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Tecnicas cirurgicas medvet

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DEFINIÇÕES 
Esplenomegalia é o aumento do baço decorrente de qualquer causa. 
Esplenectomia é a remoção cirúrgica do baço. Esplenose é a presença congênita 
ou traumática de múltiplos nódulos de tecido esplênico normal no abdome. 
Placas sideróticas são depósitos de ferro e cálcio, marrons ou cor de ferrugem, 
que podem ser encontrados na superfície esplênica. Esplenorrafia é a sutura de 
uma ruptura do baço. 
 
CONDUTA PRÉ-OPERATÓRIA 
Animais com doenças esplênicas de tratamento cirúrgico frequentemente 
apresentam esplenomegalia focal ou difusa. Esplenomegalia difusa (simétrica) 
pode ser atribuída à congestão (p. ex., torção esplênica, insuficiência cardíaca 
de lado direito, dilatação vólvulo-gástrica (DVG) e fármacos) ou infiltração por 
infecção (p. ex., fúngica, bacteriana e riquetsiana), doença Imunomediada (p. 
ex., trombocitopenia Imunomediada e anemia hemolítica Imunomediada) ou 
neoplasia (p. ex., linfossarcoma ou sarcoma histiocítico, mastocitose felina). 
Esplenomegalia focal (assimétrica) pode ser causada por processos benignos 
(p. ex., regeneração nodular, hematoma ou trauma) ou processos neoplásicos 
(p. ex., hemangiossarcoma). Esplenomegalia infiltrativa resultante de neoplasia 
é uma das causas mais comuns de esplenomegalia espontânea (não 
iatrogênica) em cães e gatos. 
Anemia pode estar presente devido à hemorragia aguda associada a trauma, 
ruptura ou hematoma esplênico ou por hemorragia decorrente de doença 
subjacente (i.e., infecção crônica, doença imunemediada ou coagulação 
intravascular disseminada (CID). Perfis de coagulação devem ser estabelecidos 
em animais com sangramentos que não sejam decorrentes de traumatismos. 
Animais normalmente hidratados, com hematócrito inferior a 20% ou um nível de 
hemoglobina abaixo de 5 a 7 g/dL, podem se beneficiar de transfusões 
sanguíneas pré-operatórias ou da administração de hemoglobina purificada. 
Caso se suspeite de CID, a administração de plasma, com ou sem heparina, 
pode ser útil Fluidos intravenosos devem ser administrados em animais 
desidratados antes da cirurgia. 
 
