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ANÁLISE DO FILME JACK

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ANÁLISE DO FILME “JACK”
Discentes: Aline Monteiro Capelletti, Bianca de Oliveira Castelli e Maria
Eduarda Dias A. Neves.
O filme “Jack” retrata a história de um menino que nasceu com uma síndrome
rara, a qual o faz envelhecer quatro vezes mais do que o normal. Ele nasceu de 2
meses pois, seu desenvolvimento nesse período já estava completo. Para Sanches
e Júnior (2011), a partir do diagnóstico começa uma nova fase para os cuidadores
por ter que se adaptar a realidade da deficiência, no filme pode-se perceber isso,
pois os pais tiveram que se adaptar ao fato do filho ter nascido 7 meses antes do
previsto.
Os pais sempre idealizam a chegada de um bebê, projetam em seus filhos
seus desejos e não presumem que suas intenções, muitas vezes, devem ser
ajustadas e de acordo com Falkenbach, Drexsler e Werler (2006), no momento em
que se descobre que o filho idealizado tem algumas limitações que difere dos
padrões sociais, podem surgir sentimentos como de medo e angústia. Quando a
mãe de Jack ouviu do médico que seu filho possuía essa síndrome, que suas
células se desenvolvem mais rápido, ela questiona se “ele é saudável” pois, essa
era sua pretensão em relação ao filho. O momento pós-parto, no qual Jack foi
entregue de imediato para a mãe e a apresentação do diagnóstico de forma
humanizada podem ter sido fatores que contribuíram para os pais aceitarem melhor
a essa nova realidade. Segundo Luisada et al. (2015), se a notícia da deficiência for
comunicada de forma inadequada, pode causar confusão, angústia e
ressentimentos, porém, se for realizada de forma adequada, pode ajudar na
compreensão, aceitação e adaptação.
Aos 10 anos, Jack aparenta ter 40, seus pais demonstram que para
compensar a deficiência, eles dão tudo, compram todos os brinquedos e realizam
todas as suas vontades. Além disso, ele tem aulas em casa e, portanto, não tem
convívio social com outras crianças, dessa forma, as crianças do bairro acham que
ele é uma aberração, já que não pode interagir com outros. Essa exclusão do
mundo social não é benéfica para ele, visto que para Borsa (2007), a socialização é
necessária para o desenvolvimento, pois é através dela que incorpora a cultura,
juntamente, e reciprocamente, a sociedade se perpetua e desenvolve. No entanto
entende-se que essa privação convívio social é uma forma da mãe tentar protegê-lo,
mas em contraste a isso, não é algo benéfico para Jack, pois é através do convívio
social e da escolarização que ele conseguirá uma maior autonomia, ao invés de
continuar dependendo dos pais.
Com isso, o professor particular acredita que já era hora dele frequentar a
escola, a reação dos pais foi de, inicialmente, não aceitar essa proposta pois,
enfrentavam dificuldades e inúmeras inseguranças. Mas, surgiu em Jack essa
vontade, então os pais cederam a ideia. De acordo com Borsa (2007), “ a criança
chega à escola levando consigo aspectos constitucionais e vivências familiares,
porém o ambiente escolar será uma peça fundamental no seu desenvolvimento”,
pois a escola além do saber científico atua no processo de socialização e de
individualização da criança.
A escola aceitou a presença do aluno na classe, e Jack estava muito
animado, mas como não parecia nada com as crianças da turma, por seu tamanho
e aparência de um homem de 40 anos, nos primeiros dias ele sentiu que estava
isolado do grupo. Algo que poderia auxiliar na inclusão, seria uma conversa com os
alunos sobre a síndrome de Jack, reforçando assim a visão inclusiva. Além disso, a
escola não era nada adaptada porque ele não se acomodava na carteira, ele não se
encaixava e todos os colegas riam dele. A escola deveria estar preparada para
recebê-lo dentro dos padrões possíveis, visto que já conheciam o caso, deveriam ter
conseguido um lugar melhor para acomodá-lo dentro da sala de aula. De acordo
com Jacomeli,
as Unidades Escolares de Ensino Regular devem oferecer vagas e
matricular todos os alunos, organizando-se para o atendimento com
equidade aos educandos com necessidades educacionais especiais e
assegurar-lhes condições necessárias para a permanência e
aprendizagem. [s.d]
Com o tempo, Jack começou a jogar basquete, os meninos perceberam que
teriam vantagem em ter ele no time, pela sua altura. Ao perceber que Jack era
também uma criança, porém no corpo de um adulto, pode ter contribuído na
formação da afeição dos colegas de escola, alguma intervenção poderia ser feita
por um psicólogo também, para auxiliar na aceitação das crianças da turma.
Ademais, ele fez novas amizades, estava enturmado, demonstrou que pode
conviver com as crianças da mesma idade, brincando, convivendo com eles na casa
da árvore, etc.
