em balística forense do 
Departamento de Polícia Federal. O trabalho consiste na identificação de armas e revelação de caracteres 
de registro que foram adulterados e suprimidos pelos criminosos. 
Não se limita apenas ao estudo da arma, os exames podem ser realizados em munições, entre outros 
elementos, a procura de provas materiais. 
 
Perícias em Locais de Crime 
 
Para que os laudos sejam produzidos é necessário que o local do crime seja fotografado, analisado e 
feito a coleta de todos os vestígios necessários, que sejam enviados para análises em laboratório. A 
perícia realizada no local do crime é feita por peritos criminais de qualquer área de formação e que 
estejam de plantão nos Setores Técnicos Científicos (SETECs) dos estados, ou no Instituto Nacional de 
Criminalística, em Brasília. 
 
Os peritos criminais federais realizam as ocorrências em locais que envolvam os mais diversos tipos 
de crimes, tais como: incêndios, acidentes de trânsito, desastres, crimes contra o patrimônio e pessoas, 
ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares, entre outros. A maior quantidade de ocorrências 
acontece nos estados. O INC, por sua vez, se destaca no atendimento aos grandes desastres e às 
ameaças de bombas, recorrentes na capital federal. 
 
Perícias em Bombas e Explosivos 
 
Envolvem bombas em propriedades públicas e privadas. São realizadas para tentar combater e 
resolver as ameaças que põem em risco a segurança pública. 
 
As equipes são responsáveis por atender a qualquer ocorrência de ameaça de bomba, entre outras 
atividades correlatas, como varreduras de segurança, perícias de pós-explosão e o planejamento da 
segurança antibomba em grandes eventos nacionais e internacionais. 
 
Os peritos criminais participam de operações de segurança contra possíveis atos terroristas e realizam 
exames, transporte, desativação e destruição de objetos suspeitos, além da coleta de vestígios em locais 
de pós explosão na modalidade preventiva, com a realização de varreduras em prédios ou em eventos, 
principalmente aqueles que contam com a presença do Presidente da República ou de autoridades de 
outros países. 
 
Perícias de Veículos 
 
Os exames feitos em veículos, podem ter ligação direta ou indireta com os que estejam envolvidos em 
crimes que deixam vestígios, em que o processamento pode demandar a atuação de peritos criminais 
federais de diferentes áreas. 
 
O objetivo desta perícia é identificar compartimentos preparados com o fim de ocultar itens ou 
mercadorias, além da análise de sua estrutura. 
 
Perícias de Medicina e Odontologia Forense 
 
As perícias médico-legais compreende os crimes que digam respeito a integridade física da pessoa. 
Esses exames estão relacionados com situações que demandem a atuação da polícia judiciária da União 
ou da Justiça Federal. Os peritos irão analisar os corpos de pessoas vivas ou mortas ou análise de 
documentação médica. 
 
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Principais perícias elencadas no Código de Processo Penal; 
 
Nosso ordenamento processual penal passou por grandes mudanças, principalmente com a entrada 
em vigor das leis 11.689/08, que confere novo perfil ao Tribunal do Júri e a lei 11.690/08, que visa as 
modificações na instrução probatória. 
 
O artigo 158 do Código de Processo Penal dispõe que o exame é indispensável, não sendo suprido 
nem pela confissão do acusado, pois o acusado muitas vezes acaba confessando para beneficiar outrem, 
que de fato tenha praticado o crime. 
 
Já o artigo 159 do Código de Processo Penal, divide as perícias em corpo de delito e outros tipos 
periciais que são trazidos ao longo dos parágrafos. 
 
Os principais pontos a serem debatidos diz respeito ao número de peritos. 
 
O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de dez dias, podendo este prazo ser prorrogado em 
casos excepcionais a requerimento dos peritos. No laudo pericial, os peritos descreverão minuciosamente 
o que examinarem, e responderão aos eventuais quesitos formulados. Tratando-se de perícia complexa, 
isto é, aquela que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, será possível designar a 
atuação de mais de um perito oficial, bem como à parte será facultada a indicação de mais de um 
assistente técnico; 
 
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de 
diploma de curso superior. 
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de 
diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica 
relacionada com a natureza do exame. 
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo. 
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e 
ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. 
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e 
elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. 
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: 
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde 
que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados 
com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; 
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou 
ser inquiridos em audiência. 
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será 
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito 
oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. 
§ 7o T ratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, 
poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente 
técnico. 
 
Ainda podemos encontrar outros tipos de perícias relacionadas a criminalística: 
 
- Reprodução simulada dos fatos – art. 7º do CPP; 
 
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a 
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a 
moralidade ou a ordem pública. 
 
- Exame de corpo de delito – art. 158 do CPP; 
 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou 
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
 
- Perinecroscopia – arts. 164 e 165 do CPP; 
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Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, 
na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. 
 
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão 
ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. 
 
- Criminalísticas de laboratório – art. 170 do CPP; 
 
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de 
nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou 
microfotográficas, desenhos ou esquemas. 
 
- Exames em locais de crimescontra o patrimônio – art. 171 do CPP; 
 
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou 
por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por 
que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado. 
 
- Perícias em locais de incêndio – art. 173 do CPP; 
 
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o 
perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor 
e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato. 
 