ANATOMIA CIRÚRGICA 
O baço está situado no quadrante abdominal cranial esquerdo. Geralmente se 
localiza paralelamente à curvatura maior do estômago; entretanto, sua 
localização exata depende do tamanho e da posição dos demais órgãos 
abdominais. Quando o estômago está contraído, o baço usualmente se aloja na 
caixa torácica. Entretanto, com o aumento gástrico massivo, ele pode situar-se 
no abdome caudal. A cápsula esplênica é composta por fibras elásticas e 
musculares lisas. O parênquima consiste em uma polpa branca (i.e., tecido 
linfoide) e vermelha (i.e., seios venosos e tecido celular preenchendo os espaços 
intravasculares). Um grande número de receptores α-adrenérgicos é 
responsável pela contração esplênica. Quando o baço está contraído, ele tem 
consistência firme. O baço normalmente é vermelho, mas placas sideróticas ou 
fibrina podem mudar sua aparência. O suprimento arterial para o baço 
normalmente é feito através da artéria esplênica, um ramo da artéria celíaca. A 
artéria esplênica geralmente tem mais de 2 mm de diâmetro e dá origem a três 
a cinco ramos primários longos, conforme se desloca no omento maior em 
direção ao terço ventral do baço. O primeiro ramo geralmente segue para o 
pâncreas e é o suprimento principal do segmento esquerdo daquele órgão. Os 
dois ramos remanescentes se deslocam em direção à metade proximal do baço, 
de onde partem 20 a 30 ramos esplênicos, que penetram no parênquima. Os 
ramos continuam então no ligamento gastroesplênico em direção à curvatura 
maior do estômago, onde formam as artérias gástricas curtas (com suprimento 
sanguíneo) e a artéria gastroepiploica esquerda (que supre a curvatura maior do 
estômago). Outros ramos suprem o ligamento esplenocólico e o omento maior. 
A drenagem venosa ocorre através da veia esplênica para o interior da veia 
gastroesplênica, que se esvazia na veia porta. 
 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
O baço é abordado através de uma incisão na linha média abdominal que se 
estende do xifoide até um ponto caudal ao umbigo. Pode ser necessário estender 
a incisão para lesões grandes ou para permitir a exploração abdominal completa. 
A exploração abdominal completa deve ser realizada em qualquer animal 
suspeito de apresentar neoplasia. 
Biópsia Esplênica 
Biópsias esplênicas são indicadas para determinar a causa de uma 
esplenomegalia clinicamente significativa ou por suspeita de lesões metastáticas 
para o baço. Elas podem ser obtidas percutaneamente (i.e., aspiração por agulha 
fina ou biópsia em bloco) ou através de cirurgia. Biópsias guiadas por 
ultrassonografia apresentam uma maior probabilidade de obtenção de amostras 
diagnósticas percutaneamente. As biópsias percutâneas permitem 
frequentemente estabelecer o diagnóstico de lesões difusas (p. ex., mastocitose 
ou linfossarcoma); entretanto, lesões focais ou nodulares podem passar 
despercebidas. Aspiração por agulha fina pode ser específica (p. ex., se células 
malignas ou formas de levedura forem encontradas). No entanto, citologia 
aspirativa não é tão sensível conforme desejado. Citologia aspirativa é muito 
menos sensível para lesões do baço do que para lesões de linfonodos, e é 
particularmente insensível para diferenciar hemangiossarcoma de hematoma. 
Esplenectomia Parcial: 
A esplenectomia parcial é indicada em animais com lesões traumáticas ou focais 
do baço para preservar a função esplênica. Definir a área do baço a ser removida 
e ligar duplamente e incisar os vasos hilares que suprem a área. Observar a 
extensão de isquemia que se desenvolve, valendo-se dessa observação como 
um guia para a ressecção. Pinçar o tecido esplênico nesta linha entre um polegar 
e o dedo indicador e ordenhar a polpa esplênica em direção à área isquêmica. 
Colocar pinças sobre a porção achatada e dividir o baço entre as pinças.Fechar 
a superfície de corte entre o baço e a pinça adjacente em um padrão contínuo 
usando sutura absorvível. Como alternativa, colocar duas camadas de sutura de 
colchoeiro em um padrão contínuo se sobrepondo à linha de demarcação. Se a 
hemorragia persistir, suturar novamente a extremidade do baço com material 
absorvível em padrão contínuo. A esplenectomia parcial preserva a função 
esplênica em animais com lesões traumáticas ou focais. 
Instrumentos de grampeamento automatizados (p. ex., grampeadores para 
anastomose transversal TIA) também podem ser usados para esplenectomia 
parcial; entretanto, existe algum risco de que, se os grampos não forem fixados 
em tecido suficiente, eles afrouxarão e permitirão a ocorrência de hemorragia 
esplênica. É recomendado o uso dos grampos de aço inoxidável de tamanho 3,5 
quanto os de 4,8. Quando realizado apropriadamente, o grampeamento cirúrgico 
de esplenectomia parcial reduz significativamente o tempo de cirurgia e a 
aderência de omento ao baço. 
Esplenectomia Total: 
A esplenectomia total é mais comumente realizada em animais com neoplasia 
esplênica, torção (estômago ou baço) ou trauma grave que cause uma 
hemorragia com risco de morte e que não possa ser interrompida. A 
esplenectomia foi previamente indicada para distúrbios refratários ao tratamento 
médico (p. ex., trombocitopenia ou anemia hemolítica). Esplenectomia pode 
estar associada a um melhor resultado em determinados cães com anemia 
hemolítica imunomediada refratária ao tratamento médico. Fármacos 
imunossupressores (p. ex., ciclosporina ou azatioprina) e corticosteroides 
reduziram a necessidade de esplenectomia; entretanto, a esplenectomia é 
justificável se a terapia com fármaco falhar ou se causar efeitos colaterais 
inaceitáveis. 
O baço normalmente contém uma reserva de hemácias, tem capacidade 
hematopoiética, tem funções fagocíticas importantes e é útil na manutenção da 
imunocompetência; a esplenectomia total elimina essas ações benéficas. A 
esplenectomia eletiva é algumas vezesrealizada em cães que serão usados 
como doadores de sangue para que infecções subclínicas com Ehrlichia, 
Mycoplasma (anteriormente Haemobartonella) ou Babesia se tornem evidentes 
e o cão possa ser retirado do programa. Apesar de sepse com risco de morte ter 
ocorrido em pessoas esplenectomizadas, ela não foi observada em cães. 
Mesmo assim, a esplenectomia parcial é preferida em relação à esplenectomia 
total quando for possível. A esplenectomia é contraindicada em pacientes com 
hipoplasia de medula óssea, nos quais o baço é uma fonte principal de 
hematopoese. 
Após explorar o abdome, exteriorizar o baço e colocar esponjas abdominais 
úmidas ou almofadas de laparotomia ao redor da incisão sob o baço. Ligue 
duplamente e corte transversalmente todos os vasos ao hilo esplênico com 
material de sutura absorvível (de preferência) ou não absorvível, ou use um 
dispositivo de selagem de vasos como o LigaSure. Se possível, preservar os 
ramos gástricos curtos que suprem o fundo gástrico. 
Para esplenectomia total, ligar duplamente e transeccionar todos os vasos do 
hilo esplênico. Se possível, preservar os ramos gástricos curtos que suprem o 
fundo gástrico. Como alternativa, abrir a bursa omental e isolar a artéria 
esplênica. Identificar o ramo ou ramos que suprem a porção esquerda do 
pâncreas. Ligar duplamente e transeccionar a artéria esplênica distalmente a 
esse vaso (ou esses vasos) 
A esplenectomia pode ser feita através do ligamento duplo da artéria esplênica 
distal às ramificações que liga o membro esquerdo ao pâncreas. 
 
