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CONDUTA NOS NÓDULOS TIREOIDIANOS INTRODUÇÃO ● Os nódulos tireoidianos são extremamente comuns: encontrados em 5% das mulheres e 1% dos homens adultos (prevalência ainda mais alta em regiões deficientes de iodo); ● 85% das vezes é benigno. Principais diagnósticos diferenciais do nódulo tireoidiano solitário: Cisto (comum) ● Simples ● Misto cístico e sólido Adenoma tireoidiano (comum) ● Funcionante e autônomo (quente) ● Não funcionante Tireoidite Carcinoma ● Primário da tireóide ● Metastático Linfoma da tireóide Infecção ● Doença granulomatosa ● Abcesso Nódulo coloide Anomalias de desenvolvimento ● Higroma cístico ou teratoma DIAGNÓSTICO ANAMNESE: ● Idade: a malignidade é mais encontrada em JOVENS, pior prognóstico no idoso. ● Gênero: mais frequentes em mulheres; malignidade 2-3x mais comuns em homens ● História de irradiação na infância e adolescência é fator de risco p/ carcinoma. ● Síndromes genéticas: Sd. de Gardner, NEM 2A e NEM 2B, doença de cowden. SINTOMAS LOCAIS E EXAME FÍSICO ● Presença de dor e crescimento rápido pode significar hemorragia ou malignidade. ● Rouquidão fala a favor de neoplasia comprometendo o nervo laríngeo recorrente ● Nódulo móvel a deglutição fala a favor de adenoma. ● Linfonodos cervicais e supraclaviculares aumentados, principalmentes se fixados à traqueia nos fazem considerar tumor maligno. Um nódulo maligno pode apresentar: textura firme, irregularidade de contorno, fixação a estruturas adjacentes e linfonodo cervical ipsilateral aumentado e palpável (maior confiabilidade para a presença de câncer). AVALIAÇÃO NÃO INVASIVA ● Solicitar TSH (associação com tireoidites e linfoma) ● Pode-se solicitar também T4 livre e anti-TPO. ● Hipertireoidismo subclínico (TSH baixo) indica uma cintilografia tireoidiana, para avaliar a presença de adenoma hiperfuncionante. ● A calcitonina pode ser solicitada frente a um paciente com diarréia crônica ou com neoplasia endócrina múltipla por suspeita de carcinoma medular. OBSERVE O ALGORÍTIMO DE INVESTIGAÇÃO: ULTRASSONOGRAFIA (US): ● Técnica mais indicada p/ avaliar o nódulo quando o exame físico deixa em dúvida. ● Permite classificar os nódulos em sólidos, císticos e mistos (císticos e sólidos). Os nódulos sólidos tem mais chances de ser malignos (10%), comparando com os puramente císticos (3%). As formações mistas são mais malignas do que as anteriores. Durante a US os nódulos isoecoicos são mais benignos, o malignos são mais hipoecoicos, com contornos imprecisos, podendo apresentar calcificação fina. Calcificações grosseiras “em casca de ovo” indicam benignidade. Junto pode realizar o Doppler, vascularização intranodular sugere nódulo maligno. CINTILOGRAFIA TIREOIDIANA Tem valor apenas na presença de TSH suprimido. Lesão hipercaptante (“quente”) quando comparada ao restante da glândula fala a favor de benignidade. Nódulos frios (não captantes) são malignos em 10% dos casos. A cintilografia não consegue imagens satisfatórias para nódulos <1cm. PAAF ● É o melhor método para diferenciar nódulos benignos de malignos (sensibilidade e especificidade ultrapassam 90%); ● Em bócio multinodular indica-se PAAF nos 4 maiores nódulos ● Deve ser guiada por US ● O nódulo submetido à PAAF deve ser classificado conforme o sistema de Bethsda: A presença de malignidade pode ser definida pela análise histológica, através da demonstração de: (1) invasão da cápsula tumoral, (2) invasão de vasos (sanguíneos ou linfáticos). *ao encontrar células de Hurthle parte direto pra cirurgia pois chance de malignidade é grande. Quais são as indicações de PAAF? 1. Nódulos de qualquer tamanho associados a linfadenopatia cervical suspeita; 2. Nódulos de > 0,5cm com características sugestivas de malignidade na US; 3. Nódulos maior ou igual a 1cm, sólidos ou não sólidos com microcalcificações; 4. Nódulos mistos (cístico-sólidos) com mais ou 1,5 cm e características sugestivas de malignidade na US ou maior ou igual a 2cm, independente das características na US; 5. Nódulos espongiformes maior ou igual a 2cm. *nódulos puros não necessitam de PAAF, pois são sempre benignos. No entanto pode realizar para esvaziar o nódulo e melhorar sintomas locais. *não é preciso suspender anticoagulantes ou anti-plaquetários a fim de realizar a PAAF. ● Nódulos sem indicação de PAAF , ou que foram submetidos a PAAF e tiveram resultado benigno, devem ser acompanhados com US A CADA 6-18 MESES. ● Se houver crescimento acelerado ( >50% do volume ou >20% em pelo menos duas dimensões, c/ aumento minimo de 2mm do nódulo sólido ou componente sólido de um nódulo misto), uma nova PAAF deve ser realizada imediatamente.
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