- Perícias em documentos – art. 174 do CPP; 
 
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o 
seguinte: 
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for encontrada; 
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já 
tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver 
dúvida; 
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em 
arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados; 
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade 
mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, 
esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa 
será intimada a escrever. 
 
- Perícias em instrumentos do crime – art. 175 do CPP; e 
 
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se 
Ihes verificar a natureza e a eficiência. 
 
- Perícia relacionada com a busca e apreensão – art. 527 do CPP. 
 
Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será realizada por dois peritos nomeados pelo juiz, 
que verificarão a existência de fundamento para a apreensão, e quer esta se realize, quer não, o laudo 
pericial será apresentado dentro de 3 (três) dias após o encerramento da diligência. 
 
Questões 
 
01. (SEFAZ/PE - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – FCC). Acerca dos papéis de trabalhos 
utilizados na execução da perícia, especificados na NBC TP 01 - Perícia Contábil, integram um processo 
organizado de registro de provas, dentre outros, 
(A) notificações, confirmações e projetos. 
(B) declarações, edital e termos de vistoria. 
(C) depoimentos, projetos e cronograma físico-financeiro. 
(D edital, desenhos e termos de vistoria. 
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. 12 
(E) plantas, desenhos e fotografias. 
 
02. (TER/AM - Analista Judiciário - Área Judiciária – IBFC). No exame pericial por precatória: 
(A) Somente caberá quesitos das partes e do juízo deprecado. 
(B) Em ação penal pública, a nomeação do perito será feita no juízo deprecante. 
(C) Em ação penal pública, o laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 30 dias, podendo este 
prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. 
(D) Havendo, no caso de ação privada, acordo das partes, a nomeação do perito poderá ser feita pelo 
juiz deprecante. 
 
03. (CFC - Bacharel em Ciências Contábeis – CFC). De acordo a NBC TP 01 – Perícia Contábil, o 
laudo pericial contábil é uma: 
(A) indagação e busca de informações, mediante conhecimento do objeto da perícia, solicitada nos 
autos. 
(B) investigação e pesquisa sobre o que está oculto por quaisquer circunstância nos autos. 
(C) peça escrita, na qual o perito contador assistente deve registrar, de forma abrangente, o conteúdo 
da perícia e generalizar os aspectos e as minudências que envolvam a demanda. 
(D) peça escrita, na qual o perito contador deve registrar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia 
e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam a demanda. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: E 
Entende-se por papéis de trabalho a documentação preparada pelo perito para a execução da perícia. 
Eles integram um processo organizado de registro de provas, por intermédio de termos de diligência, 
informações em papel, meios eletrônicos, plantas, desenhos, fotografias, correspondências, 
depoimentos, notificações, declarações, comunicações ou outros quaisquer meios de prova fornecidos e 
peças que assegurem o objetivo da execução pericial. 
 
02. Resposta: D 
Art. 177, Código de Processo Penal. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no 
juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá 
ser feita pelo juiz deprecante. 
 
03. Resposta: D 
NCB TP 01: 
58. O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil são documentos escritos, nos quais os peritos 
devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as 
minudências que envolvam o seu objeto e as buscas de elementos de prova necessários para a conclusão 
do seu trabalho. 
 
 
 
Segundo Kedhy, local de crime é toda área onde tenha ocorrido um fato que assuma a configuração 
de delito e que, portanto, exija as providências da polícia. 
 
O professor Eraldo Rabello4 define local do crime como sendo: 
“ a porção do espaço compreendida num raio que, tendo por origem o ponto no qual é constatado o 
fato, se entenda de modo a abranger todos os lugares em que, aparente, necessária ou presumidamente, 
hajam sido praticados, pelo criminoso, ou criminosos, os atos materiais, preliminares ou posteriores à 
consumação do delito, e com este diretamente relacionado”. 
 
 
4 RABELLO, Eraldo. Curso de criminalística. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1996.ROCHA, Luiz Carlos. Investigação policial: teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 
1998. 
3. Locais de crime: 3.1. Conceituação e classificação. 3.2. Isolamento e 
preservação de local de crime. 3.3. Finalidades dos levantamentos 
dos locais de crime contra a pessoa e contra o patrimônio. 
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Neste local será permitida a atuação da polícia ostensiva e da polícia judiciária. A ostensiva visa 
prevenir a ruptura da ordem ou manter o local da forma em que foi praticado o crime, já a segunda irá 
aplicar a lei penal se ficar constado que o crime de fato ocorreu. 
 
Infelizmente a curiosidade dos populares acaba por atrapalhar as investigações e faz desaparecer 
importantes provas, pois muitos pisam em local que não deve, quando se trata de local que é tomado 
pelo sangue, a maioria das pessoas, por desconhecimento joga água e até mesmo produtos de limpeza 
para suportar a chegada das autoridades responsáveis. Por exemplo: donos de bares que presenciam 
agressões e muitas vezes mortes sangrentas. 
 
O Código de Processo Penal, em seu artigo 6º,inciso I, contempla: 
 
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até 
a chegada dos peritos criminais; 
 
No caso especial dos locais de incêndio, inundação, desmoronamento, escapamento de gás, o policial 
facilitará a saída das pessoas que se encontrem na saída imediata; as que não necessitarem de socorros 
urgentes, devem ser conservadas na área mediata, a fim de prestarem esclarecimentos. 
 
