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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITEP-RN 
 
 
 
1. Documentos Médico-legais: tipos, conceitos, classificação e características.. ..................................... 1 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em 
contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Documentos Médico-Legais 
 
É o meio através do qual a marcha e o resultado final de uma perícia médica chegam ao conhecimento 
da autoridade solicitante. 
O médico, como perito em saúde, tem fé de ofício, e, qualquer papel assinado pelo mesmo, é 
considerado como documento médico, estando sujeito ao segredo profissional e à responsabilidade 
médica. Quando passa a ter interesse para a Justiça (civil, criminal ou trabalhista), é denominado de 
documento médico-legal. 
Assim, denominam-se documentos médico-legais a simples exposição verbal e os instrumentos 
escritos por médicos objetivando elucidar a Justiça e servir pré-constituidamente para a prova ou de prova 
do ato neles representados. Observa-se, então, que os documentos médico-judiciários podem ser escritos 
ou verbais. Os documentos médico-judiciários ou médico-legais são basicamente de seis espécies: 
notificações, atestados, relatórios, pareceres, consultas e depoimentos orais. 
 
a) NOTIFICAÇÕES - As notificações são comunicações compulsórias às autoridades competentes de 
um fato médico sobre moléstias infectocontagiosas e doenças do trabalho, para que sejam tomadas as 
providências sanitárias, judiciárias ou sociais cabíveis. Embora se impute a todo ser humano, por dever 
de solidariedade, a notificação de doenças infectocontagiosas de que tenha conhecimento, e assim 
impedir o evento, só o médico que se omite, não havendo participação criminosa, comete o crime 
tipificado no art. 269 do Código Penal: “Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja 
notificação é compulsória”. Admite-se a participação criminosa se o médico se omite a pedido do doente 
maior e capaz ou de seu responsável (art. 29 do CP). Trata-se de deito especial, omissivo próprio, que 
ocorre na simples abstenção da atividade devida pelo profissional de Medicina. A inação non facere, o 
“deixar de comunicar” é que constitui o crime, sendo irrelevante a motivação do agente. 
O delito consuma-se na omissão daquele que, devendo e podendo atuar para evitar o evento lesivo 
no caso concreto, apesar de ser ele previsível, não o faz, por inércia psíquica, por preguiça mental, por 
displicência. Não se atribui a omissão à regra do sigilo profissional tutelada pelo art. 154 do Código Penal, 
pois o dever do médico guarda-lo não é absoluto, se há justa causa; o que a lei proíbe é a quebra do 
segredo profissional por maldade, jactância e simples leviandade e não a que, como na vertente, é 
praticada no exercício regular do direito (art. 146, § 3.°, do CP) ou de faculdade legal, objetivando a 
prestação da incolumidade pública, bem inestimável tutelado pelo Estado, cujo interesse prepondera 
sobre a liberdade individual. 
O art. 8.° da Lei n. 6.259, de 30 de outubro de 1975, regulamentada pelo Decreto n. 78.231 de 12 de 
agosto de 1976, estendeu a obrigatoriedade a outros profissionais de saúde no exercício da profissão, 
que não apenas o médico e o dever aos responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e 
particulares de saúde e ensino de denunciar casos suspeitos ou confirmado de doenças de notificação 
compulsória à autoridade pública. Todavia, crime só comete o médico, pois estão essas pessoas fora do 
alcance da lei penal, ficando elas somente sujeitas às sanções do regulamento. Para os efeitos da 
aplicação da Lei n. 6.259, de 1975, e do Decreto n. 12.984, de 15 de dezembro de 1978 (estadual), que 
aprova Normas Técnicas Relativas à Preservação da Saúde, constituem objeto de notificação 
compulsória as seguintes doenças relacionadas: 
I – em todo o Território Nacional: cólera, coqueluche difteria, doença meningocócica e outras 
meningites, febre amarela, febre tifoide, hanseníase, leishmaniose, oncocercose, peste, poliomielite, raiva 
humana, sarampo, tétano, tuberculose, varíola; 
II – em áreas específicas: esquistossomose (no Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, 
Alagoas, Pernambuco e Sergipe); filariose (exceto Belém e Recife); malária (exceto região da Amazônia 
Legal). 
 