Sabe-se que é custosa a adaptação da família em relação ao novo cotidiano
para com os cuidados da pessoa com deficiência, pois há uma série de afetos
contraditórios em relação às expectativas e ideais frustrados, gerando um processo
de luto e desafiando tal família a lidar da melhor forma possível com as dificuldades.
Há momentos de grande afeto devido às conquistas (que para muitos pais passam
despercebidos, mas para pais de pessoas com deficiência são verdadeiras vitórias)
e também grandes momentos de tristeza e raiva. Isso pode ser exemplificado
quando a mãe de Jack fica enciumada, já que ela perdeu sua companhia e se
mostrou superprotetora, mas teve que se adaptar a essa nova fase.
Ademais, Jack apresentou dificuldade amorosa, mostrou uma paixão infantil
por sua professora e pela mãe de seu amigo. Contudo, ele percebeu que teria
obstáculos amorosos, por ser uma criança em um corpo adulto. E com isso, foi
sentindo uma forte dor no peito, e seus pais começam a se preocupar com a sua
saúde e não permitem que ele volte a escola.
Dessa forma, Jack começa a ter reflexões sobre sua vida, começa e
compreender os problemas que enfrenta, e ele prefere ficar somente em seu quarto,
aceitando a visita de seu tutor. Porém, desanima até mesmo de suas aulas em
casa, começa a ter crise existencial e disse ao seu professor “Por que aprender
coisas que não irei usar?”. O professor o responde com uma metáfora, o comparou
com uma estrela cadente, a qual tem uma passagem breve, mas é marcante e
incrível em sua existência. E assim, seus amigos da escola ficaram batendo em sua
porta todos os dias, e com esse apoio ele consegue voltar à escola para conviver
com seus colegas.
Sabe-se que é essencial para o processo de adaptação e desenvolvimento
tanto do paciente em si como seus familiares e cuidadores o trabalho do psicólogo,
visto que a influência destes últimos possibilita a pessoa com deficiência sentir-se
aceito, contido socialmente e seguro. Segundo Padua e Rodrigues (2013), o
psicólogo encontra na família um espaço de intervenção para proporcionar uma
melhor qualidade de vida da pessoa com deficiência, tendo em vista que
psicoterapia familiar evita que apenas a criança seja responsabilizada pela patologia
ou deficiência, assim como também propicia uma modalidade preventiva de saúde
mental e física pelas orientações apoio recebido. No que se refere a tristeza de Jack
por não poder voltar a escola e as dificuldades no seu processo de adaptação, fica
explícito que o acompanhamento de um psicólogo com seus pais e cuidadores
seria o ideal. Isso porque os familiares e cuidadores são parte essencial no
processo de desenvolvimento e adaptação das pessoas com deficiência. Devem ser
considerados como peça chave no tratamento psicológico de tais pacientes.
O final do filme é Jack, de 17/68 anos fazendo um discurso emocionante
sobre o tempo e a vida, na formatura do Ensino Médio. O filme apresenta de forma
simples e descontraída a importância de respeitar as diferenças.
REFERÊNCIAS
BORSA, J. C. O papel da escola no processo de socialização infantil. 2007.
Disponível em: <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0351.pdf> Acesso em: 01
de agosto de 2019.
FALKENBACH, A. P.; DREXSLER, G.; WERLER, V. A relação mãe/criança com
deficiência: sentimentos e experiências.Disponível em: <
https://www.scielosp.org/article/csc/2008.v13suppl2/2065-2073/#ModalArticles >
Acesso em: 01 de agosto de 2019.
JACOMELI, R. B. A inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino
regular. Disponível em:
<https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-inclusao-alunos-com-necessi
dades-especiais-no-ensino-regular.htm> Acesso em: 01 de agosto de 2019.
LUISADA, V.; FIAMENGHI-JR, G. A.; CARVALHO, S. G.; ASSIS-MADEIRA, E. A.;
BLASCOVI-ASSIS, S. M. Experiências de médicos ao comunicarem o
diagnóstico da deficiência de bebês aos pais. Ciência & Saúde. v. 8, n. 3, p.
121-128, 2015. Disponível em: <
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faenfi/article/view/21769/0> Acesso
em: 01 de agosto de 2019.
PADUA, E. S. P. ; RODRIGUES, L. Família e Deficiência: Reflexões sobre o
papel do psicólogo no apoio aos familiares de pessoa com deficiência. 2013
Disponível em
<http://www.uel.br/eventos/congressomultidisciplinar/pages/arquivos/anais/2013/AT0
7-2013/AT07-028.pdf> Acesso em: 01 de agosto de 2019
SANCHES, L. A. S.; JÚNIOR, G. A. F. Relatos maternos sobre o impacto do
diagnóstico da deficiência dos filhos. Cad. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19,
n. 3, p. 366 - 374, 2011.

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