Classificação dos Locais de Crime 
 
Dependendo do crime cometido, os locais do crime apresentam conteúdo variado de vestígios. Nos 
crimes contra a pessoa, os vestígios matem relação com a vítima, já nos crimes patrimoniais, os vestígios 
relacionam-se com o objeto. Os agentes de segurança demonstram grande preocupação com a 
preservação do local do crime. 
 
Para tanto, a doutrina, quase de forma unânime classifica o local do crime de acordo com o delito, 
podendo ser de forma interna ou externa, mediataou imediata, ou ainda em local relacionado. 
 
São classificados em: 
 
a. Internos: compreende os locais fechados, seja por meio de paredes, divisões. Este é o ambiente 
da residência, parte interna do veículo, apartamento, entre outros. 
 
b. Área Mediata Aberta: refere-se aos ambientes amplos onde ocorreu o fato delituoso, 
compreendendo os corredores, jardins de inverno, áreas de serviço. 
 
c. Área Imediata Interna: é o espaço físico em si, como por exemplo a cozinha, os quartos. 
 
d. Externos: ocorre em locais abertos, como por exemplo, estradas, rodovias, praças, rios. 
 
e. Área Mediata Externa: compreende o trajeto percorrido para a realização do crime. Exemplo: ruas, 
picadas, vias de acesso e suas imediações 
 
f. Área Imediata Externa: devemos pensar no local em que o crime, de fato ocorreu. 
 
g Locais Relacionados: são diferentes dos que foram vistos acima, relacionam-se com o deslinde do 
fato criminoso. Exemplo: o agente mata a vítima e joga o corpo em uma represa. A represa é o local 
relacionado. 
 
Quanto à preservação do local: 
h. Idôneos ou Preservados: são os locais que mantém sua origem, sem sofrer algum tipo de violação. 
Quando o local permanece inalterado, o trabalho dos peritos será facilitado. 
 
i Inidôneos ou Violados: são os locais que foram violados antes da chegada dos peritos, o local é 
alterado pela família ou curiosos, que tentam até mesmo salvar a vítima e acabam destruindo ou 
inalterando os caracteres referentes ao crime. 
 
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Isolamento e preservação vestígios e evidências essenciais à investigação 
 
Assim que o crime acontecer a primeira providência a ser tomada é isolar o local. O isolamento pode 
ser feito por policiais, peritos que devem ter em mente a manutenção do local do crime, preservando os 
vestígios e evidências para que se proceda com a investigação criminal. 
 
Para Alberi Espíndula: 
 
“(...) diante da sensibilidade que representa um local de crime, importante destacar que todo elemento 
encontrado naquele ambiente é denominado de vestígio, o qual significa todo material bruto que o perito 
constata no local do crime ou faz parte do conjunto de um exame pericial qualquer, que, somente após 
examiná-los adequadamente é que poderemos saber se este vestígio está ou não relacionado ao evento 
periciado. Por essa razão, quando das providências de isolamento e preservação, levadas a efeito pelo 
primeiro policial, nada poderá ser desconsiderado dentro da área da possível ocorrência do delito.” 
 
A conservação do local é tão importante que o Código Penal prevê como crime a conduta em sentido 
contrário: 
 
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido 
por lei: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
 
Sem prejuízo o Código de Trânsito Brasileiro, admite como modalidade de infração a alteração do local 
do crime. Vejamos: 
 
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência do 
respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de 
coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação, o 
procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere. 
 
O isolamento do local do crime para sua preservação é uma garantia que o perito tem de encontrar a 
cena do crime da forma que fora deixada pelo infrator e pela vítima, com condições técnicas de analisar 
os vestígios deixados pelo crime. 
 
O perito ao elaborar seu laudo deverá certificar se a preservação do local apresentou ou não falhas. 
Não é previsto para o perito deixar de realizar o exame solicitado por falta de preservação do local ou 
qualquer outra modificação que ocorra no ambiente. O perito deverá usar do bom senso na sua análise, 
e em caso extremo, se for absolutamente impossível realizar o exame, deverá ao menos registar essa 
informação no livro de ocorrência, encaminhando relatório ao seu diretor, descrevendo a situação em que 
se encontrava o local do crime. 
 
A conscientização de que o local deve ser preservado para bom empenho dos profissionais de 
segurança pública e da sociedade é de extrema importância, o contrário pode prejudicar a investigação 
policial e a realização da justiça, já que os indícios materiais serão interpretados da forma como foi 
encontrado e não como de fato aconteceu. 
 
Vestígios e indícios encontrados nos locais de crime 
 
O perito criminal MALLMITH (2007), assim define vestígios: 
 
“Os vestígios constituem-se, pois, em qualquer marca, objeto ou sinal sensível que possa ter relação 
com o fato investigado. A existência do vestígio pressupõe a existência de um agente provocador (que o 
causou ou contribuiu para tanto) e de um suporte adequado para a sua ocorrência (local em que o vestígio 
se materializou).” 
 
Os vestígios são de extrema importância, pois se relaciona com as posições em que se encontram e 
suas possíveis relações com outros vestígios, que podem não serem analisados de imediato. Embora as 
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orientações passadas sejam para não modificar o estado e disposição das coisas, alguns casos saem da 
regra, sendo possível cobrir o cadáver, objetivando impedir que a chuva, ou outra intempérie destrua 
vestígios importantes como manchas de fluídos corpóreos ou esfumaçamento. 
 