1. Documentos Médico-legais: tipos, conceitos, classificação e 
características. 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 2 
“Por qualquer meio pode ser feita a denúncia, devendo lançar-se mão naturalmente do mais seguro e 
rápido. Existem fórmulas impressas para esse fim, porém, não lhes está sujeito o médico. Sua 
comunicação poderá ser efetivada pessoalmente, por carta, telegrama, telefone, etc.” (E. Magalhães 
Noronha). 
 
Da mesma forma, também as doenças profissionais e as produzidas em virtude de condições especiais 
de trabalho são de notificação compulsória, de conformidade com instruções baixadas pelo Ministério do 
Trabalho (art. 169 da CLT). Igualmente, em caráter de emergência, o é toda morte encefálica comprovada 
em hospital público ou privado, de acordo com o art. 13 da Lei n. 9.434, de 4 de fevereiro de 1997. E por 
fim, os crimes de ação pública (Lei de Contravenções Penais, art. 66). A notificação compulsória não mais 
se aplica aos viciados em substâncias capazes de determinar dependência física ou psíquica, conforme 
Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006. 
 
b) ATESTADOS - Denominados, também, certificados médicos, são a afirmação simples e redigida 
de um fato médico e de suas possíveis consequências. Classificam-se os atestados em oficiosos, 
administrativos e judiciários ou oficiais. Os primeiros são solicitados pelo interessado ou por seu 
representante legal, visa interesse privado para justificar ausência ao trabalho, às aulas, etc. Os atestados 
administrativos são os reclamados por autoridade administrativa para efeito de licenças, de 
aposentadorias ou abono de faltas, vacinações, etc. E finalmente, judiciários são os atestados que 
interessam à Justiça, requisitados sempre pelos juízes. Somente os atestados judiciários constituem 
documentos médico-legais. 
O Código de Ética Médica (CEM), no art. 112 e seu parágrafo único, diz: “É vedado ao médico deixar 
de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo paciente ou seu 
representante legal”. 
 Parágrafo único: “o atestado médico é parte integrante do ato ou tratamento médico, sendo o seu 
fornecimento direito inquestionável do paciente, não importando em qualquer majoração dos honorários”. 
O atestado médico é documento que não exige compromisso legal; no entanto, nem por isso se faculta 
ao médico nele fitar inverdades, para evitar que se imputem ao profissional os delitos de Falsidade 
Ideológica e de Falsidade de Atestado Médico, conforme estabelecem respectivamenteos arts. 299 e 
302 do nosso diploma penal. Dessa forma, a infelizmente difundida prática dos atestados de favor, ditos 
graciosos ou complacentes, deve ser rigorosamente proscrita, pois só faz desprestigiar a imagem do 
médico e da Medicina. Não obstante o rigor da lei é esta modalidade de falso, conduta ilícita em que mais 
incorrem alguns profissionais de Medicina desavisados e geralmente desinteressados de lucro, por 
negligência ou imprudência e não por vontade consciente de cometê-la. Insta dizer, todavia, que não se 
admite a forma culposa, já que os crimes contra a fé pública são sempre dolosos. Então, para a tipificação 
do delito do art. 302 do Código Penal é indispensável que o sujeito ativo aja com dolo, consistente na 
vontade conscientemente dirigida à falsa atestação. 
“Para que se configure o delito do art. 302 do CP é preciso que se demonstre o médico ter agido com 
consciência da falsidade do óbito que atesta” (RT). A lei pune o facultativo pela inveracidade da 
declaração atestada (saúde de quem é enfermo, doença em pessoa hígida, doença diversa da real, óbito 
de cujo fato não tenha ciência própria etc.) suficientemente idônea para gerar prejuízo, potencia ou real, 
a direito, obrigação ou a fato juridicamente relevante, e não pela inverdade sobre circunstâncias 
secundárias, como a afirmação de que é necessário repouso por período de 30 dias quando 15 dias 
