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Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO Heitor Yuri Nogara HISTOLOGIA DA MAMA NA PÓS- MENOPAUSA E FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA. OUTUBRO ROSA - INTERLIGOU 2020 BLOCO I Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO Estudo da Mama na Menopausa. Substituição de tecido glandular por tecido adiposo (contém gordura), a partir dos 35 anos, com atrofia epitelial irregular. Há aceleração após a menopausa. Causa: diminuição de hormônios estrogênio e progesterona. Diminuição da celularidade e dos lóbulos. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO Corte histológico de mama normal. Jovem adulta normal, fora de gravidez. Sistema secretor, com lóbulos e ductos, sendo situado no estroma interlobular. A mama é firme na jovem justamente pelo estroma conter tecido fibroso denso e alguns adipócitos. É este tecido adiposo depositado que irá substituir o fibroso glandular, causando involução mamária. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO Menopausa corresponde ao tempo na vida de uma mulher quando os ciclos menstruais param e os níveis de estrogênio e progesterona em seu corpo diminuem. Do período fértil ao pós-menopausa, o tecido adiposo, que armazena a gordura, torna-se mais presente na mama (isso contribui para borrar a imagem de rastreamento de câncer). Como os hormônios que promovem a manutenção e o crescimento da mama, essenciais durante o período fértil (em que a mãe pode amamentar o recém-nascido), caem em concentração, haverá menor número de células e lóbulos nas mamas (atrofia epitelial). Lóbulos atrofiados podem estar ao lado de preservados (irregular). Aumento da espessura da membrana basal do lóbulo e colagenização do estroma intralobular. Podem existir dilatações císticas e até depósitos de calcificações distróficas em artérias, podendo acometer até 9,1 % das mulheres incluídas em programa de rastreamento mamográfico entre 50 e 69 anos de idade. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO A paridade influencia na distribuição das estruturas lobulares. Em mulheres nulíparas (mulheres que não tiveram filhos no momento), o número de lóbulos tipo I é constante por toda a vida, sendo esse tipo aquele de maior atividade proliferativa, de modo a diminuir nos tipos 2, 3 e 4. Em mulheres multíparas (que já tiveram filhos), somente pela quarta década é que começa o incremento de lóbulos tipo I, enquanto as demais reduzem. Por isso, ambos os grupos de mulheres acabam por ter, ao final da quinta década, as mamas formadas por, praticamente, apenas o lóbulo tipo I. Considerando também que as células do lóbulo tipo I são mais receptoras de estrogênio (RE positivas), além dos estromas dos lóbulos tipo I serem mais ativos em nulíparas, as células desses lóbulos proliferam-se mais. É por isso que há alta susceptibilidade nessas estruturas e, assim, em mulheres que sejam nulíparas, no desenvolvimento de carcinomas. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO FATORES DE RISCO NÃO MODIFICÁVEIS GÊNERO: o câncer de mama manifesta-se, predominantemente, em mulheres, mas também acomete homens. IDADE: a incidência do câncer de mama altera conforme a idade, sendo mais presente na faixa etária de 50 a 64 anos, bem como acima dos 70 anos. São raros os casos em menores de 25 anos. GEOGRAFIA: as maiores incidências estão em países ocidentais, e as menores em asiáticos e africanos, podendo indicar relação do câncer de mama com fatores ambientais, como radiações e produtos químicos. RAÇA E ETNIA: tendência de maior mortalidade entre mulheres negras que brancas (com diminuição da sobrevida), enquanto mulheres asiáticas têm menor risco. Mulheres brancas têm mais incidência. HISTÓRIA FAMILIAR: história familiar positiva é a manifestação da doença em familiares femininas de 1º grau, aumentando o risco da paciente referida (transmissão hereditária). Além disso, é maior o risco quando os antigos casos vierem do lado materno da família, se o câncer de mama for bilateral e se o diagnóstico do câncer no familiar ocorrer antes dos cinquenta anos. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO FATORES GENÉTICOS: é importante considerar que os casos de câncer de mama possuem, em parte deles, transmissão hereditária (10%), principalmente por meio de mutações deletérias nos genes BRCA1 (presente no cromossomo 17, elevando o risco de câncer na pré-menopausa) e BRCA2 (presente no cromossomo 13, eleva a suscetibilidade de câncer na pós-menopausa), que são genes supressores tumorais os quais passam a ser inibidos. Outros genes podem contribuir, porém, em menor incidência. Indicações para Aconselhamento Genético: mais que dois parentes de 1° grau com câncer de ovário ou de mama; duas ou mais gerações afetadas; múltiplos tumores primários em qualquer local; familiares com ataxia telangiectasia; histologia pré-maligna com biópsia mamária; familiares com sarcomas, carcinomas adrenocorticais, câncer de início precoce; familiares com mutação genética conhecida e, por fim, mulheres buscando mastectomia ou ooforectomia profiláticas (slide seguinte). Atentar-se para a condição psicossocial e emocional da paciente na relação com os riscos. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO PATOLOGIA MAMÁRIA PRÉVIA: as lesões, quando proliferativas, podem estar associadas ao aumento na incidência da doença, aumentando o risco caso contenham atipias. FATORES REPRODUTIVOS E HORMONAIS: a relação do câncer com a fase reprodutiva da mulher evidencia-se pelo aumento no tempo de exposição prolongada ao hormônio estrogênio, conferindo mais risco. *Mulheres que têm a menarca antes dos doze anos (precoce). *Mulheres que entram em menopausa com idade superior aos cinquenta e cinco anos (tardia). Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO CONCLUSÃO: realizar ooforectomia bilateral (ablação dos ovários), antes dos 35 anos, diminui o risco por reduzir o estímulo hormonal (menopausa precoce artificial). Além disso, o efeito de uma gravidez antes dos trinta anos é protetor, devido à redução dos ciclos menstruais. Por isso, mulheres que não tiveram filhos (nulíparas) ou cuja primeira gestação ocorreu após os trinta anos (34) possuem mais risco. Possíveis fatores protetores também são a amamentação (lactação) e a atividade física. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO O alto risco pode estar relacionado à presença de doenças benignas na mama, aumentando o risco de um câncer de mama. A classificação de Paget afirma que há alterações que não provocam maiores riscos (adenose, ectasia ductal, metaplasia apócrina e hiperplasia epitelial leve), além das de baixo risco (hiperplasia epitelial comum, papilomatose, adenose esclerosante), risco moderado (hiperplasias ductais ou lobulares com atipias) e alto risco (carcinoma ductal in situ e carcinoma lobular in situ). Além disso, há estudos que mostram uma associação de risco para câncer de mama nas mulheres que apresentam, em mamografias, alta densidade mamária, ou seja, apresentam maiores concentrações de tecido fibroso e glandular do que as concentrações de gordura, resultandonuma mama de aspecto mais branco, como o da imagem à direita. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO RECOMENDAÇÃO: incorporar, na dieta, maior consumo de frutas, vegetais e fibras. Também vale o uso de óleo de oliva no acompanhamento. ÁLCOOL: é uma relação dose-efeito, ou seja, maior o consumo, maior o risco. O consumo diário de 15 gramas ou mais de álcool aumenta o risco em torno de 50%. OBESIDADE: especialmente na pós-menopausa, há um risco aumentado de câncer de mama. Quanto maior o Índice de Massa Corpórea, maior o risco relativo de desenvolvimento da doença, até mesmo com recidiva. FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS DIETA: a substituição de gorduras saturadas por gorduras monoinsaturadas pode ajudar a prevenir o câncer de mama, por abranger ácidos graxos Ômega 3 e 6, através, então, de uma dieta com presença regular de peixes. Há estudos relacionando a vitamina "A" antioxidante como proteção. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO FITOESTROGÊNIOS: medicamentos botânicos, derivados de plantas, os quais podem interferir na ação do estrogênio. Principal representante é a isoflavona. O consumo alto de alimentos ricos em fitoestrogênios, como frutas e verduras frescas, óleos vegetais e derivados de grãos de soja tem sido relatado como medida protetora ao câncer de mama. CONTRACEPTIVO ORAL (CO) E TERAPIA de R. HORMONAL (TRH): enquanto alguns estudos indicam não haver associação, outros afirmam existir risco pequeno para mulheres jovens que utilizam contraceptivos orais por tempo maior de dez anos. Há poucas evidências quanto à abolição do uso de CO com incidência de câncer de mama. Há muitos estudos que apontam relação da TRH (atual uso com sintomatologia) com a patologia. Existe maior risco em usuárias de TRH com estrogênio + progesterona do que com estrogênio isolado, em mais de cinco anos de tratamento. Vale destacar que o tempo de uso é diretamente proporcional ao risco relativo. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO TAMOXIFENO: é um modulador dos receptores de estrogênio, podendo ser agonista ou antagonista (caso da mama), sendo usado no tratamento de câncer de mama RE positivo, contribuindo para diminuir o risco de incidência e recidiva. Também reduz o risco o RALOXIFENO. Porém, aumenta-se o risco de tromboembolia venosa, semelhante ao aumento observado com a terapia hormonal. MAMOGRAFIA: a mamografia de rastreamento anual em mulheres com mais de 50 anos reduz a mortalidade por câncer de mama. RECOMENDAÇÃO: realização do autoexame da mama em frequência mensal, nas suas etapas corretas. É importante considerar que se recomenda, atualmente, avaliar e discutir com a paciente a relação risco/benefício para terapia hormonal. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO De forma geral, podemos considerar como sendo de risco os fatores que estejam dentro das seguintes categorias: predisposição genética, meio hormonal adverso, incompetência imunológica, exposição a carcinogênicos, condições ambientais adversas. Seguem, a seguir, recomendações de acompanhamento para pacientes de alto risco: quantificação do risco e orientação adequada, exame clínico semestral, autoexame mensal, mamografia anual (ecografia complementar), ressonância magnética (para riscos genéticos maiores que 15%), recomendações dietéticas. A Ressonância Magnética mamária é indicada para rastreamento de mulheres com risco genético absoluto maior do que 15%. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO REFERÊNCIAS BEREK, J. S.; NOVAK, E. TRATADO DE GINECOLOGIA. 15. ED. RIO DE JANEIRO: EDITORA GUANABARA KOOGAN, 2014. CAP. 40. P. 1435-1436. CONCEIÇÃO, J. C. J. GINECOLOGIA FUNDAMENTAL. EDITORA ATHENEU, 2006. INUMARU, L. E.; SILVEIRA, E. A. DA; NAVES, M. M. V. FATORES DE RISCO E DE PROTEÇÃO PARA CÂNCER DE MAMA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. CADERNO DE SAÚDE PÚBLICA, RIO DE JANEIRO, V. 27, N. 7, P. 1259-1270, JUL. 2011. JUNIOR, J. C. S.; SOARES, L. F. M. CÂNCER DE MAMA. IN: VIEIRA, S. C. ET AL. ONCOLOGIA BÁSICA. TERESINA: FUNDAÇÃO QUIXOTE, 2012. P. 41- 56. KEMP, C. MAMOGRAFIA: MANUAL DE ORIENTAÇÃO. SÃO PAULO: EDITORA PONTO, 2005. CAP. 2-3. MENKE, C. H. ET AL. CÂNCER DE MAMA. IN: FREITAS, F. ET AL. ROTINAS EM GINECOLOGIA. 6. ED. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2011. CAP. 39. P. 554- 556. Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO OBSTETRÍCIA, F. B. DAS A. DE G. E. MANUAL DE ORIENTAÇÃO: MASTOLOGIA. SÃO PAULO, 2010. SILVA, P. A. DA; RIUL, S. DA S. CÂNCER DE MAMA: FATORES DE RISCO E DETECÇÃO PRECOCE. REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM (REBEN), BRASÍLIA, V. 64, N. 6, P. 1016-1021, NOV.- DEZ. 2011. SILVEIRA, G. P. G. DA. CÂNCER DE MAMA. IN: ______. GINECOLOGIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS. 2. ED. SÃO PAULO: ATHENEU, 2008. CAP. 44. P. 552-553. REFERÊNCIAS Liga Acadêmica de Histologia e Embriologia Clínica (LAHEC) Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama. 31 DE OUTUBRO OBRIGADO! OLHE, SINTA E TOQUE SUAS MAMAS NO DIA A DIA. NÃO DEIXE PARA DEPOIS, O QUE PODE SER PREVENIDO HOJE. JULIANE RODRIGUES
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