A autoridade policial que efetuar este tipo de serviço, deve ter o máximo de cautela necessária evitando 
que qualquer movimento cause dano a outros vestígios. Ressalta-se, que a inobservância das regras 
relacionadas quanto à preservação dos vestígios poderá ocasionar a destruição e/ou o não 
aproveitamento destes pela perícia criminal, causando prejudicialidade aos trabalhos referentes à 
apuração do evento criminoso. 
Principais Vestígios: 
 
A investigação criminal inicia com apurada análise do local do crime objetivando visualizar a dinâmica 
do fato. E para o êxito da elucidação do crime é imprescindível a análise dos vestígios. 
Define-se o termo vestígio, como o Sinal que homem ou animal deixa no lugar onde passa; rastro, 
pegada, pista; no sentido figurado, indício, pista, sinal .... (Novo Dicionário da Língua Portuguesa). 
Os vestígios constituem-se, pois, em qualquer marca, objeto ou sinal sensível que possa ter relação 
com o fato investigado. 
O objetivo da procura na cena do crime é localizar todos os vestígios potencialmente relevantes e 
significativos que podem ser utilizados para ligar ou exonerar um suspeito ou testemunha de um crime. 
 
Sangue 
 
Padrão de manchas de sangue em local de crime: Técnicas de identificação e coleta 
 
O perito deve coletar amostra do sangue no local e ainda considerar forma, posicionamento e cor das 
manchas, detalhes que levam a importantes informações sobre a dinâmica do fato, como a área exata 
onde o crime ocorreu ou teve início e hora aproximada do evento e movimentação da vítima e do autor 
durante ele. (DOREA, 1989) 
Após identificação das manchas de sangue, o perito deve escolher o melhor método para proteger, 
coletar e transportar esses indícios sem que eles percam sua importância de prova material. O sangue 
ainda líquido deve ser coletado em sua totalidade e também em um pedaço de algodão estéril e ser 
deixado para secar a temperatura ambiente. 
Deve ser refrigerado o mais rápido possível e transportado para o laboratório rapidamente. Atrasos 
além do período de secagem do algodão podem tornar as amostras inúteis. 
Roupas com sangue úmido devem ser estendidas para secagem, em uma sala com ventilação 
adequada. 
Se não estiver completamente seco, colocar em um saco de papel marrom ou caixa e etiquetar, sendo 
um item por recipiente. 
Não se deve utilizar sacosplásticos. No caso de sangue seco, deve-se embrulhar o item em papel 
limpo e colocar o artigo em um saco de papel marrom ou caixa, lacrar e etiquetar. 
Em pequenos objetos sólidos, coletar todo o objeto e encaminhar para o laboratório depois de rotular 
e embalar adequadamente. Em grandes objetos sólidos, cobrir a área manchada com papel limpo e selar 
as bordas para baixo com fita adesiva para evitar a perda ou contaminação. Quando impraticável entregar 
toda a peça ao laboratório, raspe a mancha sobre um pedaço de papel limpo, que poça ser dobrado e 
colocado em um envelope. (DOREA, 1989; HORSWELL, 2004). 
 
Manchas de esperma 
 
Na concepção de Guilherme Oswaldo Arbenz (1988, p. 57): “Manchas são sinais deixados pela 
deposição ou impugnação de substancias sólidas, líquidas e eventualmente gasosas, de origem animal, 
vegetal ou mineral, humanas ou não, num suporte de qualquer espécie.” 
Nesse sentido, as manchas são úteis por servirem como vestígios para esclarecimento de um ato 
delituoso quando analisadas sua forma, origem e local. 
Para a medicina-legal, as manchas que merecem maior atenção são as de sangue, esperma, muco 
vaginal, saliva, vômito, leite, urina, fezes, líquido-amniótico, muco nasal e pulmonar, dentre outras. 
Também são de crucial importância as manchas deixadas pelas armas de fogo como a orla de enxugo, 
zonas de esfumaçamento e tatuagem do orifício de entrada de um projétil. 
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Além dessas, também pode ter interesse para perícia os vestígios formados a partir de terra, barro, 
areia, farinha entre outros, na medida em que indicam as circunstâncias do crime e evidenciam pegadas 
ou impressões digitais. 
Os suportes/objetos sobre as quais se depositam as manchas são dos mais variados, podendo ser 
paredes, piso, roupas, automóveis, bem como os corpos das vítimas ou suspeitos. 
Em geral, as manchas têm a capacidade de armazenar diversos tipos de informação, sendo um 
importante elemento na perícia criminal. A análise dessas machas por vezes pode ser prejudicada a 
depender da superfície em que for depositada, dependendo nessas hipóteses de iluminação especial 
para que a mancha se torne perceptível. 
Analisando mais detidamente o esperma sabe-se que este pode ser encontrado seco ou úmido, em 
indivíduos ou cadáveres e em local variado como por exemplo, vagina, ânus, pele, peças íntimas, roupa 
de cama, toalhas ou outros objetos. 
As manchas de esperma depositadas em tecidos não absorventes formam escamas ou películas 
brilhantes. Já aquelas deixadas sobre tecidos absorventes apresentam formato irregular semelhante a 
um mapa geográfico com coloração branca ou amarelada quando recentes e acinzentadas quando 
antigas. Por fim, o esperma encontrado sobre a pele dá origem a películas brilhantes com aspecto 
envernizado. 
A perícia realizada em uma mancha de esperma ainda recente pode identificar características como o 
odor, o formato e fluorescência verde-esbranquiçada à luz ultravioleta (lâmpada de Wood), elementos 
que servem de orientação ao perito. 
Como se vê, a perícia envolvendo manchas espermáticas deve pautar-se em um observação rigorosa 
do material com a completa descrição da superfície em que foi encontrado, bem como sua forma, 
aparência, odor, consistência, coloração e reação às luzes aplicadas. 
Nos casos de suspeita de crimes sexuais, as machas de esperma devem ser pesquisadas na região 
abdominal, pubiana, genital e membros inferiores da vítima, assim como suas vestes. 
Segundo Odon Maranhão, para o diagnóstico genérico de esperma existem dois tipos de provas, com 
diversas técnicas: provas de orientação (empregadas em manchas muito antigas) e provas de certeza. 
 