bastam. Constitui infração ética atestar sem ter examinado o paciente, ainda que a doença seja verdadeira 
(art. 110 do Código de Ética Médica). Sendo o certificado falso fornecido mediante pecúnia, além da pena 
corporal, aplicar-se-á multa. 
O art. 302 do Código Penal é aplicável ao médico que comete o delito em caráter particular, portanto, 
à margem de função pública, pois responderá ele pela infração penal elencada no art. 301 do mesmo 
Código, “em razão de função pública”, se na qualidade de funcionário público falsear conscientemente 
atestado objetivando favorecer pessoa interessada a obter vantagem de ordem pública. “O médico que 
assina declaração ou atestado de óbito ideologicamente falso para efeito de alteração da verdade no 
Registro Público pratica o delito previsto no art. 299 do CP, e não o art. 302, do mesmo estatuto, de 
punição mais leve e branda” (RJTJSP). 
É comum o médico redigir o atestado em papel timbrado de receituário próprio ou de instituição e 
entidades médico sociais, pois somente os atestados de óbito tem forma especial. Pode fazê-lo também 
em folha de papel comum. Embora não se obrigue ao atestado forma fia, convém que dele constem, 
sumariamente, quatro partes: nome e sobrenome do médico, seus títulos e qualidades; qualificação do 
paciente, tendo-se o cuidado de especificar quem solicita o documento; o estado mórbido e demais fatos 
verificados; as consequências do que foi apurado. Deve o médico prudentemente esclarecer no atestado 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 3 
que ele é redigido a pedido do próprio interessado ou de seu representante legal, e para os devidos fins, 
ou seja, a finalidade a que se destina, evitando tanto quanto possível, declarar o diagnóstico, para 
salvaguarda do sigilo profissional. 
A celebratória e interminável querela sobre a obrigatoriedade ou não do facultativo apor o diagnóstico 
nos atestados oficiosos perdeu a razão de ser, ante a revogação da Resolução n. 1.190/84 pela n. 
1.219/85, do Conselho Federal de Medicina. A norma revogada previa: “... subordina a eficácia do 
atestado médico ao fato de nele constar o diagnóstico preferentemente codificado (ou não), conforme o 
Código Internacional de Doenças – CID, com a expressa concordância do paciente...”. A colocação no 
atestado médico do diagnóstico, codificado ou não, admite a presunção absoluta de que houve a 
concordância expressa do paciente, ou, se menor, de seu representante legal. Nos atestados 
administrativos e judiciários em que as autoridades exigem o diagnóstico, é obrigatório o médico declará-
lo utilizando a Classificação Internacional de Doenças, Lesões e Causas de Morte, com anuência do 
paciente. Afinal, o atestado jamais se arvora status de laudo de perícia médica, nos casos em que esta é 
expressamente exigida. 
 
Atestado de Óbito 
 
O Conselho Federal de Medicina, no dia 11 de novembro de 2005, aprovou a Resolução n. 1.779/2005, 
que disciplina o fornecimento de atestados de óbito. 
 
Resolução CFM nº 1.779/2005 
(Publicada no D.O.U., 05 dez 2005, Seção I, p. 121) 
 
Regulamenta a responsabilidade médica no fornecimento da Declaração de Óbito. 
Revoga a Resolução CFM n. 1601/2000. 
 
O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições conferidas pela Lei nº 3.268, de 30 
de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e 
 
CONSIDERANDO o que consta nos artigos do Código de Ética Médica: 
 
Art. 14. O médico deve empenhar-se para melhorar as condições de saúde e os padrões dos serviços 
médicos e assumir sua parcela de responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sanitária e 
à legislação referente à saúde. 
É vedado ao médico: 
 
Art. 39. Receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível, assim como assinar em branco folhas de 
receituários, laudos, atestados ou quaisquer outros documentos médicos. 
 
