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Atuação do Enfermeiro na Promoção do Aleitamento Materno

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Vol.31,n.3,pp.120-124 (Jun – Ago 2020) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR 
 
BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr 
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PROMOÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO 
 
NURSE'S PERFORMANCE IN PROMOTING BREASTFEEDING 
 
DENISE COSTA BARBOZA1, KESLEY DE OLIVEIRA RETICENA2*, MARIA FERNANDA PEREIRA 
GOMES3, MARIANA SOUZA SANTOS4, VALÉRIA CRISTINA DOS SANTOS CARVALHO2, JOSÉ 
APARECIDO ALVES DE OLIVEIRA5, DAIANE SUELE BRAVO2, VANESSA RAMOS LOPES 
VALVERDE2, JOSELAINE DE OLIVEIRA3, ALINE MANFIO2 
 
1. Acadêmica do curso de graduação de enfermagem da Universidade Paulista campus Assis-SP; 2. Professora Mestre do curso de enfermagem da 
Universidade Paulista campus Assis-SP; 3. Professora Doutora do curso de enfermagem da Universidade Paulista campus Assis-SP; 4. Professora 
Mestre e coordenadora do curso de enfermagem da Universidade Paulista campus Assis-SP; 5. Professor especialista do curso de enfermagem da 
Universidade Paulista campus Assis-SP 
* Rua Myrtes Spera Conceição, 301, Conjunto Nelson Marcondes, Assis, São Paulo, Brasil. CEP: 19813-550. kesleyreticena@hotmail.com 
 
Recebido em 29/05/2020. Aceito para publicação em 28/06/2020 
 
 
RESUMO 
 
A presente pesquisa teve como objetivo identificar se os 
enfermeiros efetuam ações de promoção do aleitamento 
materno e quais são as ações executadas. Utilizou-se como 
metodologia a revisão bibliográfica de artigos científicos, 
publicados nos últimos dez anos, buscados pelas palavras 
chaves: “papel do enfermeiro“; “amamentação“; 
“aleitamento materno”, nos bancos de busca: Scielo e 
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram encontrados 
20 artigos, e selecionados para análise 6, os quais foram 
ao encontro ao objetivo da pesquisa. Para análise dos 
artigos utilizou-se duas categorias: “importância da 
atuação do enfermeiro na promoção do aleitamento 
materno”; “estratégias para a promoção do aleitamento 
materno por enfermeiros". A realização desta pesquisa 
evidenciou que a enfermagem está deficitária no que se 
refere à prática da promoção do aleitamento materno, 
sendo este, um fator negativo, pois o enfermeiro se 
encontra em uma posição privilegiada para atuar na 
promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, 
atuando na assistência direta à mulher, no âmbito 
hospitalar e comunitário, e possuindo um papel de 
fundamental importância. Sendo assim, faz-se necessária 
a implementação de políticas de capacitação, educação 
permanente e continuada, voltadas aos enfermeiros, 
visando uma assistência com maior qualidade. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Papel do profissional de 
enfermagem, aleitamento materno, promoção da saúde. 
 
 
ABSTRACT 
 
The research has as an objective identify if the nurses does 
breast-feed promotion actions and what actions have been 
taken. It was used as methodology bibliographic review of 
scientific articles available according with the theme, 
published in the past ten years, searched by the key words 
“role of the nurse”, “breast-feeding”, “breastfeeding”,at 
websites search: Scielo and Virtual Health Library (VHL). 
Were found 20 articles, and selected for analysis 6 articles, 
which were against the research objective. For analysis of 
articles, two categories we used: “importance of the nurse’s 
role in the promotion of breastfeeding “,”strategies for 
promotion for breastfeeding by nurses “. The realization of 
this research evidenced that nursing has a deficit in the 
practice of breastfeeding promotion, being this, a negative 
factor, because the nurse puts in privilege position to act at a 
promotion, protect and support to breastfeeding, working 
directly to women care, in hospital and community setting, 
and assuming a role of fundamental importance. Thus, it must 
be necessary an implementation training policies, permanent 
and continuous education, to the nurses, aiming for a higher 
quality assistance. 
 
