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Rachell Mendes Muccini Gastroenterologia Doença do refluxo gastresofágico - DRGE • Diagnóstico clínico, não é necessário exames complementares, fazer teste terapêutico • Condição que se desenvolve quando o refluxo do conteúdo gástrico causa sintomas e ou complicações • Afecção (alteração) crônica • Agressividade do material refluxado: H+, pepsina, sais biliares e tripsina – atingem o esôfago distal • 11,9% da população no brasil • Espectro variável de sintomas, associados ou não a lesões teciduais (por isso não é esperado alterações teciduais) • DRGE não erosiva: mais frequente DRGE OU PIROSE FUNCIONAL? • Pirose: ocorre em geral 30-60 minutos após a ingestão de alimentos, especialmente se a refeição for copiosa (volumosa), ou rica em gordura ou ácido, podendo ser aliviada após a ingestão de antiácido, ou mesmo água PIROSE FUNCIONAL • Pirose clínica + EDA + Phmetria prolongada normais – doenças funcionais, a hipersensibilidade visceral está presente, o esôfago fica mais sensível a alterações de pH, distensão luminal, ou alterações motoras • Hipersensibilidade visceral: pH ou distensão luminal ou alterações motoras PIROSE RELACIONADA A MEDICAMENTOS Medicamentos relacionados com a produção de pirose: • Anticolinérgicos • Bloqueadores dos canis de cálcio (anti-hipertensivos) • Nitratos (doença coronariana, angina estável, infarto recente) • Teofilina (pneumologia para broncoespasmos) • Antidepressivos tricíclicos • Alendronato • Ácido acetilsalicílico e AINEs • Ferro • Progesterona • Agonistas adrenérgicos • Diazepam • Meperidina • Tetraciclina • Quinidina • Cloreto de potássio FISIOPATOLOGIA – ETIOPATOGENIA Um ou mais fatores: • Depuração acida esofágica ineficiente • Defeito na resistência epitelial esofágica: muco/ mecan. celulares • Esfíncter inferior do esôfago: relaxamento transitório, hipotensão • Agressividade da natureza do material refluído: H+, pepsina, sais biliares, tripsina • Defeitos nos elementos anatômicos anti-refluxo • Cleanse esofágica é depuração ácida e isso produz muco • Pressão intra abdominal – gravidez, ascite, obesidade HÉRNIA DE HIATO • A hernia é a propulsão, é a saída de parte da mucosa de parte câmara gástrica para região intratorácica • A hernia- uma parte do fundo gástrico através do hiato diafragmático, que está com dificuldade de se manter na tensão habitual. E o refluxo que seria habitualmente fisiológico por conta da mucosa gástrica intratorácica, ele acaba sendo aprisionado e Rachell Mendes Muccini Gastroenterologia gerando um re refluxo, ou seja, o refluxo acaba passando por essa pequena câmera que se surgiu por essa câmara intratorácica, e esse re refluxo vai refluir para o esôfago distal e a nova câmara gástrica que foi criada, esse hernia hiatal, vai ficar muito mais tempo em contato com o esôfago distal do que com o estômago, e isso vai favorecer o re refluxo ao longo de muitos dias, justificando o surgimento de DR. • Hernia é uma parte do estômago na região intratorácica MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS TÍPICAS: • Pirose + regurgitação, 2X/semanas, há 4-8 semanas • Diagnostico clínico • III consenso brasileiro – 2010 - Sensibilidade: 67% Especificidade: 77% ATÍPICAS: • Tosse crônica é o mais comum • *asma na vida adulta, pneumonia de repetição, disfonia (otorrinolaringológicas), Globus faríngeo (oral), dor torácica não cardiogênica • Dor cardiogênica-desencadeada por exercício físico, desaparece com o descanso, dura cerca de 20 minutos, localizada no precórdio e irradia para cervical, braço esquerdo e dorso. Associado a palidez cutânea, diaforese, sudorese fria e hipotensão arterial • Dor cardiogênica