AVALIAÇÃO E CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS 
Após biópsia esplênica ou esplenectomia, o animal deve ser observado 
atentamente por 24 horas quanto à evidência de hemorragia. O hematócrito deve 
ser avaliado em intervalos de poucas horas até que o animal esteja estável. A 
administração de oxigênio pelo nariz deve ser realizada em pacientes anêmicos 
e analgésicos só devem ser administrados quando necessário e para 
medicamentos anti-inflamatórios sem esteroides [AINEs]. A ocorrência de 
hemorragia pode indicar falha técnica ou CID (a qual pode estar associada a 
lesões neoplásicas ou torção de baço). Fluidoterapia deve ser continuada até 
que o animal esteja apto a manter a própria hidratação; as anormalidades 
eletrolíticas e acidobásicas devem ser corrigidas. Leucocitose pós-operatória 
branda pode ocorrer após esplenectomia em cães porque o baço influencia a 
produção de leucócitos na medula óssea; entretanto, elevações abruptas ou 
prolongadas podem indicar infecção (i.e., abscessos esplênicos ou peritonites). 
Aumento no número de corpúsculos de Howell-Jolly, eritrócitos nucleados, 
células em alvo e/ou plaquetas também podem ser encontrados após 
esplenectomia, mas não são motivo de preocupação.

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