KEYWORDS: Nurse's Role, breast-feeding, health 
promotion. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A amamentação é um processo natural que assegura 
o suprimento das necessidades das crianças, onde são 
executadas as primeiras práticas nutricionais e de 
saúde1. Entretanto, é comum encontrar mulheres com 
dificuldades nesse processo. 
O aleitamento materno (AM) ocupa um lugar de 
destaque entre ações básicas de saúde e políticas 
públicas. Em 1981 foi criado o Programa Nacional de 
Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM), o qual 
tem sido importante para a prática da amamentação2. 
Desde 2001 a Organização Mundial de Saúde 
(OMS) recomenda até o sexto mês de vida da criança o 
AM exclusivo, ou seja, sem o uso de água, chás, sucos 
ou outros alimentos. Após os seis meses as 
necessidades não podem mais serem supridas apenas 
com o leite materno, sendo determinada a introdução 
dos alimentos complementares nutricionalmente 
adequados, até os dois anos de idade, ou mais. No 
Brasil, o Ministério da Saúde aderiu a esta 
recomendação3. 
O AM promove a nutrição, a proteção da criança e 
benefícios como, a prevenção de infecções 
gastrointestinais, diarreias, infecções respiratórias e 
alergias e possibilita a criação do vínculo e afeto, entre 
a criança e mãe4. 
A amamentação também possibilita benefícios à 
mãe, prevenindo hemorragia pós-parto, reduzindo o 
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risco de câncer de mama e ovário, sendo um método 
contraceptivo, auxiliando na involução uterina, estando 
também relacionado com a perda de peso pós-parto4. 
A decisão de amamentar cabe somente à mulher, e 
essa deve ser respeitada. O fato dela possuir 
conhecimento sobre as vantagens e os benefícios da 
amamentação não garante o sucesso da prática, visto 
que a decisão envolve fatores sociais, psicológicos, 
econômicos e culturais5. 
O insucesso no AM é oriundo de inúmeros fatores, 
como: mitos em relação a amamentação, falta de apoio 
familiar, a necessidade de voltar ao trabalho, patologias 
relacionadas as mamas, entre outros6. 
Nesse contexto, o enfermeiro exerce um papel 
fundamental na promoção, proteção e apoio ao AM, 
sendo o profissional que atua na assistência direta as 
mulheres e as crianças, no âmbito hospitalar e 
comunitário6. 
É imprescindível que as orientações sobre os 
benefícios do AM e amamentação sejam realizadas 
sempre que possível, durante o pré-natal, nas visitas 
domiciliares, no pós-parto, alojamento conjunto, na alta 
hospitalar e nas consultas de puericultura2. 
O profissional de saúde deve possuir 
conhecimentos técnicos e científicos sobre a 
amamentação. Deve orientar as mulheres sobre a 
posição correta da criança durante a prática da 
amamentação, a pega adequada durante a mamada, 
sobre a higienização e cuidados com as mamas. Para 
tanto, deve usar a comunicação verbal com uma 
linguagem simples, demonstração e, ainda, usar 
recursos visuais para que as mulheres obtenham um 
melhor entendimento2. 
Durante a assistência, o enfermeiro também deve 
empregar a comunicação não verbal, promovendo a 
escuta ativa, mostrando um olhar afetuoso, respeito, 
sensibilização, empatia, paciência, dando apoio 
emocional, sem julgamentos, fazendo com que a 
mulher se sinta segura e, assim, construir um vínculo 
de confiança entre profissional/mulher, para poder 
alcançar maior sucesso na prática da amamentação7. 
Para o Ministério da Saúde (MS), os profissionais 
de saúde, especialmente os enfermeiros, devem 
desencorajar o uso de bicos artificiais, recomendação a 
qual faz parte dos 10 passos para o sucesso do AM, 
definidos pela Fundo das Nações Unidas para a 
Infância (UNICEF). O enfermeiro devetambém, 
desmistificar tabus e crenças, como por exemplo, a 
crença do leite fraco ou pouco leite, porém respeitando 
os sentimentos da mulher6. 
Assim, o enfermeiro deve estar ciente da 
importância de seu papel como acolhedor e educador, 
deve ser um incentivador e facilitador da prática da 
amamentação, atuando com interesse, compromisso e 
responsabilidade7. 
Sendo assim, a importância do enfermeiro na 
promoção, proteção e apoio de tal prática, mostra-se 
imprescindível e a necessidade de conhecimentos 
teórico-práticos, e habilidade no manejo da 
amamentação é fundamental. Logo, é de imensurável 
relevância o estudo do tema, justificando-se pela 
necessidade de compreender como se dá a atuação do 
enfermeiro na promoção do AM, para a proteção da 
saúde da criança. 
Dessa forma, os objetivos desta pesquisa foram 
identificar se os enfermeiros efetuam ações de 
promoção do AM e quais são as ações executadas. 
 