Manchas de leite 
 
O encontro de manchas produzidas por secreção mamária humana (leite e colostro) normalmente está 
associado a problemas médico-legais ligados ao parto e ao aborto. 
As manchas têm coloração amarelo-acinzentada, mais escura nas bordas. Quando secas, dão ao 
tecido um aspecto engomado, similar às de esperma. 
Os exames químicos de orientação podem ser realizados fazendo-se um macerado da amostra e 
utilizando-se reativos diversos: 
a) guaiacol – amarelo-alaranjado; 
b) hidroquinona – rosa; 
c) pirocatequina – amarelo-escuro. 
 
Manchas de colostro 
 
O colostro é um líquido amarelado, secretado pelas glândulas mamárias, alguns dias antes e depois 
do parto, rico em anticorpos e leucócitos e essencial para a saúde do neonato. 
As manchas de colostro são similares às de leite, mas de coloração mais amarelada. 
O exame de certeza é o microscópico. 
 
Líquido amniótico 
 
O líquido amniótico é a substância contida na cavidade amniótica e tem por função precípua a proteção 
do feto contra choques e dessecação. O encontro de manchas desse líquido está sempre relacionado 
com casos de aborto, partos clandestinos e infanticídio. 
As manchas apresentam dimensão relativamente grande e sua coloração oscila entre a amarela e a 
esverdeada. 
 
Induto sebáceo 
 
As manchas de unto sebáceo relacionam-se, quase sempre, com casos de aborto, partos clandestinos 
ou infanticídios e comumente vêm acompanhadas de sangue, líquido amniótico, mecônio e matéria fecal. 
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O unto sebáceo é uma substância esbranquiçada e untuosa que recobre o corpo do feto, sendo 
especialmente abundante nas pregas inguinais e axilas. 
As manchas são de grandes dimensões, lembrando o contorno do feto. Têm aspecto esbranquiçado 
e intensidade variada, na dependência da parte do corpo que esteve em contato com o suporte. 
 
Mecônio 
 
Dá-se o nome de mecônio à substância pastosa, de cor esverdeada, algumas vezes estriada de 
amarelo, aderente e inodora, formada pelo conjunto de líquidos orgânicos procedentes de diversas partes 
do aparelho digestivo e que se acumulam, durante a gestação, no tubo intestinal do feto, constituindo as 
primeiras evacuações dos recém-nascidos. 
O mecônio começa a ser eliminado de 6 a 12 horas após o nascimento e prolonga-se por 2 a 3 dias, 
mas é possível se expelido durante o parto, particularmente se ocorre sofrimento fetal. 
A pesquisa de mecônio é importante para os casos de aborto, partos clandestinos e infanticídios. As 
manchas têm um aspecto untuoso de coloração amarelo-esverdeada. Com frequência, em razão das 
circunstâncias que envolvem o seu encontro, as manchas de mecônio podem vir acompanhadas de 
sangue, líquido amniótico, unto sebáceo e restos placentários. 
 
Matéria fecal 
 
Deposições de tamanho e consistência variável de fezes humanas são achados mais ou menos 
frequentes em locais de crime. Esse fato pode indicar o estado de excitação nervosa do criminoso, a 
demonstração de desprezo para com a vítima, um gesto de impunidade, superstição ou simples 
necessidade. 
As manchas de fezes passam a ter maior importância quando mescladas com outras, como sangue, 
líquido amniótico ou sêmen. 
 
Saliva 
 
As manchas de saliva têm coloração variada que vão de amareladas a esbranquiçadas a acinzentadas, 
de contornos mal definidos e não oferecem fluorescência à luz ultravioleta (lâmpada e wood). 
As manchas de saliva apresentam uma importância médico-legal muito grande. Podem estar 
relacionadas com uma extensa variedade de delitos e ser encontradas sob a forma de restos deixados 
por beijos ou mordidas, nos crimes contra a liberdade sexual, peças de vestuário utilizadas para 
amordaçar a vítima, lenços esquecidos pelo autor e outros materiais. 
 
Urina 
 
Como a urina é meio de excreção de uma grande quantidade de substâncias, notadamente restos do 
metabolismo, medicamentes e substâncias tóxicas, sua análise assume grande importância médico-legal, 
particularmente para a toxicologia forense. 
As manchas de urina geralmente vêm associadas a outras substâncias como esperma, matéria fecal 
e mecônio. Quando em tecidos, são reveladas facilmente em razão de sua fluorescência, de amarela à 
alaranjada,quando expostas à luz ultravioleta (lâmpada de wood). 
 