do RE - dor em pontada, que atravessa tórax, lembra uma facada • Investigação de DRGE: ausência de tabagismo e de irritantes ambientais; exclusão de asma, secreção pós-natal e radiografias e seios da face dentro da normalidade • Pulmonares: Tosse crônica, asma, pigarro, pneumonia, bronquiectasia • Otorrinolaringológicas: rouquidão, otite, sinusite • Orais: erosão dentária, halitose, afta DIAGNÓSTICO CRITÉRIOS DE LYON 2018 • Testes diagnósticos: funcional ou refluxo? EDA • Esofagite C ou D: até 40% dos pacientes com DRGE • Esôfago de Barret (metaplasia intestinal) aumenta as chances para adenocarcinoma: 1/200 pacientes/ano • Estenose péptica • Úlcera esofágica (muscular da mucosa) • Adenocarcinoma INDICAÇÃO DA EDA • Sintomas crônicos, com idade >40 anos • Sintomas de alarme: disfagia, odinofagia, perda de peso, hemorragia digestiva, náusea, vômitos e história familiar de câncer IMPEDANCIO PHMETRIA 24H: PADRÃO OURO (TEA :6%) • Refluxo não ácido (sintomas mesmo em uso de IBP) versus Refluxo ácido (não comprovado em EDA) DIAGNÓSTICO DA DRGE EM PACIENTES COM EDA NORMAL • Caracterização do padrão do refluxo gastroesofágico – o paciente pode ter refluxo noturno • Participação do refluxo ácido nas manifestações atípicas do refluxo gastroesofágico • Estudo da recidiva de sintomas no pós-operatório • Avaliação da eficácia do tratamento clínico • Teste terapêutico CLÍNICO • Queixas típicas • Teste terapêutico com IBP em dose padrão (plena) <40 anos, sem sinais de alerta, (4 semanas). Positivo, se sintomas abolidos + recomendação de realizar EDA • Queixas atípicas: teste terapêutico com IBP em dose dobrada (8-12 semanas) + recomendação de Phmetria 24 horas de dois canais • Realiza o teste terapêutico, mas recomenda a realização da EDA, mas faz pacientes com mais de 40 anos ou sintomas de alarde, ou seja, EDA não é a primeira conduta em pacientes com DRGE, a primeira conduta para pacientes com menos de 40 anos é o teste terapêutico. • QUANDO FAZER BIOPSIA? • Estenose, Barret, úlcera esofágica • A fisiopatologia da DRGE é multifatorial, não existe fator de risco Rachell Mendes Muccini Gastroenterologia DIAGNÓSTICO DRGE – EDA BARRET • 10 a 15% dos pacientes evoluem com complicações • Incidência de adenocarcinoma: 40X maior • Epitélio escamoso do esôfago se transforma em epitélio colunar, com células caliciformes (tipo intestinal), altamente resistente aos efeitos do refluxo = metaplasia intestinal completa • Os prolongamentos, definem o esôfago de Barret • É considerado pré maligno • Está caindo por conta do uso de IBP ALGORITIMO – CRITÉRIOS DE LYON 2018 • MAR- Manometria de alta resolução, não considera para diagnostico de DRGE, somente para distúrbios de motilidade • Se o diagnostico for clínico, não é necessários exames • DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - DRGE • DRGE – Refratária – já foi em vários médicos, diversas medicações • ESOFAGITE EOSINOFÍLICA • Doença imunomediada > infiltração de eosinófilos na mucosa do esôfago > 15 ou + eosinófilos/ campo grande aumento. O diagnóstico é feito por biopsia • Desconfiar quando o paciente relatar entalos de repetição, como se fosse disfagia súbita esofágica, o alimento não desce, dor no tórax, desencadeada pelos anéis concêntricos que se contraem e descontraem que precisam biopsiar (imagem) Outros: • Esofagite eosinofílica • Esclerodermia (reumatológica)/ diabetes/ acalasia/ espasmo • Esofagite infecciosa – bactéria da tuberculose, fungo da cândida • Esofagite medicamentosa (“pill esophagitis”) • Pirose funcional • Doenças benignas/ malignas de órgãos adjacentes (vesícula, pâncreas, coração) • Desordens musculoesqueléticas • *podem justificar os sintomas