2. MATERIAL E MÉTODOS 
 
Esta pesquisa utilizou como metodologia a revisão 
bibliográfica, por meio de busca de literatura e artigos 
científicos disponibilizadas de acordo com o tema da 
pesquisa. 
De acordo com Gil (2002)8 “a pesquisa 
bibliográfica é desenvolvida com base em material já 
elaborado, constituído principalmente de livros e 
artigos científicos” 
Utilizou-se como base de coleta de dados para a 
pesquisa os seguintes bancos: Scielo e Biblioteca 
Virtual em Saúde - BVS. 
Para a busca foram utilizados os seguintes 
descritores: “Papel do enfermeiro”, “Amamentação”, 
“Aleitamento Materno”, retirados dos descritores em 
ciências da saúde (DECS), utilizando o operador 
booleano “AND”. 
Foram selecionados artigos com temas relacionados 
a amamentação e a atuação do enfermeiro na promoção 
do AM, publicados nos últimos dez anos, por serem 
mais atualizados. Foram selecionados os estudos 
publicados em língua portuguesa. 
Primeiramente foi realizada uma pesquisa onde ao 
digitar os descritores surgiram 590 artigos, sendo eles 
nacionais e internacionais, destes foram filtrados em 
língua portuguesa, 71 artigos. Após a leitura dos títulos 
e resumos foram selecionados 20 artigos de acordo 
com a relevância para o estudo, somente seis foram ao 
encontro do objetivo da pesquisa. Os seis artigos foram 
analisados criteriosamente e são expostos nos 
resultados e discussão do estudo. 
 
A partir da análise dos estudos incluídos, foi 
possível construir o quadro 1, abaixo, que detalha as 
suas principais características: 
 
Quadro 1. Estudos incluídos segundo ano, títulos e principais 
resultados. 
 
ANO TÍTULO PRINCIPAIS RESULTADOS 
20159 Capacitação de 
profissionais de 
saúde em 
aleitamento 
materno e sua 
associação com 
conhecimentos, 
habilidades e 
práticas 
Em relação a outras categorias 
profissionais, como os médicos, 
técnicos e auxiliares de 
enfermagem, o enfermeiro mostra 
melhor prática e conhecimento na 
promoção do aleitamento 
materno. Salienta a importância 
da capacitação continuada dos 
profissionais, para uma melhor 
assistência. 
201510 Aleitamento 
materno: estudo 
comparativo sobre 
o conhecimento e o 
manejo dos 
profissionais da 
Estratégia Saúde 
A maioria dos profissionais 
apresentam um desempenho 
regular, em relação ao 
conhecimento e manejo do 
aleitamento materno. Sendo 
necessário a implementação de 
políticas de capacitação e 
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da Família e do 
Modelo 
Tradicional 
educação permanente em 
amamentação. 
20155 Percepção das 
mães sobre as 
práticas dos 
enfermeiros na 
promoção do 
aleitamento 
materno 
As práticas na promoção do 
aleitamento materno 
experenciadas pelas mães, em sua 
maioria, são consideradas 
razoáveis e más, levando a 
reflexão sobre a forma que é feita 
a promoção. Os enfermeiros estão 
em uma situação privilegiada para 
promover e apoiar o aleitamento 
materno. Sendo importante 
investir na formação e 
comunicação, evitando índices de 
abandono precoce. 
20156 O enfermeiro 
frente ao desmame 
precoce na 
consulta de 
enfermagem à 
criança. 
O enfermeiro possui um papel de 
importância na construção de 
valores sobre o aleitamento 
materno, junto à nutriz e sua 
família. As ações para o sucesso 
do aleitamento materno não 
dependem apenas dos 
profissionais de saúde ou dos 
enfermeiros, mas envolvem vários 
fatores, como, a sociedade, o 
Estado, por meio das políticas 
públicas e as leis, a família, tabus 
e dentre outros. 
201611 Conhecimento de 
enfermeiras e 
estratégias de 
incentivo da 
participação 
familiar na 
amamentação 
Neste estudo, o conhecimento da 
enfermagem sobre as vantagens 
da amamentação para a família 
corresponde aos divulgados pelo 
Ministério da Saúde e aos 
encontrados na literatura como: 
prevenção e promoção da saúde 
materno -infantil, aumento dos 
laços afetivos, economia e 
praticidade. Porém, é preciso 
ressaltar que não houve menção, 
por nenhuma das entrevistadas, 
sobre a vantagem do aleitamento. 
201812 As ações de 
Enfermagem no 
Cuidado à 
Gestante: Um 
Desafio à Atenção 
Primária de Saúde 
A atuação da equipe de 
enfermagem na assistência a 
mulher está deficitária, sendo um 
fator negativo para a qualidade da 
assistência. Tendo em vista a 
responsabilidade atribuída aos 
enfermeiros é evidente a 
necessidade de um melhor 
investimento na qualificação dos 
profissionais, a fim de garantir o 
cuidado recomendado pela 
OMS/ICM/MS. 
Fonte: Elaborado pelos autores, 2018. 
 