Art. 44. Deixar de colaborar com as autoridades sanitárias ou infringir a legislação vigente. 
 
Art. 110. Fornecer atestado sem ter praticado o ato profissional que o justifique, ou que não 
corresponda a verdade. 
 
Art. 112. Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo paciente 
ou seu responsável legal. 
 
Art. 114. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado 
assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto, ou em caso 
de necropsia e verificação médico-legal. 
 
Art. 115. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando 
houver indícios de morte violenta; 
 
CONSIDERANDO que Declaração de Óbito é parte integrante da assistência médica; 
CONSIDERANDO a Declaração de Óbito como fonte imprescindível de dados epidemiológicos; 
CONSIDERANDO que a morte natural tem como causa a doença ou lesão que iniciou a sucessão de 
eventos mórbidos que diretamente causaram o óbito; 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 4 
CONSIDERANDO que a morte não-natural é aquela que sobrevém em decorrência de causas externas 
violentas; 
CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar a responsabilidade médica no fornecimento da 
Declaração de Óbito; 
CONSIDERANDO, finalmente, o decidido em sessão plenária realizada em 11 de novembro de 2005, 
 
Resolve: 
 
Art. 1º O preenchimento dos dados constantes na Declaração de Óbito é da responsabilidade do 
médico que atestou a morte. 
 
Art. 2º Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, obedecerão as seguintes 
normas: 
 
1) Morte natural: 
 
I. Morte sem assistência médica: 
a) Nas localidades com Serviço de Verificação de Óbitos (SVO): A Declaração de Óbito deverá ser 
fornecida pelos médicos do SVO; 
b) Nas localidades sem SVO: A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do serviço 
público de saúde mais próximo do local onde ocorreu o evento; na sua ausência, por qualquer médico da 
localidade. 
 
II. Morte com assistência médica: 
a) A Declaração de Óbito deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo médico que vinha prestando 
assistência ao paciente. 
b) A Declaração de Óbito do paciente internado sob regime hospitalar deverá ser fornecida pelo médico 
assistente e, na sua falta por médico substituto pertencente à instituição. 
c) A declaração de óbito do paciente em tratamento sob regime ambulatorial deverá ser fornecida por 
médico designado pela instituição que prestava assistência, ou pelo SVO; 
d) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime domiciliar (Programa Saúde da 
Família, internaçãodomiciliar e outros) deverá ser fornecida pelo médico pertencente ao programa ao 
qual o paciente estava cadastrado, ou pelo SVO, caso o médico não consiga correlacionar o óbito com o 
quadro clínico concernente ao acompanhamento do paciente. 
 
2) Morte fetal: Em caso de morte fetal, os médicos que prestaram assistência à mãe ficam obrigados 
a fornecer a Declaração de Óbito quando a gestação tiver duração igual ou superior a 20 semanas ou o 
feto tiver peso corporal igual ou superior a 500 (quinhentos) gramas e/ou estatura igual ou superior a 25 
cm. 
 
3) Mortes violentas ou não naturais: A Declaração de Óbito deverá, obrigatoriamente, ser fornecida 
pelos serviços médico-legais. 
Parágrafo único. Nas localidades onde existir apenas 1 (um) médico, este é o responsável pelo 
fornecimento da Declaração de Óbito. 
 
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação e revoga a Resolução CFM nº 
1.601/00. 
 