atípicos de RGE Rachell Mendes Muccini Gastroenterologia • TRATAMENTO • Modificações comportamentais no tratamento da DRGE • Elevação da cabeceira da cama (15cm) • Moderação na ingestão dos seguintes alimentos, com observação à correlação com os sintomas: alimentos gordurosos, cítricos, café, chocolate, bebidas alcoólicas e carbonatadas, hortelã, tomate e derivados • Cuidados com medicações“de risco”: anticolinérgicos, teofilina, antidepressivos tricíclicos, bloqueadores de canais de cálcio, agonistas beta-adrenérgicos, alendronato • Evitar deitar-se por 2 horas após as refeições – o sono diminui o clearance esofágico, que é a produção de água, bicarbonato, muco. • Evitar refeições copiosas – lentificação do esvaziamento gástrico • Redução drástica ou cessação do tabagismo – diminui a pressão do EEI e a secreção de bicarbonato salivar • Evitar situações que aumentem a pressão intra-abdominal – obesidade, gestação e grandes massas • Redução do peso corporal nos casos de sobrepeso e obesidade - dificuldade de manutenção do EEI fechado • Goma de mascar e/ ou pastilhas orais com bicarbonato > estimular a salivação> tamponamento do ácido TRATAMENTO CLÍNICO • Os alimentos baixam a pressão do EEI • Bebidas gasosas: eructações forçam a abertura do esfíncter • Os alimentos ácidos e cítricos agravam a irritação quando regurgitados DROGAS ANTISSECRETORES: • IBP -1ª linha: alta resolução dos sintomas e da cicatrização (omeprazol, pantoprazol, lanzoprazol, rebeprazol, esomeprazol pode ser utilizado nas refeições); 30 minutos antes das refeições • Antiácidos – hidróxido de alumínio/ magnésio –pacientes com para dificuldade de engolir • Procinéticos – aumentam a pressão do EEI, contrações gástricas, esvaziamento gástrico) – bromoprida, domperidona, metoclopramida. Auxiliam pacientes com sintomas de regurgitação • Bloqueadores H2 – noturno • Pirose e sintomas atípicos = IBP • Sintomas noturnos= bloqueadores de H2 a noite e IBP pela manhã • TRATAMENTO CIRURGICO • Indicações controversas – existe a possibilidade de falha após 10 anos, não existe intervenção sobre o mecanismo fisiopatológico, não é totalmente dominado, tem que acompanhar por pelo menos 2 anos com as medidas comportamentais • Esofagites recidivantes após tratamento de pelo menos 6 meses, pois evolui para úlcera esofágica que tem chances de sangramento e acomete a submucosa • Complicações de DRGE, do tipo estenose péptica, úlcera esofágica • Perspectiva de uso de IBP prolongado (mais de 10 anos) • Hérnias volumosas • Baixa idade • Subjetiva – baixa qualidade de vida Rachell Mendes Muccini Gastroenterologia • Fundoplicatura de Nissen – videolaparoscopia - o fundo do estômago e abraça ele no fundo do esôfago (porção intra-abdominal), para fornecer um aumento de pressão desse esfíncter, evitando que ele faça os relaxamentos transitórios frequentes, que causam a patologia • Indicação cirúrgica • Nos pacientes refratários ao tratamento com inibidores de bomba de prótons, o diagnóstico de refluxo não ácido constitui indicação para o tratamento cirúrgico, pois a Fundoplicatura elimina os dois tipos de refluxo • Hernia favorece a DRGE • DIAGNOSTICO DE REFLUXO É CLÍNICO (PIROSE + REGURGITAÇÃO) POR 2X NA SEMNA POR PELO MENOS 4 SEMANAS OU COMBINAÇÃO DE SINTOMAS ATIPICOS • TEMPO MAXIMO DE TRATAMENTO PARA IBP • SINTOMAS TIPICOS – 4 SEMANAS • SINTOMAS ATIPICOS – 12 SEMANAS • PODE ESTENDER SE NÃO HOUVER MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS • O uso de IBP não está relacionado a neoplasia, foi feito um estudo no Oriente - tendências as neoplasias gastrointestinais, pois o consumo de álcool e cigarro é altíssimo
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