Os estudos serão discutidos a seguir, de acordo com 
as categorias analíticas: “importância da atuação do 
enfermeiro na promoção do aleitamento materno” e 
“estratégias para a promoção do aleitamento materno 
por enfermeiros”. 
 
3. DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO 
 
Importância da atuação do enfermeiro na 
promoção do aleitamento materno 
 
De modo geral, os artigos encontrados e analisados 
evidenciaram que a enfermagem está deficitária no que 
se refere a prática da promoção do aleitamento 
materno, sendo este, um fator negativo. 
A OMS e o MS recomendam que o AM deve ser 
exclusivo até os seis meses de idade e complementado 
com outros alimentos até os dois anos ou mais, devido 
sua importância na redução da morbimortalidade 
infantil e redução das enfermidades comuns na 
infância9. Contudo, no Brasil, ainda que pesquisas 
sociodemográficas mostrem um crescimento de tal 
prática, essas recomendações estão longe de serem 
alcançadas9. 
Políticas públicas, especialmente a Agenda de 
Compromissos para Atenção Integral à Saúde da 
Criança e Redução da Mortalidade Infantil, propõem 
integrar as ações de promoção, proteção e apoio ao AM 
nos três níveis de atenção6. 
Nesse contexto, a promoção do AM requer do 
enfermeiro uma abordagem com informações relativas 
as vantagens/benefícios da amamentação para a criança 
e para a mãe, e que abranja os aspectos biológicos da 
amamentação e as vantagens em termos econômicos5. 
Entretanto, compreendendo que a decisão de tal prática 
é da mãe e/ou do casal, a promoção apresenta como 
objetivo para o enfermeiro, criar valores e 
comportamentos culturais favoráveis ao AM5. 
A proteção do AM é garantida por meio da 
formação e cumprimento de leis, as quais possibilitam 
a mulher usufruir o seu direito de amamentar. Para isso 
o enfermeiro deve oferecer o apoio ao AM, que 
significa aconselhar, informando de maneira correta, 
utilizando uma linguagem acolhedora, simples, 
objetiva e sem julgamentos5. 
Portanto, a atuação do enfermeiro é indispensável 
na promoção, proteção e apoio ao AM. É o enfermeiro 
o profissional responsável pela assistência, pelas 
informações e apoio oferecidos as gestantes antes e 
depois do parto9. 
Conforme pode ser vistono quadro 1, os resultados 
encontrados apontam para a necessidade de 
implementação de políticas de capacitação, educação 
permanente e continuada voltadas aos enfermeiros, 
visando maior qualidade na assistência prestada, sendo 
que esses profissionais se encontram em uma posição 
privilegiada para atuar na promoção, proteção e apoio 
ao AM. 
 