Vômitos 
 
O encontro de deposições ou manchas de conteúdo gástrico no local pode indicar a composição da 
última refeição feita pela pessoa que o expeliu e, em algumas condições, pode levar a outras importantes 
conclusões. 
 
A quantidade e constituição dessas manchas ou deposições variam muito na dependência da dieta e 
do tempo decorrido entre a alimentação e o regurgitamento. 
Caso o autor ou a vítima tenham deixado o vômito no local, é possível se fazer um estudo para 
reconhecer seus hábitos alimentares 
 
Para os casos de envenenamento, seja acidental, suicídio ou homicídio, o exame das manchas de 
vômito, facilitam na identificação da natureza responsável pelo óbito. 
 
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Suor 
 
O suor é um líquido aquoso, incolor, com cheiro característico e sabor salgado, que sai das glândulas 
sudoríparas. 
Quando deixado no local do crime, o suor pode ser encontrado em peças de roupas, lenços, 
constituindo, assim, uma importante prova de identificação. 
É um elemento de importância tão grande, que dependendo da quantidade de material disponível, é 
permitido identificar um grupo sanguíneo. 
 
Manchas de muco nasal 
 
As manchas de suco nasal são amarelas, brancas ou acinzentadas, parecidas às de esperma e podem 
vir acompanhadas de pós que são aspirados pelo nariz. 
 
Ao serem expostas à luz ultravioleta (lâmpada de Wood), apresentam coloração azul-claro. Por meio 
do exame microscópico revela o muco, células prismáticas da mucosa nasal, microorganismos e 
partículas de carbono. 
 
Em indivíduos secretantes, à semelhança do que ocorre com a saliva, é possível a determinação de 
grupos sanguíneos. 
 
Dependendo da quantidade encontrada é permitido se identificar o DNA. 
 
Manchas de secreções bronquiais 
 
Conhecidas como escarro, catarro ou esputo, as secreções bronquiais vêm mescladas com muco 
nasal ou saliva, dependendo da forma como ganham o exterior do organismo, podendo vir acompanhadas 
de sangue, pus e outras secreções orgânicas. 
 
O escarro pode apresentar cor e odor diferentes. A secreção tem coloração diferente, em organismos 
sadios a secreção é inodora e incolor (esbranquiçada), sendo que as manchas, em alguns casos é 
confundida com as de esperma. 
 
O odor ruim pode indicar alguma infecção pulmonar, mas dificilmente poderá servir como meio de 
diagnóstico. 
Ao exame macroscópico o catarro pode apresentar uma constituição homogênea de consistência 
mucosa, purulenta ou hemática. 
 
Marcas produzidas pelos dentes e lábios 
 
Os dentes podem produzir marcas com compressão ou escoriação, tanto sobre o corpo humano como 
em alguns alimentos. 
 
Essas marcas são mais encontradas em crimes sexuais, de preferência sobre os braços, genitais, 
nádegas e seios. Também são encontradas no autor, quando este vem a se debater com a vítima, nesses 
casos essas marcas são comumente encontradas nos braços, mãos e pernas. 
 
Muitas vezes os dentes são encontrados no local do crime, como podem ser encontradas as mordidas 
em alimentos sólidos e, dependendo da parte da arcada podem produzir lesões contusas ou corcontusas. 
 
Para servir como meio de pesquisa, usa-se a fotografia e sempre que der certo, a modelagem. 
Dependendo do suporte, o perito deve providenciar a preservação e o recolhimento da amostra com maior 
celeridade possível. 
Após a tiragem de fotos, será feita a modelagem com silicone ou outros materiais indicados para 
moldes dentários. 
 
Nesses casos, além das marcas dentais podem ser encontradas impressões labiais, deixadas em 
batom. Vale ressaltar que esse tipo de impressão é muito complexa. 
 
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Fibras e pelos 
 
Os pelos e fibras que forem encontrados no corpo da vítima devem ser guardados, porém para que 
não perca nenhuma impressão neles depositado é recomendável que se utilize uma pinça e se estes se 
encontrarem na mão da vítima, que o bordo superior das unhas seja recortado para pesquisas de 
resquícios de sangue e de pele. 
 
Marcas de pegadas e de pneus e exame do solo 
 
As marcas de pneus (pneumáticas) exercem as seguintes finalidades: 
 
- identificar a espécie de veículo utilizado; 
- determinar a direção tomada pelo mesmo; e 
- identificar, especificamente, o veículo que esteve no local. 
 
Para saber sobre os rastros deixados pelos pneus, prefere-se a estrada de estrada e lama, por serem 
mais duradouros e precisos do que as marcas de pneus deixadas em solo asfáltico. 
 
Além disso, quando o veículo se desloca em trajetória retilínea para frente, as impressões das rodas 
traseiras se sobrepõem às marcas das rodas dianteiras, acontecendo o contrário quando o deslocamento 
ocorre em marcha ré. 
 
A espessura e o tipo dos pneus, o número de rodas e o afastamento entre os eixos podem conduzir à 
espécie de veículo que estava sendo conduzido, que pode ser motocicleta, automóvel, caminhonete, 
caminhão, utilitário agrícola ou outro. 
A determinação da direção tomada pelo veículo nem sempre é possível. Apenas em alguns casos isso 
será verificado: 
 
Apenas em casos particulares é permitida a identificação individual do veículo, pois a impressão dos 
pneus foi deixada sobre um terreno que permite a formação em baixo relevo dos desenhos da banda de 
rodagem. 
Quando isso ocorrer, é permitida a fotografação e modelagem das impressões deixadas, com as 
técnicas que são usadas para levantamento das pegadas. 
 