Brasília-DF, 11 de novembro de 2005 
 
Edson de Oliveira Andrade 
Presidente 
Lívia Barros Garção 
Secretária-Geral 
 
c) RELATÓRIOS - é a descrição minuciosa e por escrito de todas as etapas de uma perícia médica, 
requisitada por autoridade policial ou judiciária, a um ou mais peritos, previamente nomeados e 
compromissados na forma das leis. No foro criminal são dois os peritos, o que redige o documento é o 
relator, sendo e segundo o revisor. 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 5 
Pode ser AUTO: quando o exame é ditado diretamente a um escrivão e diante de testemunhas ou 
LAUDO: relatório realizado pelos peritos após suas investigações. 
Possui as seguintes partes: 
1) Preâmbulo - o perito escreverá o seu nome, os títulos de que é portador, o nome da autoridade que 
o nomeou, o motivo da perícia, o nome e a qualificação do paciente a ser examinado, local, dia e horas 
da realização da perícia. É uma espécie de introdução. 
2) Histórico – corresponde a anamnese dos exames clínicos; narrar tudo que possa interessar sobre 
os comemorativos do fato, localizando-os no tempo e no espaço. Quando se trata de relatório de 
necropsia, o histórico, normalmente, é retirado do Registro da Ocorrência ou da Guia de 
Encaminhamento. O histórico pode conter, ainda, referências a laudos anteriores, se existirem (exame 
complementar). É aconselhável a iniciar com expressões como “refere que...”, “afirma o(a) periciando(a) 
que...”, para evitar comprometimento com o que for informado. Prestar atenção no exagero das queixas 
apresentadas, assim como simulação de doença mental. Nas necropsias, os dados da guia de remoção 
são transcritos e não endossados (“Ofício No. ou Guia de Remoção Nº, assinada pelo Bel.(a) ou Dr...., 
Cremepe..., que diz...”, para evitar acusações de acobertar falsas versões. 
3) Descrição (visum et repertum) - parte mais importante do relatório; descrição minuciosa e precisa 
de todo o exame externo e interno. Expor com método e documentar com esquemas, desenhos, gráficos 
e fotografias. Quando se tratar de cadáver constar: sinais de morte, elementos que permitam estabelecer 
a identidade, exame das vestes, exame externo e interno. Evitar ideias ou hipóteses preconcebidas, para 
que o próprio perito, ou outro, discutam outras possibilidades diagnósticas. Lembrar-se que a descrição 
não poderá ser refeita com a mesma riqueza de detalhes (processos cicatriciais, inflamatórios, fenômenos 
cadavéricos). O primeiro exame é sempre o mais importante, quando é feita uma boa descrição. 
4) Discussão - o perito fará os seus diagnósticos, externará a sua opinião, transcreverá os 
ensinamentos dos melhores autores e mostrará as vantagens e desvantagens dos diversos critérios e 
opiniões sobre o fato. Os dados do histórico são comparados com os achados do exame objetivo e, 
algumas vezes, quando surge discrepâncias, os dados são analisados sob novos ângulos, sendo 
necessário estudos mais detalhados e exames complementares. 
5) Conclusões - o perito deverá sintetizar o seu ponto de vista, baseando-o sempre em elementos 
objetivos e comprovados seguramente. Afirmar somente o que puder demonstrar cientificamente. Se 
houver mais de uma possibilidade quanto ao que ocorreu, deve mencionar cada uma das alternativas e 
a probabilidade de acerto. O perito não julga, ele esclarece, demonstra, ilumina. As conclusões podem 
ser afirmativas ou negativas. Quando não for possível firmar uma conclusão, o perito deverá referir que 
não tem elementos para afirmar ou negar; a impossibilidade de concluir já é uma conclusão. 
6) Quesitos – perguntas cuja finalidade é a caracterização de fatos relevantes que deram origem ao 
processo. As respostas devem ser claras e sucintas, o mais possível concludente, não pode permitir 
interpretação duvidosa. Todos os quesitos devem ser respondidos, preferencialmente monossilábicos 
(sim/não) ou a afirmação de que a perícia não tem condições de esclarecer a dúvida levantada. No foro 
penal são padronizados para caracterização de um fato típico. O quesito: “Se a morte foi produzida por 
meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou por outro meio insidioso ou cruel”, tem a finalidade 
de estabelecer as formas de homicídio qualificado, entretanto, nem sempre o perito tem elementos para 
determinar a causa jurídica da morte, sendo preferível responder como “prejudicado” e aguardar uma 
consulta posterior. Não existem quesitos oficiais no foro cível. 
 