Estratégias para a promoção do aleitamento 
materno por enfermeiros 
 
A partir da análise dos estudos incluídos na presente 
pesquisa, foi possível observar que estes não trazem as 
ações específicas executadas pelos enfermeiros para a 
promoção do AM. 
Contudo, conforme já mencionado, o enfermeiro 
pode atuar na assistência direta a mulheres e crianças, 
tanto no âmbito hospitalar, quanto no comunitário, 
como na atenção primária à saúde6. 
Para efetuar a promoção do aleitamento o 
enfermeiro conta com algumas estratégias, como9: 
 O Método mãe-canguru; 
 Bancos de leite humano; 
 A Norma Brasileira de Comercialização de 
Alimentos para Lactentes e Crianças de 
Primeira Infância e Bicos, Chupetas e 
Mamadeiras (NBCAL); 
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 Obrigatoriedade do alojamento conjunto; 
 Licença paternidade; 
 Ampliação da licença maternidade; 
 Iniciativas Hospital Amigo da Criança 
(IHMA); e 
 Unidade Básica Amiga da Amamentação 
(IUBAAM). 
Ainda, uma importante oportunidade para a 
promoção, proteção e apoio ao AM são as consultas de 
puericultura realizadas por enfermeiros. 
A consulta de enfermagem em puericultura é uma 
questão legal, que consta na Lei do Exercício 
Profissional, a qual deve ser realizada de forma 
contínua, do nascimento até o sexto ano de vida da 
criança. São propostas sete consultas no primeiro ano 
de vida, duas no segundo ano, e a partir do terceiro ano 
até o sexto, uma consulta anualmente, realizando o 
acompanhamento e desenvolvimento da criança, de 
forma integral. A puericultura envolve a realização das 
medidas antropométricas e nutrição, averiguação das 
imunizações, o desenvolvimento neuropsicomotor, 
sendo que todos os procedimentos e intercorrências 
devem ser registrados no cartão da criança13. 
Outros aspectos que também são integrantes da 
consulta de enfermagem em puericultura e devem estar 
presentes nos atendimentos, são as orientações às mães 
relacionadas ao AM, introdução de alimentos, cuidados 
com a higiene individual e do ambiente, prevenção de 
infecções, considerando as condições socioculturais, de 
moradia, grau de escolaridade e rendar familiar13. 
É primordial que o enfermeiro, durante a execução 
da consulta, demonstre que possui conhecimentos, por 
meio da realização do exame físico e das orientações 
fornecidas, e que tenha um olhar atencioso sobre a 
criança e a mãe/cuidador, para que o mesmo possa 
avaliar e acompanhar o crescimento e o 
desenvolvimento, e assim, executar ações que 
permitam identificar precocemente crianças de risco, 
especialmente ao que se refere ao AM13. 
A Agenda de Compromissos para Atenção Integral 
à Saúde da Criança e Redução da Mortalidade Infantil 
incentiva o vínculo entre os profissionais de saúde e as 
crianças, as mães e famílias, sendo este, um 
componente importante para o sucesso na consulta de 
enfermagem em puericultura, com o intuito de realizar 
a promoção da saúde e a prevenção de agravos, e 
consequentemente propiciar um cuidado qualificado e 
prestado em tempo oportuno13. 
Sendo assim, as estratégias e as consulta em de 
enfermagem em puericultura, junto ao conhecimento 
teórico-prático dos enfermeiros, contribuem para o 
sucesso da prática da amamentação. É notável a 
importância e a responsabilidade dos profissionais de 
enfermagem no que diz respeito ao aleitamento 
materno, dessa forma, é preciso que eles tomem 
consciência do papel fundamental que exercem na vida 
das mães e das crianças. 
 
4. CONCLUSÃO 
 
Os objetivos desta pesquisa foram parcialmente 
alcançados, sendo que foi possível verificar como se dá 
a atuação do enfermeiro e que os estudos não 
descrevem exatamente as ações executadas por estes 
profissionais na promoção do aleitamento materno. 
Constatou-se que a enfermagem está deficitária no 
que se refere a prática da promoção, proteção e apoio 
ao aleitamento materno. O enfermeiro possui uma 
posição privilegiada, atuando de forma direta com as 
mulheres e crianças, portanto, fica evidente a 
necessidade de programas de capacitação para os 
profissionais de enfermagem, a fim de uma assistência 
de maior qualidade. 
É de grande valia o estudo realizado, visto que 
permite aos profissionais de enfermagem se atentarem 
aos benefícios do aleitamento materno e da 
responsabilidade que possuem em relação a esta 
prática. 
 
5. REFERÊNCIAS 
 
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Barboza et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.31 n.3,pp.120-124 (Jun - Ago 2020) 
BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr 
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