Para uma identificação precisa de um veículo em particular é preciso procurar por marcas que possam 
significar desgastes ou defeitos e que permitam uma comparação com o original. 
Em alguns atropelamentos, marcas de pneus podem ser encontradas sobre o corpo da vítima, mas, 
além do tipo de veículo, dificilmente permitirão uma identificação mais precisa. 
 
Pegadas 
 
O gesso é um grande colaborador para reconhecer as marcas de pegadas que são deixadas, mas 
precisamente no barro, areia, pois o gesso traz os mínimos detalhes sobre o calçado do autor e vítima. 
Não apenas isso, o gesso serve para descobrir o momento em que o indivíduo passou pelo local. 
 
Quando se está descalço não podemos confundir a pegada com a impressão plantar. Ao se analisar 
as pegadas de uma pessoa que está descalça referem-se à forma externa dos pés, permitindo avaliar 
defeitos físicos ou costumes no andar. 
 
O tipo e a inclinação do terreno interferem, pois nos locais planos as pegadas produzem de modo 
semelhante o tamanho do pé, enquanto na subida, os artelhos se contraem, e não dão com exatidão o 
tamanho correto. 
 
As regras que devem ser observadas para o estudo das marcas e impressões são: 
: 
- reproduzir a pegada por meio de desenho, fotografia ou modelagem, mostrando suas medidas 
principais. 
- utilizar os mesmos modos para colher a pegada testemunha do suspeito; 
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- realizar o estudo comparativo das pegadas colhidas do local do fato com aquelas obtidas da pessoa 
suspeita; 
- Moldes para serem mais seguros devem ser comparados com moldes, fotografias com fotografias e 
assim por diante. 
 
Marcas de ferramentas 
 
As marcas de ferramentas e outros objetos utilizados são encontrados com grande frequência nos 
locais submetidos a exames periciais, principalmente com delitos patrimoniais. 
As ferramentas utilizadas e que deixam marcas são: talhadeiras, machados, canivetes, alicates, 
tesouras, chaves de fenda, pés-de-cabra e similares, podem ser encontradas sobre diversos suportes, 
como madeira, metal. 
 
Pelo suporte é possível identificar as irregularidades e defeitos das ferramentas. Embora seja difícil 
identificar a pessoa por meio dela, é permitido que se inclua ou exclua ferramentas como suspeitas do 
Entretanto, alguns suportes como os cabos e objetos de borracha não são tão hábeis para se produzir 
uma impressão.O perito para este caso com instrumentos, precisa se colocar na posição do autor, como se ele 
estivesse cometendo a ação. Um arrombamento, por exemplo, pode ser simulado para esconder um 
crime de furto praticado, confundindo a perícia. 
 
A marca deve ser examinada para que se identifique genericamente a ferramenta que foi utilizada e 
depois fazer a sua individualização. 
 
É permitido que ocorra ainda a perícia nos sinais de fragmentos deixados pelos instrumentos. 
 
Técnicas e Metodologias Empregadas nos Exames5 
 
A finalidade das técnicas é em verificar se houve, ou não, infração penal, qualificá-la, colher vestígios 
materiais, perenizar o estado dos locais e as posições relativas entre a vítima e os vestígios. 
 
A metodologia de levantamento de locais de crime engloba várias etapas, que vai desde 
procedimentos estabelecidos e ordenados de maneira lógica, até o conhecimento em diversas áreas. 
Abaixo, listaremos as etapas compreendidas no levantamento pericial, passando a posterior 
explicação destas: 
 
1. Procedimentos anteriores ao exame; 
2. Procedimentos Preliminares; 
3. Levantamento Descritivo do Local; 
4. Levantamento Topográfico e confecção do croqui; 
5. Levantamento fotográfico completo; 
6. Coleta, identificação e preservação dos vestígios; 
7. Exame completo do cadáver e das vestes; 
8. Procedimentos finais e liberação do local; 
9. Acompanhamento da necropsia no IML. 
 
1. Procedimentos anteriores ao exame: 
- faz-se a anotação correta do endereço onde o fato aconteceu, evitando que aconteçam erros e 
atrasos no atendimento das ocorrências; 
- preparação do material usado nos exames. No início das atividades de cada plantão, sugere-se a 
realização de um checklist, visando à certeza que todo material esteja pronto para ser utilizado; 
- reconhecimento do tipo de solicitação, ou seja, a natureza do exame; 
- anotação da hora em que o exame foi solicitado. 
 
 
 
 
5 Toccheto, Domingos. Espindula, Alberi. Criminalística: Procedimentos e Metodologias. 3ª edição, São Paulo: Millenium, 2015. 
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2. Procedimentos preliminares no local: 
- será feita uma entrevista com o agente de segurança, que poderá ou não, ser um policial, que esteja 
presente no local do fato, buscando à tomada de informações referentes ao histórico, além do isolamento 
e preservação; 
- visualização de forma geral da cena do crime, com a verificação adequada do isolamento, permitindo, 
se for o caso, a alteração da delimitação do perímetro da área isolada; 
- formulação dos objetivos do exame; 
- escolha do tipo de padrão que será utilizado na busca de vestígios; 
- a busca de vestígios deve prever atenção às evidências que possam ser facilmente deterioradas, 
como as marcas de solado, impressões que fiquem em poeiras... 
- marcação de vestígios com o uso de marcadores, podendo citar como exemplo o uso do giz, em 
paredes, pisos. 
 