d) CONSULTAS - esclarecimento requisitado em consequência de dúvidas ou omissões de ordem 
médica, sendo necessário ouvir a opinião de um mestre da medicina legal ou de uma instituição 
renomada. Deve ser feita com clareza e por escrito, devendo vir acompanhada de tudo que for pertinente 
ao caso, para facilitar o trabalho do especialista consultado (exames médico-legais, laudos, decisões 
judiciais e os próprios autos processuais). Pode ser solicitada pela Autoridade ou mesmo por outro perito, 
com a finalidade de complementar o seu laudo. 
 
e) PARECERES - opinião pessoal sobre determinados fatos médicos; vale pelo prestígio e conceito. 
O especialista ou a instituição consultada responderão baseados nos dados fornecidos, sem qualquer 
grau de parcialidade. Deve ser feita de modo claro e lógico, fundamentada em citações de autores 
consagrados visando evitar futuras contestações. 
O valor e credibilidade do parecer dependerá do prestígio, bom conceito, renome científico e moral 
usufruído por aquele que o emite (parecerista). Trata-se de documento particular, unilateral, que não exige 
compromisso legal do parecerista, donde que nunca se possa enquadrar como falsa perícia. 
Consta das seguintes partes: 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
. 6 
1 - Preâmbulo – qualificação da autoridade solicitante, do parecerista com seus títulos, o número do 
processo e da vara criminal ou civil correspondente. 
2 - Exposição – o motivo da consulta, transcrição dos quesitos formulados e o histórico cronológico 
dos fatos do caso a ser analisado. 
3 - Discussão – parte mais importante de um parecer. Aqui, o parecerista deve demonstrar a sua 
cultura, capacidade de análise e poder de argumentação; são apontados os pontos falhos da perícia, sem 
excessos de linguagem para não ferir a ética. 
4 - Conclusões – síntese dos pontos relevantes da discussão, clara e sucinta. Podem ser colocadas à 
medida que são respondidos os quesitos. 
 
f) DEPOIMENTOS ORAIS - O perito chamado a depor nos tribunais e na audiência de instrução e 
julgamento – providência por vezes necessária ou até indispensável -, como parte técnica do corpo 
judicante, nunca como testemunha, presta depoimento de viva voz a respeito do laudo que ofereceu nos 
autos, em linguagem despida de rebuscados literários, compreensível e simples, emitindo 
respeitosamente opinião rigorosamente científica, respondendo objetivamente a todas as perguntas e 
explicando devidamente, quando necessário, terminologia técnica. Convém relembrar que, consoante oparágrafo único do art. 435 do CPC, os peritos e os assistentes técnicos só estarão obrigados a prestar 
verbalmente os esclarecimentos a que se refere este dispositivo quando intimados cinco dias antes da 
audiência de instrução e julgamento. Do que disser cada um lavrar-se-á o respectivo termo, sendo 
indispensável que o assine o juiz, o perito, as partes, subscrevendo-o o escrevente. 
 
QUESITOS OFICIAIS 
 
Os Quesitos Oficiais (área criminal) são instituídos por Lei Estadual e somente podem ser 
modificados por uma nova Lei que altere a vigente. No Estado de Minas Gerais foram estabelecidos pela 
Lei 5141 de 1956, ainda em vigor. Eles foram elaborados levando-se em conta cada crime em que 
pudesse haver um ato pericial. Consequentemente são genéricos. 
Os Quesitos Complementares (área criminal) são formulados pela Autoridade Policial ou Judiciária, 
pelo Ministério Público, pelos Presidentes de Inquéritos Policiais Militares, pelos Presidentes de 
Conselhos Tutelares e, na falta de um deles, pelo Juiz de Paz da Comarca. Nesta condição os quesitos 
são próprios de cada caso e visam esclarecer dados do crime no Inquérito ou Processo. 
Na área Cível e Trabalhista os quesitos são sempre específicos para cada caso e podem ser 
formulados pelo Juiz, pelas partes (quantas forem) e pelo Ministério Público, se participante do Processo. 
 