3. Levantamento descritivo do local: 
Serão produzidas as anotações gerais do local, que incluem: 
- data e hora que os exames estão começando; 
- local exato do evento; 
- condições atmosféricas, são aquelas encontradas no início dos exames, quanto as anteriores; 
- condições de iluminação, pois os exames são feitos em fases do dia distintas, exigindo uma 
caracterização completa dessas condições; 
- condições de visibilidade, que irão depender das condições de visibilidade existentes na hora do fato, 
como também a presença de depressões no terreno, que possam dificultar a visualização da vítima em 
relação ao seu agressor. 
Além disso, deve ser feita uma minuciosa análise das vias de acesso, nos locais fechados, como o 
caso das janelas e portas e se forem observadas irregularidades, estas precisam ser escritas e 
documentadas. Quanto as entradas forçadas, arrombamentos, a atenção deve ser redobrada. Os locais 
abertos, como as vias públicas, também precisam estar explicitados na descrição, como possíveis locais 
para acesso ao local. 
 
4. Levantamento topográfico e confecção do croqui de local 
O levantamento topográfico consiste na "amarração" dos vestígios. Nesse processo, são utilizadas 
trenas (que podem ser convencionais ou digitais), o perito deverá medir e anotar todas as distâncias que 
se fizerem necessárias. A escolha do ponto de amarração e do sistema a ser utilizado (se cartesiano, em 
linha, etc.) será feito de acordo com as características do local. 
 
O croqui deverá sempre ser feito, independente da complexidade do local. Por mais facilidade que um 
perito possa ter em relação ao seu próprio estilo de redação, a utilização de um ou mais croquis de local 
representará uma facilitação na compreensão dos usuários do laudo pericial. 
 
O croqui deve incluir: 
 
- Dimensões obtidas durante o processo de amarração dos vestígios; 
Medidas que forneçam a exata posição dos vestígios encontrados na cena. Cada objeto deverá ser 
localizado por duas medidas feitas a partir de pontos fixos, como portas, paredes etc., 
- Dimensões de portas, móveis e janelas, quando necessário; 
- Distâncias entre objetos, quando necessário; 
- Coordenadas geográficas para locais abertos (obtidas por mapas ou GPS). 
 
Vale a pena destacar que o croqui produzido durante os exames servirá como base para o laudo 
apresentado, que provavelmente estará menos carregado com relação à quantidade de informações 
apresentadas. Na apresentação final, deve-se conceder privilégios a uma imagem clara e fácil de ser 
compreendida. 
 
O perito utiliza outros meios, além do croqui, pois pode se utilizar de imagens via satélite, caso em que 
podemos citar o Google Earth, pois são preciosos principalmente nos locais isolados e abertos. 
 
 
 
 
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5. Levantamento Fotográfico 
 
a. Fotografias em locais externos 
 
Nestes tipos de fotografias é preciso: 
- Ilustrar vistas gerais da cena do fato, incluindo pontos de referência, como lotes, construções, placas, 
marcos, vias públicas etc., 
- Ilustrar as reais condições de isolamento do local, no momento exato da chegada da equipe pericial, 
sobretudo quando se percebe o descumprimento das regras para o isolamento e preservação, muitas 
vezes manifestadas pela inadequabilidade do perímetro utilizado, ou mesmo pela violação da regra de 
limitação ao acesso de pessoas estranhas ao desenvolvimento da atividade pericial; 
-Tomar distância intermediária, visando ao registro de posições relativas entre diferentes vestígios; 
-Registrar detalhes de cada vestígio encontrado (fotografias de detalhe). Esse tipo de foto inclui uma 
escala e também placas com números ou letras que identifiquem o vestígio. 
 
b. Fotografias em locais internos 
 
Nestes tipos de fotografias é preciso: 
- Registrar obrigatoriamente todos os cômodos e ambientes, independente de se constatarem vestígios 
ou em cada um deles; 
- Usar, para registrar ambientes restritos, como quartos e banheiros, o emprego de objetivas do tipo 
grande-angular, capazes de ampliar o campo de visão; 
- Tomar distância intermediária, visando ao registro de posições relativas entre diferentes vestígios da 
cena do fato. 
 
Fotografias do cadáver 
 
Nestes tipos de fotografias é preciso: 
- Obter fotografia para cada detalhe, para cada vestígio. Esse tipo de foto inclui uma escala e também 
placas com números ou letras que identifiquem o vestígio; 
- Tirar, em relação à posição do corpo, pelo menos duas fotografias em ângulos opostos, de modo que 
elas possam ilustrar a posição exata em que o corpo se encontrava. O próprio Código de Processo Penal, 
em seu art, 164, apresenta a exigência de que a posição em que a vítima foi encontrada seja 
documentada por fotografia. 
- Realizar fotografias de detalhes, mostrando manchas diversas encontradas no corpo (por exemplo 
sangue, resíduos de disparos etc.) e ou vestígios cujo suporte seja o corpo; 
- Retratar

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