OBRIGATORIEDADE EM RESPONDER AOS QUESITOS. 
 
Qualquer médico que estiver investido na condição de Perito, seja no Juízo Criminal, Cível ou 
Trabalhista, deverá responder aos quesitos obrigatoriamente por imposição de Lei. 
 
Código de Processo Penal. 
Art. 160 - Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, 
e responderão aos quesitos formulados. 
 
TIPOS DE RESPOSTAS AOS QUESITOS. 
 
Monossilábicas. 
Há casos que somente cabe uma resposta monossilábica. Por exemplo, se o quesito for: "Houve a 
morte?" entende-se que somente caberá um Sim ou um Não. Entretanto é prudente, embora não 
obrigatório, não usar resposta monossilábica quando houver dubiedade na interpretação. Recomenda-se 
que se faça uma transcrição do quesito na resposta. Por exemplo: "O perito encontrou deformidade física 
no paciente examinado?" Se a resposta for negativa, sugere-se: Não; o perito não encontrou deformidade 
física no paciente examinado. Esta resposta, se transcrita posteriormente alhures, não deixará dúvidas 
no leitor do laudo. 
 
Justificadas. 
Há quesitos em que há uma determinação de se justificar a resposta. Nesses casos ao final do quesito 
esta determinação está colocada entre parênteses - (resposta justificada). Logo lembre-se de colocar a 
justificativa, seja no texto da resposta, seja no corpo do laudo. 
 
1374611 E-book gerado especialmente para PETRUCCIO TENORIO MEDEIROS
 
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Especificadas. 
Há quesitos, de modo semelhante ao anteriormente explicado, que estipula "(resposta especificada)". 
Nestes casos o quesito é complexo e cheio de perguntas em vários itens. Assim é indispensável que se 
aponte, na resposta, a qual item se refere a reposta. 
 
 
Evasivas. 
Há perguntas em que a resposta não pode ser conclusiva. Assim usa-se o termo "sem elementos para 
afirmar ou negar...". Este tipo de resposta deve ser usado parcimoniosamente. Deve traduzir uma 
condição real e não uma forma de eximir-se de resposta. 
 
Prejudicadas. 
Outra condição é aquela em que a resposta é impossível. Normalmente o quesito está concatenado 
com outro anterior cuja resposta invalida qualquer outra conclusão posterior. Por exemplo: se a pergunta 
refere-se a um ferimento que inexiste no examinado, somente cabe a resposta: "Resposta prejudicada 
em virtude da inexistência do alegado ferimento." ou simplesmente "Prejudicado". 
 
REGIONALIZAÇÃO DOS QUESITOS 
 
Os quesitos Oficiais do Juízo Criminal, como são oriundos de uma Lei Estadual, têm sua restrição ao 
Estado em que foram formulados. Como cada Estado Brasileiro pode formular, pela sua Lei, quesitos 
diferentes, é prudente ao médico, quando nomeado Perito na área Criminal, inteirar-se do teor dos 
quesitos oficiais da localidade onde está trabalhando. Também o leitor de Livros de Medicina Legal deverá 
estar atento que os quesitos referem-se aos Estado em que o Autor se encontra. 
 
Questões 
 
01. (SPTC-GO - Médico Legista de 3º Classe - FUNIVERSA/2015) Assinale a alternativa que 
apresenta a parte integrante de um relatório médico-legal caracterizada pela presença de informações 
adicionais ao laudo, confrontação de hipóteses e controvérsias possíveis. 
(A) preâmbulo 
(B) descrição 
(C) histórico 
(D) discussão 
(E) resposta aos quesitos 
 
02. (PC/RJ - Delegado de Polícia - FUNCAB) Os documentos médico-legais são mecanismos de 
comunicação com as autoridades e, portanto, devem ser elaborados com metodologia, de forma a 
obedecer uma configuração preestabelecida. Constituem parte comum ao relatório ou laudo e ao parecer, 
EXCETO: 
(A) descrição. 
(B) discussão. 
(C) conclusão. 
(D) preâmbulo. 
(E) quesitos. 
 
03. (PC/AL - Agente de Polícia - CESPE) Em relação à perícia médico-legal, julgue os itens seguintes. 
 
O atestado médico é a afirmação do profissional acerca do fato examinado, já o laudo é o relatório 
emitido pelo perito, que pode ser o perito médico legista. Nesse caso, trata-se do laudo pericial médico-
legal. 
 
(A) Certo 
(B) Errado 
 
04. (PC/SP - Delegado de Polícia - PC-SP) Em um relatório médico-legal, o chamado visum et 
repertum refere-se: 
(A) ao histórico. 
(B) ao preâmbulo 
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(C) à descrição. 
(D) à discussão e conclusão 
(E) à resposta aos quesitos. 
 
05. (PC/SP - Delegado de Polícia - PC-SP) A diferença entre laudo e auto médico-legal é: 
(A) os dois são ditados a um escrivão. 
(B) o auto é apenas um resumo do laudo. 
(C) o primeiro é escrito e o segundo é ditado a um escrivão perante testemunhas. 
(D) os dois são pareceres. 
(E) o laudo só pode ser realizado pelo médico legista. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: D 
DISCUSSÃO: o perito fará os seus diagnósticos, externará a sua opinião, transcreverá os 
ensinamentos dos melhores autores e mostrará as vantagens e desvantagens dos diversos critérios e 
opiniões sobre o fato. Se não houver contradições aparentes, pode não ser necessária. Contudo, quando 
surge alguma discrepância, torna-se imperiosa. Nesses casos, os achados têm que ser analisados sob 
novos ângulos, tentando encontrar uma explicação para as diferenças. Podem ser formuladas hipóteses 
diferentes, por vezes envolvendo a necessidade de estudos mais detalhados e exames complementares. 
 
02. Resposta: A 
PARECER: É a opinião de um perito a uma dúvida do Juiz, sobre algum item duvidoso ou 
incompreensível do laudo. A sua credibilidade depende do prestígio de quem o elabora, uma vez que não 
é exigido o compromisso legal. A descrição não faz parte de um parecer médico legal, ademais sim: 
preâmbulo, histórico, quesitos, conclusão, discussão, resposta a quesitos. 
 
03. Resposta: A 
Os atestados são certificados médicos que atestam um fato. Importante, porém, destacar que somente 
o atestado judiciário se caracteriza como documento médico-legal. Aqueles atestados de saúde para faltar 
ao trabalho (atestados oficiosos) ou para licença do serviço público (atestados administrativos) não se 
afiguram como documentos médico legais. Já os relatório trata-se de documento legal que descreve 
minuciosamente um fato médico e suas consequências, em razão do interesse judicial desse 
acontecimento. A literatura médico-legal traz um distinção técnica entre o relatório, que costuma ser 
cobrada com grande frequência em concursos públicos. Se o relatório é ditado diretamente ao escrivão, 
denomina-se AUTO; e, se redigido posteriormente pelos peritos, ou seja, após suas investigações e 
consultas ou não a tratados especializados, recebe o nome de LAUDO. 
 
04. Resposta: C 
DESCRIÇÃO: parte mais importante do relatório; descrição minuciosa e precisade todo o exame 
externo e interno. O perito descreve as características do local e tudo que for observado. Deve ser 
objetivo, “ver e referir-se” (VISUM ET REPERTUM), ao que está vendo. 
 
05. Resposta: C 
Não há, em essência, grande diferença entre laudo e auto médico-legal. Se o relatório for ditado ao 
escrivão ou escrevente, na presença da autoridade, policial ou judicial, será chamado de auto médico-
legal. Por outro lado, caso seja elaborado posteriormente pelo próprio perito, estaremos diante do laudo 
médico-legal (mais comum). 
 
 
 
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